Muita gente não lembra nem o que comeu ontem. Mas todos recordam perfeitamente onde estavam em 17 de julho de 1994.
Eu tinha 12 anos. Começava aos poucos a frequentar os estádios de futebol do Recife, a alimentar a minha paixão clubística.
Acompanhado do meu irmão mais novo, Carlo, fui ao extinto Hotel Quatro Rodas, onde estavam hospedados dois amigos nossos, os irmãos Júnior e Fernando, que moravam em Belo Horizonte e passavam as férias com os pais em Pernambuco. Lá, dezenas de hóspedes se vestiam de amarelo.
Todos contavam as horas para ver uma conquista perdida no tempo aqui no Brasil. Eram 24 anos sem a taça da Copa do Mundo. Não mais a Taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pela SeleçãoBrasileira em 1970, mas a nova Taça Fifa.
Como moleque que era (de fato), passei o dia batendo uma bolinha, nadando, jogando ping-pong, Street Fighter II e o que mais tivesse no salão de jogos.
À tarde, todos pararam tudo. Até os gringos do hotel. Sem exceção. Todo mundo na frente da TV, para assistir ao Brasil x Itália que os nossos pais e avós viram, em 1970 e 1982. Agora era a “nossa” vez de ver a história ser escrita ao vivo.
Foram 120 minutos de um jogo parelho, sem gols. Sol escaldante em Pasadena, cidade onde foi realizada a final da Copa do Mundo daquele ano. E sol também em Olinda, ali, na orla de Casa Caiada.
Disputa de pênaltis… Acho que foi a primeira que vi uma na vida. E logo valendo a felicidade de todo um país. Partiu Baggio, bateu… 😎
Quando começou a histórica narração de Galvão Bueno, eu já estava abraçado com meu irmão e com meus amigos. Na frente da televisão. Lembro vagamente de até ter sido xingado porque estava “cobrindo” a imagem. Sem problema.
Nada de cerveja. Na comemoração, refrigerante e pizza até chegar o sono.
Aquele domingo terminou com a volta para casa, me sentindo tão herói quanto os jogadores. Esta era a sensação da torcida mesmo, de que todos ajudaram no tetra. Eu “ajudei”. Os jogadores sabem disso. Tanto que desembarcaram no Recife para agradecer… E eu também estava naquele dia em Boa Viagem
Por ter se acostumado a ver o Brasil ganhar, talvez a juventude de hoje não entenda a dimensão daquele título mundial de 1994. Uma geração inteira de sedentos estava diante daquele 17 de julho. Foram 24 anos de espera e frustrações. Pelé e o time dos sonhos de 1970 eram os responsáveis pela última conquista. Imagine um rapaz com mais de 40 anos, virgem de títulos mundiais. Ele sofreu com os três gols de Paolo Rossi, em 1982, com o pênalti perdido por Zico, em 86, com o gol de Cannigia, em 90.
Foi esse trauma que a seleção de 94 curou. Uma seleção questionada, criticada até os dias atuais. Mas responsável por uma das vitórias mais festejadas pelo povo brasileiro. Naquela tarde de 17 de julho, um tal rapaz lavou a alma. Enrolou-se na bandeira e chorou copiosamente. Não só ele. Crianças, jovens e velhos. Talvez contagiados por aquela angústia exalada durante um mês pelos quatro cantos do país. O inesquecível berro de Galvão Bueno resumiu o sentimento.
De fato, tinha acabado a angústia. Anos depois, Parreira daria uma declaração contundente. Palavras revestidas de honestidade. “Naquele momento, quando Baggio chutou por cima do gol de Taffarel, não senti felicidade. Felicidade nenhuma. O sentimento ali era um só: alívio”. A alegria viria instantes depois. Não só para Parreira, senão para milhões de brasileiros. Um dia especialmente feliz.
O mais pernambucano dos títulos foi também um dos mais comemorados. Basta lembrar o mar de gente sobre a areia da praia de Boa viagem. Que recepção aos 22 heróis! Salve Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Ricardo Gomes, Mauro Silva, Branco, Bebeto, Dunga, Zinho, Raí, Romário, Zetti, Aldair, Cafu, Marcio Santos, Leonardo, Mazinho, Paulo Sérgio, Müller, Ronaldo, Viola e Gilmar. 20/6/1994 – 1º jogo – Brasil 2 x 0 Rússia
Uma estreia segura. A vitória sobre a Rússia teve tom de autoridade. Logo no primeiro gol brasileiro, uma marca registrada do futuro time tetracampeão. Passe de Bebeto, gol de Romário. A fantástica dupla de ataque ainda daria muitas alegrias no decorrer da competição. De quebra, o Baixinho ainda sofreu o pênalti, que resultou no gol de Raí. Uma bela atuação individual. Romário e Bebeto era o toque criativo que o time de Parreira precisava.
24/6/1994 – 2º jogo – Brasil 3 x 0 Camarões
Um jogo para encher de confiança time e torcida. Novamente uma atuação segura. Se não encantava, o futebol de resultado tão propalado por Carlos Alberto Parreira realmente dava resultado. Romário brilhou de novo. Abriu o caminho para vitória com seu tradicional biquinho na saída do goleiro. Iniciou a jogada que resultou no gol de Bebeto, outro destaque em campo. Com uma rodada de antecedência, o Brasil garantia vaga nas oitavas de final.
28/6/1994 – 3º jogo – Brasil 1 x 1 Suécia
Já classificada, a Seleção faz sua pior atuação na Copa. O golaço de Kennet Andersson, aos 26 minutos do primeiro tempo, foi uma ducha de água fria. Desencontrado, o Brasil sentiu muitas dificuldades diante da marcação sueca. Na volta do intervalo, Romário (sempre ele!) inventou o gol de empate.
Em bela jogada individual, o Baixinho saiu deixando marcadores para trás e acertou um bico certeiro no canto do goleiro Raveli. A invencibilidade estava garantida. Detalhe para a estreia de Mazinho, que entrou durante o jogo. Ele não sairia mais do time. Desde então, Raí passou a frequentar o banco.
4/7/1994 – 4º jogo – Brasil 1 x 0 Estados Unidos
Para alguns, o jogo mais difícil do Brasil na Copa. Entusiasmados com os festejos pelo Dia da Independência (deles), os americanos tentaram sobrepor a limitação técnica. Na base da raça. Mas mesmo sem apresentar um grande futebol, os brasileiros eram melhores. Chances de gol foram criadas, nenhuma convertida no primeiro tempo.
A descida para o intervalo foi tensa. Minutos antes, numa atitude incompreensível, Leonardo foi expulso ao acertar uma cotovelada no adversário. A angústia terminou quando Romário e Bebeto resolveram brilhar. De Romário para Bebeto. De Bebeto para o fundo da rede. O Brasil estava nas quartas.
9/7/1994 – 5º jogo – Brasil 3 x 2 Holanda
Falar daquele Brasil x Hollanda é lembrar do gol salvador de Branco. É lembrar da histórica comemoração de Bebeto, em homenagem ao filho recém-nascido. É lembrar do golaço de Romário, que abriu o caminho da vitória. Uma partida regada de emoção, com direito a cinco gols no segundo tempo. Novamente Romário e Bebeto deixaram o Brasil em vantagem: 2×0.
Parecia encaminhada a classificação sem maiores sustos. Parecia. Dois gols holandeses e o fantasma da eliminação pairou sobre os brasileiros.
Até Branco exorcizá-lo faltando dez minutos para o fim do jogo. Nascia a cobrança de falta mais importante da história do futebol brasileiro.
13/7/1994 – 6º jogo – Brasil 1 x 0 Suécia
A vitória sobre a Holanda empolga o torcedor brasileiro. Confiança passou a ser o sentimento. Contra a Suécia, o Brasil está a um passo de chegar à final 24 anos depois. Entra em campo como favorito e ratifica a condição no desenrolar da partida. Melhor tecnicamente, o time de Parreira tem amplo domínio. O retrato do jogo é diferente daquele primeiro embate ainda na primeira fase. Parecia questão de tempo o gol da vitória.
Mas a angústia aumenta na medida em que a bola não entra. Chances são criadas e desperdiçadas. O destino do Brasil naquela Copa seria mesmo sofrido. Não foi diferente na semifinal, nem também seria na grande decisão. Quem mais poderia carimbar o passaporte brasileiro? Na altura dos seus 1,68 m, Romário saltou como nunca. Cabeceou firme entre dois gigantes suecos. Deixou o Brasil mais perto do título.
17/7/1994 – 7º jogo – Brasil 0 (3) x (2) 0 Itália
O inédito tetracampeonato estava em jogo. Naquela tarde quente de 17 de julho, sairia a primeira seleção a conquistar o quarto título mundial, Brasil ou Itália. Uma geração de brasileiros jamais havia visto a Seleção levantar a Copa. Pressão e responsabilidade.
Ingredientes para tornar o jogo tenso, truncado. No tempo normal, nada de gols. Um 0 x 0 representativo. Talvez para ilustrar o baixo nível técnico daquele Mundial. Nem mesmo o inspirado Romário conseguiu mexer no placar. Pela primeira vez na história, a Copa seria decidida nos pênaltis. Um teste para cardíacos, diria Galvão Bueno.
Nas cobranças, surge um novo herói: Cláudio Taffarel, que brilhou como nunca. A defesa no chute de Massaro é determinante. Só restava Roberto Baggio mandar a bola para longe. Uma imagem histórica. Um momento inesquecível. Há 15 anos.
*Lucas Fitipaldi é repórter do diariodepernambuco.com.br e colaborador do blog
Os dois últimos campeões da Copa do Brasil em campo. No Pacaembu.
Apesar do jogo válido pela Série A, o sentimento das duas torcidas ainda estava preso em 11 de junho do ano passado, quando Sport e Corinthians decidiram a competição nacional, valendo uma vaga na Libertadores.
Deu Sport.
Naquela noite.
Não nesta quinta-feira. Onde o peso era incomparavelmente menor, é bom ressaltar.
Com 25 mil corintianos num clima de “revanche”, o Timão buscou a vitória a todo custo. Conseguiu. Mas suou um bocado…
O Leão até o abriu o placar com Fabiano, mas viu o clube paulista virar para 3 x 1, com 2 gols de cabeça de Ronaldo ( 😯 ) e um de Cristian.
Valente, o Rubro-negro ainda empatou, com 2 gols de Vandinho. O time até ensaiou uma virada fantástica, mas acabou tomando o 4º gol no fim, em um chute de fora da área de Moradei.
A Fiel conseguiu a sua vingança. Será mesmo…? 😎
Ao Sport, mais uma derrota fora de casa de maneira dolorida. Esta é a Série A.
Leia a matéria do diariodepernambuco.com.br sobre a derrota do Sport AQUI.
Na base da pressão, o Náuticodo estreante Geninho partiu pra cima do Vitória nos descontos, na noite desta quinta-feira, nos Aflitos. Aos 47 minutos do 2º tempo, Gladstone perdeu um gol incrível, diante do gol vazio. 😯
O zagueiro chutou para fora a chance de dar uma vitória ao Timbu depois de 52 dias de jejum. Um resultado que teria mudado bastante a situação do Náutico, pois o time teria saído da zona de rebaixamento.
Como no futebol não existe “se”, o empate por 1 x 1 manteve o Alvirrubro na lanterna do Brasileirão, agora com 9 pontos. Se servir de consolo, os alvirrubros deixaram o gramado reconhecendo o novo ânimo do grupo após a chegada do novo treinador.
Mas Geninho vai ter muito trabalho… E o que todos esperam é que ele siga com o status de “jamais ter sido rebaixado”.
Roger marcou o Vitória e virou o artilheiro do Brasileiro com 8 gols. Gilmar marcou para o Náutico e evitou que o time chegasse à 7ª derrota seguinda, o que seria a pior sequência da história do Timbu na elite.
Veja a matéria do diariodepernambuco.com.br sobre o empate AQUI.
A Conmebol divulgou a média de público da Libertadores de 2009. A edição conquistada com méritos pelo Estudiantes ficou 15,9% abaixo da competição do ano passado. Os 2,4 milhões de ingressos vendidos proporcionaram uma média de 18.031 torcedores nos estádios das Américas (confira abaixo os dados das últimas três Libertadores).
Ao contrário do total de 138 jogos, neste ano foram apenas 134, pois os times mexicanos não participaram das oitavas de final, devido à polêmica da gripe suína (veja todos os públicos de 2009 AQUI).
Ano – Total (média)
2007 – 2.198.919 (15.934) 2008 – 2.959.178 (21.443) 2009 – 2.416.216 (18.031)
O Cruzeiro teve a maior média entre os 38 participantes, com 41.269 torcedores por jogo no Mineirão. Marca fantástica, de fato. E o maior público foi a decisão, em BH, com 64.800. A festa, porém…
O Sport colaborou com 88.637 ingressos em 4 jogos (média de 22.159). É claro que poderia ter sido bem mais, caso a diretoria rubro-negra não tivesse aplicado o ‘fumo’ no valor do bilhetes. Com a capacidade de 32,5 mil, a Ilha poderia ter recebido nos mesmos quatro jogos um público de 130 mil leoninos. Fica pra próxima…
Curiosidade: Apesar da regra da competição ser clara em relação à capacidade de público para a final (mínimo de 40 mil torcedores), o jogo de ida, em La Plata, teve apenas 36.789 hinchas do Estudiantes. 😯
Juan Ramón Verón fez história vestindo a camisa do Estudiantes.
O ponta-esquerda foi revelado no Pincha no início dos anos 60. Em 1968, começou a sua saga no gigante de La Plata, quando ganhou a sua 1ª Libertadores e marcou o gol do título mundial, diante do Manchester United, do craque maluco George Best.
Nos anos seguintes, já com o apelido La Bruja (a bruxa), ganhou mais duas Libertadores, transformando o Estudiantes no primeiro tricampeão da competição.
Em 1975 nasceu o filho de Juan Ramón. Batizado de Juan Sebastián. O novo Verón.
À sombra do pai, Verón cresceu no velho estádio Jorge Luis Hirschi. Além de ser um hincha (torcedor) fanático do clube, ele também passou pelas categorias de base do Pincha. Exibia certa categoria e liderança, mas a comparação com o seu pai, uma lenda viva (hoje com 65 anos), era um peso enorme.
Um peso do tamanho do futebol daquele meia que receberia anos depois o apelido de La Brujita (a bruxinha). Aos 19 anos, vestiu a camisa do clube pela 1ª vez, já como grande promessa. Diante de grande expectativa. Mas acabou migrando para Buenos Aires, onde passou uma temporada no Boca. Depois foi uma década na Europa (Itália e Inglaterra). Nesse meio tempo, inúmeras partidas pela seleção argentina.
Com 31 anos, quis voltar para casa. Sabia que ainda devia algo ao clube que o formou, que idolatra o seu pai. O clube que é a sua paixão. Mesmo com mercado, Verón topou uma proposta menor do Estudiantes. Jogou pela camisa. Uma camisa de tradição. Silenciada por décadas, é verdade…
Chute, passe, marcação, liderança, raça… Verón conseguiu se livrar da imagem do velho Juan Ramón. E também conseguiu deixar o seu nome escrito na história pincharrata. Primeiro, com o título nacional de 2006, quando o Estudiantes ganhou o Apertura após um jogo-desempate duríssimo contra o Boca. Só isso já seria algo histórico, pois eram 23 anos sem nenhum troféu argentino.
Mas La Brujita foi além. O careca, que é o dono da camisa 11, ensaiou a glória na América no ano passado, quando o título da Copa Sul-Americana bateu na trave, escapando apenas na prorrogação, no Beira-Rio, diante do Inter de Nilmar.
Quase 3 mil hinchas estiveram naquela noite em Porto Alegre. Eles festejaram a garra da equipe. Simbolizada no seu capitão, que ainda jogou a camisa para os fiéis após a partida. Veio 2009. Verón continuava em La Plata, já aos 34 anos, e num clube que se modernizava ano a ano. Não jogava mais naquela cancha acanhada, e inaugurada em 1907, mas sim no mais moderno estádio do país, o Ciudad de La Plata.
Com a nova temporada, veio o desejo final: “É o título da minha vida”.
A frase acima foi a que Verón cansou de repetir na Argentina sobre a disputa da Taça Libertadores. Uma edição emblemática. Nada menos que a 50ª. Três delas expostas no museu do clube, graças ao seu pai. Ele queria o mesmo.
Com uma campanha sólida (não levou um gol sequer jogando em casa e ainda teve o artilheiro da competição – Boselli, com 8 gols), o Estudiantes foi caminhando a passos largos até a final. E enchendo de esperança aquele antigo hincha, cujo primeiro sonho era apenas virar jogador de futebol.
Chegou a decisão. Contra o Cruzeiro, um time com 100% de aproveitamento em casa. Nos primeiros 90 minutos, em La Plata, 0 x 0. Um empate que tornou a façanha ainda mais surreal. Mas o sangue de Verón naquele jogo (o volante/apoiador levou uma cotovelada) não seria por nada…
Semana seguinte, capítulo final em Belo Horizonte. O jornal argentino Olé estampa na sua capa de quarta-feira, com uma foto de Verón treinando no gramado do Mineirão: “Campo grande. Coração enorme”. Perfeito!
Jogo tenso, brigado. Placar em branco na primeira etapa. Acompanhado de perto por 62 mil cruzeirenses e 4 mil pincharratas, que atravessaram uma distância de 2.170 km para ver de perto uma glória alcançada há 39 anos. Hinchas que cresceram ouvindo histórias fantásticas dos pais. Viram ao vivo. Vão poder contar para as próximas gerações.
Viram Henrique acertar uma bomba no 2º tempo, balançando as redes e, também, as arquibancadas do Mineirão com o gol celeste. Com uma tranquilidade que parece natural para os times argentinos na Libertadores, o Estudiantes conseguiu a virada… Primeiro com Fernández e depois com Boselli, numa cabeçada aos 27 minutos.
Fim de jogo. O Estudiantes é tetracampeão da Libertadores. Foram 620 partidas desde a estreia de Juan Sebastián Verón como profissional, em 24 de abril de 1994. Tempo suficiente para alimentar um desejo de criança. Agora realizado.
Torcida ganha jogo…? Torcida que se preze acredita que sim. Até o fim. 😎
Partindo dessa premissa, sete jovens (incluindo 2 torcedores do Sport e 1 do Náutico, além de fanáticos de outros clubes do país) se juntaram um site não para falar de futebol, mas sim das torcidas. Bem específico.
Histórias das grandes organizadas (nacionais ou não), batalhas campais (ou nas ruas) que infelizmente já aconteceram pelo mundo. E, também, sobre os diversos estilos… Dos tambores brasileiros às barrabravas sul-americanas.
Confira o blog “Torcida Ganha Jogo” clicando AQUI. Abaixo, o post sobre a torcida da Lazio, da Itália
Irriducibili Ultras
Por Thales Almeida
O Irriducibili é a maior Ultras da Lazio,e possui muita influência dentro de clube e nas as festas dentro do estádio, ela se localiza na Curva nord do Estádio Olímpico, em Roma. O grupo foi fundado em 1987, pela fusão de antigas Ultras, como a North Band.
Muitos foram os anos de enormes coreografias organizadas pelo grupo, principalmente no derby de Roma, considerado para os moradores de Roma como o maior clássico do Mundo, já que é impossivel descrever a rivalidade existente nesse jogo.
As principais caracteristicas das festas organizadas pela Irriducibili é a presença da bandeira com o símbolo do grupo, que abrange toda a curva norte do Olimpico, ou como em um derby, que os integrantes da curva entraram vestidos de astronautas com grandes balões com o lema: ” O mundo pertence a nós”.
Apesar de toda sua festa desde a sua fundação são frequentes as notícias de incidentes no Estádio, como recente a morte do torcedor Gabrielle, que foi morto por um grupo de torcedores da Juventus quando ia acompanhar a Lazio jogar contra o Parma, fora de casa. Politicamente o grupo tem uma ideologia como quase todas as Ultras Italianas de extrema direita, neo-fascista, que muitas vezes foram exibidas nos símbolos mostrados no estádio ou nos produtos vendidos.
Em 1999, a curva exibiu uma faixa em homenagem ao líder nazista paramilitar sérvio Zeljko Raznatovic, além disse o grupo faz clara apologia ACAB (all cops are bastard!) e contra o futebol Moderno, pois segundo eles o futebol foi transformado em um produto a ser comercializado, e a paixão pelo esporte foi deixada em segundo plano.
O símbolo do grupo é o Sr. Enrich, projetado em uma bola de futebol com as cores azul e branca. Muitas vezes é utilizado em de adesivos e outros materiais do grupo se tornando o símbolo dos torcedores, de uma das torcidas mais apaixonadas do mundo.
O Cruzeiro poderá devolver a Taça Libertadores ao Brasil nesta quarta. Diante dos argentinos do Estudiantes, o time celeste poderá fazer com que o país consiga a sua 14ª Libertadores.
O título não fica aqui desde 2006. E o termo “ficar” é bem apropriado, pois desde 2005 todas os jogos finais vêm sendo realizados em estádios brasileiros.
Nos últimos dois anos, porém, os visitantes a levaram para casa. Curiosamente, nas duas primeiras decisões, isso não teria sido relevante, pois foram finais 100% nacionais.
Apesar da tradição recente, a saga de títulos brasileiros começou em 1962, com o Santos do Rei Pelé.
Na verdade, o Peixe foi bicampeão, pois além de bater o Peñarol, o time da Baixada venceu o Boca Juniors na final de 1963, na Bombonera.
Depois foi a vez do Cruzeiro, de Piazza e Palhinha. Com 13 gols deste último, o time celeste conquistou o seu 1º título, numa final duríssima contra o River Plate, em 1976. Decidida apenas na “negra”, que aconteceu em Santiago, no Chile.
O Brasil só voltaria a comemorar um título continental de clubes em 1981, com o Flamengo. O Rubro-negro carioca viveu a sua melhor fase no início daquela década. Foram 3 títulos brasileiros, a Libertadores e o Mundial. Com participação marcante do atacante Nunes, revelado pelo Santa Cruz.
Dois anos depois, o Grêmio seria campeão da América. Com direito ao capitão uruguaio Hugo de León levantando a taça após a decisão de 1983, contra o Peñarol. Alegria ainda maior para o zagueiro, que era torcedor pelo Nacional, clube onde despontou em Montevidéu.
A conversa por aqui no Brasil sempre foi a mesma: A de que os clubes locais não davam tanta importância à Libertadores. A verdade é que os mata-matas contra argentinos e uruguaios eram verdadeiras guerras, sem policiamento suficiente para conter os torcedores rivais, conivência dos árbitros para a pancadaria em campo e até suspeita de doping! 😎
Enfim… Verdade ou não, foram 9 anos de fila. Até a defesa de Zetti numa disputa de pênaltis contra o Newell’s Old Boys, em 1992. Diante de 100 mil pessoas no Morumbi (isso mesmo), o São Paula sagrava-se campeão pela 1ª vez.
No ano seguinte, Raí comandou a festa tricolor que dominou o início da década passada. Após um chocolate por 5 x 1 no jogo de ida, em Sampa, o São Paulo só fez administrar a vantagem em Santiago, contra a Universidad Católica, e comemorou a glória de 1993.
Em 1995, Grêmio bicampeão. Quem ergueu o troféu? O agora treinador cruzeirense Adilson Batista… Que na época ficou conhecido como “Capitão América”! Dois anos depois, o mesmo Mineirão desta quarta recebeu o jogo final. Cruzeiro x Sporting Cristal.
Assim como em 2009, o time mineiro empatou sem gols no primeiro jogo. No segundo, um magro 1 x 0, gol de Elivélton, de fora da área. Cruzeiro bi em 1997… Depois, foi a vez do Vasco, que venceu em 1998. Para desespero rival rubro-negro, o time cruz-maltino ainda comemorava o seu centenário. Em grande estilo.
Completando a única sequência de três títulos do país, o Palmeiras, de Felipão, conseguiu o seu maior desejo. Um título chorado, nos pênaltis, e com o prazer de ter eliminado o Corinthians durante a campanha de 1999.
Pausa pra respirar… E chegamos a 2005. Primeira final com 2 times do mesmo país na história da competição. O surpreendente Atlético-PR, porém, foi aniquiliado pelo São Paulo com um 4 x 0 na decisão.
Os torcedores do Furacão criticaram bastante a atuação do zagueiro Durval, que depois seria liberado para o Sport (algum leonino achou ruim?).
No ano seguinte, nova final 100% nacional – feito que levou a Conmebol a modificar o regulamento, para tornar mais difícil a soberarina brasileira.
Em 2006 não deu para o Tricolor Paulista, que viu o timaço do Internacional (Fernandão, Rafael Sóbis, Tinga…) acabar com todas as piadas que existiam em Porto Alegre. “Inter-regional”, nunca mais. O nome do clube finalmente fez sentido.
Agora… É a vez do Cruzeiro de virar mais um capítulo nesta história. E pela 3ª vez. 😎
Nada de “já ganhou”, mas o Cruzeiro é favorito sim. Mas cuidado com o Pincha!
Com apenas 10 rodadas do Campeonato Brasileiro, o Náutico já teve 2 técnicos. Cada um comandou o time em 5 partidas. Primeiro, Waldemar Lemos, e depois Márcio Bittencourt, que perdeu todos os 5 jogos.
Assim, o Timbu segue afundado na zona de rebaixamento. A queda de Bittencourt já era esperada, e desde então dois nomes foram especulados em Rosa e Silva: Alexandre Gallo e Geninho.
O primeiro parecia mais real, já que está num patamar salarial na realida alvirrubra. Mas o Náutico fechou mesmo foi com Geninho. Pra mim, uma grande contratação. O Náutico será o 15º time de Geninho no Brasileirão desde 1987, quando ele estreou na elite.
Em 2007, comandando o Sport, Geninho pegou o Leão na zona de rebaixamento e por muito pouco não classificou o time (que havia acabado de sair da Série B) para a Copa Sul-Americana.
Campeão brasileiro em 2001 com o Atlético-PR (vídeo abaixo), ele começou a edição de 2009 da Série A no próprio Furacão, mas acabou deixando o time após um péssimo início. Foram 4 derrotas e um empate. Uma das derrotas foi diante do próprio Náutico, na Arena da Baixada, por 3 x 2, de virada (foto).
Abaixo, os números de Geninho na primeira divisão nacional.
Do Brasil para o mundo. Aos poucos, os outros países vão adotando uma ideia genuinamente brasileira.
E nada de dribles ou esquemas táticos, mas sim o spray utilizado pelos árbitros brasileiros desde 2000, para marcar as infrações durante as partidas.
Se antes a espuminha no gramado (que desaparece em segundos) era vista como “piada”, agora as outras federações vão vendo que trata-se de uma boa solução para o velho problema da distância da barreira, que é de 9,15m.
A Conmebol anunciou que está considerando a hipótese de adotá-la em todas as competições oficiais da entidade (veja AQUI). Inicialmente, ela será testada na Copa Sul-Americana, que começará neste semestre.
Na América do Sul, Argentina e Chile aderiram ao spray 100% nacional nesta temporada. 😎
Para a Copa de 2010, deve será difícil alguma mudança da Fifa. Quem sabe, então, para a de 2014, aqui mesmo no Brasil…?
Você concorda com a utilização do spray na arbitragem? Opine!