Tratar a Copa do Brasil como um torneio mais rentável que a Copa Sul-Americana é regra. Até porque não há subjetividade em finanças. Basta comparar os números. Foi assim nas cotas de 2013 e 2014.
Em 2015, o segundo título mais importante do país ficou ainda mais valorizado, com o aumento de 28% na premiação absoluta do campeão, de R$ 7,95 milhões. Logo, a Sula cairia mais um degrau nesta “concorrência”, criada através da esdrúxula fórmula de classificação da CBF, misturando as duas competições paralelas – só é possível disputar uma a partir de agosto.
A Copa do Brasil manteria a hegemonia caso fosse desconsiderada a alta do dólar. O seu peso em relação ao real transformou o cenário, pois a moeda norte-americana é a base dos cálculos da Conmebol em seus torneios. Vamos aos detalhes, numa reportagem do Diario de Pernambuco, de Daniel Leal.
Para disputar a Sul-Americana, o clube brasileiro – que tenha a pré-vaga – precisa ser eliminado da Copa do Brasil no máximo até a terceira fase. Portanto, essas três cotas são indiferentes na comparação. Afinal, seguindo na Copa do Brasil ou indo à Sula, o clube ficaria com essa receita preliminar de todo jeito. No caso do Sport, neste ano, o clube garantiu R$ 1,33 milhão pela presença na terceira fase. Contra o Santos, o Leão chegou ao ponto de “escolha”.
A premiação oficial da Sul-Americana de 2015 ainda não foi divulgada, mas naturalmente não será menor – de 2013 para 2014, por exemplo, a evolução foi de 80%. Portanto, considerando a última quantia, e com o dólar custando quase três reais (cotação bem acima das edições anteriores), o campeão internacional receberia R$ 180 mil a mais que o campeão da Copa do Brasil.
Nota-se que a escolha para qualquer clube não é fácil. E já não há mais a verdade absoluta sobre a maior rentabilidade da Copa do Brasil…
Premiações máximas a partir da definição das vagas brasileiras na Sula:
2015
Copa do Brasil – R$ 6.510.000*
Sul-Americana – R$ 6.690.360 (US$ 2,235 milhões, valor de 2014)**
Em maio, o dólar foi avaliado em R$ 2,99
2014
Copa do Brasil – R$ 5.120.000*
Sul-Americana – R$ 4.984.050 (US$ 2,235 milhões)**
Na época, o dólar estava avaliado em R$ 2,23.
2013
Copa do Brasil – R$ 5.000.000*
Sul-Americana – R$ 3.025.600 (US$ 1,24 milhão)**
Na época, o dólar estava avaliado em R$ 2,44.
* Contando as cotas somente a partir das oitavas de final da Copa do Brasil.
** A soma das premiações a partir da fase brasileira da Sula.
Mesmo se a cota fosse menor, em caso de título seria muito mais vantajoso já que garantiria vaga na próprio Sul-Americana entrando direto na fase internacional, na Recopa, na Copa Suruga e na Libertadores. No outro ano teria muita receita. Se olhar pelo lado futuro em caso de título, nem se discutiria as cotas de ambos.
Cotas da Sul-Americana de 2014 com a cotação real/dólar em maio de 2015 (US$ 1 = R$ 2,99)
Fase brasileira: US$ 150 mil (R$ 449 mil)
Oitavas: US$ 225 mil (R$ 673 mil)
Quartas: US$ 300 mil (R$ 898 mil)
Semifinal: US$ 360 mil (R$ 1,077 milhão)
Vice: US$ 550 mil (R$ 1,646 milhão)
Campeão: US$ 1,2 milhão (R$ 3,592 milhões)
Total para o campeão da Sula de 2014: US$ 2,235 milhões (R$ 6,69 milhões)
Cota da Copa do Brasil de 2015
1ª fase (64 avos) – R$ 400 mil (grupo 1) / R$ 350 mil (2) / R$ 200 mil (3)
2ª fase (32 avos) – R$ 480 mil (grupo 1) / R$ 420 mil (2) / R$ 240 mil (3)
3ª fase (16 avos) – R$ 560 mil (última fase antes da Sul-Americana)
Oitavas de final – R$ 690 mil
Quartas de final – R$ 820 mil
Semifinal – R$ 1 milhão
Vice-campeão – R$ 2 milhões
Campeão – R$ 4 milhões
Cota máxima do campeão: R$ 7,95 milhões