Caso a Copa do Mundo siga o modelo atual, com 32 países, dificilmente você verá uma edição com a presença da Samoa Americana.
Nada mais nada menos que a pior colocada no ranking da Fifa, na 204ª colocação.
Uma equipe que jamais havia vencido um jogo oficial em 26 anos de história…
Até o início da fase preliminar das Eliminatórias da Oceania para o Mundial de 2014.
A seleção de Samoa Americana, um país de apenas 70 mil habitantes, venceu Tonga por 2 x 1, nesta semana semana, com gols de Ramin Ott e Shalom Luani.
Festa no país perdido na polinésia, que conta com apenas 3.248 pessoas praticando futebol, segundo a Fifa. Abaixo, um vídeo sobre sobre o histórico resultado.
Além do baixíssimo nível técnico da partida, repare bem no estádio, na cidade de Ápia, em Samoa, uma ilha vizinha…
Campo acanhado, mas com um gramado melhor que vários estádios brasileiros…
Em tempo: Samoa Americana já estava na história do futebol, por causa da goleada de 31 x 0 sofrida para a Austrália, em 2001 (assista aqui).
A alguns quilômetros de distância do Sítio Histórico olindense, outro lampejo de criatividade pernambucana.
Enquanto não sai do chão, a Cidade da Copa ganha versões em 3D, maquetes etc.
E até arte em seu conceito mais tradicional, a pintura… Literalmente.
Acima, uma dessas versões, produzida pela Aecom, ligada ao consórcio que irá operar a arena do Mundial de futebol. Veja a imagem em uma resolução maior clicando aqui.
Abaixo, um gráfico liberado pela Odebrecht com o novo masterplan da Cidade da Copa, que só deverá ficar completamente pronta por volta de 2025.
O orçamento geral do projeto, dividido em quatro fases, é de R$ 2 bilhões.
Confira a imagem abaixo também em alta resolução aqui.
A Copa do Mundo de 2014 sempre pareceu um megaprojeto pronto para atrair todos os tipos de polêmica, de atraso até o limite da paciência até negócios mal explicados.
A Fifa, com seu histórico de problemas internos, também parecia colaborar para esse cenário turbulento no Brasil.
Assim, a 17 meses da Copa das Confederações, o governo brasileiro e a cúpula da Fifa, na figura do secretário-geral Jerôme Valcke, ainda articulam a “Lei Geral da Copa”.
Trata-se de um calhamaço de regras para o período das duas competições, com a poderosa marca construída desde 1930.
Nesta sexta, Valcke publicou um artigo no site oficial da Fifa, em português. Veja aqui.
Abaixo, um dos parágrafos.
“A realização de um evento da magnitude de uma Copa do Mundo da FIFA vai além da construção de estádios de primeiro nível. O segredo do sucesso é a infraestrutura global, caso dos transportes públicos, da capacidade dos aeroportos e das acomodações para hospedagem. Temos de garantir que todos os torcedores e torcedoras tenham a oportunidade de acompanhar sua seleção e de se divertir e não precisem passar por pesadelos logísticos durante o Mundial — e isto vale tanto para o público brasileiro quanto para o estrangeiro.”
A visibilidade do Brasil estará em jogo. Além do público presente (local eestrangeiro) e dos milhões de telespectadores, o evento contará com 18 mil profissionais da imprensa.
Ainda há tempo de organizar a Copa do Mundo em grande estilo. Ainda…
Eis o cronograma completo da Copa do Mundo de 2014. Confira mais detalhes aqui.
Abaixo, a opinião do blog sobre o anúncio da Fifa.
É impossível não enxergar o Recife abaixo de Fortaleza e Salvador na estrutura da Copa do Mundo de 2014.
As outras duas metrópoles nordestinas terão seis jogos, um a mais que Pernambuco, além de uma participação estendida até as quartas de final da competição.
Por aqui, o maior torneio de futebol do planeta chegará até as oitavas de final. Mas aí vale fazer um questionamento sobre essa disparidade…
Por mais que o torcedor pernambucano quisesse ver a Arena Pernambuco com um pouco mais de destaque na Copa do Mundo, será mesmo que o projeto local (estado e iniciativa privada) estava apto tecnicamente para ir além disso?
O estádio em São Lourenço da Mata terá capacidade para 46.154 pessoas, contra 50.223 da Fonte Nova – com possibilidade de ampliação – e 67.037 lugares do Castelão. Assim, a disputa regional parecia mais virtual que real.
Aqui, um novo estádio construído a partir do zero, ao custo de R$ 532 milhões. Em Salvador, um investimento de R$ 786 milhões, reconstruindo a Fonte a Nova.
Na capital alencarina, um estádio quase pronto. Mesmo assim, a necessidade de injetar R$ 519 milhões na modernização do maior estádio do Ceará e também da região.
Vale informar que Fonte Nova e Castelão eram estádios pertencentes aos respectivos governos do estado, com mais de 30 anos de uso, algo que o Recife jamais teve.
Por sinal, isso ainda é um entrave em relação ao futuro, uma vez que os grandes clubes baianos e cearenses devem aderir aos novos estádios, enquanto aqui apenas o Náutico sinalizou positivamente (e já está no papel, diga-se).
Sobre o custo benefício de um novo palco pernambucano, com capacidade modesta em relação aos “rivais” na disputa pelo mapa da Copa, o fato está se mostrando aceitável, ainda mais devido à grande chance de receber jogos da Copa das Confederações.
Para “antecipar” a sua participação na festa da Fifa, Pernambuco briga consigo mesmo. Basta não falhar na execução dos planos de mobilidade. Se não conseguir isso, vexame.
Essa sim é a maior missão do projeto. Em 27 de setembro, é bom recordar, o secretário estadual para a Copa, Ricardo Leitão, enumerou um ranking de quatro a sete jogos do estado nas duas competições da Fifa (2013 e 2014), indo de regular a ótimo (veja aqui).
Se receber pelo menos um jogo da Copa das Confederações, Pernambuco ficará no nível “bom”. Se forem dois jogos, chegará ao máximo desejado, sete, ou “ótimo”.
Para ser “ótimo”, basta não não ser comparado a Salvador ou, sobretudo, Fortaleza.
Portando, fica nítido que o estado alcançou o que buscou nessa emaranhada disputa, que foi iniciar de uma vez por todas uma nova centralidade urbana. Nem mais nem menos. Se isso é bom (ou suficiente), cabe a você decidir. Comente!
Demorou, mas saiu do campo virtual a estrada principal para o futuro do futebol local.
Apontado como o acesso mais importante à Arena Pernambuco, o Ramal Cidade da Copa vinha nadando nos mares da burocracia, mesmo com o estádio saindo do papel.
Mais de um ano depois do início das obras da Odebrecht em São Lourenço da Mata, o corredor que ligará Camaragibe à BR-408, passando pelo estádio, finalmente teve a ordem de serviço assinada, como preza a matriz de responsabilidades junto à Fifa.
Ao custo de R$ 132 milhões, o projeto será desenvolvido pelo consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior e Servix (saiba mais aqui).
Durante a assinatura, neste sábado, o governador do estado, Eduardo Campos, não escondeu de ninguém a confiança em emplacar Pernambuco na Copa das Confederações de 2013, levando em conta a conclusão do novo ramal, dentro de 18 meses.
Independentemente da decisão sobre o Recife no torneio-teste da Fifa, pelo menos a arena não está mais ilhada. É preciso acabar logo com o mito da distância…
O último grito de campeão havia sido em 28 de junho de 2009, quando a Seleção venceu os EUA por 3 x 2, de virada, conquistando a Copa das Confederações.
Depois, fiasco na Copa do Mundo, na Copa América, em amistosos…
Nesta quarta-feira, ainda que em uma disputa mais modesta, um lampejo de glória.
Em um duelo sem as estrelas internacionais, o Brasil venceu a Argentina por 2 x 0, diante de 43 mil pessoas no Mangueirão, em Belém.
Assim, levou o primeiro título do Superclássico das Américas.
Nada de Messi, Kaká, Tevez ou Robinho. Espaço no gramado, então, para candidatos a novos ídolos, nos dois lados, diga-se.
No primeiro gol, um pique de 85 metros, de uma área até a outra. Em 12 segundos, Lucas armou o contragolpe e ainda concluiu a jogada, com categoria.
Depois, o meia Diego Souza observou bem e cruzou para Neymar empurrar para as redes. Gol merecido para um jogador que cansou de driblar os hermanos.
Lucas e Neymar, diferenciados. Garantidos no time “principal” do Brasil, comandado por Mano Menezes, agora com um pouco de oxigênio para trabalhar.
A vitória sobre o tradicional rival foi justa, com um futebol bem superior ao apresentado no insosso empate sem gols em Córdoba, no jogo de ida da nova copa.
Agora capitão, o meia Ronaldinho Gaúcho precisou de todas as suas forças para erguer o troféu de 17,2 quilos.
Certamente, o capitão brazuca já estava com saudades desse serviço extra.
A Copa do Mundo, como modelo de excelência em infraestrutura e visibilidade, é o grande trunfo da Fifa para obter receitas regulares em números exorbitantes.
Basta dizer que nos últimos quatro anos, 87% do faturamento da entidade, de US$ 4,19 bilhões, foi através de contratos relacionados diretamente ao Mundial da África do Sul.
Em 2010, a Fifa chegou a um acordo com 18 empresas (veja aqui).
Acima, os patrocínios já garantidos para a edição de 2014. A três anos da próxima Copa do Mundo, o número já foi igualado. Lembrando que a cota ainda não está fechada…
Nos bastidores do estádio Mangueirão, em Belém, um encontro de pura rivalidade.
Mano Menezes, o contestado técnico da Seleção Brasileira, de 49 anos.
Alesandro Sabella, o treinador da Argentina, de 56 anos, mais conhecido por ter sido assistente de Daniel Passarella. Virou técnico somente há dois anos.
Entre o treino da Canarinha e a movimentação dos hermanos, na véspera, uma conversa rápida em portunhol, com um “boa sorte” mandrake para cada lado e pronto.
Agora, a decisão do primeiro Superclássico das Américas.
Em jogo, na noite desta quarta-feira, o primeiro título de Mano e Sabella no comando de duas das principais seleções do futebol mundial.
Para o brasileiro, o vice pode representar o limite da tolerância. Para o argentino, a sequência de resultados adversos desde o seu antecessor, na Copa América.
Duas escolas em crise, a três anos de uma Copa do Mundo na América do Sul.
A nova taça poderá amenizar o sufoco… De Mano Menezes ou Alejandro Sabella. E só.
Foram alguns minutos embaixo de uma tenda branca, a 50 metros do coração da obra.
Entre brasileiros e estrangeiros, 35 pessoas ligadas à Fifa, em uma inspeção oficial na Arena Pernambuco, em meio à movimentação de tratores e guindastes, levando aço e concreto para as bases do futuro estádio em São Lourenço da Mata.
Observações, questionamentos, anotações e o aguardado silêncio para a imprensa.
Até o momento, 17% da obra já foi executada. O governo do estado e a construtora Odebrecht projetam que o número chegue a 30% no fim do ano.
Mas isso foi suficiente para convencer a turma de capacete branco?
Um detalhado relatório será produzido e encaminhado para a Suíça.
Lá, em breve, a resposta.
Em caso de “sim”, a Copa das Confederações como brinde. Lembrando que o “sim” precisa ser municiado por muito lobby político, made in Brazil.