O Manchester United, de Pogba, Ibra e Mourinho, voltou a ser o clube mais rico do mundo. Considerando as receitas com bilheteria, direitos de transmissão na televisão e produtos licenciados, o gigante destronou o Real Madrid após doze anos, de acordo com o levantamento anual da Deloitte, o Football Money League. Ao todo, arrecadou 689 milhões euros (R$ 2,3 bi!), a maior cifra já registrada. Mais uma vez o estudo apresenta apenas clubes europeus, ainda que afirme haver uma chance razoável de um brasileiro na lista até 2030 (!!).
No Top 20 estão oito ingleses, quatro italianos, três espanhóis, três alemães, um francês e um russo. O crescimento desses poderosos vem na curva ascendente sobre a participação do “comércio e marketing”, contemplando patrocínios, produtos licenciados e merchandising. É o que mostra o gráfico geral do estudo, com 32% na 10ª edição, 35% na 15ª e 42% nesta 20ª. Não por acaso, já é a maior fonte dos seis maiores, com expansão internacional das vendas. Até no Brasil, onde se vê cada vez mais camisas estrangeiras, sobretudo em criança/adolescentes. Aqui, a venda de direitos de tevê ainda é a maior receita dos principais clubes da Série A, com a maioria investindo na participação de sócios-torcedores para pavimentar outra fonte.
Sobre a análise da Deloitte, através dos balanços oficiais dos clubes, só não foi levado em conta a receita oriunda da transferência de jogadores e impostos. Convertendo as receitas para a moeda brasileira, dez clubes ultrapassaram a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento anual. Concorrência pesada.
Confira também balanço de público da Deloitte clicando aqui.
Os 20 clubes mais ricos (faturamento na temporada 2015/2016, em euros):
1º) Manchester United (Inglaterra) – 689,0 milhões
2º) Barcelona (Espanha) – 620,2 milhões
3º) Real Madrid (Espanha) – 620,1 milhões
4º) Bayern de Munique (Alemanha) – 592,0 milhões
5º) Manchester City (Inglaterra)- 524,9 milhões
6º) Paris Saint-Germain (França) – 520,9 milhões
7º) Arsenal (Inglaterra) – 468,5 milhões
8º) Chelsea (Inglaterra) – 447,4 milhões
9º) Liverpool (Inglaterra) – 403,08 milhões
10º) Juventus (Itália) – 341,1 milhões
11º) Borussia Dortmund (Alemanha) – 283,9 milhões
12º) Tottenham (Inglaterra)- 279,7 milhões
13º) Atlético de Madrid (Espanha) – 228,6 milhões
14º) Schalke 04 (Alemanha) – 224,5 milhões
15º) Roma (Itália) – 218,2 milhões
16º) Milan (Itália) – 214,7 milhões
17º) Zenit (Rússia) – 196,5 milhões
18º) West Ham (Inglaterra) – 192,3 milhões
19º) Internazionale (Itália)- 179,2 milhões
20º) Leicester (Inglaterra) – 172,1 milhões
A seguir, detalhes dos cinco primeiros, com a evolução da receita (annual revenue) nos últimos cinco anos e a participação da bilheteria (matchday), transmissão na TV (broadcast) e comércio e marketing (commercial).
A retomada da liderança por parte dos Red Devils, pela primeira vez desde 2003/2004, foi fundamentada no crescimento do ganho comércio/marketing. Passou de 263 milhões para 363 milhões de euros, ou 37,8% a mais.
No Barça, a aliança com novos parceiros (e contratos) ajudou o clube a enfim passar o arquirrival da capital. Os direitos de transmissão passaram de 200 milhões de euros – não por acaso, quase todos os jogos passam no Brasil.
Embora tenha sido campeão da Champions League e do Mundial de Clubes, o Real Madrid despencou do 1º para o 3º lugar. O que não significa que a receita do clube caiu. O clube arrecadou 7,4% a mais que em 2015/2016.
O Bayern de Munique ganhou um posição no ranking mundial de finanças, subindo para o 4º lugar, numa temporada em que aumentou a sua receita bruta em 24,8%, ou 118 milhões de euros a mais. Em cinco anos, essa conta dá 60%.
Entre os cinco primeiros, o Manchester City é que menos depende da bilheteria dos jogos, com comércio e tevê numa balança equilibrada. Por sinal, a campanha do clube à semifinal da Champions foi determinante para a colocação.