O ranking nacional de federações em 2017, com Pernambuco em 7º lugar

O ranking da CBF em relação às federações estaduais em 2017. Crédito: CBF

Pelo terceiro ano seguido, Pernambuco se mantém em 7º lugar no Ranking da CBF, somando os pontos de todos os dez representantes locais nos torneios nacionais das últimos cinco anos, o critério adotado pela entidade. No âmbito nordestino, o estado é o líder desde a criação da lista, há seis temporadas, seguido por Bahia e Ceará, sempre nesta ordem. Já para evoluir no cenário geral será preciso um esforço coletivo enorme. Hoje, são oito mil pontos em relação ao Paraná, que em 2017 terá dois clubes no Brasileirão, com o futebol local tendo apenas um representante na elite e três na terceira divisão. Com este contexto, torna-se irreal a possibilidade de ultrapassagem – dependeria de uma grande campanha na Copa do Brasil. Vale, mais, a defesa da posição.

Pernambuco no ranking nacional:
2012 – 8º (22.765)
2013 – 8º (21.642, -1.123)
2014 – 8º (21.520, -122)
2015 – 7º (22.624, +1.104)
2016 – 7º (23.489, +865)
2017 – 7º (23.896, +407)

Percentual dos clubes na pontuação do estado em 2017
Sport – 8.770 (36,70%)
Santa Cruz – 6.210 (25,98%)
Náutico – 4.532 (18,96%)
Salgueiro – 2.333 (9,76%)
Central – 815 (3,41%)
América – 459 (1,92%)
Serra Talhada – 357 (1,49%)
Atlético – 255 (1,06%)
Porto – 114 (0,47%)
Ypiranga – 51 (0,21%)

Vale lembrar que a colocação da federação estadual, na lista organizada pela confederação brasileira, influencia diretamente no número de vagas de cada uma tanto na Copa do Brasil quanto na Copa do Nordeste (abaixo). Hoje, Pernambuco tem direito a três participantes nas duas competições.

Copa do Brasil (via campeonatos estaduais e copas estaduais*)
5 vagas – 1º e 2º (SP e RJ)
4 vagas – do 3º ao 5º (MG, RS e SC)
3 vagas – do 6º ao 14º (PR, PE, GO, BA, CE, PA, AL, RN e MT)
2 vagas – do 15º ao 22º (MA, PB, SE, PI, DF, AC, AM e MS) 
1 vaga – do 23º ao 27º (TO, ES, RO, AP e RR)
* Além dos brasileiros na Libertadores e dos 10 melhores do ranking de clubes

Copa do Nordeste (via campeonatos estaduais e ranking de clubes)
3 vagas* – 1º e 2º (PE e BA)
2 vagas** – do 3º o 9º (CE, AL, RN, MA, PB, SE e PI)
* Campeão estadual + duas vagas via ranking
** Campeão estadual + uma vaga via ranking

Ranking da CBF em 2017 com Sport (15º), Santa Cruz (25º) e Náutico (32º)

O ranking da CBF em 2017. Crédito: CBF/reprodução

CBF atualizou o ranking oficial de clubes após a realização de todas as competições nacionais em 2017, com a liderança sendo dividida de forma inédita. Palmeiras e Cruzeiro têm rigorosamente a mesma pontuação. Enquanto a raposa mineira volta ao topo após três anos, o verdão chega lá pela primeira vez, considerando os seis anos do modelo atual. Curiosamente, o alviverde paulista conquistou o título brasileiro no ano passado e ficou em segundo na lista, enquanto nesta temporada chegou ao topo sendo vice. Já o grande campeão brasileiro, o Corinthians, figura apenas em 6º lugar.

Líderes do ranking
2012 – 16.208 pontos (Fluminense)
2013 – 15.286 pontos (Grêmio)
2014 – 15.328 pontos (Cruzeiro)
2015 – 14.664 pontos (Corinthians)
2016 – 15.038 pontos (Grêmio)
2017 – 15.288 pontos (Palmeiras e Cruzeiro)

Lembrando que, para esta tabulação oficial, a entidade que comanda o futebol do país adiciona pontos apenas em seus torneios, com as Séries A, B, C e D e a Copa do Brasil. Nada estaduais ou torneios internacionais. Se leva em conta o desempenho (classificação final) nos últimos cinco anos, com pesos diferentes, dando vantagem aos anos mais recentes (veja o sistema aqui).

Com a 15ª colocação obtida no último instante da Série A, o Sport subiu ao 15º lugar do ranking, a sua melhor posição. Com 751 pontos a mais, manteve-se pelo seguindo ano seguido na ponta do Nordeste. Por sinal, na próxima atualização o rubro-negro terá, pela primeira vez, a projeção de pontuação apenas na elite, através das cinco participações seguidas, recorde na região. Apesar do descenso à terceira divisão, o Santa Cruz também melhorou a colocação, agora em 25º, com 480 pontos adicionados em relação à edição passada. É o 4º time nordestino. Para isso, contou com a participação nas oitavas de final da Copa do Brasil – o clube já estreou nesta fase devido ao título da Lampions de 2016. Já o Náutico, também rebaixado, despencou. Foram descontados 869 pontos, com o timbu saindo do Top 30 pela primeira vez. Figura numa modesta 32ª posição nacional, ou 7º na região.

Outros sete clubes pernambucanos estão presentes: Salgueiro (51º, 2.333 pts), Central (83º, 815 pts), América (128º, 459 pts), Serra Talhada (140º, 357 pts), Atlético (157º, 255), Porto (184º, 114 pts) e Ypiranga (201º, 51 pts). Ao todo, 220 clubes estão listados pelo departamento de competições da CBF.

Rankings anteriores: 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.

Sport
2012 – 19º (8.284)
2013 – 24º (6.740, -1.544)
2014 – 20º (6.970, +230)
2015 – 19º (7.928, +958)
2016 – 17º (8.019, +91)
2017 – 15º (8.770, +751)

Santa Cruz
2012 – 48º (2.704)
2013 – 45º (3.091, +387)
2014 – 36º (3.930, +839)
2015 – 35º (4.310, +380)
2016 – 26º (5.730, +1.420)
2017 – 25º (6.210, +480)

Náutico
2012 – 22º (8.036)
2013 – 21º (7.557, -479)
2014 – 26º (6.470, -1.087)
2015 – 25º (6.139, -331)
2016 – 29º (5.401, -738)
2017 – 32º (4.532, -869)

Abaixo, o gráfico com a evolução das colocações dos sete maiores clubes nordestinos, sendo 3 do Recife, 2 de Salvador e 2 de Fortaleza. Divisões nos âmbitos nacional e regional.

Na pauta, um troféu com 25 anos de atraso

Série B de 1986, Central campeão?Um pleito antigo voltará a ser discutido.

No próximo dia 19, uma comitiva da diretoria da CBF chegará ao Recife para acompanhar a decisão da Série D do Brasileiro, entre Santa Cruz e Tupi, no dia seguinte.

Obviamente, a passagem de Virgílio Elísio, diretor de competições da entidade, será pautada por várias dicussões sobre futebol…

Uma delas já se arrasta há 25 anos…

Em 1986, a segundona nacional foi chamada de “Torneio Paralelo”, dividido em 4 chaves, com 9 times cada uma (veja aqui).

Os vencedores ganharam o acesso à elite do Brasileiro no mesmo ano. Não houve uma disputa final entre os quatro clubes.

Treze, Inter de Limeira, Criciúma e… Central. Porém, a CBF nunca oficializou o título.

Treze e Central até pintaram nos respectivos estádios a frase “Campeão Brasileiro de 1986 – Série B”, com a devida autorização das federações da Paraíba e Pernambuco.

A unificação dos títulos brasileiros, há um ano, com direto a dois campeões em uma mesma temporada (1967 e 1968) reforçou o pedido dos quatro “campeões”.

O diretor de futebol da FPF, Leonardo Cruz, deverá se articular com o presidente da Patativa para exigir a oficialização. Na opinião do blog, seria justo.

O maior fora do eixo

Historicamente, sempre se convenciou a dizer que o futebol brasileiro tem “12 grandes clubes” (*). Eles, de fato, ainda ocupam as 12 primeiras posições do ranking oficial da CBF (liderado pelo Grêmio), por mais que o desempenho de alguns – há anos – mostre o contrário. Talvez por isso, a briga seja tão grande pelo posto de 13º maior clube do país. Apesar de combalido, o Guarani ainda aparece nessa posição. Isso porque a CBF só atualiza o ranking em dezembro. Caso já tivessem sido computados os pontos da Copa do Brasil, o Leão (que ganhou 30 pelo título), pularia do 16º para o 14º lugar, ficando na cola do Guarani.

Como disputa a Primeira Divisão, ao contrário do adversário, que está na Terceirona, o Sport tem tudo para finalizar 2008 como o maior clube fora do eixo futebolístico do Brasil. Atualmente, o Guarani ocupa a 3ª posição do grupo 23 da Série C. Se não se recuperar no returno da segunda fase e acabe eliminado, o Bugre ficará, no máximo, na 17ª posição da Terceirona. Assim, o time receberia apenas 4 pontos, chegando a 1.410. Hoje, o Sport ocupa o 9º lugar no Brasileirão. Se mantiver a regularidade e acabar nessa faixa, o Rubro-negro receberia 52 pontos, e passaria a somar 1.424, se tornando o 13º maior clube do país.

Por outro lado, se o Guarani se recuperar e vencer a Terceirona, o clube paulista ganharia 20 pontos e ficaria com 1.430. Neste caso, o Sport só terminaria o ano em 13º se for pelo menos o vice-campeão brasileiro. Mas de fato, a maior ameaça neste ano é mesmo o Coritiba, que está em 6º na Série A. Hoje, o Coxa chegaria aos 1.422 pontos. Um pouco mais abaixo, o Náutico luta para ultrapassar o Santa Cruz, hoje o 21º.

Ranking “atualizado” (já somando os pontos da Copa do Brasil)

13º) Guarani – 1.410
14º) Sport – 1.372
15º) Goiás – 1.370
16º) Coritiba – 1.367

20º) Vitória – 1.187
21º) Santa Cruz – 1.133
22º) Náutico – 1.087
23º) Paraná – 981

Ranking da CBF (sem a atualização da Copa do Brasil/2008): http://www.cbf.com.br/ranking/ranking.pdf
Critério de pontuação do ranking da CBF: http://www.cbf.com.br/ranking/criterios.pdf

Obs (*) – Para não haver dúvida, eis aqui os tais 12 grandes: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos; Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; Grêmio e Internacional; Cruzeiro e Atlético-MG. O bloqueiro aqui acredita que esse grupo está longe de ser homogêneo, e que pelo menos dois desses times (Atlético-MG e Botafogo) estão no mesmo patamar de Sport, Coritiba e Atlético-PR. Seja de torcida ou de títulos.

Nota: O ranking da CBF leva em consideração apenas as Séries A, B e C do Brasileiro e a Copa do Brasil. Ficaram de fora outras competições nacionais oficiais (todas extintas): Taça Brasil (1959/1968), Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e Copa dos Campeões (2000/2000). Também não foram levadas em consideração os torneios internacionais. Injusto, pois quem disputa a Libertadores está automaticamente fora da Copa do Brasil. Portando, enquanto briga por algo maior, acaba sendo preterido no ranking nacional.