Enfim, conheceremos o campeão pernambucano de 2012

Final do Campeonato Pernambucano de 2012: Sport x Santa Cruz. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Sport e Santa Cruz vão decidir o título pernambucano pela 22ª vez (veja aqui).

Apesar do campeonato manchado pelo péssimo nível das arbitragens e por jogos sem muita emoção, chegou a hora da verdade, de decidir o vencedor desta temporada.

Atual campeão, o Tricolor de Zé Teodoro busca o bi, feito que não alcança há 25 anos. Curiosamente, diante do mesmo adversário e no mesmo palco da finalíssima, a Ilha.

Enquanto o rival luta pelo 26º troféu, o Leão de Mazola vai pelo 40º título, o que colocaria o time num patamar bem seleto no futebol nacional, no clube dos quarentões.

Ao Rubro-negro, que almeja a revanche pela perda do hexa, a vantagem de dois resultados iguais nesta decisão, tensa desde já. Uma bonificação importante, sobretudo pelo momento que vive a equipe, sem apresentar um bom futebol.

Não que a Cobra Coral esteja jogando o fino. Não está. Mas cresceu nesta reta final. Era mesmo necessário, pois perdeu os dois duelos na fase classificatória.

Portanto, vamos ao capítulo final desse controvertido Campeonato Pernambucano. Os protagonistas serão Marcelinho Paraíba e Dênis Marques, os artilheiros, com 14 gols.

O primeiro ato será no Arruda, no dia 6 de maio. No domingo seguinte, Ilha do Retiro.

A sorte está lançada…

Quem será o campeão pernambucano de 2012?

  • Sport (51%, 1.257 Votes)
  • Santa Cruz (49%, 1.225 Votes)

Total Voters: 2.481

Carregando ... Carregando ...

Final do Campeonato Pernambucano de 2012: Sport x Santa Cruz. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

22ª final das multidões

Leão e Cobra Coral decidem título estadual de 2012. Arte: Greg/DP

Historicamente, o clássico Sport x Santa Cruz sempre exalou um clima de decisão.

O primeiro Clássico das Multidões, aliás, foi logo em uma final do Pernambucano.

No antigo campo do British Club, diante de quase quatro mil recifenses, o Rubro-negro goleou o Tricolor por 4 x 1, em 24 de dezembro do longíquo ano de 1916.

Os gols de Mota, duas vezes, Asdrúbal e Vasconcelos deram, também, o primeiro título ao Leão – Pitota descontou. Desde então, muitas finais inesquecíveis. Ao todo, 21.

Até 1996, quando o Sport iniciou o seu primeiro pentacampeonato estadual, a vantagem era coral (8 x 7). Na década de 1990, o Sport embalou e virou. Considerando apenas a era profissional do futebol local (pós-1937), o placar está empatado em 9 x 9.

Curiosidade: o Leão conquistou 30,7% dos seus títulos locais sobre a Cobra Coral, que, por sua vez, ergueu 36% de suas taças sobre o rival da Ilha.

Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:

Clássico das Multidões (21)
Sport (12)- 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006
Santa Cruz (9)- 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990 e 2011

Clássico das Emoções (16)
Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995

Clássico dos Clássicos (16)
Sport (10) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994 e 2010
Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968

Ao todo, onze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever mais um capítulo…

Corais vão pelo bi, no mesmo lugar, 25 anos depois

Pernambucano 2012, semifinal: Santa Cruz 3x1 Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Definitivamente, o Santa Cruz está vivo na briga pelo bicampeonato pernambucano. A última vez em que o Tricolor conquistou dois títulos seguidos foi em 1986/1987.

Aquela volta olímpica foi na Ilha do Retiro. Agora, 25 anos depois, os corais terão a chance de repetir o feito, no mesmo palco, no Clássico das Multidões. Tudo por causa da suada vitória por 3 x 1 sobre o Salgueiro, na noite desta segunda, no Mundão.

O herói foi DM9, que chegou a 14 gols na competição. A estatística segue: em todos os jogos em que o atacante balançou as redes, o Tricolor triunfou.

A partida começou a 100 km/h. Luciano, inseguro no gol do Carcará, quase pôs tudo a perder aos três minutos, saindo da área de forma atabalhoada. Derrubou Caça-Rato e recebeu o amarelo. Esse nervosismo seria venal para o visitante no segundo tempo.

Antes, apesar da multidão no Arruda, o Carcará não se intimidou. Mais do que isso. O clube sertanejo se portava com mais organização, tocando bem a bola, sem abrir mão do ataque. Porém, o Tricolor atacou mais na base da pressão, com 36 mil torcedores.

Aos 33 minutos, após uma partida bem amarrada, o gol coral. O início da classificação.

O Salgueiro saiu jogando mal e o Santa tramou a jogada em velocidade. Luciano Henrique recebeu de DM9 e encontrou Natan, com uma bela assistência. O meia recebeu e bateu cruzado, gol. Num jogo equilibradíssimo, a resposta do Salgueiro foi fulminante.

Em uma descida pelo lado direito, Tamandaré cruzou e Fabrício Ceará desviou. Tiago Cardoso tentou operar o milagre, mas Élvis empurrou para as redes. Silêncio.

No pequeno município do Sertão, tensão pura, com o jogo sendo exibido em um telão. Mais de seis mil pessoas diante de um sonho. De todo o interior.

O Salgueiro voltou para a etapa final disposto a se fechar, mas nem teve tempo. Cometeu um pênalti infantil , de Josa em Caça-Rato, com apenas 38 segundos. Frio, Dênis Marques bateu com perfeição, sem chance para Luciano.

O mesmo Josa completou a noite infeliz recebendo o segundo amarelo logo depois. Deixou o Salgueiro com um a menos, numa situação completamente adversa.

Aos 25, Clébson ainda perdeu uma chance incrível, mas não chegou a vez do interior. Até porque nos descontos Dênis Marques alcançou a artilharia do Estadual…

Pernambucano 2012, semifinal: Santa Cruz 3x1 Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

O futuro cada vez mais próximo do futebol

Teste eletrônico da Fifa em jogos de futebol. Foto: Fifa/divulgação

Pela primeira vez a Fifa irá autorizar em um jogo de futebol as tecnologias escolhidas para a série de testes que visam otimizar a qualidade da arbitragem mundo afora.

Duas empresas criaram programas para a tecnologia da linha do gol (TLG). O sistema será implantado no St Mary’s Stadium, em Southampton, no sul da Inglaterra.

Apesar da capacidade de 32.689 torcedores, o jogo não será da Premier League, até porque o time local só conseguiu o acesso agora. Mas também não será na 2ª divisão…

Na verdade, o jogo em questão é a final da Copa Hampshire, torneio amador, no dia 16 de maio. A decisão será disputada entre Eastleigh FC e AFC Totton, o atual campeão.

O Eastleigh, fundado em 1890, tentará o 4º troféu no tradicional torneio regional criado em 1888. Já o Totton, criado em 1886, tentará o terceiro título.

Os resultados do teste serão divulgados pela Fifa em 2 julho, no assembleia da International Board, entidade que regula as regras do futebol (veja aqui).

As ligas da Suíça, da Alemanha e da Holanda também fizeram solicitações para os testas, vetados por questão de logística, segundo a Fifa.

Custava nada a FPF se oferecer para esses testes… Necessários!

Final da Copa Hampshire 2012: Eastleigh FC x AFC Totton

Os discos de Rozenblit para os campeões mundiais de 1958

Fábrica de discos de José Rosenblit. Foto: divulgação

Por Carolina Santos*

Entre as décadas de 1950 e 1980 Pernambuco podia se orgulhar de ser a sede de uma das mais importantes gravadoras nacionais. Fundada no começo dos anos 1950 por José Rozenblit, a gravadora que levava seu sobrenome também era uma fabrica de discos e teve filiais no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Em plena Copa de 1958, com a expectativa do Brasil ser campeão mundial, o futebol entrou definitivamente na história da Rozenblit. Naquela época, o complexo fonográfico contava com 190 funcionários – o que dava uma agilidade maior no lançamento dos discos. Mas nada como o que aconteceu naquela Copa.

Duas composições foram criadas para comemorar a vitória do Brasil, caso a seleção saísse vitoriosa no confronto contra a Suécia. Eram Escola de Feola (Luís Queiroga), interpretada pelo grupo os 3 Boêmios, e Brasil campeão do mundo (Nelson Ferreira e Aldemar Paiva), com a Orquestra e Coro Mocambo.

Rozenblit determinou que, se o Brasil ganhasse, todos os funcionários deveriam estar na fábrica meia hora após o jogo. Com todo mundo trabalhando, às 16h daquele mesmo 29 de junho de 1958 as duas composições já estavam tocando nas rádios do Recife.

Em uma boa jogada de marketing, a Rozenblit ainda ofereceu um mimo aos jogadores: prensou compactos personalizados com a foto de cada um dos heróis daquela seleção. Os disquinhos foram entregues aos jogadores e à comissão técnica em um almoço no Clube Português do Recife, na primeira parada da seleção no Brasil após a Europa.

* Carolina Santos é repórter da editoria Viver, do Diario de Pernambuco

Copa do Mundo 1958, final: Brasil 5 x 2 Suécia. Foto: Fifa/divulgação

O torcedor já não engole mais o futebolzinho anti-Série A

Pernambucano 2012, semifinal: Sport 0x0 Náutico. Foto: Brenno Costa/Diario de Pernambuco

Sport e Náutico já se enfrentaram quatro vezes nesta temporada. De um empolgante primeiro jogo sob o olhar da Fifa a uma melancólica semifinal…

Enfrentar o arquirrival foi a única experiência de cada um contra um adversário da elite nacional em 2012. Teoricamente, deveriam ter sido jogos emocionantes.

Pois qual seria a explicação mais razoável para compreender o fato de os dois clássicos na primeira fase terem levado mais gente às arquibancadas que o mata-mata?

Nesta postagem, imagens da semifinal, lá e lô. Arquibancadas sem lotação máxima, o que não condiz com o Clássico dos Clássicos neste contexto decisivo.

A vitória rubro-negra por 4 x 3 na Ilha e o insosso empate sem gols nos Aflitos no turno classificatório registraram 42.176 torcedores, enquanto as semifinais, com triunfo leonino em Rosa e Silva por 2 x 1 e o empate em 0 x 0 na Ilha, contabilizaram 31.720.

Uma redução de 24,7% justamente em uma fase decisiva. Ingressos caríssimos? A mudança não foi drástica. Os bilhetes subiram de R$ 40 e R$ 20 para R$ 50 e R$ 25. Vale ressaltar que os quatro jogos, transmitidos na TV aberta, ocorreram no domingo.

Pesou mesmo o nível técnico, muito baixo. A torcida já não engole mais esse futebolzinho onipresente visto nos gramados locais este ano. Jogadas ensaiadas? Piada.

Times sem padrão de jogo, atletas (caros) de potencial duvidoso e lampejos de boas atuações. Nada que impressione mais. O encanto do acesso acabou.

O Leão e o Timbu estão a apenas 20 dias da estreia na Série A. Que os dirigentes dos rivais centenários enxerguem de uma vez por todas as deficiências dos seus elencos.

Pois se continuar desse jeito, os públicos dos dois clássicos no Brasileirão poderão ser ainda menores, corroborando com a tese apresentada na semifinal do Estadual…

Pernambucano 2012, semifinal: Náutico 1x2 Sport. Foto: Alexandre Barbosa/Diario de Pernambuco