Os três grandes confrontos do pernambucanos já passaram de 500 jogos, cada. Ao longo de cem anos, matchs, prélios, pelejas… clássicos. Hoje, cada partida tem uma denominação específica, tradicional. Você sabe quando surgiu cada uma? Há mais de seis décadas, por baixo. Não é tão fácil precisar as datas, mas eis as primeiras citações no Diario de Pernambuco, quando os jogos do Estadual deixaram de lado alcunhas como “clássicos citadinos” e versões de outras praças, como “Fla-Flu do Nordeste” para Náutico x Sport.
Clássico das Multidões
O Sport já era o maior campeão, com onze títulos, e o Santa era apontado como o mais popular no subúrbio, sempre com bons públicos. O primeiro registro encontrado pelo blog, em 4 de julho de 1943, deixa claro que os dois times proporcionavam os maiores públicos na Ilha, o maior estádio na época.
“Mesmo que a disputa de hoje não tivesse as características de uma decisão importante, estaríamos certos do seu êxito, pois o clássico Santa Cruz x Esporte tem o seu prestígio e o seu numeroso público. Foi este encontro que, em todos os tempos, assinalou os maiores records de bilheterias que temos registrado. Ainda este ano, proporcionando um encontro emocionante, o clássico das multidões rendeu a importância de vinte e um mil cruzeiros, renda esta que, desde 1940, não registrávamos.”
Resultado: Sport 3 x 0 Santa Cruz, na Ilha do Retiro
Clássico dos Clássicos
Em 12 de outubro de 1945, o jornal trazia informações sobre o jogo entre Náutico e Sport, uma partida seria disputada dois dias depois. Neste caso específico, vale registrar que o extinto Jornal Pequeno também escreveu “clássico dos clássicos” dois meses antes, em 18 de agosto.
“A grande atração da tarde de domingo, porém, será a disputa do clássico dos clássicos do futebol pernambucano. Na peleja mais sensaconal dos últimos tempos, Náutico x Esporte estarão envolvidos no estádio dos Aflitos, ansiosos por uma melhor colocação na tabela, onde aparecem com dois pontos de diferença para o líder.”
Resultado: Náutico 2 x 1 Sport, nos Aflitos
Clássico das Emoções
É o único clássico com uma assinatura. À parte do texto principal sobre o jogo, foi publicado, em 1º de novembro de 1953, um comentário de Alves da Mota, tendo como título justamente “Clássico das Emoções”. Mais direto, impossível.
“Teremos hoje, à tarde, no estádio ‘Eládio Barros Carvalho’, um ‘match’ que pela excelente forma e posição em que se encontram ambos os preliantes no presente campeonato, está fadado não só a um legítimo record de bilheteria, mas a um desfecho sensacional, numa luta cheia de lances emocionantes que tanto pode fazer vibrar a grande torcida do “clube das multidões”, para cujo lado está mais pendida a preferência do público, como resultar numa espetacular vitória dos alvirrubros.”
Resultado: Náutico 4 x 2 Santa Cruz, nos Aflitos
Confira as páginas do jornal numa resolução maior: 1943, 1945 e 1953.
Essa é uma tendência, acredito, de cunho facista, Cássio. Em Portugal, Salazar exigia que todos os nomes estrangeiros fossem “aportuguesados”. Mas perdura até hoje onde a imprensa trata por Rainha Isabel e Príncipe Carlos da Inglaterra. hehehhe
Obs. O Sport foi chamado pelo Diario de Pernambuco, entre 1940 e 1980, de “Esporte”, devido a uma linha editorial do jornal de “aportuguesamento” de todas as palavras. E isso incluiu – de forma errônea, na minha visão – até nomes próprios de instituições. Isso seguiu em outros jornais.