Pauta onipresente

Livro sobre a Igreja Maradoniana, à venda em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Diego Armando Maradona é mesmo uma entidade à parte na Argentina. Qualquer coisa que ele faça repercute de forma impressionante no país.

Perto de completar 50 anos de idade (em 30 de outubro), Maradona é uma figura onipresente na mídia local, em pelo menos três editorias: esportiva, social e política.

No Brasil, muitas crianças querem pedalar como Neymar. Por aqui, muitas querem repetir as jogadas de Messi. Mas quase todos os garotos argentinos querem mesmo é marcar novamente o gol de mão contra a Inglaterra, anotado em 1986 (veja AQUI).

Feito reservado ao mito local, que faz por onde manter o status.

Há dois dias continua passando na TV a declaração do gênio portenho acusando o presidente da AFA (a “CBF” deles), Julio Grondona, e o diretor técnico da associação de futebol do país, Carlos Bilardo, de terem encerrado a sua passagem na Seleção.

“Me cerraron las puertas.”

Com bastante experiência no fato de ser o centro das atenções, Maradona sabe que cada palavra sua tem um peso grande sobre os hinchas, que o idolatram apesar de qualquer episódio pouco ortodoxo em sua biografia. As camisas nas calles confirmam.

E haja mesa redonda debatendo o assunto.

No dia seguinte, com boa parte da imprensa ocupada sobre a pendência que afastou Maradona da Albiceleste, El Diez já estava presente em uma partida de showbol, entre argentinos e uruguaios. De chuteira e contando piadas, rendeu novamente.

Mais notícias. Mais mídia. Mais Maradona. Amém!

De fato, o ex-jogador é o deus (ou “D10s”) da Igreja Maradoniana, fundada na cidade de Rosário, em 1998. Esta surreal religião virou livro e tem o seu destaque nas inúmeras livrarias de Buenos Aires (veja AQUI).

Pelé? Esse foi o segundo melhor da história. E olhe lá…

Maradona nas ruas de Caminito. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

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