Calendário no futebol… Essencial para o profissionalismo pleno.
O ponto de partida para esse contexto foi em 1988, quando o Campeonato Brasileiro passou a ser dividido em divisões, com acesso e descenso a cada temporada.
Inicialmente, eram 24 clubes na principal e uma quantidade flutuante abaixo disso. A Série C, antes intermitente, passou a ser regular a partir de 1994. Sempre inchada.
Até 2009, quando a Série D foi criada, enxugando a Terceirona para 20 clubes.
Mesmo número das duas primeiras divisões, mas com formato diferente. Aí, vamos ao problema atual, sobretudo considerando que o país tem mais de vinte clubes com mais de um milhão de torcedores. Na vizinha Argentina, são apenas cinco.
Na formação do calendário, o post irá desconsiderar os deficitários campeonatos estaduais – pois aí é outra discussão -, focando apenas no Brasileiro e a necessidade de desenvolver as divisões inferiores, com clubes de massa em potencial perdidos por lá.
Os 40 times nas duas principais séries disputam 38 jogos, todos eles televisionados. Há uma regularidade de calendário e receita, o que articula o planejamento no ano todo, com contratos mais longos e mais cacife na hora da negociação.
Na Série C, a largada inicial tem 18 jogos, num calendário já esticado nesta edição, diga-se. O time que alcançar a final fará no máximo 24 apresentações. Na Série D é ainda pior, com apenas 8 partidas na primeira fase. Aos finalistas, 16.
De maio a dezembro, 24 jogos? No máximo?! É inviável economicamente. Receitas tidas como “indiretas” sofrem influência, com número de sócios e valorização da marca.
O exemplo claro disso é o Santa Cruz, recém-eliminado na Série C.
Planejar o acesso é viral para qualquer clube. Incompetência no campo à parte, o bicampeão estadual disputou dezoito partidas e encerrou os seus trabalhos em outubro.
Mais dois meses em aberto na folha, fora o 13º salário.
Em 2013 o Tricolor do Arruda, outrora tradicional na elite, chegará a seis anos consecutivos fora das Séries A e B, já na era dos pontos corridos.
Considerando a 1ª fase do ano que vem, o Santa terá realizado no período 78 jogos. Se estivesse num revezamento entre as duas primeiras divisões, o número seria de 228 partidas, o mesmo praticado pelos rivais Náutico e Sport.
Ou seja, a longo prazo o clube coral terá feito apenas 34,2% dos jogos possíveis. Dos 150 jogos não realizados, metade seria no Arruda.
Projetando um público médio de 15 mil torcedores no Mundão e um índice de ingresso a R$ 15, o faturamente só com bilheteria poderia ter alcançado mais R$ 16,8 milhões no Brasileirão. Dinheiro no ralo. Situação também vivida por Paysandu, Fortaleza, Remo…
E poderia ter sido pior. Somando apenas os jogos da fase classificatória das competições neste período, a quantdade não passaria de 62, ou 27%.
É ou não é um verdadeiro “se vire nos 30” para manter uma gestão profissional? O futebol brasileiro não pode ser estruturado para apenas 40 clubes.
Um clube de futebol profissional não pode ser sazonal.
Muito menos uma agremiação do tamanho do Santa Cruz…
A solução e ser como era antigamente, nos tempos do rj/sp e nos anos 80 e 70.
Os estaduais (ou regionais) valendo vaga no brasileiro na (ou pre) sulamericana.
Cássio ,
Concordo que o Brasil tem condições de organizar e viabilizar 3 divisões. Mas isso não se dá por canetada. Quantos anos foram precisos para que a Série B deixasse de ser deficitária ? Uns dez anos ? E olha que estou tomando por base o final dos anos 90 e não aquelas Taças de Prata dos anos 80.
A Série C deu um passo importante esse ano para alcançar a viabilidade econômica. Se passar um jogo por semana no canal fechado é pouco , pense que até o ano passado , isso era pura fantasia. Além disso , alguns jogos foram transmitidos sábado a tarde para determinadas cidades via Globo.
A Série B começou a ser arrumada em 1999. Foram necessárias sete edições para que o campeonato entrasse em 2006 no mesmo formato da Série A. Por qual motivo ? Simples. A competição foi se tornando atraente ano após ano para os patrocinadores , a ponto de entrar na programação do pay-per-view. Não tenha dúvida que a Série C caminha para esse mesmo formato , mas é preciso ter o “aval” dos patrocinadores , que bancam o televisionamento , por exemplo.
Abriríamos mão do brasileiro desde que o nordestão oferecesse vagas para liberta.
Acho que os banguelos sarnentos torcedores da cobra morta não tem do que reclamar da transmissão dos jogos, foram passados todas as partidas da cobra esturricada no CANAL DA IMUNDIÇE. Exclusividade dos sarnentos, esse canal passou jogadas de DM Bosta, Memorróida, Renatinha boneca de feira, Fabrício boneco de Olinda, Come Rato e os demais pernas de pau do canal. É só dar audiencia a esse canal,mais cuidado pode ser considerado consumidor de droga.kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
CASSIO PAI AQUI, JÁ ESTÁ COM MEDO DO “SPORT SUZY DO RECIFE” (SEU TIMINHO QUERIDINHO) IR PARA UMA SÉRIE “C” TAMBÉM??? KKKKKKK
essa mentalidade tacanha dos torcedores,dirigentes e imprensa q impede o avanço do futebol de Pernambuco.até 1986,praticamente,não existia rebaixamento.o pesadelo começou 2 anos depois e lá se vão 24 anos de puro deus nos acuda!
Eduardo,
Até ressaltei que a Série C foi esticada nesta temporada. Tanto que o Santa jogou 18 partidas na primeira fase. Antes era bem menos que isso.
Contudo, ainda é pouco. Na minha opinião, o Brasil tem clubes (tradicionais) suficientes para formatar a estrutura com 3 divisões de 20 clubes em pontos corridos (38 rodadas) sem maiores problemas.
Se esse for o caminho dentro de alguns anos, ótimo. É necessário ter esse caminho, pois tirar do mapa (ou da TV) clubes como Santa Cruz, Fortaleza, Paysandu, Remo, Sampaio Corrêa e Juventude não me parece o ideal…
Cássio ,
A boa notícia que veio na Série B é o fraco desempenho dos chamados times de prefeitura , como Barueri , Ipatinga e Guaratinguetá. Ver esses times de aluguel , que mudam de cidade ao sabor do vento , ocupando lugares onde poderiam estar um Santa Cruz , um Fortaleza , um Payssandu , por exemplo , é demais. Na Série C , lamento pelo sucesso , até agora , do Macaé e Duque de Caxias , que em nada contribuem até para o campeonato carioca , que precisa do Bangu e do América.
Cássio ,
Prefiro ver pelo outro lado , a do copo meio cheio. Já foi bem pior e não estou falando de 30 anos atrás , mas sim do final dos anos 90 , quando cair para a Série B era algo como disputar a D atual. A partir dos anos 2000 , com a chegada do pay-per-view , a Série B começou a ser formatada para , desde 2006 , ter o mesmo jeito da divisão principal. Os problemas passaram a ser a C e a D.
Depois de muito tentar , acho que a CBF está conseguindo dar um bom padrão para a Série C. Dividir os vinte clubes em dois grupos de dez regionalizados , garantindo 18 jogos em turno e returno , atraiu a televisão para a competição. Esse ano , a Série C foi transmitida desde a primeira fase pelo SportTV e pela tevê aberta para algumas cidades , um fato inédito. É o ideal ? Não , claro que não , mas não se pode ignorar o enorme avanço que a C teve nos últimos 3 anos. Talvez ainda leve mais duas ou três temporadas , mas é um caminho irreversível. Teremos 60 clubes com calendário anual , com exposição na Tv aberta e fechada , despertando a atenção dos torcedores , jornalistas e , claro , patrocinadores.
É injusto o Brasil dispor do mesmo número de vagas na Libertadores que a Argentina.
Além do mais vemos vários clubes peruanos, bolivianos, equatorianos, venezuelanos, colombianos, paraguaios, argentinos, uruguaios e chilenos de qualidade inferior aos nordestinos disputando a Taça Libertadores e a Sulamericana.
Já pensou numa Liga Norte-Nordeste com duas vagas na Libertadores e mais quatro na Sulamericana? Nada mais justo.