O custo de construção da Arena Pernambuco: R$ 743 milhões

Arena Pernambuco. Foto: Consórcio Arena Pernambuco/divulgação

Após quase dois anos, temos a resposta sobre o custo de construção da Arena Pernambuco. Para erguer o empreendimento em São Lourenço da Mata foram gastos R$ 743 milhões, em um número que ainda precisa ser validado por uma câmara de arbitragem estabelecida pelas partes envolvidas na parceria público-privada. O valor é 55% acima do contrato original, transformando o estádio no 4º mais caro do último Mundial.

No acordo da licitação, a preço de maio de 2009, a obra foi orçada em R$ 479 mihões. Era o acordo para construir o estádio visando a Copa do Mundo de 2014. A antecipação da obra em oito meses, a pedido do governo do estado, visando a presença local na Copa das Confederações de 2013, gerou uma revisão no contrato, com os chamados “aditivos”. E esse pedido de reequilíbrio financeiro feito pela Odebrecht foi de R$ 264 milhões, num dado agora público.

A medida extra na PPP teve quatro ítens, incluindo aceleração da obra (R$ 190 milhões), exigências adicionais da Fifa no caderno de encargos (R$ 47,5 milhões), ressarcimento de impostos (R$ 23 milhões) e encargos financeiros (R$ 3,5 milhões). O valor absoluto foi repassado ao blog pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, ao comentar o post “Odebrecht informa ao TCE que a Arena Pernambuco custou R$ 479 milhões. Acreditou? Nem eu“.

Questionado sobre a soma do contrato original com o pedido de reequilíbrio, como o valor final da obra, Raul Henry respondeu da seguinte forma: “É uma questão técnica esse valor, que ainda será analisado. Mas, pela ótica da Odebrecht, seria esse sim”, disse. O vice-governador explicou que a câmara de arbitragem a ser instalada, ainda sem prazo, terá três membros, um indicado pelo estado, um pela construtora e outro em conjunto pelas duas partes.

Em relação ao fato de Odebrecht ter entregue ao Tribunal de Conta do Estado um relatório informando apenas o custo original (R$ 479 mi), Raul Henry defendeu o ato, pois o contrato original com a empresa não exigia uma planilha de custos unitários, conforme exigido pelo TCE-PE, mas com os seus recursos na obra (como guindastes utilizados, operários contratados etc)..

Em setembro de 2014 houve o primeiro pedido, mas não foi criada a câmara necessária. “Será feita a instalação de uma câmara de arbitragem para submeter todos os gastos. Temos que conduzir com responsabilidade e transparência. Nós já estamos conversando com o Tribunal de Contas. Já tivemos mais de uma reunião com o conselheiro e sua equipe. Vamos ter uma atitude construtiva em relação a isso”, afirmou.

O estado já pagou R$ 388 milhões pela construção e este ano pagará pagará mais uma parcela, R$ 130 mi. O possível custo final repassado pela vice-governadoria não considera os reajustes através do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) e os juros do banco, nos empréstimos tomados para executar a obra. Há um ano, o então secretário extraordinário da Copa em Pernambuco, Ricardo Leitão, havia dito que o custo da obra estava numa “ordem de grandeza de R$ 650 milhões”.

Atualização: a Odebrecht respondeu ao e-mail do Diario e confirmou em nota o custo da obra: “A Concessionária confirma os valores informados pelo governo do estado.”

15 Replies to “O custo de construção da Arena Pernambuco: R$ 743 milhões”

  1. Nao acho que vire elef. branco por que a arena pernambuco e perto da capital e em relaçao so custo e so fazer o orçamento da obra e no Brazil é tudo Caro o valor da obra so fazendo o orçamento assento padrao FIFA 400 reais und.

  2. Pingback: A licitação da Arena Pernambuco contou com três construtoras, todas com os presidentes presos na Lava-JatoBlog de Esportes | Blog de Esportes

  3. Essas empreiteiras são uma mão na roda para quem quer ganhar dinheiro fácil . Estivesse o nome do PT aparecendo aí em qualquer momento desta obra absurda , estariam dizendo coisas escabrosas sobre corrupção.
    Mas como não está , a conversa é bem mais branda.
    Quer dizer então que para acelerar uma obra eles cobram R$ 190 milhões ? Que maravilha . Até onde sei para acelerar uma tarefa vc só precisa trabalhar mais rápido. Empreiteira precisa de injeção de ânimo monetário ?
    E o resto : ressarcimento de impostos (R$ 23 milhões) e encargos financeiros (R$ 3,5 milhões) ? É uma mamata .
    E quero entender uma coisa : a Odebrecht construiu o estádio com recursos dela ? Se sim , ok . O governo está pagando a eles pela construção . Mas a Odebrecht ainda explora o estádio e recebe do Estado em caso de prejuízo ? Danou-se . Isso é o que chamo de Capitalismo sem riscos .
    Olha , isso aí é muito simples : rolou muita propina nisso , super faturamento a rodo debaixo do nariz do nosso pobre povo e pelo jeito ninguém vai pagar por isso. Apenas o próprio povo.
    Se a Justiça brasileira quisesse acabar com corrupção já poderia a Justiça Federal de Pernambuco começar a investigar este estádio. Essa história está muito mal contada .

  4. Esse projeto era inviável, desde o começo. A localização do estádio, dificuldade de acesso, horários dos eventos (futebol, principalmente) só contribuem para a tese de “ELEFANTE BRANCO”. Foi apenas uma forma dos “gestores” realizarem desvios do dinheiro público, deixando o Estado de Pernambuco numa situação ainda mais caótica. E, infelizmente, essa conta vai demorar muito para ser paga pelo contribuinte. No mais, chega a dar vergonha dos amigos que se aventuraram a adquirir imóveis em São Lourenço da Mata na promessa de investimento na Cidade da Copa, a qual NUNCA vai sair do papel.

  5. Fico observando o aborrotamento do transito em Recife e me pergunto como os politicos nacionais são tão… sem visão de futuro. A anos vamos nos arrastando com o cais José Estelita e provavelmente outras obras imobiliárias (espigões enormes) que não se encaixam mais na nossa cidade, por falta de infraestrutura sanitária, viária e todo o resto.

    Temos um metro bom (aqui em BH o trêm é lento que dói e liga bairros de baixíssima densidade ao centro) que apesar de não passar por áreas de maior densidade habitacional se tornou mais funcional com os terminais de integração. O eixo oeste da região metropolitana é o vetor de crescimento planejado que resta para RMR. o metro é perto, pode ser ligado via terminal integrado a região do estádio, e muitos dos investimentos em gigantes prédios nos poucos terrenos que sobraram no recife poderiam ser alocados para lá. seguindo o planejamento do projeto.

    Para isso é necessário achar outros usos para as casas e prédios menores de recife (que não seja a construção de espigões) e viabilizar esse novo vetor imobiliário apostando num real planejamento da cidade.

  6. Easn,

    Em relação à Cidade da Copa, realmente acredite no projeto. Ele saindo do papel todo o processo seria diferente. Porém, o tempo passou e já expirou o prazo do 1º módulo da Cidade da Copa (neste momento, já deveria existir um ginário, um centro comercial e um hotel). E aí está a grande flaha, de gestão mesmo. E isso é frustrante…

    Aliás, sequer finalizaram a Radial da Copa para a arena funcionar com o mínimo de dignidade em relação à mobilidade. Hoje, o projeto inteiro é um engodo.

  7. PPP no Brasil significa privatização dos lucros e socialização dos prejuízos. Sendo assim, o pernambucano (que no lançamento desse projeto , com raras exceções, arrotou que a Cidade da Copa era o melhor projeto do mundo) vai para a conta. Ser toupeira é a marca do brasileiro. O engraçado é que na época Dudu Campos era amiguinho dos crentes petistas. E toda corja ficou caladinha , seja do primeira, seja dos canalhas vermelhos. Todos num grande projeto para saquear o Estado. Passada a Copa, é cômico ver canalhas petistas criticando a obra. Só criticam porque foram varridos do Estado através do voto. Só reclamam porque não mamaram como acharam que mamariam. E agora, o “guerreiro” povo pernambucano está com Elefantão de São Lourenço para sustentar enquanto apodrecem em corredores de UPAS, andam em estradas medíocres, vivem seus momentos de gado no transporte público e etc.

  8. Caro Zirpoli, lendo a sua matéria a respeito do custo da Arena pude constatar um erro de conceito contábil, o valor referente à devolução dos impostos não pode ser somado ao custo da Arena, pois trata-se de uma devolução de imposto, ou seja é dinheiro do contribuinte.
    É o mesmo caso da devolução do imposto de renda, o governo arrecada a mais e depois de muito tempo, muito tempo mesmo nos devolve com uma correção simbólica e sem juros!!!
    Também cabe ressaltar que a o Castelão não foi demolido, foi apenas reformado.

  9. E tem tudo para virar o maior “elefante branco” do Nordeste. Não existem eventos de porte para lotar o espaço. Jogos do Campeonato Pernambucano não atraem mais como antes. Vai culpar quem agora? Deixa eu adivinhar aqui…”pera” que já respondo…
    Cadê que ninguém faz “baticum” de panelas?

  10. Sendo uma ppp, qual foi a bufunfa que a odebrecht gastou na arena??? Essa é uma parceria CARACU: a odebrecht entra com a cara e o governo (nosso dinheiro) com o resto. E ainda falta os 200 ha de terra doados para essa empresa corrupta. A marca do governo campos-lira-câmara é a entrega do patrimônio público para fins privados: Vide a doação da fábrica Tacaruna para a fiat.

  11. Um elefante branco, vai dar muito prejuízo ao povo pernambucano!.Para um povo que age pelo estomago , nada mais propicio!.

  12. Esse país é uma esculhambação, mesmo! Políticos e empresários fazem a farra com o dinheiro público e quem paga a conta? Nós, os otários!

  13. A arena de Fortaleza, com capacidade para mais de 60 mil pessoas, ou seja, quase 50% a mais que a nossa arena, foi construída no lugar do antigo Castelão. Lá teve custo de demolição e transporte. Aqui pegaram um terreno baldio e fizeram um estádio pequeno com o preço bem superior. Esse dudu era(?) mesmo um achaque!

  14. Vergonha, o que nos ganhamos realmente com essa arena? quanto foi gasto na construção de novos Hospitais?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*