Leve economia na Copa do Mundo mais cara da história

TCU sobre investimentos nas 12 cidades da Copa 2014

Com um orçamento estipulado em R$ 64 bilhões, entre investimentos públicos e privados, a Copa do Mundo de 2014 vem sendo um festival de gastos. Com a necessidade de pressa nas obras públicas, licitações são feitas a toque de caixa, fora o regime de urgência, onerando a despesa do Mundial, como temia muita gente.

Ainda assim, existem órgãos reguladores. Criado em 1890, o Tribunal de Contas da União vem acompanhando a utilização de todos os recursos estatais. Em seu novo relatório, o TCU aponta uma economia de R$ 600 milhões devido às ações de fiscalização.

Entre estádios, mobilidade urbana, aeroportos, portos e teleconomicações, um montante de R$ 27 bilhões, recurso avaliado pelo TCU.

Segundo o TCU, o Recife é a terceira cidade que irá gastar menos na preparação visando o Mundial, com R$ 1,413 bilhão, sendo 1/3 com a arena. Maior cidade do país, São Paulo terá uma despesa de R$ 6,193 bilhões.

Abaixo,a íntegra do documento, produzido em 83 páginas. Trata-se de um resumo dos ralatórios de acompanhamento das doze subsedes do próximo Mundial de futebol.

Se mesmo com a presença do TCU a situação está complicada, imagine sem. A Copa de 2014 tem um orçamento superior aos Mundiais de 2002, 2006 e 2010. Somados…

A difícil missão dos estudantes na Copa do Mundo desde 1950

Carteira de estudante 2012

Não é de hoje que a Fifa impõe barreiras sobre ingressos destinados a estudantes, uma categoria com preços mais baixos. Na primeira Copa do Mundo realizada no Brasil, em 1950, o cenário foi complicado, mesmo panorama que se projeta para 2014.

Ao todo, 1.045.246 tíquetes foram vendidos nas 22 partidas. Deste total, apenas 5.617 para estudantes, o que corresponde ao irrisório percentual de 0,5%.

Para se ter uma ideia, a decisão entre brasileiros e uruguaios, no Maracanã, teve no borderô oficial 173.850 pagantes. Apenas 730 estudantes! Era o número padrão.

Vale lembrar que sequer havia a lei da meia-entrada na época.

Contrariando a Fifa, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei Geral da Copa dando aos estados a opção de negociar o formato de venda de ingressos para estudantes.

Pode até ter confrontado a Fifa, mas ainda não deu uma solução ao caso…

Pelo menos fica evidente que faz tempo que a entidade que comanda o futebol está pouco ligando para isso. O que importa é renda na bilheteria, sem meia entrada.

Confira o relatório oficial da Copa do Mundo de 1950 clicando aqui.

Em 1950, no único jogo no Recife, a Ilha do Retiro recebeu 8.501 torcedores, segundo o borderô oficial. Nenhum ingresso de estudante foi comercializado…

Copa do Mundo 1950: Chile 5 x 2 Estados Unidos. Foto: Fifa/divulgação

A estreia dos stewards no futebol pernambucano

Steward da Fifa. Foto: Ministério do Esporte

Desde o anúncio do amistoso do escrete brasileiro no Arruda, a partida contra a China foi divulgada como o “primeiro jogo em Pernambuco com o Padrão Fifa”.

Ou, no mínimo, algo próximo a isso em termos de organização. Uma das novidades em relação aos jogos realizados no estado será a presença dos “stewards”.

São profissionais que atuam na segurança interna dos estádios, desarmados. Na Copa do Mundo de 2014, as polícias civil e militar farão a fiscalização fora das doze arenas.

Dentro, cerca de 50 mil stewards terão que dar conta da demanda nos 64 jogos do Mundial, com o devido acompanhamento da polícia federal na capacitação.

O investimento para regular e controlar esse serviço será de R$ 9,8 milhões.

Pois bem. No Arruda, em 10 de setembro de 2012, os stewards entrarão em ação pela primeira vez em Pernambuco. Será a terceira experiência deste tipo no país.

Eles irão trabalhar ao lado dos policiais militares. Descrição da Fifa:

“Os stewards agem como organizadores dentro dos estádios, fazendo com que o local seja um ambiente familiar, onde o torcedor passa a ser tratado como um cliente.”

Nada de cassetetes, spray de pimenta, truculência…

Um trabalho que contará, claro, com o bom comportamento do público. A Arena Pernambuco, pós-Mundial, deverá contar com este tipo de segurança.

Tradução literal para a palavra inglesa “steward”: mordomo.

Dia do Fair Play e o campo sem jogo limpo

Fifa Fair Play

Oficialmente, o Dia do Fair Play foi instituído pela Fifa em 3 de setembro de 1997.

A prática pelo jogo limpo já vinha sendo adotada desde 1988.

Há 15 anos, no entanto, todas as competições oficiais organizadas pela entidade que comanda o futebol passaram a ter um prêmio especial para equipe mais disciplina.

No respeito aos adversários, no comportamento dos torcedores.

Uma tentativa válida para tentar reduzir a prática antidesportiva. Para celebrar o 15º aniversário da data, a Fifa listou quinze episódios (veja aqui).

No futebol brasileiro, contudo, esse espírito pouco se aplica…

Fora o aperto de mão antes de começar as partidas, o que se vê por aqui em todas as divisões é um festival de artimanhas.

Simulações, cai-cai, agressões verbais e físicas, falta de educação etc.

Um contexto irritante que transforma as partidas no Brasil em duelos com pouco tempo de bola rolando, com altíssimo índice de faltas e inúmeros cartões.

Ainda assim, a bandeirinha do Fair Play está sempre ali na beira do campo, tremulando.

Qual foi o maior ato de fair play que o seu time já fez?

E também o ato mais contraditório à norma que você já presenciou…

Fifa Fair Play

O mascote da Copa do Mundo 2014

Mascote da Copa do Mundo 2014

Em 12 março deste ano, a revista Veja revelou em sua edição que o Tatu-Bola, ou tolypeuctes tricinctus, havia sido escolhido como o mascote da Copa do Mundo 2014.

Na ocasião, a Fifa negou a informação…

A entidade chegou a emitir uma nota em seu site oficial dizendo que a escolha seria ainda neste ano, mas que o mascote ainda estava em desenvolvimento.

Agora, em 1º de setembro, a mesma publicação traz um novo dado.

Nada menos que o próprio mascote, com a versão final do desenho (veja aqui).

O tatu-bola, cuja ideia foi encampada pela ONG cearense “Associação Caatinga”, ainda não teria nome, de acordo com a coluna Radar, da Veja.

O substituto do sul-africano Zakumi terá o nome decidido em uma eleição na internet, da mesma forma como vem ocorrendo com a bola oficial para o Mundial do Brasil.

Ainda que a Fifa siga sem ratificar a informação, o que você achou do mascote? Desde já, qual poderia ser o nome desse possível tatu-bola?

Abaixo, todos os mascotes da Copa. Começou em 1966.

Pela ordem: Willie (Inglaterra 66), Juanito (México 70), Tip e Tap (Alemanha 74), Gauchito (Argentina 78), Naranjito (Espanha 82) e Pique (México 86); Ciao (Itália 90), Striker (EUA 94), Footix (França 98), Ato, Kaz e Nik (Coreia do Sul e Japão 2002), Goleo (Alemanha 2006) e Zakumi (África do Sul 2010).

Qual foi o mascote mais bacana produzido até hoje?

Atualização no dia 11 de setembro: a Fifa registrou oficialmente o Tatu-Bola.

Mascotes oficiais da Copa do Mundo da Fifa: Willie (Inglaterra), Juanito (México), Tip e Tap (Alemanha), Gauchito (Argentina), Naranjito (Espanha) e Pique (México); Ciao (Itália), Striker (EUA), Footix (França), Ato, Kaz e Nik (Coreia do Sul e Japão), Goleo (Alemanha) e Zakumi (África do Sul).

Voluntários para os torneios da Fifa no Brasil

Voluntários da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Foto: Fifa/divulgação

Em eventos esportivos do porte da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, a presença de voluntários é algo vital na execução da agenda. Trata-se de um efetivo considerável. No último Mundial de Futebol, por exemplo, foram 18 mil recrutados.

A expectativa na África do Sul era contar com 15 mil nomes. Com quase 70 mil pessoas inscritas, a Fifa acabou aumentando para 18 mil. Além a maioria sul-africana, representantes de outros 169 países enviaram currículos online, incluindo 489 brasileiros.

Vale destacar a condição absoluta da não remuneração desta ocupação. No Brasil, a Fifa enfim abriu a inscrição para a Copa 2014, somente através do seu site oficial.

São esperados 18 mil voluntários, mas o dado poderá chegar a 20 mil, o que seria um recorde. A entididade acredita que a soma de interesse dos brasileiros (sobretudo estudantes) atrelada aos estrangeiros (turistas) poderá gerar mais de 80 mil inscrições.

É uma economia considerável para os organizadores, entre Fifa e governo federal. Supondo que o gasto por voluntário fosse um salário mínimo, de R$ 622, a despesa no país poderia chegar a R$ 12,4 milhões, apenas com a Copa do Mundo.

As áreas de atuação disponíveis incluem transporte, mídia, segurança, protocolo, atendimento a turistas, departamento médico e serviço de idiomas, entre outros. O voluntário precisa ter idade mínima de 18 anos e disponibilidade de 20 dias corridos.

Para a Fifa, o novo programa tem a seguinte descrição:

“Em 2014, o programa de voluntários será mais uma oportunidade para os brasileiros participarem diretamente do evento e mostrarem ao mundo a sua personalidade alegre e receptiva. Candidatos de outros países também são bem-vindos, e a participação deles irá garantir a integração e o intercâmbio cultural entre os próprios voluntários e o público da Copa do Mundo 2014.”

Qual é a sua opinião sobre o trabalho voluntário na Copa do Mundo?

Alemanha
Copa das Confederações 2005 (5 sedes) – 2 mil voluntários, média de 400
Copa do Mundo 2006 (12 sedes) – 15 mil voluntários, média de 1.250
Inscrições: 48.167 pessoas

África do Sul
Copa das Confederações 2009 (4 sedes) – 4 mil voluntários, média de 1.000
Copa do Mundo 2010 (10 sedes) – 18 mil voluntários, média de 1.800
Inscrições: 67.999 pessoas

Brasil (expectativa)
Copa das Confederações 2013 (6 sedes) – 8 mil voluntários, média de 1.330
Copa do Mundo 2014 (12 sedes) – 18/20 mil voluntários, média de 1.500/1.660
Inscrições: 80 mil pessoas

Voluntários da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Foto: Fifa/divulgação

1) Brazuca, 2) Bossa Nova, 3) Carnavalesca

Eleição do nome da bola oficial de 2014

Se depender da enquete “boca de urna” realizada pelo blog, a opção Brazuca deve vencer facilmente a eleição para o nome da bola oficial da Copa do Mundo de 2014.

Das três opções divulgadas pela Adidas, que irá produzir a pelota, a Brazuca teve 77% dos 1.150 votos da enquete, deixando Bossa Nova e Carnavalesca bem para trás. Somados, os outros dois nomes tiveram apenas 23% da preferência do público.

Brazuca – 77%, 881 votos
Bossa Nova – 13%, 146 votos
Carnavalesca – 10%, 123 votos

A eleição segue até o dia 2 de setembro no site oficial da Adidas (veja aqui).

Bolas da Copa na parceria Fifa/Adidas: Telstar (1970), Telstar Durlast (1974), Tango (1978), Tango España (1982), Azteca (1986), Etrusco Unico (1990), Questra (1994), Tricolore (1998), Fevernova (2002), Teamgeist (2006) e Jabulani (2010).

Bolas da Copa do Mundo de 1970 a 2014 (ainda em desenvolvimento), da Adidas

Formigueiro de jornalistas no Mundial

Workshop da Fifa no Recife. Foto: Alexandre Barbosa/Diario de Pernambuco

Na África do Sul, cerca de 14 mil profissionais da imprensa trabalharam na Copa do Mundo de 2010, entre sul-africanos e estrangeiros.

Nessa gama, repórteres, fotógrafos, narradores, comentaristas, técnicos, cinegrafistas, operadores e outras funções atreladas à transmissão do evento.

Para o Brasil, em 2014, a Fifa já estipulou a capacidade máxima de profissionais em cada uma das 64 partidas agendadas para o país. Confira a estrutura das arenas aqui.

Existem três grandes setores do cobertura projetados para as doze arenas da Copa.

Na “tribuna de imprensa”, como é chamado a área com cadeiras e mesas exclusivas em um espaço reservado na arquibancada, eis a quantidade de jornalistas por jogo.

300 lugares – 1ª fase
400 lugares – oitavas e quartas de final
800 lugares – semifinal
1.000 lugares – jogo de abertura e a decisão

Há também um número limite para as entrevistas coletivas nas salas de conferência das arenas, que contarão apenas com os técnicos de cada seleção e o “man of the match”, o craque da partida, que receberá uma premiação especial (veja aqui).

150 lugares e 15 televisões – 1ª fase, oitavas e quartas de final
200 lugares e 20 televisões – semifinal, jogo de abertura e a decisão

Outro ponto bem restrito nas partidas do Mundial é a a produção de conteúdo fotográfico, com a divisão entre agências internacionais e jornais brasileiros.

De 150 a 250 posições no campo, variando no gramado e na própria arquibancada.

Nada de vídeos compartilhados na Copa do Mundo

Youtube

Com o avanço tecnológico, fomentando uma convergência de mídias em um único aparelho na mão de qualquer pessoa, a captação de imagens em alta definição e a instantânea divulgação em sites de compartilhamento se tornou algo bastante comum.

Vídeos de shows, denúncias com o papel de cidadão atento e, em grande escala, jogos de futebol, com a festa da torcida e lances decisivos. São incontáveis possibilidades.

Mas não em uma Copa do Mundo. Não em 2014, no Brasil. No workshop realizado no Recife para detalhar o formato de credenciamento da imprensa no evento, a Fifa enumerou todos os setores, como imprensa escrita, rádio, internet e televisão.

Tirando as emissoras com os direitos de transmissão, não haverá qualquer brecha para vídeos produzidos dentro dos doze estádios. Incluindo iPhones, câmeras digitais etc. O ato de controle sobre a “imagem interna” se estende a jornalistas e torcedores.

Haverá até mesmo a advertência registrada no ingresso. Um exemplo da proibição pode ser a comparação com o trabalho realizado pelo blog na Copa América de 2011, na Argentina, com a produção de vídeos para a web dentro dos estádios (veja aqui).

Num universo de pelo menos 40 mil pessoas por jogo no Mundial, alguns torcedores poderão conseguir gravar algo, furando a fiscalização. Contudo, já há uma estrutura armada para bloquear a exibição digital desses arquivos, curtos ou não, em HD ou não, em uma parceria com o Youtube. Outras plataformas da web também foram notificadas.

Em 2010, na edição na África do Sul, cerca de 30 mil vídeos foram produzidos e hospedados no canal gratuito. Todos acabaram retirados do ar, por ordem da Fifa. Portanto, o bilhete só vai dar direito a assistir ao jogo. Com os próprios olhos….

Nostalgia da Seleção Brasileira sem a camisa verde e amarela

Camisa verde e amarela à parte, a Seleção Brasileira de futebol já atuou com outros dois uniformes tradicionais. Branco e azul. Ambos foram homenageados, 90 e 54 anos depois, respectivamente. Porém, não foram comercializados.

1914 – Brasil 2 x 0 Exeter City, nas Laranjeiras, no Rio de Janeiro

Com atletas amadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, a primeira Seleção Brasileira entrou em campo em 1914. O padrão, feito de algodão, era branco, com alguns detalhes azuis nas mangas. Não havia sequer o distintivo, que só surgiria em 1917. A equipe recém-formada teve como adversário um time da terceira divisão inglesa, já profissional. Osvaldo Gomes (Fluminense) marcou o primeiro gol da Canarinha. Por sinal, a Seleção ainda não tinha esse apelido. Osman (América) fechou o placar histórico.

Amistoso 1914: Brasil 2x0 Exeter City (Inglaterra)

2004 – Brasil 0 x 0 França, no Stade de France, em Saint-Denis, na França

Era o centenário da Fifa. Para a data festiva, a entidade reuniu então os dois últimos campeões do mundo, Brasil (2002) e França (1998). O palco foi o mesmo da decisão entre ambos, seis anos antes. As duas seleções jogaram o primeiro tempo com os uniformes inspirados nos modelos do início do século XX. Curiosamente, a camisa feita pela Nike e vestida pelos Ronaldos contou com o escudo da CBD, ausente no original.

Amistoso 2004: França 0 x 0 Brasil

1958 – Brasil 5 x 2 Suécia, no Rasunda, em Estocolmo, na Suécia

A camisa verde e amarela foi incorporada em 1954 pela CBD, precursora da CBF, após o trágico vice em 1950. Em sua segunda decisão mundial, encarou a Suécia, também com a camisa amarela. Assim, precisou confeccionar um novo uniforme lá mesmo na Europa. O azul vem do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Na correria, a direção da confederação improvisou o bordado. Valeu o primeiro título.

Copa do Mundo 1958, final: Brasil 5x2 Suécia

2012 – Brasil 3 x 0 Suécia, no Rasunda, em Estocolmo, na Suécia

Na despedida do tradicional estádio sueco, a federação local convidou o Brasil para um amistoso relembrando o duelo mais famoso da arena, 54 anos antes. Com direito à presença de ex-jogadores, incluindo Pelé. Como homenagem ao pernambucano Vavá, autor de dois gols na finalíssima da Copa do Mundo, parte do material do museu do Rasunda foi doado à Arena Pernambuco. Inicialmente, os jogadores deveriam ter atuado 45 minutos do amistoso com a camisa retrô produzida pela Nike. Os comandados de Mano acharam a peça pesada e pediram para atuar com o padrão normal…

Amistoso 2012: Suécia 0x3 Brasil. Foto: Rafael Ribeiro/CBF