Internacional, o clube de maior transformação do país nesta década. Um time que, apesar da tradição, estava à margem do Grêmio. O Colorado cansou de ver o maior rival conquistar títulos nacionais e internacionais na década de 90. O campeonato estadual era o único consolo. Então, como sair daquela mesmice e voltar a ser rolo compressor dos anos 70, quando o Inter conquistou nada menos que três edições do Brasileirão?
Começou com uma gestão voltada à fidelidade do seu torcedor. Acima de tudo, com a fidelidade do seu sócio. Finalmente um programa de sócio-torcedores saía do papel de forma sustentável, com medidas comuns em nossa economia. Como o uso do cartão de crédito para pagar mensalidades. Débito automático. Medidas simples que estenderam o número de sócios para o interior gaúcho.
Não é por acaso que o número de sócios do Internacional ultrapassou a barreira dos 100 mil cadastrados, em dia. Gente suficiente para proporcionar uma renda mensal de R$ 3,5 milhões. Dinheiro reinvestido no time profissional e nas categorias de base. Uma engrenagem que rendeu ainda mais dinheiro.
De acordo com a consultora financeira Crowe Horwath, o Inter foi o clube brasileiro que mais arrecadou com a negociação de atletas para o exterior entre 2003 e 2008. O clube ganhou R$ 250 milhões no período – R$ 33 mi a mais que o segundo colocado, o São Paulo. Com um futebol se fortalecendo como bola de neve, chegaram os títulos.
O apelido de “Interregional”, por causa da falta de títulos além da fronteira, sumiu do mapa. Libertadores e Mundial em 2006, Recopa em 2007 e Copa Sul-americana em 2008. Nesta quarta, o time vermelho entrará num Beira-Rio com lotação esgotada precisando de um simples empate para conquistar o bi da Libertadores. Em cinco anos, o clube saiu do ostracismo para se tornar uma potência.
Há quem considere tudo isso coincidência. Eu considero consequência. Fica a dica para que este modelo implantado em Porto Alegre seja trazido para o Recife. Estamos a 2.977 quilômetros do sucesso. Não é tão longe quanto parece.
o post ta tremendo parabéns
ah, belo tópico Zirpoli.
Concordo com o comentário do Allan, não conheço a estrutura do náutico, e nem me interessa, mas tudo o que ele relatou, aplica-se ao Sport club do Recife. Por exemplo, a campanha de sócio torcedor, o único canal de comunicação é via web, contudo eles não respondem a e-mail e nem atendem telefonemas. Você somente tem o dever de pagar e só. Lançaram uma parceria com a via embratel para os rubro-negros, e quando vc entra em contato com a empresa, eles desconhecem esta parceria. E ai, como pedir esclarecimento? Em todos os os foruns do sport em que participo relato os exemplos do inter, e os seus valores para com os sócio, sem falar do preço R$ 22,00, na ultima vez em que eu olhei. Olhe que o custo de vida em POA é bem maior que de recife.
Nossos clubes estão muito mais além do que os 2.977 KM do desenvolvimento futebolístico, estamos a anos-luz de um futebol bem organizado. Eventos como CB-2008, vice da copa dos campeões em 2000 são meramente ilusões para alimentar este tipo de sonho de profissionalismo.
Prezado Cassio,
Meu nome é Allan e sou advogado aqui em SP e alvi-rubro. Li uma reportagem no seu blog sobre o Internacional e o seu bem sucedido programa de adesão de sócios. Recentemente fiquei sabendo de mais uma mirabolante reformulação do programa de sócios elaborada pelo brilhante do Dep de Marketing do Náutico… Dá vontade de chorar.
Por favor, leia o e-mail que eu mandei para a ouvidoria do Náutico, depois de tentar em vão me cadastrar mais uma vez e de ser atendido por uma funcionária, que não deve ter recebido mais de 3 minutos de treinamento. Citei justamente o exemplo do Inter.
Vale lembrar que em Dez/2009, eu fui mostrar o estádio para minha sobrinha não consegui nem doar dinheiro para o CT do Náutico pois a funcionária que estava de plantão na sede não conseguiu nem me passar um número cadastrado de conta bancára para eu fazer a doação (passei uns 40 minutos esperando ela ir e voltar da sala para buscar informações para perguntas simples)…fui na secretaria (ou setor que recebe os pagamentos de boletos, não lembro o que estava escrito na placa) para pedir informações sobre os planos de sócio, igualmente não consegui pois a funcionária estava dormindo de boca aberta…fiquei com vergonha pois estava com minha sobrinha e preferi não atrapalhar o sono da madame.
Estive em Brasília recentemente onde encontrei alguns alvi-rubros (e são centenas por lá pelo que me disseram) que me contam estórias semelhantes as minhas. Isso é particularmente revoltante quando foi comprovado pelo Lance o que já se sabia: o Náutico é a torcida de PE com maior escolaridade (e de maior poder aquisitivo eu suponho) e número de torcedores fora do NE. Torcedores que simplesmente não conseguem ajudar o clube por incompetência da diretoria e ainda temos que ouvir que a torcida está devendo.
Recomendo uma visita ao Internacional/RS, fiquei e fico, já que vou sempre a Porto Alegre, impressionado com a seriedade e eficiência deles, poucos planos de sócios, preços acessíveis, linha direta para tirar dúvidas, transparência, dá inveja, tem até ouvidor de plantão no estádio, com número exclusivo para receber reclamações.
Creio que o problema dos times de PE não é dinheiro, são detalhes como vc mencionou na sua reportagem que fazem toda a diferença. Seria interessante saber por exemplo se o Náutico vai elaborar (embora não seja obrigado) todas as demonstrações financeiras previstas na Lei 11638/07. Que tal uma auditoria externa? Não estou nem discutindo decisões administrativas imbecis como contratar jogadores machucados ou manter um time “B” com jogadores sem condições de atuar na série B. Só gostaria de ter transparência na gestão financeira do clube.
Apenas para finalizar, a ouvidora ainda não respondeu o meu e-mail abaixo. Já tive inclusive reclamações no passado encaminhadas a ouvidoria que nunca foram respondidas, só para vc ver o nível de amadorismo, de uma adminstração que trata o torcedor como seu devedor ao invés de tratá-lo como cliente ou como sócio e prefere fazer rifas ou feijoadas para arrecadar dinheiro a realmente se profissionalizar.
Abraços e parabéns pelo trabalho,
Allan Sigg
“Prezados,
Estou tentando virar sócio do Náutico há mais de 15 anos. Nunca consegui, já tentei várias vezes (umas seis, pelo menos). Todavia, esbarro sempre na incompetência e amadorismo dos funcionários do clube.
Nem dinheiro para o clube, sem nenhuma contrapartida eu consigo doar, faltam contas cadastradas, demonstrativos, ou seja, tudo para que o torcedor tenha a certeza que o dinheiro seja usado pelo clube.
Minha última tentativa ocorreu sexta-feira dia 23, cadastrei-me pelo site do clube, imprimi o boleto, que saiu com péssima impressão. Tentei hoje (dia 27/07) reimprimir pela mesma página do clube na opção “reimpressão de 1°parcela”, não consegui. Mesmo morando em São Paulo, liguei para o clube para tentar ver o que acontecia.
Fui informado pela funcionária da secretaria, que deveria ter me inscrito pelo link do timbu coroado que foi o que eu havia feito, a outra opção constante no site do clube era inválida, embora ainda seja possível cadastrar-se, talvez por isso meu CPF estivesse dando erro. Para resumir, o software não funciona.
Por que vc não organizam e unificam primeiro o sistema de cadastro de sócios, treinam funcionários e colocam um software decente para funcionar, antes de colocar a culpa na torcida pelos problemas financeiros do clube.
Tornar-se sócio do Internacional-RS demora três minutos!!!!, Em 15 anos de tentativas eu jamais consegui receber nem um boleto de cobrança em minha casa em São Paulo ou na França onde eu morava, das outras vezes que me cadastrei para tentar virar sócio do clube.
Já conheci dezenas de torcedores que simplesmente desistem de virar sócios, pois é impossível cadastrar-se e quando eles conseguem os boletos nunca chegam. Tem que ficar ligando para Recife implorando para pagar.
Minha pergunta é: Como os funcionários do clube são selecionados? Eles recebem algum treinamento? Quando o Náutico vai se profissionalizar?
São medidas que não custam dinheiro, só seriedade.
Allan Sigg”