A educação estava do outro lado

Que o técnico Givanildo Oliveira é ranzinza, ninguém duvida. De vez em quando, até passa do ponto. Mas o treinador do Sport , de 61 anos, também tem os seus momentos de descontração. Na coletiva desta terça-feira, na Ilha, ele contou um “causo” do mundo da bola. Veja no vídeo abaixo.

O sofrimento de ser técnico. Na Ilha…

A culpa é sua, IBGE

IBGE

Se existe uma discussão interminável no futebol, esta é sobre o tamanho das torcidas rivais. Mas sobre o tamanho real, longe das simulações de pesquisas, com as suas margens de erros de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Essa chatice tem que ficar para as eleições mesmo. E olhe lá.

No dito País do Futebol, até hoje não se sabe o peso agregado das torcidas espalhadas pelo Brasil “continental”.

Em todos os censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a questão não foi colocada em pauta. E não será neste ano, pois o formulário do censo (feito detalhadamente a cada 10 anos) não consta a simples pergunta:

“Para qual time você torce?”

Seja lá qual for a desculpa (economia, estrutura ou realmente falta de interesse), o IBGE perde mais uma vez a chance de fazer algo revolucionário, de interesse de qualquer clube, de qualquer torcida. Resumindo: interesse de milhões.

Enquanto isso, somos obrigados a ler pesquisas de simulação até o fim dos tempos. Nesta terça foi divulgada mais uma, do Instituto Datafolha (veja aqui). Com todo respeito ao instituto (que entrevistou 2.600 pessoas em 144 cidades, em 15 e 16 de abril, através do método científico de abordagem), mas realmente bate aquela dúvida após a análise dos dados: “Alguém foi mesmo perguntado?”

IBGEVejamos os dados de Pernambuco.

Sport – 1.330.000 torcedores
Náutico – 600 mil
Santa Cruz – 520 mil

Isso mesmo, o Tricolor teria menos torcida que o Timbu. O povão coral teria uma massa menor que a população de Jaboatão.

E alvirrubros e tricolores teriam menos torcida que a Portuguesa/SP, que tem 880 mil. Aquela Lusa que não coloca 5 mil pessoas no estádio do Canindé.

Somadas, as torcidas dos 3 grandes do Recife chegam a 2.450.000 torcedores!

Isso corresponde a 65% da população da Região Metropolitana do Recife (de 3,75 milhões). Um número levando em consideração que NINGUÉM mais goste desses clubes no interior do estado ou mesmo fora de Pernambuco. No estado, aliás, a porcentagem é de apenas 27,8% num universo de 8,8 milhões de habitantes.

Francamente… Tantas pessoas assim que andam nas ruas do estado estão tão à parte do futebol (ou do futebol local)? Será que o leitor tem a mesma impressão?

Como curiosidade, vale lembrar uma pesquisa do Ibope de 1993, na qual o Sport teria 3,2 milhões de fanáticos enquanto o Santa teria 2,9 mi (veja aqui). Naquele ano, a população pernambucana não passava dos 7 milhões. Ou seja, só com os dois clubes, a porcentagem seria de 87%.

Qual pesquisa está mais próxima da realidade? Pois é, IBGE. A “culpa” é sua. A discussão sobre torcidas vai continuar.

E bastava uma perguntinha a mais no questionário.

A Batalha, parte VIII

Pernambucano-2010: Santa Cruz 0 x 0 Náutico

Estava lá na capa do Diario de Pernambuco de segunda-feira, após o placar em branco no Arruda: “Batalha dos Aflitos” entre alvirrubros e tricolores, nesta quarta.

Desde 2005, a expressão ficou imortalizada no estádio do Náutico.

Cada torcedor faz a sua conta… Em 2006, o Timbu também lançou um DVD da Série B, assim como o Grêmio, com o volume II do épico. No ano seguinte, a vitória por 1 x 0 sobre o Corinthians, no Brasileirão, teria sido a Batalha III e por aí vai.

Tem gente que já está no capítulo VIII, como a interminável Sexta-feira 13, de Jason. Outros alvirrubros, mais céticos, sequer levam em consideração o prelúdio. Na minha opinião, existe. No seu caldeirão, o Náutico já viveu, realmente, grandes batalhas.

Contra a Cobra Coral, uma versão local da Batalha dos Aflitos. Desta vez, o DVD fará sucesso onde? Para que um filme pirata não vire sucesso de vendas lá pela Avenida Beberibe, é bom o time de Gallo entrar bem atento…

Foto: Ricardo Fernandes/DP

Já chegou

Pernambucano-2010: Central 0 x 3 Sport

A torcida rubro-negra chegou fazendo barulho na Capital do Agreste no último domingo. Era uma prova de apoio ao time que havia acabado de ser eliminado da Copa do Brasil.

Os torcedores do Sport encheram o tobogã e saíram de lá com uma vitória por 3 x 0. Saíram do estádio com a vaga na final do Pernambucano. Com 99% dela, no mínimo. Nesta quarta-feira, agora na Ilha, o time receberá o Central disposto apenas a não escrever uma página trágica em sua história.

Assim, para onde caminha a torcida leonina? Depois do jogo na Ilha, nem vai ser caminhada. Vai ser corrida mesmo. Para casa, para assistir ao Clássico das Emoções, na TV. O próximo adversário do time, de fato, está lá.

Na Ilha, jogo às 20h. Nos Aflitos, às 21h50. Se correr, vai dar tempo…

Fot: Helder Tavares/DP

Caruaru coral

Cobra Coral

Em 2010, o Santa Cruz já disputou 15 partidas oficiais no Arruda, contabilizando Pernambucano e Copa do Brasil. Com 8 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, o aproveitamento do time em casa é de 62%.

A massa na arquibancada, porém, é o que surpreende.

São nada menos que 300.355 torcedores registrados no borderô, com uma média de 20.023 pessoas por jogo. Numa comparação surreal, é como se uma “Caruaru” inteira já tivesse assistido ao Tricolor. Literalmente. 😈

Gente demais.. Daí, a importância do jogo desta quarta. Curiosamente, fora de casa.

O Tricolor encara o Timbu com a missão de evitar um hiato de 44 dias sem jogar. Caso não avance para a final do Estadual, a Cobra Coral só volta a campo em 9 de junho, na aberturado Nordestão, contra o Fortaleza (e como visitante). Série D? Só em julho.

No Clássico das Emoções, o Santa de Brasão, Jackson, Elvis e cia jogará, literalmente, pelo povão. Uma gente que não deixa o Mundão sozinho.

Foto: Ricardo Fernandes/DP