O fim da segunda era do futebol pernambucano

Carlos Alberto Oliveira. Foto: Jaqueline Maia/Diario de Pernambuco

Ele foi empossado presidente aos 52 anos, no distante ano de 1995, no lugar do irmão.

Só deixaria a cadeira em dezembro de 2015, duas décadas depois, aos 73 anos.

A foto de Jaqueline Maia deixa claro todo o tempo à frente da Federação Pernambucana de Futebol, com um dirigente já consumido pelo cansaço de cinco mandatos, pelas inúmeras brigas, confusões e estilo de confronto, em prol do estado, sob sua ótica.

Bateu de frente até mesmo com a CBF, durante boa parte de sua gestão, até retomar a amizade com Ricardo Teixeira em 2009.

Na manhã desta segunda-feira, aos 69 anos, bem antes de seu desejo de comandar o futebol pernambucano no centenário da FPF, em 2015, Carlos Alberto Oliveira faleceu.

Vítima de um infarto fulminante.

Chega ao fim a segunda maior era de um dirigente na presidência da federação, com 16 anos, abaixo apenas de Rubem Moreira, com intermináveis 27 anos, entre 1955 e 1982.

Com Carlos Alberto, Pernambuco viveu, indiscutivelmente, altos e baixos.

Do Estadual com estádios cada vez mais vazios nos anos 90 ao Pernambucano recordista de público, mas dependente de subsídios do governo do estado.

Do torneio radicado apenas no Grande Recife a uma competição que desbravou todo o interior, chegando até o Sertão do São Francisco.

Uma história com regulamentos feitos sob medida para tentar nivelar velhos rivais nos campeonatos (apesar do abismo entre eles), passando por cima de critérios técnicos.

De inchaços em competições que asfixiaram o calendário futebolístico de Pernambuco.

De torneios transmitidos apenas pelo rádio, sem receita alguma para os clubes, à geração da TV ao vivo, incluindo pacotes modernos como o pay-per-view.

Transformou a FPF em uma entidade rica, com patrimônio de R$ 2,8 milhões, valor suficiente para bancar torneios de várias categorias, como infantil, juvenil, Copa do Interior, amador e feminino. Por outro lado, viu ao mesmo tempo a gangorra dos clubes profissionais nas divisões nacionais, saindo da Série A e pisando até na D.

Foram 14 anos sem jogos da Seleção no Recife por causa de discussões de ego. No meio disso, a vitória do estado como subsede do Mundial de 2014. Apoiou o projeto.

Enfim, altos e baixos. Ditadura para uns, gestão firme para outros.

Polêmicas e divergências de opinião à parte, o futebol pernambucano está de luto.

10 Replies to “O fim da segunda era do futebol pernambucano”

  1. Apesar de Rubro Negro,Carlos Alberto favorecia mais a Barbie e ao extinto Santa.Ele sabia que o Sport não precisava de sua ajuda,pois é time de primeira,e a preocupação dele era esses dois timinhos que quer ser grande no estado.Lamento muito sua passagem para a outra dimensão,vamos todos orar por essa alma nobre.

  2. Apreciaria muito saber por quais clubes torcem os comentaristas acima.
    Para fazer uma avaliação do espírito esportivo de cada.
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

  3. O POVO CENTRISTA E ESPORTISTAS DE LIMOERO, lamenta a morte do Limoerense
    CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA.
    Carlos Alberto  homem público,honesto e competente!
    Que DEUS conforte a família e que DEUS o tenha.
     
     

  4. Deus conforte a família e amigos que estão sofrendo e sobre tudo que Deus o tenha. No tocante ao lado profissional não vejo perda, visto que ele queria se perpetuar no poder.

    Agora todas as rádios de PE vão se irmanar na beatificação dele.

    Repito não tenho nada contra a figura humana dele, mas é bom que ponham um cara jovem e com boas idéias.

  5. Que deus cuida de sua alma.
     
    Mas não dá pra esquecer o que o mesmo fez com o Onibol e agora com o cabense esse ano. O campeonato de 2008 com o regulamento mas tosco da historia, feito e declarado na cara de todo mundo pra favorecer o Santa Cruz na despulta.
     
    Da parte boa é que combateu sempre os desmandos do Ricardo Texeira.

  6. CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA,homemde personalidade forte,mas antes de tudo
    um Limoerense honesto,competente.
    Que DEUS o tenha  Carlos Alberto.

  7. não deixará saudades.essa é a verdade!só para os manés queirós da vida.um futebol q na sua gestão,saiu da elite por duas vezes e perdeu prestígio nacional.limitando-se a uma rivalidade q só travou o já travado futebol pernambucano,cuja mentalidade é da década de 1980 ainda!

  8. lamento a morte dele e desejo que ele tenha paz, mas acredito que para o futebol pernambucano essa é uma oportunidade histórica de modificarmos radicalmente a forma de gestão da FPF. É preciso modernizar, profissionalizar, é imprescindível uma gestão mais democrática, participativa e plural, baseada em critérios técnicos. Torço que saibamos aproveitar a oportunidade.

  9. Pingback: O novo presidente da FPF | Blog de Esportes

  10. Meus sentimentos a família e amigos, mas pra mim foi DITADURA, principalmente contra os clubes do interior, espero que entre um que apoie o interior.

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