Espera-se dos ministros do STJ a palavra final sobre 1987

Ministros da terceira turma do STJ em 2013: Villas Bôas Cueva, João Otávio de Noronha, Sidnei Beneti, Nancy Andrighi e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. Fotos: www.stj.jus.br

Ações, recursos, decisões administrativas, regovações etc.

No Brasileirão de 1987, a palavra final parece não ter fim. A longa história, com mais de duas décadas, deixa claro o tamanho da confusão.

Em uma aparente orientação definitiva, o Superior Tribunal de Justiça decidirá através dos cincos ministros da terceira turma se aquele ano terá um campeão exclusivo, o Sport, ou dois campeões brasileiros oficiais, mas em torneios paralelos, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).

O julgamento será encerrado em fevereiro de 2014…

O jogo está 1 x 0 para o Flamengo, com o voto favorável de Nancy Andrighi. Confira os perfis de todos os integrantes da “final de 1987”.

Fátima Nancy Andrighi
Natural de Soledade-RS
61 anos
Bacharela em Direito em 1975 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 27/10/1999

Sidnei Agostinho Beneti
Natural de Ribeirão Preto-SP
69 anos
Bacharel em Direito em 1968 (USP)
No STJ desde 12/12/2007

João Otávio de Noronha
Natural de Três Corações-MG
57 anos
Bacharel em Direito em 1981 (Faculdade de Direito o Sul de Minas)
No STJ desde 03/12/2002

Paulo de Tarso Sanseverino
Natural de Porto Alegre-RS
54 anos
Bacharel em Direito em 1983 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 10/08/2010

Ricardo Villas Bôas Cueva
Natural de São Paulo-SP
51 anos
Bacharel em Direito em 1985 (USP)
No STJ desde 13/06/2011

Alguém arrisca o placar da decisão no STJ? Sem direito a prorrogação…

No primeiro comentário do post, o cronograma completo do imbróglio.

Petição online para afastar um presidente. Surgiu na Bahia e chegou no Recife

Petição para intervenção no Náutico

A histórica intervenção no Bahia, resultando no afastamento de Marcelo Guimarães Filho da presidência do clube, desencadeou em movimentos semelhantes em outras grandes torcidas do país.

No tricolor de Salvador, o comando passou de forma provisória a um interventor, Carlos Rátis. Ao mesmo tempo, foi modificado o plano de sócios. Em um dia, surgiram 13 mil novos sócios a partir da drástica mudança.

A medida drástica foi tomada a partir da insatisfação com a gestão, suspeita de má gestão de recursos e, claro, com os resultados adversos no futebol. Noticiada país afora, a intervenção acabou inspirando torcedores no Recife.

A torcida timbu lançou uma petição online, atrávés do avaaz.org, para acionar o Ministério Público. Visa detalhar as contas da gestão de Paulo Wanderley.

A mobilização nas redes sociais com torcedores, sócios ou não, resultou numa rápida adesão no site de “campanhas online para mudanças”. A ideia era reunir 1.000 assinaturas. Contudo, em menos de um dia a cota já foi superada.

Eis a descrição da petição, cuja ideia, com 42 advogados alvirrubros envolvidos, surgiu em um grupo no facebook com dez mil torcedores do Náutico:

“Pedimos ao Ministério Público do Estado de Pernambuco e Ministério Público Federal, que façam uma devassa nas contas do Clube Náutico Capibaribe, na dos seus atuais diretores, vice-presidentes, e presidente, bem como na dos membros do Colegiado de Futebol. E que a Justiça do Estado de Pernambuco e a Justiça Federal determinem a intervenção no Clube. Visando assegurar a lisura das próximas eleições, e averiguação das contas do Clube.”

Qual é a sua opinião sobre essa tentativa de mudança clubística através da justiça? Vale lembrar que o processo eleitoral do Timbué bienal, em dezembro.

STJ irá decidir, de uma vez por todas, se haverá a divisão do título de 1987

Leão (Sport) e Urubu (Flamengo) na disputa pelo Brasileiro de 1987; Arte: DP/D.A Press

O assunto é interminável nos meandros jurídicos. O Brasileirão de 1987…

O Sport tem a seu favor, há bastante tempo, uma ação transitada em julgado que o declara como campeão do torneio com os módulos amarelo e verde.

O prazo para que o Flamengo entrasse com uma ação rescisória, a única hipótese para tentar modificar a decisão judicial definitiva, expirou em 16 de abril de 2001. No entanto, o caso está, sim, em andamento, desde 2011.

Na verdade, foi reaberto, a partir da Resolução da Presidência emitida pela CBF naquele ano, a RDP nº 02/2011, proclamando Sport e Flamengo como campeões, e de campeonatos distintos. Isso mesmo, dois torneios, dois campeões.

A assinatura do documento foi de Ricardo Teixeira, então presidente da CBF.

Em seguida, o Leão entrou com uma ação de cumprimento de sentença para manter a decisão expedida pela 10ª vara da Justiça Federal, de 2 de maio de 1994. O time pernambucano teve um parecer favorável 94 dias depois.

Agora, após longa batalha de recursos, o rubro-negro carioca conseguiu levar disputa sobre o reconhecimento da CBF ao Superior Tribunal de Justiça. O Fla busca um recurso para que o STJ julgue o mérito sobre os torneios paralelos.

Nesta segunda-feira, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região oficializou a “remessa externa a(o) seção judiciária de Pernambuco com processo digitalizado e enviado eletronicamente ao STJ”. Confira o trâmite completo aqui.

Sim, a possibilidade de divisão ainda existe, mesmo após 26 anos. A expectativa é que o caso seja encerrado, de novo, ainda neste ano.

Que essa decisão do STJ seja definitiva. De uma vez por todas…

Caso sobre divisão do título brasileiro de 1987 irá ao STJ 2013. Crédito: TRF/5ª

Olhos abertos no STJ

Waldemar Zveiter, ex-ministro do STJ e relator da ação do título de 1987 no Superior Tribunal de JustiçaWaldemar Zveiter, 78 anos, carioca.

O seu esporte predileto é a natação. Desde os 5 anos de idade, quando deu o primeiro mergulho no Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. A diversão segue até hoje.

Futebol? Ele gostava mais de conversar com os amigos durante as peladas na rua.

Encabeçou uma família de juristas.

Antes, abriu o Escritório de Advocacia Zveiter, em 1957. Hoje são 220 advogados, em três andares inteiros de um caro empresarial na Cidade Maravilhosa.

Em 1989, o magistrado tomou posse no cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lá ficou até 2001.

Em 1999, Zveiter foi o relator do agravo de instrumento no caso sobre o título de 1987. Com seu voto, foi negado o seguimento ao agravo da União Federal no STJ (veja AQUI).

Encerrou nos tribunais, ali, o caso do Brasileirão mais polêmico de todos os tempos.

Em entrevista por telefone ao blog, em 30 minutos, o agora escritor Waldemar Zveiter demonstrou bom humor sobre o tema. Disse, por exemplo, que jamais pisou no Maracanã. “Mas na praia de Ipanema eu vou toda semana. As minhas sandálias ficam com o vendedor de coco. No Maracanã eu irei na final da Copa de 2014″.

“Se a CBF não tivesse participado da ação, ninguém poderia ignorar uma decisão agora (de dividir o título), mas ela participou, com a União. Foi chamada e perdeu a causa. A CBF não pode vir, agora, dizer o contrário do que disse o Judiciário.”

“A União poderia ter tentado embargar a decisão, mas não o fez. Não apresentou qualquer recurso para questionar o que estaria ferindo o Código de Processo Civil. Por isso, a ação não foi julgada no STJ, que manteve o texto original. Toda a matéria foi julgada antes. Soberanamente, a decisão é essa que apreciei no STJ, com o Sport.”

No fim, perguntei quantas vezes ele já havia falado sobre o assunto com a imprensa.

“Desde 1999, meu filho? Já faz muito tempo. Deixa eu ver…”

“Sim, ministro.”

Pausa de 10 segundos.

“Hum… Acredite, mas essa é a primeira vez que falam comigo sobre isso”.

Então, leia a entrevista exclusiva com o ex-ministro do STJ clicando AQUI.

Superior Tribunal de Justiça Míope

Exclusivo. Confira abaixo a sentença completa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), datada de 10 de março de 1999 e assinada pelo ministro Waldemar Zveiter, negando seguimento ao agravo da União Federal sobre o título do Campeonato Brasileiro de 1987, mantendo a exclusividade com o Sport. O documento manteve as decisões anteriores.

É contra este documento que a CBF terá que se entender daqui por diante…