The alltime olympian

Sports IllustratedA revista norte-americana Sports Illustrated divulgou nesta terça-feira a capa de sua edição do próximo dia 25 de agosto, a primeira pós-Olimpíadas. Já desconsiderando uma improvável surpresa nesta última semana dos Jogos, a SI estampou o nadador Michael Phelps na capa, exibindo as suas 8 medalhas de ouro, conquistadas em Beijing.

Acho até que a idéia inicial pode ter sido a mesma foto, mas com as 14 medalhas douradas do atleta (que ganhou outras 6 em Atenas, em 2004). Mas olhando a foto, fica claro que não seria possível exibir as 14 medalhas.

Uma observação sobre o feito de Phelps na China. Se o nadador fosse um país, ele estaria em lugar, na frente de países com tradição nas Olimpíadas, como Itália, Ucrânia e França (até as 10h15 desta terça) . Além do Brasil, é claro (estamos em 38º). Mas alguém pode contestar as três medalhas vencidas por ele no revezamento. Tudo bem. Levando em consideração os pódios individuais, Michael Phelps cairia um pouco. Para o 11º lugar…

Essa capa é uma mera coincidência: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/?p=373

Mais alto que uma girafa

Yelena IsinbayevaA russa Yelena Isinbayeva ganhou hoje a medalha de ouro no salto com vara, levando ao delírio o público que lotou o Ninho de Passáro, e que ainda estava presente às 22h20 (horário local) apenas para vê-la conseguir quebrar o recorde mundial, que era de 5m04. Com o ouro já garantido, a bela Isinbayeva (reconhecidamente uma das musas dos Jogos) falhou duas duas vezes ao saltar com um centímetro a mais. Na terceira, porém, estabeleceu a nova marca mundial (e olímpica também, é claro). Ela saltou 5m05, superando em 25 centímetros a medalhista de prata (quase um régua escolar, que é de 30cm). Altura superior a uma girafa, cujos machos chegam a no máximo 5 metros.

Obs. A brasileira Fabiana Murer não conseguiu a tão sonhada medalha (lutava pela prata ou pelo bronze…), por causa de um episódio surreal. A vara utilizada no salto pela atleta simplesmente sumiu. Ela levou 10 ao estádio, mas apenas 9 estavam no local reservado para as competidoras. E, para completar, no documento dos organizadores constava a presença de 10 varas. Será que Sherlock Holmes resolveria essa bronca?

Jejum de 16 anos perto do fim

PampaO Brasil humilhou a Alemanha, nesta manhã, na semifinal do torneio feminino de futebol. A Seleção goleou por 4 x 1 (de virada), com um show de Marta, e avançou para a decisão (a seguida do país). Com isso, a goleira Bárbara é – até agora – a representante de Pernambuco com a maior chance de ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008. A camisa 1 do Sport (que também vem sendo a titular do Brasil) poderá encerrar um jejum dourado de 16 anos para o estado.

Um campeão olímpico pernambucano é um fato raríssimo. Único, para ser mais exato. Até hoje, apenas André Felipe Falbo Ferreira conseguiu esse feito. Difícil de lembrar, né? Com esse nome, sim. O atacante jogou durante nove anos na Seleção Brasileira de vôlei, entre 1985 e 1993, e subiu no degrau mais alto do pódio em Barcelona (1992). Adiantou? Talvez. Mas chamá-lo de Pampa (foto) ajudaria? Pampa – hoje com 43 anos – começou a carreira no Santa Cruz, em 1983, e a encerrou em outro tricolor, o São Paulo, em 2000. Hoje ele é o secretário de Esportes, Lazer e Recreação do município de Suzano (SP).

Obs. Jaqueline, no vôlei, e Hernanes, no futebol, também seguem com boas chances de alcançar a medalha dourada.

Vídeo com os melhores momentos da final olímpica de vôlei em 1992 (Brasil 3 x 0 Holanda): http://www.youtube.com/watch?v=MwpiBChwqc4

Pipoca e guaraná…

Pipoca…não está sendo um programa legal nesta edição dos Jogos Olímpicos. É muita pipocada tupiniquim do outro lado do mundo. É muita gente chegando em Beijing com um favoritismo sem precedentes e decepcionando bastante a torcida (muito desse favoritismo é culpa da própria imprensa, é bom admitir). O complexo de vira-lata já deveria estar sepultado há muito tempo. Ganhamos 15 medalhas em 1996, 12 em 2000 e 10 em 2004. Caminho inverso ao crescimento da delegação brasileira nos Jogos. Chega de descer a ladeira!


Pipoca Baxi:

Thiago Pereira (natação)

João Derly (judô)

Luciano Corrêa (judô)

Diego Hypólito (ginástica)

Jade Barbosa (ginástica…)

Daiane dos Santos (ginástica……)

A seleção feminina de vôlei vem dando show até agora. O time está jogando muito e já venceu cinco partidas por 3 sets a 0 (ou seja: 15 sets a 0 em Pequim). Mas, infelizmente, ainda existe um receio. Provocado por amareladas históricas, nas Olímpiadas de 2004, no Mundial de 2006 e no Pan de 2007.

Superclássico para fazer chinês abrir o olho

Brasil x ArgentinaRivalidade máxima em campo. Brasil e Argentina irão se enfrentar nesta terça-feira, às 10h (Recife), em Pequim, em um jogaço de futebol, valendo vaga na final olímpica do torneio masculino. Um clássico com quase 94 anos de história, pontuados por 92 jogos, golaços, confusão e craques. A Seleção Brasileira vem levando vantagem nos confrontos em mata-matas, e venceu as últimas três finais contra os hermanos (2 Copas América, em 2004 e 2007, e 1 Copa das Confederações, em 2005). Um jogo imprevisível, com Ronaldinho Gaúcho e Messi medindo forças. Um jogo para prender a atenção do Oiapoque à Terra do Fogo.

92 jogos

36 vitórias do Brasil
33 vitórias da Argentina
23 empates

Primeiro jogo
Argentina 3 x 0 Brasil (Amistoso, em 20 de setembro de 1914, em Buenos Aires/ARG)

Último jogo
Brasil 0 x 0 Argentina (Eliminatórias da Copa, em 18 de junho de 2008, em Belo Horizonte)

Finais olímpicas com países sul-americanos

1924 – Uruguai (ouro)
1928 – Uruguai (ouro) e Argentina (prata)
1984 – Brasil (prata)
1988 – Brasil (prata)
1996 – Argentina (prata)
2004 – Argentina (ouro) e Paraguai (prata)

Obs. Na contagem de confrontos feita pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) está registrado um jogo a mais. Uma vitória argentina por 2 x 1 (oh, mas que surpesa…). Em 2006, o Diario identificou a partida em questão: ela aconteceu no dia 3 de dezembro de 1956, no Rio de Janeiro, pela Copa Raul Cólombo. Porém, nos registros oficiais, não foi a Seleção que atuou, e sim o time da Liga Metropolitana do Rio de Janeiro – que contava com apenas dois jogadores da Seleção.

No Cubo D’Água é moleza

Michael PhelpsA 7ª medalha de ouro de Michael Phelps em Beijing foi conquistada com a diferença mínima na natação. Um mísero centésimo a menos que o sérvio Milorad Cavic, nos 100 metros borboleta. O norte-americano (foto) cravou 50s58, enquanto Cavic fez 50s59. Essa diferença é 16 vezes menor que um piscar de olhos, que dura 0s16 (é provável que você já tenha piscado pelo menos duas vezes lendo até aqui). Uma diferença tão pequena que fez a federação sérvia contestar o resultado. Mas não tem jeito. As marolas do Cubo D’Água estão realmente favoráveis a Phelps, o maior nome dos Jogos Olímpicos de 2008. Mas eu queria ver ele encarar os 100 metros caranguejo no Rio Capibaribe

Eu até que avisei sobre essas diferenças curtinhas na natação.

Mais sobre a banda Blink 182 (piscadela) pode ser visto AQUI.

Olimpíada bipolar

BipolarApós uma semana de disputas regulares nos Jogos Olímpicos de Pequim, o blog irá postar aqui uma pequena lista dos melhores e piores desempenhos deste período, num daqueles inúmeros rankings 105% contestáveis, mas que as pessoas acabam lendo, nem que seja para falar mal. É provável que eu mesmo discorde, lendo depois…

MELHORES

Ouro
– Michael Phelps (EUA). Mais fácil que acertar esse nome é saber que você não vai ganhar nunca na mega-sena. Até ontem à noite, o CARA já tinha conseguido sete medalhas de ouro. Falta uma para se tornar o maior em uma única Olimpíada.

Prata
César Cielo. Na verdade, eu deveria ter colocado outro metal para Phelps, porque o ouro perdeu a graça. Para Cesão não. O nadador paulista garimpou bem o minério em solo chinês. Phelps pode ser chamado de tudo na natação, menos de “o mais rápido“, porque essa alcunha pertence ao brasileiro, primeiro campeão olímpico de natação do país, e logo na categoria mais rápida do esporte, os 50 metros nado livre. O tempo de 21s30 também é o novo recorde olímpico (o dele nos Jogos de Pequim), que só poderá ser superado em 2012, em Londres. See ya, César!

Bronze
– Primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha em provas individuais, Ketleyn Quadros foi bronze no judô superando todos os obstáculos possíveis para uma atleta no Brasil. De família humilde e de poucos recursos, é um fenômeno Ketleyn ter conseguido esse feito. Ela tocou o terror nos tatames.

PIORES

Ouro – O sueco que jogou fora a medalha de bronze na luta greco-romana foi patético. Tudo bem que Ara Abrahamian “pegou ar” com a decisão dos juízes na semifinal, mas essa atitude fere qualquer princípio olímpico. O Barão de Coubertin deve estar se revirando todo em Lausanne, sede do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Prata
– Brasileiros campeões mundias de judô. João Derly, Luciano Corrêa e até mesmo Tiago Camilo (que pelo menos foi bronze) chegaram com o favoritismo absoluto em Pequim, mas pegaram em bomba. E, claro, o torcedor brasileiro também, porque as provas de judô tiraram a madrugada de qualquer telespectador (eu mesmo dormi 2 noites seguidas no sofá da sala, com a coluna fazendo um “S“).

Bronze
– Michael Phelps, ouro nos 100 metros borboleta. O norte-americano até venceu a disputa, mas quebrou apenas o recorde olímpico, ao contrário das suas outras seis medalhas, acompanhadas de recordes mundiais. Que vexame, Phelps…

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS!

Antes que seja tarde demais

Mark SpitzMuito se fala do nadador norte-americano Michael Phelps, que desembarcou na China programado como um computador para ganhar oito medalhas de ouro. Um número espantoso, mas com o objetivo claro de superar o compatriota Mark Spitz, que fez história há 36 anos, quando ganhou sete medalhas de ouro nas piscinas de Munique. Por isso, antes que Phelps faça o que se espera dele, vou relembrar um pouco aquele que ainda é – pelo menos até esta noite – o maior de todos. E que além das medalhas, quebrou os recordes mundiais nas sete provas. E lembrando que Spitz já havia ganho quatro medalhas (sendo duas de ouro) na edição anterior das Olimpíadas, na Cidade do México, em 1968.

A catarse que se vê hoje em torno do nome de Phelps foi a mesma em 1972. Um mito visto ao vivo e a cores, sem concorrentes. Mark Spitz nasceu no dia 10 de fevereiro de 1950, numa cidade de nome pouco suugestivo: Modesto (estado da Califórnia). Mas onde o cara aprendeu a nadar? No Havaí, onde passou boa parte da infância. Ele se aposentou das piscinas no final de 72, com apenas 22 anos (e quebrou outro recorde, o de FHC, que fez o mesmo aos 38 anos).

Vídeo de Mark Spitz destruindo nas piscinas de Munique, nas Olimpíadas de 1972 = http://www.youtube.com/watch?v=RfbcBB05nQg

“Mark Spitz, um verdadeiro campeão no espírito dos Jogos Olímpicos.”

Ouro C. do México 1968 4×100 m livres
Ouro México 1968 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m livres
Ouro Munique 1972 200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m borboleta
Ouro Munique 1972 200 m borboleta
Ouro Munique 1972 4X100 m livres
Ouro Munique 1972 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 4×100 m medley
Prata C. do México 1968 100 m borboleta
Bronze C. do México 1968 100 m livres

Foto acima (Spitz, com as 7 medalhas de 72): reparem na versão jurássica do maiô LZR Racer.

Mark Spitz hoje em dia = http://weblogs.baltimoresun.com/sports/specialevents/blog/Spitz%202.jpg.

Mais sobre o nadador pode ser visto AQUI (site oficial) e AQUI (wikipedia).

ALOHA, SPITZ!

Só relógio atômico salva

Relógio AtômicoFoi sofrido. Conquistado de maneira incomum. Mas não menos espetacular. O nadador César Cielo conquistou a medalha de bronze nos 100 metros livres – na noite de quarta-feira – com um empate. O tempo de 47s67 foi o mesmo do norte-americano Jason Lezak. E, acompanhando a final pela TV, deu para perceber que não é mesmo todo dia que isso acontece. Tanto que o nome de Lezak apareceu primeiro na transmissão, deixando alguns segundos (talvez um, na verdade) de frustração entre o torcedores brasileiros. Mas esse não foi o primeiro caso nessa Olimpíada. Na madrugada de terça-feira, ocorreu o mesmo nos 100 metros (mas de costas).

Na prova – que obviamente também foi disputada no Cubo D’Água – Arkady Vyatchanin (Rússia) e Hayden Stoeckel (Austrália) fizeram rigorosamente o mesmo tempo: 53s18, e também dividiram o bronze. Fico pensando se isso tivesse acontecido com o ouro… Esse empate só foi possível por causa do “relógio olímpico”, que conta até os centésimos de segundo. No entanto, alguns esportes já marcam os seus tempos até o milésimo de segundo, como a Fórmula 1. Mas mesmo lá, o cronômetro já traiu a modalidade. Em 1997, no Grande Prêmio da Europa, três pilotos conseguiram dar uma volta com o mesmíssimo tempo, no treino classificatório. O tempo de 1min21s072 foi dividido por Jaques Villeneuve, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen.

Mas ali não houve empate, pois o grid de largada foi definido por quem fez primeiro o tempo (no caso, o canadense Villeneuve, que foi campeão mundial daquele ano, justamente neste GP). Outra categoria de automobilismo, a Fórmula Indy, já utiliza até mesmo uma 4ª quarta casa decimal. Uma “solução” definitiva para acabar com empates assim pode ser a utilização de um relógio atômico (foto) nas provas. No Rio de Janeiro existem os dois únicos relógios atômicos do Brasil, ambos no Observatório Nacional. Esse tipo de relógio utiliza o Césio 133 para dar o máximo de exatidão na marcação de tempo, numa precisão de até 10-9 segundo por dia (0,000 000 001 = um bilionésimo de segundo). Um relógio desse tipo atrasa 1 segundo a cada 65 mil anos (metade da ‘idade’ do Homo Sapiens).

Obs. O blogueiro aqui acredita, de verdade e com 99,9999999982% de certeza, que com esse relógio não haveria empates na natação. Quiçá na Fórmula 1…

Mais sobre o tal relógio atômico nacional pode ser visto AQUI.

Dúvida desvendada: a colaboradora Ana Braga não conhece Borá.

País de Borá

BoráVamos viajar um pouco nos números. Ou quem sabe na maionese mesmo. Como já foi amplamente divulgado, a delegação olímpica do Brasil em Pequim é a maior que o país já enviou para os Jogos, desde a sua primeira participação, em 1920. Ao todo, foram 469 integrantes, sendo 277 atletas (representando 32 modalidades).

O expressivo número representa 58,3% da população da simpática Borá (foto), no interior de São Paulo. Borá foi emancipada de Paraguaçu Paulista em 1964 e conta com apenas 804 habitantes, sendo assim o menor município do país, segundo o IBGE. E olhe que eram 795 moradores em 2000… Nos últimos 15 anos aconteceram apenas um assassinato e um furto. Nos dois casos os acusados foram presos. Em tempo: Borá é uma espécie de abelha típica da região.

Brasil na Olimpíadas/2008
Total: 469 integrantes
Atletas: 277 (145 homens e 132 mulheres)
32 modalidades

Borá
População: 804 habitantes
IDH: 0,794
PIB per capta: R$ 13.948

Obs. O post só foi possível por causa da colaboração da repórter rubro-negra Ana Braga, do Diario. Que provavelmente não conhece Borá. E que caso um dia apareça por lá, acabará chamando a atenção da polícia, sempre atenta à presença de forasteiros nesse projeto de metrópole.

Site do Comitê Olímpico Brasileiro: http://www.cob.org.br/
Site da Prefeitura de Borá: http://www.bora.sp.gov.br/
Trailer de Borat (sem relação alguma com Borá): http://www.youtube.com/watch?v=9IIJxix5nuo