Enquete nova no blog… Costuma frequentar as arquibancadas sempre que pode? Pois é. Assistir a um jogo de futebol no estádio é, realmente, a forma mais divertida de torcer.
Nem todos, porém, pode fazer isso, devido à distância ou uma série de fatores. Outros não vão por desinteresse mesmo. A nova enquete quer saber o perfil dos blogueiros sobre o assunto.
Sempre vai ao estádio?
Só se o jogo passar na TV?
Pelo rádio?
Não presta muita atenção?
Última enquete: Quem é o favorito para vencer o Pernambucano de 2010?
Recife – Fim do giro pelo interior pernambucano… Foram 1.958 quilômetros circulando em busca de informações sobre seis times do interior, a partir do País de Caruaru.
Uma viagem repleta de curiosidades e que serviu para conferir in loco a paixão dos torcedores pelos times intermediários, e também a luta de seus dirigentes para montar um time para o Estadual
Abaixo, as impressões sobre os clubes, seguindo a ordem da apuração:
Central – Continua sendo o “primo rico” entre os intermediários. Terá a maior folha, de cerca de R$ 130 mil (e único acima de R$ 100 mil). Porém, a pressão pelo 1º título pernambucano sufoca o clube. O embate político atrasou bastante a preparação da Patativa, que foi o último time a se mexer. Por outro lado, a torcida alvinegra vem ganhando as ruas de Caruaru. A confiança no regulamento com semifinal é enorme.
Porto – Palavra-chave: motivação. A prisão do presidente José Porfírio em 2009, acusado de sonegação fiscal, quase fechou o clube, mas ele solto e o investimento voltou. O Porto parece ser o time mais fácil de comentar. Um time repleto de ex-juniores. Fato comum desde 1994! Sobre o CT Ninho do Gavião, com 5 campos: sensacional! Nível de Série A. E muitos lá sequer têm um CT…
Ypiranga – Uma máquina, no papel. Afirmação sem trocadilho com o mascote do clube. Rosembrick, Wilson Surubim, Edu Chiquita, Bebeto… Nomes pra lá de conhecidos no futebol pernambucano. A Máquina de Costura formou o grupo mais qualificado no interior. Repito: no papel. Vai ser difícil arrancar uma vitória no Limeirão. Em Santa Cruz do Capibaribe, o sonho é apagar 2006 da memória.
Sete de Setembro – Me pareceu a equipe mais fraca. Condiz com o perfil dos últimos 2 anos, quando o time ficou em 10º lugar nas duas oportunidades. Será que o raio vai cair pela 3ª vez? É o que deseja a torcida de Garanhuns. Lá no estádio Gerson Emery, um setembrino me disse o seguinte: “O Sete não pode cair. Seria uma desmoralização para uma cidade desse tamanho ficar fora da elite”. Ele tem razão.
Araripina – Um Barueri que fala oxente. Um clube com menos de 2 anos e que já está na 1ª divisão. Um estádio bem cuidado e uma folha de R$ 80 mil, muito acima dos recém-promovidos. A explicação é bem simples: o Araripina conta com amplo apoio da prefeitura, que banca mesmo. O secretário de Esportes da cidade é o principal dirigente do clube. A diferença em relação ao Barueri: em PE, a torcida vai até em treino!
Salgueiro – A maior surpresa (negativa) da viagem. Apesar de ter mantido a base de 2009 – quando foi 4º lugar -, o único representante do estado na Série C começa a agonizar com a falta de recursos. A folha é 1/3 do valor do ano passado. Alheia a isso, a torcida do Carcará (cuja organizada é a “Fúria do Sertão”) conta os minutos para o campeonato. A movimentação na sede mostra que o Cornélio de Barros ficará cheio.
O título do post se refere apenas à viagem… O Estadual ainda vai começar. 😎
Salgueiro – O ano de 2006 foi marcante para o futebol do interior.
De uma forma triste.
Dois times quase ganharam o primeiro turno daquele Estadual.
Faltavam 2 rodadas. Caso vencesse os 2 jogos, o Salgueiro estaria garantido, pelo menos, na decisão do turno. Para completar, o Carcará enfrentaria os dois últimos adversários no estádio Cornélio de Barros. Ambos intermediários!
Mas foram 2 derrotas… Maracanazo puro no Sertão. 😯
A primeira delas de maneira inacreditável, quando o Carcará foi batido por 2 x 1 pelo Vitória, que era o lanterna e não tinha vencido ninguém até então. Depois, derrota no clássico sertanejo contra o Serrano, por 2 x 0.
“Falam muito do Ypiranga naquele turno, mas acho que foi ainda pior com a gente. Foi uma aula de incompetência. Aquilo não existe. A chance de ir pra final e ganhar a vaga na Copa do Brasil era muito grande e a cidade toda esperou por isso. A gente tinha vencido até o Santa Cruz, mas perdemos de times bem mais fracos. Foi uma decepção muito grande. Vai ser difícil outra chance daquela”.
A declaração foi feita pelo presidente do Salgueiro, José Guilherme (foto).
Apesar da tristeza em Salgueiro, o caso mais famoso é mesmo o do Ypiranga, que chegou na liderança na última rodada e precisava de uma vitória simples sobre o vice-lanterna Estudantes, em Timbaúba.
Uma caravana com quase 2 mil torcedores da Máquina de Costura viajou 158 km para apoiar o time. Como se sabe, o atacante Júnior Amorim, destaque na época, chutou um pênalti por cima da barra e a partida acabou em 0 x 0.
Salgueiro – Uma loja oficial do clube segue um padrão básico: vende todos os itens possíveis sobre o time. De camisas oficiais a chaveiros e brinquedos para crianças. Os principais clubes brasileiros têm pelo menos 150 produtos licenciados.
Imagine, então, uma loja oficial sem produto algum do clube… Pois é. Ainda que de forma provisória, é isso o que vem acontecendo com a loja “O Carcará”, do Salgueiro, localizada a 50 metros da sede.
Aberta em novembro de 2009, a loja tem 4 funcionários e uma boa gama de produtos esportivos. Chuteiras, troféus, camisas, acessórios… Ok.
Nenhum deles, porém, é licenciado pelo Salgueiro Atlético Clube. Para se ter ideia, existem camisas oficiais e bolsas de Náutico e Sport (e de times europeus). Segundo a gerência da loja, as camisas – produzidas pela Finta – devem chegar na próxima semana (R$ 60). Aí sim, a loja poderá ser chamada, de fato, como “O Carcará”.
Salgueiro – O estádio pode ser bem acanhado, com capacidade para no máximo 5 mil torcedores, mas é bem cuidado. Desde 2005, o Cornélio de Barros vem passando por reformas. Primeiro, foram os vestiários, que foram ampliados.
Agora, um espaço reservado para torcedores com necessidades especiais. O espaço é uma exigência da FPF neste Estadual, é bom ressaltar. Mas isso não quer dizer que os locais sejam apropriados nos outros estádios pernambucanos.
No caso do estádio em Salgueiro, o acesso é logo na entrada do campo e numa altura razoável para acompanhar a partida.
Ainda sobre o estádio… Está vendo o “mini-edifício” na foto? É onde ficam as cabines de imprensa (12 ao todo), divididas em três andares. O acesso? Via elevador… O único entre os estádios dos times do interior do Estadual de 2010. Custou R$ 400 mil. 😎
Salgueiro – O Salgueiro inaugurou a sua sede há apenas três meses. Trata-se de um imóvel com 100 m2, ao lado do estádio Cornélio de Barros. Apesar de ainda não ter telefone e contar apenas com uma máquina de escrever, a sede do Carcará – que é alugada – vem recebendo um bom número de visitantes nas últimas semanas. Apesar do município ter apenas 53 mil habitantes, cerca de 10% da população costuma assistir aos jogos do time no Estadual, mostrando o fanatismo local.
Atualmente, o Salgueiro tem cerca de 250 sócios-torcedores, que pagam mensalmente R$ 50. Além de poder assistir a todos os jogos do time, o sócio ainda ganha uma camisa e uma bandeira no momento da adesão. Para dar conta da demanda, a sede conta com duas funcionárias, Renata Kelly e Deyse Araújo, que até desenhou o pássaro do escudo pintado na fachada da sede. 😯
Durante a reportagem, o policial militar José Fábia Barros, de 34 anos, chegou no local pagar a sua quarta mensalidade. Apesar de ter o direito a entrar de graça por ser policial, José Fábio prefere ajudar o seu clube.
“Se a gente não ajudar o clube, o time vai acabar. E se acabar o futebol da cidade, só vai sobrar bar e pizzaria por aqui”, disse o PM, que tem 3 camisas do time e vai a todos os jogos com o filho de 7 anos, um sobrinho e o pai, de 70 anos. Segundo ele, outros 10 policiais, todos eles torcedores do Carcará, também se associaram.
Araripina – O ponto com a melhor visibilidade do estádio Chapadão do Araripie fica, acredite, onde está esta caixa d’água da foto ao lado. As sete cabines de imprensa do estádio ficam à esquerda do campo.
Para os radialistas e para a imprensa escrita, de fato, essa distância não faria tanta diferença. No entanto, faz bastante para a televisão.
Como o estádio poderá receber alguma transmissão ao vivo da Rede Globo, a diretoria do clube recebeu um pedido para a construção de uma 8ª cabine de imprensa, bem na linha do meio-campo, para a câmera de TV.
Desta forma, a pobre caixa d’água terá que ser remanejada para outro local, já que a obra deverá começar ainda neste mês. 😯
Obs. Nenhuma transmissão da TV está prevista para Araripina neste 1º turno do Pernambucano. Veja a lista de jogos na televisão AQUI.
Araripina – O atacante Jessuí, de 27 anos, diz ter uma “dívida” com o futebol pernambucano.
Em 2007, quando defendia as cores do Serrano, ele marcou 11 gols e foi o vice-artilheiro do Estadual. Ficou a 4 tentos do tricolor Marcelo Ramos.
Depois de rodar um pouco e voltar novamente ao Sertão, agora no Araripina, Jessuí quer escrever de vez o seu nome na história da competição.
“Eu tenho fama aqui e sei que a cobrança vai ser muito grande. Em 2007, eu só não fui o artilheiro porque desfalquei o time em 5 jogos e Marcelo Ramos fazia uns 2 gols todas as rodadas. Dessa vez, sem Marcelo Ramos, eu quero ser o artilheiro”.
Em 2009, Marcelo Ramos fez 19 gols… Menos mal que Jessuí estava ausente.
Araripina -No início da tarde desta quarta, um sol para cada um no estádio Chapadão do Araripe. Verão pesado!
Pontualmente às 15h30, começou o treino coletivo do Bode do Sertão, que durou cerca de 50 minutos.
No primeiro tempo, os relâmpagos no fim do horizonte deram o primeiro aviso sobre a mudança brusca no clima que estava pra acontecer… 😯
Minutos depois, aquela ventania.
Segundos depois, “o” toró. Uma chuva pesada. Surpreendente? Só para quem é de fora. Apesar do calor durante o dia, o fim de tarde na cidade vem registrando chuvas fortes neste início de 2010. E deverá ser assim durante o Pernambucano.
No fim do treinamento, um torcedor soltou a pérola.
“Tem time que vai chegar aqui querendo se proteger do sol e vai sair sem entender de onde veio tanta água. Aqui, a gente joga ‘duas’ partidas de vez em quanto”.
Veja a previsão do tempo no município nas próximas semanas AQUI.
Araripina – Fundado em 2008, o Araripina surpreendeu já no passado, quando ficou com o vice-campeonato da 2ª divisão do Estadual.
Mais surpreendente, porém, foi o estado do gramado do estádio municipal Chapadão do Araripe, elogiado por jogadores e técnicos adversários.
Em pleno Sertão… Conferi de perto e é mesmo inegável: é um verdadeiro tapete. Diariamente, são nada menos que 60 mil litros de água sobre a grama esmeralda.
Antes da chegada do Diario ao município sertanejo, 2 técnicos de outros times do Campeonato Pernambucano já haviam citado para a reportagem que o campo do Araripina seria mesmo o melhor do interior.
“O gramado do Ypiranga foi totalmente reformado. Será um tapete. Você vai ver. Só não vai ficar melhor que o do Araripina, que está mesmo na frente dos outros”, disse Rubens Monteiro, treinador do representante de Santa Cruz do Capibaribe.
“Já falaram muito mal do gramado do Gigante do Agreste, mas a diretoria do Sete de Setembro investiu muito para que nesse ano a gente receba elogios. Não é mais aquele piso duro. Está muito bom. Só não vai ficar melhor que o do Araripina”, afirmou Antônio Zaluar, comandante do Sete de Setembro.
Coincidentemente, ambos deram essas declarações na terça-feira. 😯
Nesta quarta, o técnico do Araripina, Williams Rodrigues (foto) também deu a sua opinião: “Aqui, a bola nao quica. Desliza. José Joaquim (vice de futebol da FPF) veio aqui, viu e disse que pra dormir no campo só faltava um lençol”.
Mas nem tudo é perfeito, é claro. As 6 torres de iluminação do estádio já foram instaladas, mas sem os refletores (na Segundona, o time só jogou à tarde). A diretoria do debutante garante que tudo ficará pronto até o primeiro jogo do time em casa, em 17 de janeiro, contra o Ypiranga. A prefeitura irá gastar R$ 200 mil com a iluminação.