E se Pelé tivesse sido contratado pelo Sport?

E se Pelé tivesse sido contratado pelo Sport: Arte: Greg/DP/D.A Press

A temporada recifense do menino Pelé

O telegrama enviado por José Rozenblit foi entregue na Vila Belmiro, no serviço executado pela Western Telegraph, em 1957. Eram apenas duas frases. Modesto Roma, inteirado sobre o assunto, foi até o campo de grama alta e assobiou em direção a um franzino rapaz de 17 anos. “Pelé, chega mais”. Suado, já com a camisa na mão, Edson se aproximou, desconfiado como bom mineiro. Nem falou. Só ouviu. “Prepara a tua mala que você irá passar um tempo no Recife”. O juvenil arregalou os olhos. Antes de imaginar qual seria o seu novo clube ou a distância da cidade em relação à Baixada, já bateu a saudade de Seu Dondinho, seu pai e grande incentivador.

Pelé, o curioso apelido ganho ainda quando criança, era uma grande promessa do Santos. Faltava cancha para disputar o campeonato paulista, acreditavam os dirigentes do clube. A amizade entre o rubro-negro Rozenblit e o santista Roma viabilizou a solução, com um tempo em Pernambuco, no disputado campeonato citadino, com clássicos cada vez mais populares. Inicialmente, seriam apenas quatro meses. O tal telegrama era bem claro. “Queremos o garoto Pelé. Quatro meses de contrato e negociação para a renovação de mais oito meses, grato.”

O jogador chegou no Recife sem alarde e logo foi inscrito no Estadual. Na reta final, sem espaço, viu o Sport ser derrotado pelo Santa Cruz. Valeu a experiência de ter sentado no banco de reservas. Acreditava estar preparado para voltar a São Paulo. Conforme a negociação previa, não retornou. Com o certame terminando somente no ano seguinte, sem muito tempo de preparação, Dante Bianchi, o severo técnico do Leão, tentou implementar o ousado plano de jogo da Seleção Brasileira. Em vez de quatro jogadores na linha ofensiva, uma linha de ataque com três nomes. Ponta direita, ponta esquerda e o centroavante. Na Ilha do Retiro, já brilhavam Pacoty e Traçaia. A vaga estava aberta há tempos.

Técnico além da conta, de atrair torcedores para os treinos, o atacante logo ganhou a sua vaga. A vida, contudo, seguia simples, alojamento/campo, campo/alojamento. Certo dia, Pelé foi até o terraço da sede. Era 4 de maio de 1958 e outros jovens atletas e sócios leoninos acompanhavam via rádio o primeiro jogo da Seleção Brasileira no ano da Copa do Mundo. Que apresentação! No Maracanã, 5 a 1 sobre os paraguaios, com show do palmeirense Mazzola , autor de três gols. “Joga muito esse aí. É outro nível, entende?” A timidez deu lugar ao sorriso fácil, às cantorias com violão antes dos jogos. O menino foi ganhando personalidade.

Quatro semanas depois, após muito tempo de espera, surgiu a primeira chance como titular. O estádio apanhou um bom público. Os jornais locais já noticiavam os feitos do “menino de Santos” – mas natural, na verdade, de Três Corações. Contra o Íbis, o Leão arrancou de forma impiedosa, 5 a 0. Acredite, Pelé marcou cinco gols. Pé direito, pé esquerdo, cabeça, rebote e driblando toda a zaga do pássaro preto do subúrbio. O abraço de Pacoty, o apoio de Traçaia e o público de pé, aplaudindo. Tardes assim seriam uma rotina. Enquanto os dirigentes paulistas – cientes do talento extraordinário – tentavam antecipar a volta da revelação, o presidente do Sport, Adelmar da Costa Carvalho, assegurava o cumprimento do documento registrado na FPF.

Em 29 de junho, o Brasil enfim conquistaria o sonhado título mundial, numa apertada e inesquecível vitória sobre a Suécia em Estocolmo, 2 a 1. A primeira escala no país, curiosamente, seria no Recife, três dias depois. Festa nas ruas da capital, com a delegação no aeroporto. Único santista no elenco campeão, Zito enviou uma mensagem ali mesmo. “Pelé, eu sabia de toda a tua dedicação em Santos. Esse título mundial também é para você. Jogaremos juntos em breve”. Mensagem recebida, quase um presente. Após ser campeão pernambucano de 1958 com 41 gols marcados, à frente de Pacoty (36) e Traçaia (11), num  recorde ainda em vigor, Pelé deixou a torcida rubro-negra órfã. No ano de ouro do futebol brasileiro, se dizia que jamais haveria um ataque como Garrincha, Vavá e Mazzola. E nem como Pacoty, Traçaia e Pelé.

História real
O telegrama do Santos oferecendo Pelé ao Sport de fato existiu, datado em 05/11/1957, mas Rozenblit agradeceu a oferta e recusou o “jovem desconhecido”. Pelé explodiu no futebol em 1958, marcando 58 gols no campeonato paulista e seis no Mundial. No Recife, o Leão foi campeão pernambucano, com Pacoty como artilheiro, com 36 gols. O recorde de um goleador local segue com 40 gols (Baiano, em 1982 e 1983, e Luís Carlos, em 1984).

O texto da série “E se…” faz parte do especial do Diario de Pernambuco com a história de todos os Mundiais. Confira o hotsite aqui.

Eis os textos de escritores famosos sobre o tema, publicados no Diario de Pernambuco em 23 de janeiro de 2000, quando o telegrama foi revelado.

Luís Fernando VeríssimoPelé seria ainda mais Pelé!
Luiz Fernando Veríssimo

Combinado que em qualquer outro lugar o Pelé ainda seria Pelé, o que mudaria mesmo seria a história do Sport. O Santos, claro, não era só Pelé, mas foi ele o responsável pela projeção mundial do clube. O Sport teria tido a mesma projeção com Pelé no time? Naquela época havia pouco intercâmbio entre os times do Brasil, era raro times de fora de São Paulo e Rio serem notados, ou terem jogadores convocados para a Seleção. Se jogasse no Sport, Pelé não teria sido convocado para a Seleção de 58. Pelé teria que jogar mais do que jogou no Santos para ser notado. Conclusão: se Pelé tivesse ido para o Sport, seria obrigado a ser melhor do que foi. Pelé seria ainda mais Pelé!

Xico SáSorte do goleiro do Íbis
Xico Sá

Existem dois tipos de traição que não prescrevem nunca – a da mulher da sua vida e a do time do seu coração. Para evitar maiores constrangimentos durante o cozido dominical, tratemos apenas do segundo crime. E que traição dos velhos cartolas, senhores. Chifre é pouco. Último a saber, sonhei as últimas noites com as manchetes épicas que teriam sido possíveis. Leão conquista a América. Rei da Ilha humilha a Europa. Sport para a guerra em excursão à África. Pernambuco é bi do mundo…

Mas também fiquei pensando nas desgraças que isso poderia representar. Sonhei com um texto, no melhor futebolês: “Em tarde infeliz, o camisa 10 do Leão da Praça da Bandeira balançou apenas 15 vezes as redes do Íbis…”

Perdemos Pelé, numa bobeada imperdoável da cartolagem. Por ironia, os deuses do futebol ainda nos presentearam, tempos depois, com outro rei, Dadá Beija-Flor. Não conquistamos a América, não humilhamos a Europa, mas os goleiros do Santo Amaro e do pobre Íbis… sofreram como o diabo.

Minha sorte, nessa história toda, é que, graças a tios nordestinos que migraram para São Paulo nos anos 60, tive a felicidade de ganhar uma camisa do Peixe ainda menino, o que permitiu usufruir de todas as glórias da era Pelé. Naquele tempo já era Sport, por causa do Guarani de Juazeiro, que tinha as mesmas cores, o meu escudo, a mesma torcida cri-cri e o apelido de “O Leão do Mercado”, em virtude da paixão dos feirantes pelo time.

Raimundo CarreroPromessa de amor do Rei
Raimundo Carrero

Foi uma jura de amor. O raquítico Dico, ainda não transformado em Pelé, coberto apenas por um calção de veludo vermelho, bordado em lantejoulas, e exibindo sandálias imperiais de pom-pom, basta cabeleiras escaracolada, perdeu-se de paixão por uma garotinha que, recém-nascida, passeava nos braços da mãe na sede do glorioso Sport Club do Recife. Ele havia chegado ao Recife a bordo de um teco-teco, especialmente contratado para trazê-lo aos gramados pernambucanos, terror do tricolor Adelmar e do alvirrubro Caiçara.

Naquele instante, no solo sagrado do Leão e sob o testemunho do incandescente sol nordestino, Pelé vislumbrou a glória que haveria de se abir aos seus pés, e num gesto cavalheiresco, ajoelhou-se perante a garotinha, gritando: “Serei rei, ó bela dos meus olhos. Retornarei ao Recife para desposá-la, ó sonho dos meus sonhos, linda dama dos cabelos dourados”.

Naquele instante, num fenômeno da natureza, apareceu no céu a estrela Assíria. Anos depois, coroado rei nos estádios do mundo, Pelé voltou ao Recife, depois de enfrentar deuses e monstros, mouco ao cântico das sereias, e ainda no Aeroporto dos Guararapes, gritou apaixonado: “Voltei, minha princesa”. Casou-se com Assíria Seixas na Igreja Episcopal. E foram felizes para sempre.

A 100 dias da Copa do Mundo

Copa do Mundo de 2014. Foto: Fifa/divulgação

Faltam apenas cem dias para o início da Copa do Mundo de 2014.

Em 12 de junho, a Seleção Brasileira enfrentará a Croácia no Itaquerão.

12 estádios.

32 seleções.

64 partidas.

Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Ribéry, Iniesta, Schweinsteiger…

Taça Fifa, Brazuca, Fuleco, Maracanã, Arena Pernambuco…

Durante um mês, o Brasil será o centro maior do futebol.

Ainda assim, há hoje uma incerteza.

Não sabemos qual será a real situação do país durante o Mundial.

Um misto de festas e protestos.

Sem dúvida alguma, viveremos um período histórico.

A contagem regressiva entrou na reta final.

100, 99, 98, 97…

Arena Pernambuco, o 15º melhor entre 18 estádios abertos em 2013. Faltou o LED?

Candidatos ao prêmio de "Estádio do ano - 2013". Crédito: Arte sobre fotos do stadiumdb.com

A Arena Pernambuco ficou em 15º lugar no concurso Estádio do Ano – 2013. Eram dezoito candidatos na disputa, que englobou os estádios abertos no ano passado, com no mínimo dez mil lugares e utilizados ao menos uma vez em jogos de futebol. Apesar da modernidade estrutural e do design, a posição do estádio local não foi das melhores (teria mudado com a fachada de LED?).

A votação aberta para o “Stadium of the Year” aconteceu entre os dias 23 de janeiro e 22 de fevereiro. Ao todo, foram 27.851 participações de 105 países, um recorde na premiação organizada pelo stadiumdb.com (da Inglaterra) e stadiony.net (da Polônia) e em sua quarta edição. O empreendimento belga, com mando do KAA Gent e custo de 50 milhões de euros, foi o grande vencedor.

A diferença do Ghelamco para o segundo lugar foi de 16.324 pontos. Para se ter uma ideia, o estádio em São Lourenço, com gasto de R$ 650 milhões, somou apenas 15 mil. Seis estádios brasileiros entraram na lista, justamente os palcos da Copa das Confederações. O melhor representante nacional foi o Maracanã, em 4º lugar. Muito pouco para tanto investimento…

1º) Ghelamco Arena, 51.024 pontos (Bélgica, 19.999 lugares)
2º) Tele2 Arena, 34.700 pts (Suécia, 33.000)
3º) Husky Stadium, 29.794 pts (Estados Unidos, 70.138)
4º) Maracanã, 27.096 pts (Brasil, 78.838)
5º) Allianz Riviera, 26.443 pts (França, 35.634)
6º) Regional del Chinquihue, 26.063 pts (Chile, 10.000)
7º) Dalian Sports Center, 25.681 pts (China, 61.000)
8º) Stadion Essen, 23.451 pts (Alemanha, 20.650)
9º) Castelão, 20.871 pts (Brasil, 63.903)
10º) Basrah International, 20.239 pts (Iraque, 65.000)
11º) Kazan Arena, 19.878 pts (Rússia, 45.105)
12º) Mané Garrincha, 19.495 pts (Brasil, 72.888)
13º) Fonte Nova, 19.389 pts (Brasil, 55.000)
14º) Stade Jean Bouin, 16.846 pts (França, 20.000)
15º) Arena Pernambuco, 15.040 pts (Brasil, 46.154)

Um tour virtual pela história do futebol sul-americano

Museu virtual da Conmebol. Crédito: divulgação

O Conmebol disponbiliza em seu site oficial um passeio virtual em seu museu, localizado em Luque, no Paraguai.

Entre as peças históricas, detalhes de 18 troféus oferecidos pela entidade e pela Fifa, incluindo as taças em vigor e também as descontinuadas.

O tour conta quatro seções, incluindo o complexo com sede e hotel inaugurado em 1º de maio de 2011, a história da confederação sul-americana de futebol e dados dos dez países membros, além das copas, já citadas.

Para conferir o tour completo, clique aqui.

Museu virtual da Conmebol. Crédito: divulgação

Geraldo x Valcke ou Geraldo e Valcke. Saberemos em março

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e Geraldo Júlio, prefeito do Recife. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, visitará o Recife pela terceira vez neste longo processo de preparação da subsede para a Copa do Mundo. Apesar do discurso oficial do dirigente, desta vez a pauta não será o estádio.

Nas anteriores, com caráter de inspeção, o cenário foi mesmo, a Arena Pernambuco. Em 26 de junho de 2012, quando a obra estava em 43%, e em 5 de março de 2013, com o empreendimento alcançando 90% de avanço físico.

Agora, mais uma vez uma visita, com o estádio pronto e em franca operação. A viagem foi anunciada pelo próprio francês nesta sexta (veja aqui).

Valcke retorna ao Brasil em 24 de março, em um tour por Fortaleza, Recife e Salvador. As três praças estiveram na Copa das Confederações, o que “diminui” as exigências para o Mundial, apesar da pressão sobre os planos de mobilidade.

O maior empecilho encontra-se em Pernambuco, com a fan fest cancelada na capital. Assim, um encontro entre Valcke e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, deve ser agendado. O gasto atrelado à cidade para o evento no Marco Zero, calculado em R$ 20 mi, já teria baixado para R$ 11 milhões, com alguns cortes.

No encontro, espera-se um possível acordo sobre as despesas.

Curiosamente, ambos sentaram lado a lado na última visita, em uma longa mesa com autoridades. Resta saber se a conversa resultará numa disputa (judicial) ou numa parceria (forçada). Se a cara dos dois for a mesma…

Os zumbis do futebol, os da ficção

Filme: Goal of the Dead. Crédito: Youtube/reprodução

A noite dos mortos vivos, filme dirigido por George Romero, em 1968, estabeleceu um novo patamar nos filmes de terror.

A figura do zumbi, hoje cult, ganhou inúmeras versões desde então. Cinema, videogames, quadrinhos e até uma série na televisão, The Walking Dead.

Mesmo em um tema tão refilmado, sempre aparece alguém com algo novo.

Por que não contar uma história de uma infecção misteriosa em um jogo de futebol, em uma noite com a arquibancada lotada?!

Esta foi a ideia dos produtores franceses Benjamin Rocher e Thierry Poiraud, no filme Goal of the Dead, de 2014, cujo roteiro se passa em uma pequena vila no norte da França.

Uma hora e meia na telona com jogadores, torcedores e moradores transformados em zumbis, correndo atrás de bolas de futebol e cabeças…

Saiba mas sobre filmes de terror no blog Toca o Terror.

Em evidência, Felipão reforça a confiança no título mundial no país em três palavras

Comerciais na TV com Felipão: Ambev, Peugeot e Nike

São Paulo – A volta de Luiz Felipe Scolari à Seleção Brasileira, no fim de 2012, trouxe velhos costumes à vida do experiente técnico gaúcho.

No embalo da onipresença na imprensa nacional, Felipão voltou a ficar em evidência no mercado publicitário, através de comerciais na televisão, a dar palestras… e a demonstrar uma enorme confiança em relação ao desempenho da Canarinha.

Ao iniciar o trabalho no rastro de Mano Menezes, o treinador tinha a consciência do tamanho da missão em 2014.

Não menos do que ser campeão do mundo, atuando em casa.

Somente o italiano Vittorio Pozzo conquistou dois títulos mundiais comandando um país. No caso, a sua amada Azzurra, em 1934 e 1938.

O histórico não muda o tom de Scolari, detentor do título de 2002, que sintetizou os motivos que “levarão” a Seleção ao hexa nesta temporada.

“Ambiente, organização e torcida”.

Na prática, a mesma trinca da Copa das Confederações.

“O nosso planejamento vem desde 28 de novembro de 2012. Está tudo seguindo e vamos conseguir os nossos objetivos. Estou cada dia mais convicto. Como eu poderia passar para todo um país que não acredito na minha Seleção, que não vejo os meus jogadores em condições?”

As declarações foram dadas no encerramento do evento Futebol Melhor, bancado pela Ambev, com quem ele tem contrato – também já firmou acordos com Nike e Peugeot.

Frases do tipo também já foram proferidas em palestras em empresas, faculdades etc.

“Pagam direitinho”, brincou.

Como de costume, encerrou a noite quebrando gelo…

“E se eu perder a Copa, continuarei sendo o último técnico campeão mundial com o Brasil.”

Cachorrada em um domingo de futebol

Cachorros invadem os campos de futebol no Brasil (Paysandu 0x0 Remo) e na Argentina (Rosario Central 1x1 River Plate). Crédito: reproduções da Globo e TV Publica

Dois cachorros promoveram cenas hilárias em jogos de futebol no Brasil e na Argentina neste domingo. Em Belém e em Rosário.

Paysandu 0 x 0 Remo e Rosario Central 1 x 1 River Plate. Contudo, os verdadeiros destaques nas partidas foram mesmo as invasões dos animais.

No Pará, um vira-lata chamado Lobo invadiu a área do Papão no momento em que o Remo armava um rápido ataque.

O cão preto acabou atrapalhando o lance, aos 40 minutos do segundo tempo…

No interior argentino, a partida foi paralisada por cinco minutos após o surgimento do cachorro no campo, em uma transmissão ao vivo para todo o país.

Com direito um incrível “pit stop” na grande área.

Assista aos dois vídeos e relembre também o insólito episódio ocorrido em plena Copa do Mundo, em 1962.

Na ocasião, um cachorro invadiu o gramado no Chile durante a partida entre Brasil e Inglaterra, pelas quartas de final.

O animal driblou meio time e só foi retirado pelo inglês Greaves.

Em tempo: nenhum cachorro foi ferido durante esta postagem…

Arena Pernambuco e mais 17 estádios na disputa pelo status de Stadium of the Year

Candidatos ao prêmio de "Estádio do ano - 2013". Crédito: Arte sobre fotos do stadiumdb.com

Milionários, modernos e erguidos no mesmo ano. Dezoito estádios foram inaugurados em 2013, sendo seis deles no Brasil, justamente os palcos da Copa das Confederações. Entre os empreendimentos, a Arena Pernambuco, construída a partir da quinta e última versão do Padrão Fifa, ao custo de R$ 650 milhões.

Todas as arenas concorrem ao prêmio internacional de Estádio do Ano – 2013, nomeação anual organizada pela stadiumdb.com (da Inglaterra) e stadiony.net (da Polônia), considerando os palcos para o futebol abertos na temporada correspondente, com ao menos dez mil lugares.

A votação do Stadium DataBase, aberta ao público, tem uma estrutura diferente. Em vez de um, o participante escolhe cinco estádios, dando cinco estrelas para o melhor, quatro para a segunda opção e assim sucessivamente, até a quinta opção, com apenas uma estrela.

A votação irá até o dia 22 de fevereiro. Abaixo, a lista completa dos candidatos.

Em 2012, quando foram inaugurados 16 estádios mundo afora, o prêmio foi vencido pela Arena do Grêmio, em uma votação com a participação de 14.439 pessoas. O estádio gaúcho recebeu 216.585 pontos.

Na sua opinião, qual deve ser a posição da arena de São Lourenço da Mata diante desta concorrência…?

1 – Fonte Nova (Brasil, 55.000)
2 – Kazan Arena (Rússia, 45.105)
3 – Stade Jean Bouin (França, 20.000)
4 – Investors Group Field (Canadá, 33.422)
5 – Arena Pernambuco (Brasil, 46.154)
6 – Stadion Essen (Alemanha, 20.650)
7 – Maracanã (Brasil, 78.838)
8 – Mersin Arena (Turquia, 25.534)
9 – Tele2 Arena (Suécia, 33.000)
10 – Allianz Riviera (França, 35.634)
11 – Castelão (Brasil, 63.903)
12 – Regional del Chinquihue (Chile, 10.000)
13 – Basrah International (Iraque, 65.000)
14 – Mineirão (Brasil, 62.160)
15 – Ghelamco Arena (Bélgica, 19.999)
16 – Dalian Sports Center (China, 61.000)
17 – Mané Garrincha (Brasil, 72.888)
18 – Husky Stadium (Estados Unidos, 70.138)

Candidatos ao prêmio de "Estádio do ano - 2013". Crédito: Arte sobre fotos do stadiumdb.com

Recife abre mão da Fan Fest da Copa e descumpre acordo de cinco anos

Marco Zero

A Fan Fest da Copa do Mundo de 2014 foi cancelada no Recife.

O palco oficial da Fifa seria armado no Marco Zero e contaria com um telão de 144 metros quadrados para a exibição de todas as partidas.

A expectativa era de um público diário acima de 35 mil pessoas na ilha, com entrada franca, durante 35 dias, conforme a previsão inicial.

Alegando o custo do evento, de R$ 20 milhões – excluindo os equipamentos eletrônicos, fornecidos pela entidade -, a Prefeitura do Recife cancelou o projeto, faltando quatro meses para o Mundial.

Após ler a repercussão nas redes sociais sobre o assunto, sei que provavelmente estarei entre a minoria nessa discussão…

Na minha opinião, porém, foi um erro da prefeitura da capital pernambucana. O município não cumpriu com a palavra, dada há um bom tempo.

Pernambuco foi eleito com uma das doze subsedes em 30 de maio de 2009.

Desde então, como as outras localidades selecionadas, se dispôs a cumprir uma enorme matriz de responsabilidades. Cara, com prazos apertados.

Estádio de última geração, obras de mobilidade, reforma do aeroporto, construção de terminal portuário e ações de turismo. No caso pernambucano, a previsão de gasto chegou a R$ 2,9 bilhões, em investimentos federal, estadual, municipal e privado.

No quesito relacionado ao turismo, além do número de leitos nos hotéis, sistema de transporte e placas de sinalização, haveria um item presente no torneio desde 2006. As fan fests se tornaram uma parte importante da Copa do Mundo.

Reúnem multidões – população local e turistas – em eventos de longa duração, com shows, ações de marketing etc. Uma atração popular à parte da arena, com a lotação esgotada.

E esse ônus seria da Prefeitura, fato. Há cinco anos se sabe disso. Não só o Recife, mas Natal, Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Alegre…

Politicamente – e talvez seja este o ponto com o qual discordei dos comentários que li nas redes sociais -, é algo positivo economizar 20 milhões de reais para gastar em outros equipamentos (necessários) para a cidade.

Contudo, esta verba já era matéria vencida, comprometida, como o carnaval de 2014, já pago, por exemplo.

Na suposta parceria governo/prefeitura para o evento, Geraldo Júlio contradiz com o veto à fan fest as atitudes do governador Eduardo Campos, até pouquíssimo tempo o maior entusiasta da participação pernambucana.

Entre as explicações a favor da decisão vem o fato de a “Fifa explorar o Brasil de todas as formas na organização da Copa do Mundo”.

De fato, a dona Fifa é exigente demais e já fez pedidos além do razoável.

Independentemente de a fan fest ser ou não “razoável” – e eu considero que seja, pois é mais um vetor para movimentar a cidade massivamente -, o projeto estava no contrato original, assinado.

Como a Radial da Copa, a duplicação da BR-408, obras que ficarão para a população, obviamente, mas com o mesmo peso burocrático do compromisso.

Durante o Mundial, o Recife Antigo, até então na expectativa de se tornar um imenso polo de animação, poderá passar no limbo, caso os patrocinadores do evento – com aportes em outras direções – não banquem a conta inesperada.

Ou mesmo o governo do estado…

Enquanto isso, as outras onze cidades seguem com o formato completo de entretenimento de uma subsede, garantindo estádio e fan fest.

E assim deverá continuar ocorrendo nas próximas edições da Copa do Mundo.

Até que mais algum gestor descumpra o acordo…