Unificados, no papel

Unificação dos títulos brasileirosA unificação dos títulos brasileiros foi anunciada em dezembro de 2010.

A história da Série A foi ampliada.

Antes, de 1971 a 2010.

Agora, a partir de 1959…

Mas só agora o documento “carimbado” foi publicado no site oficial da CBF.

São três páginas com as disposições sobre a polêmica medida (veja AQUI).

A resolução foi assinada pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira.

“Desta resolução dar-se-á ciência à Fédération Internationale de Football Association – Fifa e a Confederación Sudamericana de Fútbol – Conmebol para os devidos fins. Revogam-se as disposições em contrário.”

Os campeões da Taça Brasil (1959/1968) e do Robertão (1967/1970) vão ter algum asterisco a partir de agora ou a aceitação do público será plena? Vide 1987.

Lista de campeões

Lista de campeões brasileiros no site da CBF

Agora não tem volta.

A CBF oficializou nesta quarta-feira a unificação dos títulos brasileiros (veja AQUI).

Saiba mais sobre essa polêmica clicando AQUI.

Acima, o print screen do site da entidade, que mostra que nem o campeão brasileiro de 2010 ainda está lá… Portanto, ainda falta muita coisa.

Mudanças para Pernambuco:

1 vice-campeonato brasileiro, em 1967 (Náutico). Assista ao vídeo AQUI.

6 semifinais, em 1960, 1965, 1966 e 1968 (Náutico); em 1962 (Sport); e em 1961 (Santa Cruz).

Abaixo, os dirigentes de Santos e Palmeiras, com as réplicas do troféu da Série A para o “novos” títulos nacionais. Museus lotados.

Dirigentes de Santos e Palmeiras com novos troféus do Campeonato Brasileiro, após a unificação

Normas para 2011

Campo de VárzeaO Regulamento Geral das Competições para o futebol brasileiro em 2011 já está disponível na internet.

É um ofício com regras dos torneios oficiais, responsabilidades dos clubes e das federações, condições mínimas para os eventos etc.

Veja o documento completo, editado pela CBF, clicando AQUI.

Curiosidades:

Em relação à imprensa, o total de fotógrafos e cinegrafistas no entorno do campo é de 40 profissionais, além de outros 40 repórteres e 20 operadores de transmissão. Tem jogo por aí que não tem isso na arquibancada…

Todas as competições serão regidas pelo sistema de 3 pontos por vitória e 1 por empate. Pode parecer óbvio, mas de vez em quando ocorre “2 pontos por empate com gols” (como em Pernambuco, em 1998) ou disputa de pênaltis em caso de igualdade.

O Capítulo II (disposições técnicas) afirma, no artigo 17, que “não será permitida a instalação de arquibancadas provisórias nos estádios”. Má notícia para o Salgueiro, que pretendia montar arquibancadas tubulares.

Novo ranking da CBF, 1959-2010

Brasil

Ainda repercute a decisão da CBF de unificar os títulos da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) ao Campeonato Brasileiro.

Em vez de 40 edições, o Nacional tem agora 54 competições oficiais.

A mudança não vai ficar restrita ao número de campeões. Se a CBF mantiver o critério, o seu ranking de clubes vai passar a englobar os antigos torneios.

O blog se antecipou a isso e calculou o ranking com os “novos” campeonatos agregados. O maior trabalho, sem dúvida, foi listar a classificação final da Taça Brasil, separando as classificações a cada fase, com o critério de 2 pontos por vitória.

Veja o ranking atual da CBF e o critério de pontuação clicando AQUI.

Com um sistema curioso, sem muita diferença do campeão para os demais participantes (o campeão ganha 60, enquanto o vice ganha 59, por exemplo), o clube que mais somou pontos entre 1959 e 1970 foi…

Santos de Pelé ou Palmeiras de Ademir da Guia? Nenhum dos dois.

Foi o Grêmio, que disputou 13 das 14 edições antigas e somou 710 pontos! Por sinal, o clube gaúcho se torna, também, o time com mais participações, com 51 edições.

Como era de se esperar, o Náutico deu um salto enorme. Agora em 16º, o Timbu, vice-campeão brasileiro de 1967, reduziu a diferença em relação ao Leão de 294 para 76 pontos. Confira abaixo o provável ranking da CBF com os novos torneios!

1º) Grêmio – 2.869 pontos (710 a mais). Permaneceu na liderança
2º) Palmeiras – 2.593 pontos (581 a mais). Ganhou 5 posições
3º) Cruzeiro – 2.509 pontos (559 a mais). Ganhou 6 posições
4º) Atlético-MG – 2.475 pontos (443 a mais). Ganhou 2 posições
5º) Santos – 2.466 pontos (637 a mais). Ganhou 5 posições
6º) Vasco – 2.397 pontos (311 a mais). Perdeu 3 colocações
7º) Corinthians – 2.361 pontos (224 a mais). Perdeu 5 colocações
8º) Flamengo – 2.341 pontos (255 a mais). Perdeu 5 colocações
9º) Internacional – 2.283 pontos (287 a mais). Perdeu 1 colocação
10º) São Paulo – 2.246 pontos (197 a mais). Perdeu 5 colocações
11º) Botafogo – 2.106 pontos (434 a mais). Ganhou 1 posição
12º) Fluminense – 2.047 pontos (324 a mais). Perdeu 1 colocação
13º) Bahia – 1.844 pontos (486 a mais). Ganhou 6 posições
14º) Sport – 1.670 pontos (169 a mais). Ganhou 2 posições
15º) Coritiba – 1.668 pontos (153 a mais). No mesmo lugar
16º) Náutico – 1.594 pontos (387 a mais). Ganhou 5 posições
17º) Goiás – 1.570 pontos (47 a mais). Perdeu 4 colocações
18º) Portuguesa – 1.554 pontos (149 a mais). Perdeu 1 colocação
19º) Atlético-PR – 1.530 pontos (151 a mais). Perdeu 1 colocação
20º) Guarani – 1.516 pontos (nenhuma bonificação). Perdeu 6 colocações
21º) Vitória – 1.462 pontos (107 a mais). Perdeu 1 colocação
22º) Santa Cruz – 1.293 pontos (153 a mais).  No mesmo lugar
23º) Ceará – 1.269 pontos (214 a mais). Ganhou 1 posição
24º) Ponte Preta – 1.092 pontos (45 a mais). Ganhou 1 posição
25º) Paraná Clube – 1.080 pontos (nenhuma bonificação). Perdeu 2 colocações
26º) Fortaleza – 1.002 pontos (278 a mais). Ganhou 3 posições
27º) Remo – 961 pontos (106 a mais). No mesmo lugar

Proposta à Conmebol

Leia com atenção, pois confesso que não é o sistema mais simples…

Prólogo: a CBF conseguiu reverter a decisão da Conmebol sobre a sexta vaga do Brasil na Taça Libertadores da América de 2011.

Tudo começou quando a entidade continental tirou a vaga extra para o país do atual campeão da competição (no caso, o Internacional), para repassá-la ao campeão da Copa Sul-americana deste ano, em decisão inédita.

ConmebolMas onde fica o mérito do país com clubes que conquistam resultados expressivos na América do Sul?

O G4 do Campeonato Brasileiro, que havia virado G3, voltou a ser G4. Mas poderá se transformar novamente em G3.

Isso porque caso um time brasileiro conquiste a Copa Sul-americana, essa vaga irá suplantar automaticamente a classificação do 4º colocado da vigente Série A.

Confuso, não? Demais…

Para completar, a 38ª rodada do Brasileirão será realizada em 5 de dezembro. A finalíssima da Copa Sul-americana só vai acontecer três dias depois, privando uma possível comemoração da vaga ao 4º lugar do Brasileiro.

Qual é a explicação de todo esse emaranhado?

A Conmebol não quer que um país possa ter sete representantes numa Libertadores. No caso, apenas Brasil e Argentina, com 5 vagas, poderiam alcançar a marca, casos os seus clubes faturem as duas principais competições do continente no mesmo ano.

Provavelmente, não vai adiantar muita coisa, mas vou dar uma “ideia” para a Conmebol, contemplando os dois lados da queda de braço.

A Conmebol não quer um país com seis vagas na Libertadores? Ok.

Porém, essa decisão se refere à fase de grupos, que conta com oito chaves de quatro equipes. Antes, 12 times disputam a primeira fase, também conhecida como Pré-Libertadores, em jogos de ida e volta. Está aí a grande chance de um acordo justo.

Proposta: se Brasil ou Argentina conseguirem sete vagas no campo, em vez de dois times na Pré-Libertadores, o país teria três times na fase inicial. E dois desses times se enfrentariam já no mata-mata. Assim, a confederação nacional (CBF ou AFA) teria, no máximo, seis clubes na fase principal.

Confuso? Bastante. Mas me parece mais prático do que esperar três dias para comemorar uma vaga ou, pior, lamentar uma “eliminação”…

A prioridade da CBF

Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira, com novo painel de patrocinadores. Foto: CBF/divulgação

A Confederação Brasileira de Futebol fica mais rica a cada dia. Fato.

Só não precisava escancarar tanto…

Abaixo, o título de uma notícia no site oficial da entidade nesta quarta-feira:

Renovação de cenários de entrevistas e modernização do site são as prioridades.

Veja a reportagem completa AQUI.

Trata-se de uma renovação no “painel” oficial, colocado atrás dos entrevistados, com os principais patrocinadores (são nove), além de um cenário para entrevistas…

Tudo em busca de aumentar cada vez mais a visibilidade da Seleção no planeta.

Mais uma frase do portal da CBF. E por aí segue o ritmo de mudanças na área de marketing da Canarinha. Futebol? Deixa com o Mano.

Cada amistoso da Seleção rende 2 milhões de dólares ao cofre da CBF, ou R$ 3,36 milhões. O nível dos adversários geralmente não é proporcional ao investimento.

Nesta quinta-feira tem jogo: Brasil x Irã.

Onde? Nos Emirados Árabes. Não queira uma explicação lógica além da financeira…

Olho na Ilha, Mano

Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira. Foto: CBF/divulgação

Mano Menezes.

Desde que o técnico gaúcho assumiu o comando da Seleção Brasileira, uma notícia bastante corriqueira é a sua quase onipresença em estádios brasileiros.

Mano acompanha com afinco aos times locais. Os astros e as promessas.

Já passou pelo Morumbi, Maracanã, Pacaembu, Engenhão, entre outros.

Esse “trabalho” não fica restrito ao treinador do Brasil.

Existe uma linha paralela para cobrir ainda mais partidas, com as presenças do assistente-técnico Sidnei Lobo e do analista de desempenho Rafael Vieira.

Em todas essas partidas, porém, existe algo em comum.

Foram jogos válidos pela Série A. Exclusivamente na elite.

Portanto, Mano… Por que não inovar ainda mais? Seria uma atitude condizente com a postura moderna de um técnico que já domina a rede do Twitter (veja AQUI).

Assista in loco a um confronto da Série B do Campeonato Basileiro.

Quer uma dica?

Sport x Bahia, sábado, 15h50, na Ilha do Retiro.

Os únicos clubes com títulos nacionais do Nordeste. Confronto direto focando uma vaga no G4 da competição. Jogo com as duas maiores torcidas da região.

Expectativa acima de 30 mil torcedores. Experiência e renovação nas duas camisas no gramado. Caso você não possa viajar ao Recife, encaminhe seus auxiliares.

Ou, então, veja na talevisão mesmo. Só não ignore o maior Clássico do Nordeste…

Importando talento

Série A-2010: Grêmio 2 x 2 Flamengo. Petkovic empata o jogo no Olímpico. Foto: Flamengo/divulgação

De acordo com o site da CBF, existem 57 estrangeiros em atividade nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Abaixo, a lista agregada, que tem 15 países (veja AQUI).

13 – Argentina
9 – Colômbia
8 – Uruguai
7 – Paraguai
5 – Equador e Chile
2 – Angola
1 – Bolívia, Camarões, Congo, Nigéria, Portugal, Sérvia, África do Sul e Estados Unidos

A única divisão sem representantes de fora do Brasil é a Série D.

A mão de obra estrangeira é apontada como mais barata no futebol do Brasil. Os melhores salários no Uruguai, semifinalista do Mundial, não passam de R$ 34 mil.

Além do valor,  é posível encontrar jogadores de qualidade nos países vizinhos.

A Argentina, por exemplo, é uma fonte inesgotável de talento, como os meias argentinos Montillo (Cruzeiro), Conca (Fluminense) e D’Alessandro (Internacional).

Porém, outros países também geram bons atletas. Somados, os representantes de Colômbia, Uruguai e Paraguai correspondem a 42% dos gringos em gramados brasileiros.

Agora, uma constatação:

Nenhum jogador estrangeiro atua no futebol pernambucano…

Alguns até apareceram por aqui. Mas praticamente na base do DVD.

Vale a nomenclatura

Comunicado da CBF sobre a decisão da Conmebol na Libertadores

A mudança na distribuição de vagas na Taça Libertadores da América, “penalizando” o país do atual campeão, levantou uma polêmica grande no Brasil. É justo?

O post abaixo se propõe a mostrar alguns dados que apontam, na minha opinião, que a decisão não foi justa. Confira a nova distribuição das 38 vagas na Libertadores.

5 vagas – Brasil e Argentina.

3 vagas – Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e México.

1 vaga – Copa Sul-americana.

Brasileiros e argentinos têm duas vagas a mais que os demais, ok.

Mas, comparando de forma mais crua, esse número de clubes é irrisório.

Em termos econômicos, o futebol brasileiro está muito acima dos outros 10 países (incluindo o México). Contratos de patrocínio ultrapassam a marca de R$ 30 milhões por ano a alguns times e acordos com a TV superam R$ 1,4 bilhão por três anos.

Tamanha pujança – considerando a América do Sul – é pontuada pelo aquecido produto interno bruto (PIB) do país, de aproximadamente 2 trilhões de dólares.

A nossa população já passa dos 192 milhões de habitantes. A população do Uruguai, por exemplo, é de 3,4 milhões. Número inferior ao Grande Recife.

Mas é possível argumentar que a seleção uruguaia chegou à semifinal da Copa do Mundo de 2010. De fato, a Celeste ficou em 4º lugar após 40 anos. Um lampejo.

Os clubes uruguaios, porém, pararam no tempo. O último título da Libertadores foi em 1988. Depois, o pentacampeão Peñarol chegou a ser eliminado na Pré-Libertadores.

O maiores salários em Montevidéu não passam dos 20 mil dólares (R$ 34 mil). Um patamar bem abaixo do padrão verde e amarelo. Mesmo o futebol da Série B, diga-se. É bom lembrar que o Sport paga R$ 100 mil mensais a Marcelinho Paraíba.

E o que dizer de Ronaldo, que ganha mais de R$ 1 milhão? Ronaldo. Só essa palavra já deixa claro a diferença em cifras. Essa comparação Brasil/Uruguai foi apenas um exemplo do abismo econômico – e futebolístico – que existe além das fronteiras do país.

Mesmo com um sistema forte, os principais clubes do Brasil gastam forturnas para chegar à Libertadores, tentando uma das quatro vagas na Série A ou na Copa do Brasil.

O esforço vale o status continental, mesmo que alguns adversários apresentem níveis baixíssimos, tanto em técnica quanto em estrutura. E até com um receita menor.

Eventualmente, os brasileiros, favoritos, conquistam a Libertadores.

Como prêmio, a vaga no Mundial de Clubes. Ao país, uma vaga extra na edição seguinte. Mas a Conmebol acabou com o “benefício” (veja AQUI).

A partir de agora, o país do campeão da Libertadores terá que abrir mão da última vaga. No nosso caso, o título do Internacional “tirou” a vaga do 4º lugar do Brasileirão.

Acredite, esse será o preço da vitória.

Ricardo Teixeira promete reagir, como já publicou a CBF (veja AQUI).

A CBF, que articulou até a Copa do Mundo de 2014, precisa reverter logo isso.

A briga vale uma nomenclatura já popular na Série A: G4. A mudança para “G3” vai implicar em perdas consideráveis no principal produto do nosso futebol. Reduzir o entusiasmo pela classificação continental limita ainda mais a disputa no Brasileirão.

Tudo por causa do sucesso local na Libertadores. Paradoxal e injusto.

Ainda um gigante

Projeto do estádio do Maracanã para 2014. Imagem: Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro.

Um ícone em 2014.

Com o peso de uma reforma orçada em incríveis R$ 705 milhões.

Mas, ao que parece, o sessentão Maracanã ficará espetacular após a conclusão da obra, prevista para dezembro de 2012.

Finalmente foi divulgada a versão final do palco da final da próxima Copa do Mundo.

A imagem acima foi divulgada nesta segunda-feira pela Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop), responsável pelo projeto. Veja mais imagens AQUI.

O modelo em 3D do estádio carioca contrasta bastante com a modelagem que vinha sendo divulgada na imprensa até então (confira AQUI).

Com o projeto dos dois anéis praticamente ligados, eu acabei lembrando do Stadio Olimpico de Roma, que tem um grande lance de arquibancada (veja AQUI).

Além da estrutura, o Maracanã – já fechado para obras – terá uma visão mais sóbria, sem cadeiras verdes, amarelas, azuis e brancas. Agora, todas terão a cor cinza.

A capacidade será reduzida de 86 mil para 76 mil assentos. Conforto.

Porém, é curioso lembrar que o velho Maraca recebeu 200 mil torcedores na final da primeira Copa do Mundo no país, em 1950… Era, não se pode negar, o Padrão Fifa!