Financeiramente, é a maior contratação da história do Santa Cruz. Indiscutivelmente. De volta ao Arruda, Grafite deverá receber R$ 2 milhões por um ano, segundo informações de bastidores. Considerando todos os rendimentos propostos pelo clube, a média mensal seria de R$ 166 mil, quase três vezes mais que o maior salário já pago pelos tricolores.
O aporte no jogador, com o apoio de investidores, busca mais que um retorno técnico (necessário). O perfil de Grafite será atrelado a um projeto de marketing, impulsionando a venda de camisas (com o tradicional número 23) e a campanha de sócios, para alcançar a meta estipulada pela diretoria, de 20 mil sócios ainda em 2015. Impossível não lembrar do projeto realizado com Mancuso, em 1999. Na ocasião, o clube chegou a ter 27 mil associados em dia, ajudando bastante a bancar a presença do argentino, o mesmo cenário esperado agora.
Aos 36 anos, o centroavante preteriu uma proposta do Catar para voltar ao Tricolor. Claro, receberá um baita salário no atual campeão pernambucano, mas o início de carreira também deve ter sido levado em conta. Criticado em seus primeiros jogos, em 2001, o atacante acabou deslanchando, com técnica e presença de área. No fim daquele ano foi vendido por R$ 1 milhão ao Grêmio, na 8ª maior transação do futebol pernambucano até então. Hoje, figura em 24º lugar (veja o ranking aqui).
Mais do que a boa lembrança pela curta passagem no Santa, com 16 gols em 37 jogos, Grafite traz na bagagem, para o povão, uma carreira sólida, com um título mundial pelo São Paulo, em 2005, e uma conquista da Bundesliga pelo Wolfsburg, terminando a temporada 2008/2009 como artilheiro e melhor jogador. E, como não poderia deixar de ser, a participação na Copa do Mundo de 2010, quando foi à África do Sul depois de ter atuado em dois jogos, o suficiente para agradar Dunga.
Experiente, Grafite será o escudo do time de Marcelo Martelotte, em busca de dias melhores na Série B. Além da liderança em campo, poderá tirar o peso da responsabilidade de alguns jogadores, dividindo as tarefas. Tudo isso sem esquecer, obviamente, o seu papel principal. O de fazer gols.