Pela primeira vez, desde que foi criada há trinta anos, a Supercopa da Espanha, disputada entre os campeões da liga e da Copa do Rei da temporada, passará a ser realizada em apenas uma partida. E não será em solo espanhol.
A partir de 2013, um confronto decisivo a mais de nove mil quilômetros de distância.
Pois é. A tendência é que clássicos do porte de Real Madrid x Barcelona ocorram no moderníssimo estádio Ninho do Pássaro, em Beijing, na China.
O estádio dos Jogos Olímpicos de 2008 deverá abrigar a Supercopa da Espanha pelos próximos sete anos. A federação espanhola embolsará US$ 39,5 milhões no acordo com a United Vansen International Sport, com apoio do governo chinês, claro.
Coincidentemente, o mesmo local já recebe a Supercopa da Itália. Será a 3ª vez em quatro anos. Este ano, Juventus (campeão nacional) x Nápoli (vencedor da Copa Itália).
E o Brasil, onde fica nessa história? Não há mercado para os clubes brasileiros?
Corinthians x Vasco em 2012. Fluminense x Santos em 2011. Flamengo x Corinthians em 2010. São Paulo x Sport em 2009. Duelos que não aconteceram.
Não havia uma data sequer? Uma partida envolvendo os últimos campeões nacionais do país não é capaz de atrair patrocinadores e o interesse das redes de televisão?
A Supercopa do Brasil só aconteceu em duas oportunidades. Em 1990, o Grêmio bateu o Vasco. No ano seguinte, o Timão superou o Fla. Depois, caiu no ostracismo.
Eram outros tempos. Principalmente em relação à visibilidade. Negócios.
Hoje, a TV aberta alcança 100% do país. A TV por assinatura já conta com uma fatia considerável de telespectadores. Há o mercado da internet.
E há, sobretudo, o mercado internacional. Ainda que não fosse o caso de negociar um jogo entre os brasileiros na Ásia, como os europeus vêm fazendo, teríamos, no mínimo, doze arenas de última geração para essas partidas especiais a partir de 2014.
A Supercopa do Brasil poderia ser até o jogo oficial para abrir o calendário nacional…
E não precisa ser necessariamente no Ninho do Pássaro. Quem sabe um dia.