Como nascem os craques da camisa de três cores

Centro de Treinamento

Eis um esboço clássico do projeto para um centro de treinamento como tantos outros.

Vários campos de futebol com dimensões oficiais, 105m x 68m, como na Copa do Mundo, além de um alojamento compacto, bem equipado para a concentração.

Há pelo menos 15 anos isso se tornou algo vital para um clube de tradição, estruturado.

Em março de 2001, quando acabou a Lei do Passe, muitos dirigentes enxergaram a mudança da pior forma. No Sport, um exemplo claro, com o fim das categorias de base.

Para muitos, os clubes haviam perdido o benefício de revelar um atleta, dando suporte desde o infantil, o que, convenhamos, não é barato, se analisado em grande escala.

Pois não foi o que aconteceu. Contratos mais longos, com multas rescisórias, além de vantagens para a agremiação formadora, deixaram claro que esse ainda era o caminho…

Os anos foram passando e os principais clubes do país modernizaram os seus centros. Alguns tão grandes que ganharam o apelido de “cidade”, no caso do Atlético-MG.

Outros passaram a ter mais de um CT, separando o profissional da base. Mais à frente, a evolução, com o CFA, o Centro de Formação de Atletas, com direito a acompanhamento pedagógico, médico e odontológico. Mérito do São Paulo.

Em Pernambuco, uma marcha lenta, primeiro pela supracitada falta de interesse e depois devido aos recursos escassos. Verba originada da venda. Ou seja, era um ciclo.

No Náutico, na Guabiraba, o Centro de Treinamento Wilson Campos caminha desde 1999, aos poucos, com muito esforço, sempre evoluindo.

No Sport, em Paratibe, o Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, comprado por R$ 2 milhões em 2008, só agora começa a registrar a construção do alojamento.

Mas e o Santa Cruz? Tantos recordes no Arruda e nenhuma esperança de revelação?

A base deste ano, campeã pernambucana, pode ser apontada como um golpe de sorte. Não por causa da competência dos olheiros e técnicos da base, mas por causa da falta de estrutura oferecida para a geração que luta para tirar o time da Série D.

Ocorreu o mesmo com um tal de Rivaldo… Não dá pra viver esperando cair um raio.

Então, neste 10 de agosto de 2011, o Santa inicia a recuperação do tempo perdido.

O anúncio feito pelo presidente coral, Antônio Luiz Neto, de que um terreno de 10,5 hectares foi adquirido em Paratibe, a 18 quilômetros do Arruda, foi realmente animador.

Ainda sem maiores detalhes, o projeto terá cinco campos e alojamento (projeto clássico, como dito no início do post), em 60% da área do terreno, plano.

Certamente, o investimento do clube do povo não será barato.

Tomando por base os projetos de Sport e Náutico, de R$ 6 milhões e R$ 5 milhões, respectivamente, é de se esperar no mínimo a metade desses valores. Parcerias deverão ser articuladas para bancar parte disso, como ocorreu com o rival da Ilha.

CT, cidade, CFA… Pode chamar como quiser. Inclusive de Ninho das Cobras. É real.

4 Replies to “Como nascem os craques da camisa de três cores”

  1. Parabéns ao Mais Querido.
    Com a construção do CT, a maior torcida do Nordeste verá o surgimento de um novo Santa Cruz.
    Outros títulos virão, além do hexacentenário da coisa!

  2. O CT será batizado de “Buraco da Minhoca”.

    Entre outros benefícios o CT contará com academia de musculação, com equipamentos de ultima geração, como por exemplo, barras e alteres feitos com latas de leite em pó cheios de concreto. 

    O alojamento será composto de 50 redes fixadas em 100 pedaços de pau catados no lixo e faixados no canto do gramado.

    Parabéns Çanta Crui, apodrecerá na série D.

  3. q Parte de Paratibe?sei q tem muita terra disponivel naquela área.mas,alguem sabe onde vai ficar?de qualquer jeito,é um passo imenso q o Santa Cruz está dando.o clube só faz essa boa administração por que sabe q NÃO É TIME DE PONTA(de 1a linha do Brasil).diferentemente de Náutico e Sport q acham ser de 1a linha do Brasil quando não são!Parabens Mesmo a Diretoria do Santa Cruz!

  4. Parabéns para a diretoria do Santa Cruz que vem fazendo em poucos meses o que outras diretorias não fizeram ao longo de décadas.
    Essa administração já entrou para a história!

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