Não é preciso entender muito de hóquei sobre o gelo para reconhecer que foi um golaço.
Dia: 22 de janeiro de 2012
63% de posse de bola para o verdadeiro campeão
Os campeões pernambucanos de 2011 se enfrentaram pela primeira vez.
Da primeira divisão, o Santa Cruz. Da segunda divisão, o Serra Talhada.
No estádio Pereirão, tomado por 5.036 torcedores, a Laranja Mecânica bem que tentou voltar a surpreender na competição.
Contudo, as ações do Cangaceiro duraram apenas dez minutos.
Tudo bem que foi um início a 200 km/h, marcando um gol de cabeça com Caio logo aos 4 minutos e outro com Emercino, de pênalti, seis minutos depois.
A partir daí, um domínio absoluto dos corais e Lampião não teve vez no Sertão…
O Santa apertou a marcação, com Memo mais recuado, e, mesmo sem os principais reforços em campo, criou bastante, com Weslley e Anderson Pedra.
Nos 80 minutos seguintes, quatro gols e inúmeras oportunidades despediçadas. Forçando no jogo aéreo e nos chutes de fora da área, o Tricolor mostrou força.
Ainda no primeiro tempo, Flávio Caça-Rato e Eduardo Arroz empataram, dando tranquilidade para uma reorganização tática no intervalo.
O trabalho acabou facilitado no começo da etapa final com a expulsão de Elton, deixando o adversário com um a menos em campo.
Apesar da superioridade numérica e do melhor futebol, o Santa precisou ter muita paciência para virar a partida. O gol saiu somente aos 30 minutos, com Weslley.
No fim, o volante Léo, que acabara de entrar, marcou um belo gol, 4 x 2.
Vitória do verdadeiro campeão de 2011, com 63% de posse de bola neste domingo. Essa porcentagem era um desejo antigo do técnico Zé Teodoro.
Aconteceu, Zé. Pelo menos uma vez…
A pimenta da Patativa para o Gavião
Fiel, a torcida alvinegra finalmente teve a sua revanche.
Em 20 de março de 2011, Porto 4 x 0 Central, numa tarde inspirada do atacante Paulista, que marcou todos os gols.
Era a maior goleada da história do clássico caruaruense.
Quase um ano depois, neste domingo, no mesmo Lacerdão, o troco.
Impiedosa, a Patativa derrubou o Gavião pelo mesmo placar. Evitou a crise.
Diante de oito mil pessoas, o Central goleou por 4 x 0, com dois gols de Pimenta, e enfim se recuperou no Estadual, após os tropeços nas primeiras rodadas.
E a festa ainda ficou completa com o pênalti desperdiçado pelo rival. Sem gol de honra.
Com um investimento mensal de R$ 200 mil, o maior do interior, é de se esperar uma equipe competitiva na disputa por um lugar no G4.
Nas edições anteriores, 4º lugar em 2010 e 5º em 2011.
É possível superar essas campanhas? Basta um pouco de regularidade ao Central…
O campo mais apressado do Brasil
Foram 30 anos de espera por um novo gramado.
Nesse tempo todo, o campo passou por inúmeras transformações, quase sempre para pior. Do gramado original, já desconhecido, para sete tipos de grama, espalhados.
Os 10 mil metros quadrados da área nobre da Ilha do Retiro necessitavam de cuidado.
Inicialmente, a previsão era de 45 dias para a troca completa do campo, colocando a grama bermuda, utilizada nas areas mais modernas do mundo.
Até a estreia, diante do América, em 2012, foram 59 dias de ações intensas.
Ainda assim, com o prazo estendido, o trabalho não havia terminado completamente.
Parte da grama plantada estava se fixando ao piso, deixando alguns pedaços amarelados. Além disso, a drenagem não havia passado por um grande teste.
Em quatro dias, o segundo jogo oficial. Em tese, neste domingo.
Com a primeira grande chuva do ano no Recife, ficou claro de que ainda não estava no período correto para a abertura do estádio leonino.
Partida contra o Petrolina oficialmente adiada (veja aqui).
O aluguel do Arruda (R$ 12 mil) e o custo de manutenção do estádio coral (R$ 60 mil) inviabilizaram a ida. Além da pressão extra de parte da torcida que frequenta cadeiras e camarotes na casa rubro-negra, que não gostou da ideia de jogar no reduto rival…
No meio dessa política, o investimento de cerca de R$ 300 mil no novo gramado ficou comprometido. A própria diretoria reconhece que era preciso mais dez dias.
Ou seja, aquela previsão inicial de 45 dias era na verdade de 72 dias. Portanto, o clichê de que a pressa é inimiga da perfeição se aplica ao caso.
Para quem esperou 30 anos, 27 dias a mais não faria tanta diferença assim…