O Santa Cruz foi inofensivo no primeiro tempo em Juiz de Fora. Remendado e com a confiança abalada, o time foi vazado já no primeiro minuto. O péssimo passe de Roberto gerou o contragolpe. Ainda assim, Neilton estava cercado por quatro tricolores. Marcaram com os olhos, com o atacante tocando para Sassá, que contou com outra colaboração de Tiago Cardoso. A estrela solitária ampliou aos 17, com Camilo dando uma bela assistência para Neilton. Como Roberto sequer deu o bote, o jogador mandou para as redes com tranquilidade.
O desânimo no intervalo não sinalizava uma reação, mas houve, com os corais melhorando. Claro, o recuo do limitado Botafogo, preocupado em segurar a vitória, deu espaço. Logo aos 3, Keno, que acabara de entrar, fez a sua jogada característica pela ponta esquerda e cruzou para João Paulo diminuir. Dois dos jogadores de “Série A” do grupo. É preciso ter qualidade, sempre! Arthur, Keno e Leandrinho tiveram boas chances para empatar, mas a bola teimou em não entrar, resultando na 5ª derrota seguida do Santa, 2 x 1. A 8ª em 9 jogos. Uma queda de rendimento que gerou (mais) uma estatística preocupante: hoje, a campanha já é pior que a de 2006, na até então única participação nos pontos corridos. Um ano para esquecer, mas que não cansa de assustar.
Santa Cruz após 13 rodadas nos pontos corridos
2006 – 18º lugar, 12 pontos, 3 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 15 GP, 22 GC
2016 – 19º lugar, 11 pontos, 3 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 15 GP, 20 GC
Há dez anos, a derrocada viria algumas semanas depois, pois especificamente naquela rodada o time vivia a sua melhor fase, goleando o Flamengo por 3 x 0. Na rodada seguinte, também no Arruda, venceria o Corinthians. Agora, o oposto. Falta de peças (um camisa 10), indicações questionáveis (Roberto?) e mudanças improdutivas (Marcílio e Léo Moura no meio?). A verdade é que o Santa precisa ir além da “sacudida no grupo”, o sinônimo de troca de técnico. A qualificação é para ontem. Aliás, era para maio, quando começou a competição, mesmo com o embalo dos títulos regional e estadual. A reposição sempre foi uma necessidade, agora reforçada a cada revés, a cada rodada…