Artimanhas de um campeão

Livro: Futebol: Paixão e CatimbaPost em homenagem ao primeiro campeão brasileiro de futebol. Agora, oficialmente.

O Esporte Clube Bahia.

Campeão da Taça Brasil de 1959, primeiro torneio nacional a indicar um representante do país à Taça Libertadores da América (veja AQUI). Agora, unificado à Série A.

Na campanha, 14 jogos, com 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Bateu o Santos na finalíssima, disputada no Maracanã.

No campo, a história é conhecida. E no extracampo? Nos bastidores…

Aí, é preciso ler ao ótimo livro “Futebol: Paixão & Catimba”, publicado em 1973, com frases do notável e folclórico dirigente do Tricolor de Aço, Osório Vilas Boas.

Como nem todas as histórias mostram um lado positivo do “Baêa”, o livro foi censurado durante muito tempo pelo clube.

Em um dos episódios, o cartola explica o mata-mata contra o Sport, no caminho para o título da Taça Brasil. Era uma melhor de 3. Na primeira, em Salvador, Bahia 3 x 2.

Na segunda, na Ilha do Retiro, com João Havelange na tribuna de honra, o Leão atropelou, por 6 x 0. Aí, ele narra a história até a vitória na negra, por 2 x 0, na Ilha.

Basta dizer que, na véspera do jogo, o dirigente pagou várias rodadas de cerveja para os jogadores do Sport… O time entrou cambaleando. Deu no que deu!

O livro completo está disponível na internet. Veja AQUI.

Mundo Vermelho, mas não no vermelho

Projetos antigos (cinza) e novos (vermelho) da Arena Pernambuco e do Maracanã. Imagens: divulgaçãoPode ser apenas uma coincidência…

Ou alguma mensagem subliminar, política.

Quando os primeiros projetos das arenas brasileiras para a Copa do Mundo de 2014 foram divulgadas, o tom dos estádios eram mais sóbrios, com cadeiras cinzas.

Isso é algo de praxe na elaboração do design de um megaprojeto. Somente depois é que vão sendo feitos os ajustes.

Em Pernambuco, a arena só ficou vermelha por dentro neste ano, após a licitação.

Agora, com divulgação da arte-final do velho Maracanã, ocorreu o mesmo (veja AQUI).

No campo da coincidência ainda vale citar o “2014” do logotipo oficial do próximo Mundial no país, na cor vermelha e sem uma explicação plausível (convincente). Veja AQUI.

Mas é preciso ressaltar que a Arena Fonte Nova também teria 50 mil cadeiras na cor cinza. Agora, o palco de Salvador será azul.

No fim, porém, uma certeza:

Até que os estádios sejam erguidos de fato, ficará uma curiosidade grande na torcida sobre o verdadeiro design dos nossos projetos para o mundo do futebol.

Cores à parte, o orçamento agregado da Arena Pernambuco e da reforma do Maracanã para 2014 chega a incríveis R$ 1,23 bilhão.

Haja tinta para tantas cédulas…

Pediu arrego?

Nota oficial do Flamengo (23/12/2010) sobre o Brasileiro de 1987

Leu a nota acima?

Só depois disso esse post terá um sentido.

O tema na cerimônia da CBF no Rio de Janeiro era a unificação dos títulos brasileiros entre 1959 e 1970, mas, no fim do dia, a discussão acabou sendo focada no Brasileirão de 1987.

Como sempre… Eita assunto arrastado.

Com 14 títulos oficializados pela entidade que comanda o futebol do país, o Flamengo esperava que a conta chegasse a “15” taças reconhecidas. Mas não chegou.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, citou a sentença judicial a favor do Sport, transitada em julgado e sem chance de modificação desde 16 de abril de 2001.

Ao Fla, restou repudiar a ação da CBF. Como se já não soubesse, depois de 23 anos…

No site oficial do rubro-negro carioca, a nota oficial postada acima (veja AQUI). É curiosa, pois o clube aceita o Sport como campeão.

A tentativa, derradeira, é dividir o título. Isso mesmo.

Para saber porque isso não aconteceu até hoje – mesmo com uma superproteção midiática – , leia o “Arquivo 87”, reportagem publicada pelo Diario de Pernambuco em 7 de dezembro de 2009 e que virou fonte de informação de vários jornalistas do Sudeste, que finalmente quiseram sair da “verdade absoluta” do Módulo Verde… Clique AQUI.

Lista de campeões

Lista de campeões brasileiros no site da CBF

Agora não tem volta.

A CBF oficializou nesta quarta-feira a unificação dos títulos brasileiros (veja AQUI).

Saiba mais sobre essa polêmica clicando AQUI.

Acima, o print screen do site da entidade, que mostra que nem o campeão brasileiro de 2010 ainda está lá… Portanto, ainda falta muita coisa.

Mudanças para Pernambuco:

1 vice-campeonato brasileiro, em 1967 (Náutico). Assista ao vídeo AQUI.

6 semifinais, em 1960, 1965, 1966 e 1968 (Náutico); em 1962 (Sport); e em 1961 (Santa Cruz).

Abaixo, os dirigentes de Santos e Palmeiras, com as réplicas do troféu da Série A para o “novos” títulos nacionais. Museus lotados.

Dirigentes de Santos e Palmeiras com novos troféus do Campeonato Brasileiro, após a unificação

Troféus para todos os lados

Vespeiro da unificação. Arte: Pedrom/Diario de PernambucoEm entrevista ao Diario de Pernambuco, o escritor paulista Odir Cunha, de 58 anos, explica a polêmica sobre a unificação dos títulos brasileiros.

Ele é o autor do “Dossiê pela Unificação dos Títulos Brasileiros a partir de 1959”, encomendado pelos seis clubes campeões entre 1959 e 1970 e entregue à CBF.  Foi decisivo para a provável decisão positiva do presidente Ricardo Teixeira, que deve sair ainda neste mês.

O episódio da unificação abriu brechas para outros clubes, que querem oficializar outras competições como campeonatos nacionais, além da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa.

Leia a entrevista completa, publicada na edição deste domingo, clicando AQUI.

Para se ter uma dimensão do precedente aberto, basta dizer que os pseudotítulos brasileiros listados na reportagem somam 41 troféus. Até hoje, o Brasileirão teve 40 edições.

Uma dessas conquistas está guardada na sala de troféus do Sport. Trata-se do Torneio Norte-Nordeste de 1968, organizado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF (veja AQUI).

“O pessoal de Minas Gerais já me perguntou sobre o Torneio dos Campeões de 1937, vencida pelo Atlético-MG. Ali, uma boa pesquisa pode dar um bom resultado. Porém, não posso dar uma resposta sem pesquisar no arquivo da CBD. Outros pesquisadores vão trabalhar em cima de outras competições, como o Torneio Norte-Nordeste, e vamos enriquecer a história. Mesmo que esses torneios não venham a ser reconhecidos como Nacional, mas já estarão valorizados, lembrados. O futebol do Nordeste tinha um nível técnico muito mais forte na época, é verdade. Ganhou uma Taça Brasil e foi vice outras vezes (com o Náutico, em 1967). É preciso documentar tudo. Eu prezo o senso de justiça.”

Eleição?

Gustavo Dubeux, presidente eleito do Sport para o biênio 2011/2012. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Números finais da eleição no Sport para o biênio 2011/2012.

Sport Unido – 1922 votos, 98,21%

Transparência Sport – 35 votos, 1,78%

O pleito nesta quinta-feira, na Ilha do Retiro, foi uma eleição de direito, mas não de fato. Uma porcentagem deste tamanho só aponta o quanto era rasa a oposição formada em 2010 no Leão, com propostas opacas.

Parabéns a Gustavo Dubeux, novo presidente do Sport Club do Recife.

Eleito com 100% dos votos, uma vez que a oposição, de forma incrível, indicou o seu nome para comandar o Executivo do clube… Não tente entender.

Gustavo mostrou força política ao reunir outros quatro ex-presidentes em sua composição, com Luciano Bivar (quatro mandatos), Wanderson Lacerda (três mandatos), Severino Otávio (um mandato) e José Moura (um mandato). O colegiado implantado neste ano deverá continuar, numa distribuição de tarefas que condiz com o perfil moderado do novo mandatário.

O prestígio de Dubeux, porém, começará a ser testado de fato junto à torcida, historicamente de memória curtíssima. Ele vai para o front, assim como Silvio Guimarães, eleito há dois anos. A pressão será muito maior.

Dentro de dois anos, o veredicto da torcida. E isso vale para sempre.

Saiba mais sobre outras eleições no Sport clicando AQUI.

Em tempo: foram registrados 3 votos nulos…

Normas para 2011

Campo de VárzeaO Regulamento Geral das Competições para o futebol brasileiro em 2011 já está disponível na internet.

É um ofício com regras dos torneios oficiais, responsabilidades dos clubes e das federações, condições mínimas para os eventos etc.

Veja o documento completo, editado pela CBF, clicando AQUI.

Curiosidades:

Em relação à imprensa, o total de fotógrafos e cinegrafistas no entorno do campo é de 40 profissionais, além de outros 40 repórteres e 20 operadores de transmissão. Tem jogo por aí que não tem isso na arquibancada…

Todas as competições serão regidas pelo sistema de 3 pontos por vitória e 1 por empate. Pode parecer óbvio, mas de vez em quando ocorre “2 pontos por empate com gols” (como em Pernambuco, em 1998) ou disputa de pênaltis em caso de igualdade.

O Capítulo II (disposições técnicas) afirma, no artigo 17, que “não será permitida a instalação de arquibancadas provisórias nos estádios”. Má notícia para o Salgueiro, que pretendia montar arquibancadas tubulares.

As primeiras pedras

Copa do Brasil de 2011

A CBF divulgou a tabela da Copa do Brasil de 2011.

Primeira rodada:

Trem/AP x Náutico (23/02 e 02/03)

Coríntians/RN x Santa Cruz (23/02 e 02/03)

Sampaio Corrêa/MA x Sport (24/02 e 02/03)

O time potiguar eliminou o Santa Cruz na Copa do Brasil de 2003.

O Tricolor, por sinal, poderá enfrentar o São Paulo já na segunda fase. O time paulista não disputa a Copa do Brasil desde 2003, pois sempre esteve na Libertadores desde então. No mata-mata, o São Paulo chegou no máximo ao vice, em 2000.

O Náutico poderá jogar na próxima fase contra Portuguesa ou Bangu.

Já o Sport teria Santo André/SP ou Naviraiense/MS. E, numa possível classificação às oitavas de final, o Leão teria o Palmeiras…

Veja tabela completa AQUI.

Vespeiro de Série A

Baixa, latera-direito do Sport, campeão do Torneio Norte-Nordeste de 1968. Foto: Edvaldo RodriguesA decisão da CBF de unificar os títulos da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) ao Campeonato Brasileiro foi uma das decisões mais polêmicas dos últimos tempos no futebol do país. É algo que muda drasticamente toda a história clubística. E que abre muitos precedentes…

Por isso, cabe uma ampliação desta discussão. A CBF criou um vespeiro que está só começando.

O dossiê apresentado ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mostrando o valor desses dois torneios, que seriam conhecidos na época como “Campeonato Brasileiro”, teve quase 300 páginas. Também foi exibido um vídeo com personagens importantes na época, como jogadores e João Havelange, ex-presidente da Fifa.

Até 1971, início da Série A, porém, outras competições foram realizadas, pela CBD. Assim, outros clubes viram brechas nessa oficialização. Brechas legais, seja pelo regulamento, importância das competições ou disputa paralela. Todas com a mesma chancela.

Tudo começa ainda em 1920, com o triangular envolvendo os campeões paulista (Paulistano), carioca (Fluminense) e gaúcho (Brasil de Pelotas). O torneio, o primeiro de caráter nacional, aconteceu no Rio de Janeiro, mas o triunfo foi paulista.

Entre os regionais, destaque para o Torneio Rio-São Paulo. Explico: este nome é a alcunha popular, pois o nome oficial era, vejam só, Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Em 1967, após quase duas décadas de disputas regulares, o campeonato foi ampliado, com times de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Daí, ganhou o apelido de “Robertão”. No ano seguinte entraram representantes da Bahia e de Pernambuco.

Seguindo a cronologia do Robertão, um paralelo importante.

Entre 1968 e 1970, a Confederação Brasileira da Desportos (CBD, antecessora da CBF até 1979) organizou o Torneio Norte-Nordeste, disputado simultaneamente. Não havia cruzamento ou rebaixamento tanto no N/NE quanto no Robertão. A logística do país na época (aeroportos, por exemplo) impedia longas disputas reunindo todo o Brasil.

Ao campeão, detalhe importante, o status de “Campeão do Norte do Brasil”.

O Sport venceu a primeira competição, após ganhar a fase nordestina, contra o Santa Cruz, e a interregional, contra o Remo. O lateral-direito Baixa, titular na campanha, trabalha hoje na sala de troféus do Leão (na foto, com a conquista).

E o que dizer do Torneio dos Campeões da CBD, disputado só em 1969? Muita gente nem ouviu falar… Provavelmente, “nem” a atual CBF. Em março daquele a ano, a CBD criou uma competição curta (mata-mata) para a vaga na Taça Libertadores da América de 1970. Reuniu os campeões do N/NE (Sport), Robertão (Santos), Taça Brasil (Botafogo) e a única edição já realizada do Centro-Sul (Grêmio Maringá).

Pois o time do interior paranaense eliminou o Sport e enfrentou o Santos. Após 2 empates, o Peixe disse que não havia mais datas para um terceiro jogo. A vaga ficou com o Maringá. Na decisão, o Botafogo, que alegou o mesmo que o Santos. A taça foi entregue ao Grêmio Maringa… A vaga na Libertadores, porém, foi suspensa, pois a CBD manteve o embargo à Conmebol, iniciado na edição da Libertadores de 1969. Os clubes brasileiros só voltariam em 1971. Saiba mais AQUI.

Se é para polemizar, eis a lista com outros campeões. E ela é até factível…

Torneio dos Campeões
1920 – Paulistano
1937 – Atlético-MG

Torneio Norte-Nordeste
1968 – Sport
1969 – Ceará
1970 – Fortaleza

Torneio dos Campeões da CBD
1969 – Grêmio Maringá

Torneio Rio-São Paulo
1933 – Palmeiras
1950 – Corinthians
1951 – Palmeiras
1952 – Portuguesa
1953 – Corinthians
1954 – Corinthians
1955 – Portuguesa
1957 – Fluminense
1958 – Vasco
1959 – Santos
1960 – Fluminense
1961 – Flamengo
1962 – Botafogo
1963 – Santos
1964 – Santos e Botafogo
1965 – Palmeiras
1966 – Santos, Botafogo, Vasco e Corinthians

“Ranking” dos campeões brasileiros*
12 – Santos
11 – Palmeiras
8 – Corinthians
6 – Flamengo, São Paulo e Vasco
5 – Fluminense e Botafogo
3 – Internacional
2 – Cruzeiro, Grêmio, Portuguesa, Atlético-MG, Bahia e Sport
1 – Ceará, Fortaleza, Paulistano, Coritiba, Grêmio Maringa, Atlético-PR e Guarani

* Série A (1971-2010), Robertão (1967-1970), Taça Brasil (1959-1968), Torneio dos Campeões (1920, 1937 e 1969) e Torneio Norte-Nordeste (1968-1970)

Torneio Norte-Nordeste de 1968, organizado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF) e vencida pelo Sport. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco