Nada de 1º de abril.
O Santa Cruz está classificado às oitavas de final da Copa do Brasil.
Precisava vencer o Botafogo no Rio de Janeiro. No estádio Engenhão, onde o clube nunca havia jogado.
Mas ganhou. Se classificou. Emocionou. Encheu de orgulho a torcida.
Aos 45 minutos do segundo tempo, com um gol chorado de Souza, na frente do povão coral presente no estádio da Estrela Solitária.
Um gol que deu início a um buzinaço (e fogos) no Recife e que deverá marcar uma recepção daquelas ao time no Aeroporto Internacional dos Guararapes.
Contra o Atlético-GO então… Podem mandar confeccionar 50.000 ingressos!
Uma vitória que só faz provar que nada, absolutamente nada, com o Santa Cruz é fácil.
Um time que não desistiu em nenhum momento.
O revés no Arruda era difícil de superar, ainda mais num confronto Série A x Série D.
Mas o veneno da Cobra Coral foi letal. O Tricolor fez a sua melhor partida em 2010.
Vitória histórica por 3 x 2. Milagre? Talvez. Mas foi um resultado pra lá de justo. Finalizou mais, marcou mais. E jogou com a raça que a Copa do Brasil exige.
Ao abrir o placar com Léo logo no início, o Santa já devolvia o resultado do Recife. Mas o Botafogo empatou… Seria possível continuar lutando? Demais.
Aos 44 minutos, um pênalti para o Tricolor. O meia Elvis, que já perdera no Arruda, vacilou de novo. O sofrimento seria grande mesmo.
No segundo tempo, com o Santa dominando o jogo (literalmente), Brasão fez o segundo gol. O #brasaofacts. O Clássico das Multidões já é passado para o craque.
Faltando 5 minutos, eis que o argentino Herrera mandou uma bomba no coração dos tricolores. Aquele frio na barriga foi inevitável.
Uma classificação improvável, que já começava a virar realidade, havia sumido.
Angústia que durou 5 minutos, até a última dose do veneno.
A Semana é Santa mesmo.
Repito: não foi piada de 1º de abril.
“Para entender a alma do brasileiro é preciso surpreendê-lo no instante do gol.”
Armando Nogueira