O berro da crise

Bode, mascote do AraripinaCinco jogos, com duas vitórias, um empate e duas derrotas.

Campanha fraca, e apenas contra times intermediários no Pernambucano.

Na tarde deste domingo, mais um capítulo da apatia leonina em 2011.

Um gol em uma falha (rara) de Magrão e um gol contra de Germano nos acréscimos da primeira etapa, após mais uma falha de cobertura do limitadíssimo ala-direito Renato.

Acéfalo, o Sport foi para o vestiário do Chapadão do Araripe. No 3º jogo fora de casa, terceiro tropeço. Uma campanha bem além da desculpa sobre a preparação física do elenco.

Os 45 minutos finais não foram suficientes para uma reação do Leão. No máximo, uma chance desperdiçada por Bala. Jogou como atacante, meia e lateral.

E o Bode berrou alto no Sertão, com 2 x 0 no placar. O som abalou a Ilha.

Curiosamente, os rubro-negros, que reclamaram bastante da fórmula de semifinal e final, agora já começam a agradecer o formato, pois o time ainda tem tempo suficiente para buscar os quatro primeiros lugares, apesar do mau início.

Para completar, o domingo ainda terminou com a notícia de que o volante Ramirez não vai mais para a Ilha do Retiro, e sim para os Aflitos, em mais um balão na temporada.

A sonolência no Sport está passando dos limites… Será que acorda com o berro?

A “marca” do futebol pernambucano

Jogo dos 7 erros: "O Senhor dos Pastéis". “Futebol é business”.

Já dizia um dirigente do Corinthians. Não por acaso, o Timão foi o 4º clube do mundo em patrocínios em 2010, segundo o estudo de uma consultoria alemã (veja AQUI). O clube paulista somou 22 milhões de euros em marcas no seu unifome alvinegro. Ou R$ 50 milhões.

Ainda que em uma escala muito, mas muito menor, eis o futebol pernambucano.

O entendimento de que o símbolo do clube é suficiente para mantê-lo  financeiramente parece ficar cada vez mais claro para os gestores locais.

Em entrevista ao blog, o presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, ponderou de forma interessante sobre o assunto. Para ele, o “produto” clubístico deve ser medido independentemente dos resultados no campo.

“Nós (Pernambuco) estamos um pouco atrás em relação aos contratos, mas nota-se uma evolução. No Santa, evoluímos na gestão passada (com FBC), porque, mesmo sem conquistas, conseguimos patrocínios que viram a marca do clube, e não o status atual. Mostramos os resultados que o produto ‘Santa Cruz’ traz. O nosso futebol tem que fazer o mesmo, porque é a marca mais forte da região. Nós precisamos reconquistar a credibilidade. O trabalho tem que ser independente dos resultados.”

Na sua opinião, como está a “credibilidade” da marca do futebol pernambucano?

Cultura do caranguejo

Caranguejo mangue beat

Rivais no campo e sem entendimento algum fora dele.

Apesar da forma cordial em reuniões na FPF, dirigentes de Santa Cruz, Náutico e Sport não costumam chegar a acordos em bloco para benefícios múltiplos.

O último caso deste tipo foi em julho de 2003!

Afundados em dívidas na época – muito mais do que hoje, acredite -, os três principais clubes do estado se articularam durante um ano com a Justiça do Trabalho. No fim, para voltar a ter crédito na praça, conseguiram um acordo que destinou 20% de todas as receitas nas bilheterias para reduzir as dívidas trabalhistas.

No último dado do passivo, os três agregavam R$ 62 milhões em dívidas trabalhistas.

Aquele desespero resultou em um contexto incomum no futebol pernambucano. Para se ter ideia, o acordo com a justiça segue em vigor, sem data para acabar.

No entanto, a resposta para que o “bloco” não funcionasse mais seria a “cultura do caranguejo”, segundo o presidente timbu, Berillo Júnior, em entrevista ao blog.

“Aqui, os dirigentes pensavam somente de uma forma: o que é bom para os meus rivais, nunca será bom para mim. Isso atrapalhou muitas negociações com empresas, que só topariam um acerto se fosse com os três. É o caranguejo puxando o outro.”

“Algumas vezes no passado foi o próprio Sport, já no Clube dos 13. Um exemplo: uma cota R$ 500 mil para Náutico e para o Santa é muita coisa. Para o Sport, talvez tenha como dar um jeito. Então era melhor que os outros dois não recebessem.”

Em São Paulo já existe o G4, formado por São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos. Eles só negociam contratos de forma conjunta. Se o pensamento local continuar, o nosso futebol só vai montar um “G3” no dia em que o caranguejo andar para frente…

Você é a favor de um bloco de negociações com Sport, Náutico e Santa Cruz?

Renascido pela Copa e pelo Cais

Sol nascente

Quando será que o sol vai brilhar novamente para o futebol pernambucano?

Para muitos, a data já “existe”, numa mistura de fatores.

Pernambuco será uma das 12 subsedes brasileiras na Copa do Mundo de 2014. Para isso, o estado está construindo uma nova arena na região metropolitana.

Um investimento de R$ 532 milhões, através de uma parceria público-privada.

No entanto, vários investimentos de infraestrutura estão inseridos no pacote pró-Copa em Pernambuco. O número passa de R$ 8.000.000.000. Estradas, aeroporto, metrô…

A iniciativa privada também está se mexendo. Em Suape, considerando os últimos cinco anos e os próximos três, uma injeção de R$ 35 bilhões em plantas de grande porte.

Projeções indicam que o nosso PIB deverá dobrar até 2020, chegando a R$ 140 bilhões. Falta dividir as riquezas, pois a nossa renda per capita é a 21ª do país, com 8 mil reais.

Porém, até que ponto tudo isso vai refletir diretamente no crescimento do futebol pernambucano, a curto prazo? Será um motor, uma ação moderada ou nula?

Para os dirigentes locais, essa é uma oportunidade de ouro em relação ao futebol, com o aquecimento das empresas no estado. É preciso estabelecer contatos. Abaixo, a opinião de Gustavo Dubeux, mandatário rubro-negro, em entrevista ao blog.

“Com a Copa do Mundo de 2014, e Pernambucano sendo uma das sedes, os patrocínios dos clubes e do campeonato estadual deverão aumentar bastante nos próximos anos, com muita visibilidade do futebol. É preciso um trabalho forte nos departamentos de marketing para aproveitar esse momento. No Sport, isso é prioridade máxima para aumentar a nossa receita. Vamos vender bem a marca.”

Então, é preciso segurar a “onda” nos próximos três anos. Depois, a bonança…

A curto prazo, o que será mais impactante para o futebol pernambucano: Mundial de 2014 ou Complexo de Suape?

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (4)

Pernambucano 2011: Náutico 1 x 1 Cabense. No lance, Xinho perde pênalti para o time do Cabo. Foto: Hélder Tavares/Diario de Pernambuco

Dos seis jogos da 4ª rodada do Estadual de 2011, apenas um movimentou o ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos. Nos Aflitos, Náutico e Cabense disputaram um jogo com duas expulsões, uma para cada lado, além de um pênalti perdido por Xinho (foto), do Azulão. Confira abaixo a nova atualização do levantamento do blog.

Pênaltis a favor
2 pênaltis – Santa Cruz e Porto
1 pênalti – Náutico, Araripina e Cabense

Pênaltis cometidos
2 pênaltis – Vitória e América
1 pênalti – Petrolina, Ypiranga e Náutico

Observações
Santa Cruz desperdiçou 1 pênalti
Porto perdeu 1 penalidade
Araripina perdeu 1 penalidade
Cabense perdeu 1 penalidade
América defendeu 1 cobrança
Vitória defendeu 1  cobrança
Ypiranga defendeu 1 cobrança
Náutico defendeu 1 cobrança

Cartões vermelhos (só para os grandes)

1º) Santa Cruz – 2 adversários expulsos
2º) Náutico – 2 adversários expulsos e 1 jogador expulso
3º) Sport – 1 adversário expulso

Pernambucano em 2 linhas – 4ª/2011

Pernambucano 2011, 4a rodada. Fotos: Ricardo Fernandes, Paulo Elias e Hélder Tavares/Diario de Pernambuco

Após 4 rodadas e 24 jogos, recifenses e caruaruenses dominam o G4. Só como curiosidade vale dizer que caso acabasse hoje, o #PE2011 teria o Clássico das Multidões em uma semifinal (Santa, 1º x Sport, 4º) e o Clássico Matuto na outra chave (Porto, 2º x Central, 3º). Seria, no mínimo, animado. Não para os alvirrubros…

Sport 1 x 0 Ypiranga – Um clube que vence e termina o jogo com aura de “crise”. Leão começa a viver uma pressão desnecessária. Máquina de Costura deu trabalho.

Araripina 0 x 1 Santa Cruz – O Bode berrou no Chapadão, mas Tiago Cardoso segurou tudo na meta coral. Lá na frente, Thiago Matias deixou o time 100%, sensação.

América 0 x 2 Central – A Patativa se recuperou rápido após o tropeço em casa e decolou na tabela. Mequinha, longe de Paulista, segue sem pontuar. Preocupante.

Petrolina 1  x 0 Vitória – Bruno Maranhão, que já havia sido destaque diante do Sport, voltou a ser decisivo. Fera Sertaneja marca o seu território na zona intermediária.

Náutico 1 x 1 Cabense – Dois cartões vermelhos, pênalti perdido, jogador sendo levado para o hospital com fratura. Teve de tudo nos Aflitos, menos um vencedor.

Porto 1 x 0 Salgueiro – Quase 4 mil pessoas no Lacerdão assistiam ao 0 x 0 até os 27 minutos do 2º tempo. Aí, Laranjeira marcou e deixou o Gavião 100%.

Veja a classificação atualizada do Estadual AQUI.

Destaque da rodada: Thiago Matias. Espírito de liderança e artilheiro, sendo zagueiro.

Carcaça da rodada: Camisa do Mequinha, azarada. O uniforme listrado está “zerado”.

Guerra fria do doping

Agulhas

A partir deste domingo, os jogos envolvendo Náutico, Sport e Santa Cruz no Pernambucano de 2011 vão ter um rigoroso controle antidoping.

A solicitação foi feita pelos próprios clubes…

O custo da equipe, de três médicos por jogo, não é muito barato. Em jogos na capital, o valor é de R$ 3.040, sob coordenação de Jomar Ferreira.

Nas partidas no interior, quanto maior a distância em relação ao Recife, maior a despesa, podendo chegar a R$ 380 em Petrolina e Araripina (saiba mais AQUI).

Até o fim da fase classificatória, sem contar os clássicos, o Trio de Ferro terá 42 jogos. Considerando o valor “original” do antidoping com os acréscimos: R$ 130.820.

É o preço para acabar com qualquer suspeita de adversário a 200 km/h.

Mesmo assim, alguns times vão chegar voando nos confrontos do Estadual, pois o combustível da mala branca também é eficiente….

Descarga de adrenalina

Pernambucano 2011: Sport x Ypiranga. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

O pior início no Estadual desde 2004.

Três jogos, com uma vitória, um empate e uma derrota.

Quatro pontos e a colocação fora do G4.

Muito pouco. Frustrante, até.

A questão física é um desculpa nesta competição a 100km/h. Válida, diga-se.

Para a torcida do Sport, no entanto, esse discurso técnico não funciona muito bem.

Aos fanáticos torcedores, só o imediatismo de uma vitória, sempre.

Na Ilha do Retiro, nesta quinta-feira, o volante  Germano marcou logo no comecinho do difícil confronto contra o Ypiranga.

Gol para aliviar a tensão da torcida mais ansiosa de Pernambuco. E eram 18.088.

Mais calma após o 1 x 0 no placar, a massa rubro-negra talvez pare para pensar que essa fase classificatória terá 22 jogos. Falta muito ainda.

À noite, com a equipe amarrada em campo, os torcedores não lembraram disso. Vaias…

R$ 10 mil por portão

Documento da FPF sobre a perda de mandos de campo no Estadual de 2011A FPF endureceu o discurso para tentar reduzir o número de incidentes relacionados ao público neste campeonato estadual de 2011 (veja AQUI).

Até agora, já foram registrados problemas em três jogos, na Ilha do Retiro (Sport x América), no Carneirão (Vitória x Santa) e no Arruda (Santa x Ypiranga).

Abaixo, a disposição final do documento publicado no site da entidade.

Revogar o Ato nº 004/11, de 17 de janeiro de 2011 e determinar que o clube mandante e responsável que não tomar providências no sentido de coibir tumultos nas entradas e catracas seja multado em R$ 10 mil por portão onde ocorreram incidentes e tenha, automaticamente, a perda do mando de campo, sendo o próximo jogo do campeonato realizado de portões fechados sem entrada de torcedores.

Como será esta fiscalização, via delegado ou TJD? Em relação à aplicação da multa por “portão”… No Arruda e na Ilha do Retiro isso pode passar de R$ 100 mil! Já sobre a perda do mando de campo, a pena será aplicada caso o jogo seguinte seja o da TV?

Forçar um controle baseado apenas em medidas duras não é suficiente. Antes disso, era necessário reforçar a organização das partidas, em conjunto com clubes e PM.

Questionamento final: o dinheiro da multa será utilizado para a segurança nos jogos?

FPF, campeã de arrecadação

Pernambucano 2011: Central 3x3 Petrolina. Foto: Wagner Morais (Blog Toque de Bola)/divulgação

Após três rodadas, o Estadual de 2011 conseguiu ultrapassar a barreira de R$ 1 milhão em arrecadação nas bilheterias (ingressos + TCN). Resultado direto dos 149.640 torcedores que giraram as catracas, estabelecendo a boa média de 8.313 pessoas.

Em 18 jogos, a renda bruta do Pernambucano foi de R$ 1.278.153.

De toda esta receita, uma fatia de R$ 76.689 foi para a conta corrente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que tem direito a 6% de toda a renda bruta da competição. Veja um exemplo do borderô com a taxa AQUI.

Bônus sem desconto, pois outras atribuições da organização, como a remuneração do trio de arbitragem e do delegado da partida, são descontadas nas rendas dos jogos.

O que chama a atenção nesse montante destinado à FPF é que apenas 5 dos 12 clubes participantes superaram o valor com a renda líquida das partidas.

Além dos grandes do Recife, somente Vitória (R$ 96.030) e Central (R$ 80.151) passaram a cota da federação.

Considerando que a folha da FPF deve ser muito menor que a dos clubes, então a sede da Rua Dom Bosco leva “vantagem”.

É uma taxa alta, obscura? Demais…

Mas poderia ser pior. E como.

No Rio Grande do Sul, a federação gaúcha fica com 10% da renda (veja AQUI).