No sábado, no interior paulista, o Salgueiro correu sempre atrás do placar.
Levou 1 x 0, 2 x 1, 3 x 2… Quando chegou ao terceiro empate, cansou, sem forças.
O Bragantino venceu por 5 x 3, diante das limitações do Salgueiro, candidatíssimo ao rebaixamento para a Série C, com um elenco que nem se conhece, tamanha é a quantidade de mudanças a cada semana. Talvez nem Maurício Simões conheça todos.
Veio a noite desta terça-feira e a nova chance de recuperação, agora em “casa”, no estádio Ademir Cunha, em Paulista, já sem apoio de outrora. O adversário seria o Icasa.
O time do interior cearense, é bom lembrar, era um adversário direto na briga contra a degola. Confronto direto na briga contra o rebaixamento.
Repeteco puro, incrível.
Icasa 1 x0, 2 x 1, 3 x 2… Aí, alviverdede Juazeiro do norte desgarrou e fez 4 x 3. O Carcará diminuiu, mas levou mais um, igualando o placar da rodada anterior: 5 x 3.
Como é que um time marca seis gols em duas rodadas e não soma um ponto sequer?
Pois nos últimos sete jogos na Série B o Sport perdeu cinco e venceu apenas dois, ainda por cima contra rivais pernambucanos, na Ilha do Retiro.
Uma campanha pífia, digna de quem briga pelo rebaixamento.
Sim, o time que custa mais de R$ 1,3 milhão por mês não está lutando pelo acesso à elite nacional, mas contra o descenso à Terceirona.
Após 17 jogos, o Sport soma apenas 23 pontos, três acima da ZR e cinco abaixo do G4.
Na noite desta terça-feira, nova derrota, por 2 x 1, de virada, contra o Americana num estádio deserto, com apenas 908 pessoas.
Até ali, o time paulista não vencia há sete rodadas. Pois é, sete. Mas o jejum acabou diante dos comandados de Mazola, perdido no comando técnico do Rubro-negro.
O primeiro tempo do Sport, estreando o uniforme amarelo, foi horrível.
O time foi amplamente dominado pelo veterano adversário, que criou uma chance atrás da outra (foram 9), pelos dois lados do campo e através da bola parada, com Fumagalli.
Sem posse de bola e sem conseguir encaixar uma sequência de passes, o esbaforido Leão parecia esperar pelo intervalo, para tentar recriar a sua formação.
Marcelinho não funcionava, Williams estava perdido e Saci com uma perna só. Mas a justiça não faz parte do futebol. Para alívio dos leoninos… Que viram Marcelinho Paraíba acertar um chutaço antes do apito do árbitro, a 145 km/h, abrindo o placar.
No entanto, o sonho da primeira vitória longe da Ilha durou apenas o intervalo.
Logo no recomeço, a postura de sempre, sem variação de jogo. O Leão, que não vinha bem, sequer teve tempo para pelo menos segurar o placar.
Tocando a bola como quis, aos 8 minutos, o Americana empatou. O meia Fumagalli, ex-ídolo da Ilha, recebeu na entrada da área e marcou um golaço.
Depois, não restou nem mesmo o empate, pois aos 38 minutos o árbitro Pablo dos Santos Alves/ES assinalou um pênalti mandrake, numa queda espírita.
Fumagalli chamou a responsabilidade e cobrou forte, bem diferente daquela cafofa nas oitavas de final da Libertadores há dois anos, na Ilha.
O meia empurrou o Sport para a crise. Beirando o abismo.
Após a construção do anel superior, em 1982, foi colocado um placar eletrônico.
Inicialmente, o paniel (com lâmpadas amarelas) ficava na sacada da arquibancada superior, no centro do campo. Depois, o placar foi colocado na meta da Rua das Moças.
Em 1999, um salto na grande casa do Santa Cruz.
Foi instalado um telão colorido, o primeiro do Nordeste. Porém, o equipamento foi danificado e o conserto de R$ 50 mil inviabilizou a retomada.
Assim, o Arruda ficou quase dez anos sem um placar… Nem mesmo manual.
O José do Rego Maciel, é bom lembrar, é o segundo maior estádio particular do país. Portanto, essa lacuna era um verdadeiro vexame para o clube.
Em um acordo com quatro empresas, foram colocados dois expositores eletrônicos no gramado. A estreia do equipamento – que alterna o resultado e comerciais – foi no domingo, contra o xará potiguar, diante de 35 mil pessoas.
A localização ainda não é das melhores. O próprio presidente coral, Antônio Luiz Neto reconheceu isso. Caso a negociação seja definitiva, o placar ficará no anel superior.
Como nos velhos tempos…
Título do post em homenagem ao saudoso narrador Adilson Couto
Enquanto o time vai capengando na Série B, ainda distante da zona de acesso, mais uma vez, a diretoria do Sport vai se mexendo para a construção da arena na Ilha.
Nesta terça-feira, um encontro oficial com o prefeito do Recife, João da Costa.
Com a PCR, a necessidade de três licenças: ambiental, urbanística e de trânsito.
É importante essa discussão com o poder público, ainda mais depois da assinatura de um projeto tão caro, que, de certa forma irá trazer benefícios para a cidade também.
Assim, a burocracia do estádio rubro-negro vai dando os seus passos. Essa fase do projeto será de pelo menos um ano e meio.
Haja paciência, haja articulação.
Já a burocracia do futebol propriamente dito, está conseguindo ser mais lenta. Esse empenho todo na arena poderia ser direcionada para o futebol de forma mais clara.
É possível caminhar no mesmo ritmo na arena e no campo de jogo.