Homero Lacerda, franco

Homero Lacerda, ex-presidente do Sport. Foto: Júlio Jacobina

O gravador digital ficou ligado durante 1 hora e 28 minutos.

No escritório no 21º andar do empresarial Excelsior, em Boa Viagem, uma visão ampla da metrópole recifense, tendo no fim do horizonte a Ilha do Retiro.

Na mesa, os dois telefones fora do gancho, para evitar qualquer interferência. As duas secretárias também haviam sido avisadas.

Sentado à mesa, Homero Lacerda, 64 anos. Presidente do Sport no título brasileiro de 1987 e apontado como opositor ao modelo da futura arena do clube.

Partiu do próprio ex-dirigente a vontade de falar, de conceder a entrevista. Cansado de discutir, sem conseguir incutir na atual diretoria o que pensa em relação ao projeto, Homero falou. E muito…

Abaixo, dez tópicos da entrevista concedida ao blog nesta terça-feira.

A favor da arena, contrário ao modelo
“Não é uma colocação de oposição, pois somos amigos (se referindo a Dubeux). Não admito ouvir que sou contra. Eu sou a favor da arena. Uma coisa é apoiar a diretoria do Sport e outra é um compromisso com o Sport. Para sermos verdadeiramente fiéis às pessoas, precisamos ser, antes, fiéis aos princípios. Precisamos contribuir com um debate construtivo, pois sou contra a utilização do legado que recebemos dos nossos antepassados para a construção de hotel e salas comerciais.”

Sem hotéis e empresariais
“Mesmo que fosse do Sport, essa ideia desvirtuaria o clube, sócio-esportivo. Independentemente da condução do negócio, sou basicamente contra a construção de espigões comerciais e residenciais dentro do Sport. Isso já foi tentado várias vezes. Eu mesmo derrubei uma proposta em 1995, só de espigões. Ainda nem existia ‘arena’. No fim, o Sport só ficaria com 20%, pois o terreno não valia muito.”

O valor do terreno
“O negócio está envolvendo a área do Sport, avaliada em torno de R$ 1 bilhão. Sou do ramo imobiliário há 35 anos e sei disso. O terreno vale R$ 600 milhões pelo metro quadrado, mas o potencial de expansão amplia o valor da área. Durante 30 anos, vão sugar todo o suco da laranja e entregar o bagaço. Nos primeiros 10 anos o Sport só vai receber 7% da renda do hotel. Quando o clube receber, vai ter que implodir.”

Viabilidade rubro-negra
“Sou empresário e já consegui empréstimo no BNDES. Só não se consegue empréstimo se não tiver garantia ou se o projeto não for viável. A garantia do Sport é o patrimônio de R$ 1 bilhão, em uma área valorizada no coração da cidade, e a viabilidade é a força da sua torcida, a maior do Nordeste, disparado. No Sudeste eles têm vários times, mas aqui no Nordeste, com todo o respeito ao Bahia, só tem o Sport.”

Tática para o crédito
“É preciso sanar as dívidas para liberar o empréstimo e R$ 400 milhões? Do passivo total, o clube precisaria pagar entre R$ 30 mi e R$ 40 milhões para ficar habilitado. Isso conseguiria fácil, com antecipação de receitas ou empréstimo-ponte no banco. Isso não é nada para o Sport. E que me perdoe o governo de Pernambuco, mas o projeto do Sport é mais viável que a Arena PE.”

Estudos aprofundados
“Era para o Sport enviar uma comitiva para viajar o mundo e saber como foram construídas as últimas dez arenas. Em que moldes? Tem muita coisa que não sabemos. Acabei de saber por você, agora, que o nome da arena do Sport pode ser vendido por R$ 60 milhões, como o da Copa. O Sport não sabe o seu valor. Tudo está acontecendo de maneira amadora. Era preciso realizar uma licitação clara para a escolha do consórcio. Garanto que teria gente que aceitaria construir um estádio para operar só por 15 anos, metade do proposto pela Plurisport, a escolhida.”

Hexa
“Se fosse para escolher entre o hexa ou subir para a Série A esse ano, eu ficaria com uma dúvida muito grande, por causa do calor da torcida, da rivalidade local. É uma conquista importante. Mas se for hexa, o acesso vai ser consequência.”

1987
“Lamentavelmente, o título brasileiro ainda está dividido e o Sport só entrou com uma interpelação judicial, pedindo que Ricardo Teixeira mude a decisão. Era para entrar com uma ação que respeitasse uma decisão transitado em julgado, mais incisiva. Ainda pode reverter, mas não pode ficar parado. O torcedor não aceita isso.”

Gigante
“Com o patrimônio que tem, o Sport já é um dos clubes mais ricos do país. Se tiver uma arena e administrá-la sozinho, o Sport será um dos quatro maiores clubes do país, abaixo só de Flamengo, Corinthians e São Paulo.”

Saudade da velha Ilha
“Na hora que derrubar o estádio vai doer no fundo da minha alma. Aquele concreto está impregado de cazá-cazá, suor e alegria.”

Os últimos serão os primeiros

Los Angeles Clippers 100 x 92 Cleveland Cavaliers. Foto: NBA/divulgação

Los Angeles – Caso raríssimo na NBA: uma cidade com duas equipes de basquete. Assim é LA, terra do gigante Lakers e do pequeno Clippers.

Clippers na quadra, Staples Center lotado? Nem tanto. Ao contrário do rival e multicampeão, o Clippers nunca venceu o playoff final. Mas tem a sua torcida, fiel.

Cerca de duas horas antes do jogo na manhã deste sábado já era possível ver do hotel, ao lado do ginásio, a turma das camisas tricolores (azul, branco e vermelho) chegando e bebendo no dia mais frio desde que cheguei nos EUA, com 14 graus e muito vento.

Sobre a torcida do Clippers, também de origem mais humilde, os torcedores do Lakers provocaram aqui: “Eles vão para os jogos para assistir aos adversários”.

Brincadeira relacionado ao histórico fraco desempenho da franquia (veja o site AQUI).

Mas a turma do time criado em 1970 (e que adotou LA em 1984) diz que isso deverá mudar em até “três anos”. Prazo para a maturação do jovem time liderado pelo ala Blake Griffin, de 22 anos e cujo aniversário foi na última quarta.

Griffin (foto) foi o cestinha da vitória por 100 x 92 sobre o Cleveland Cavaliers com 30 pontos, 8 assistências e belas jogadas. Ele foi apontado como o melhor jogador universitário em 2009, durante o draft (seleção de novatos) da NBA.

Então, como ele foi parar no Clippers? Pela regra da liga, para equilibrar a disputa, o pior time do ano anterior tem o direito de escolher primeiro…

Não surpreendeu a lanterninha. Até hoje foram 1.195 vitórias e 2.100 derrotas!

Na atual temporada, m 69 jogos, o Clippers só venceu 26, com 37% de aproveitamento. Imagine o desempenho sem o Griffin…

Ainda assim, a torcida compra, e muito, os produtos do time. Vai entender!

Loja do Los Angeles Clippers no Staples Center. Foto: Cassio Zirpoli

A arena do Superesportes

Em tempo de novas arenas, eis uma nova redação.

O Superesportes do Diario de Pernambuco acaba de ganhar uma nova redação na sede do jornal em Santo Amaro. Exclusiva. Talvez por causa do barulho diário nas discussões sobre futebol – acredite, as conversas em voz alta não param um minuto – a editoria foi remanejada, concentrando os vários decibéis em uma só sala.

Agora, sem concorrência, a TV passa até campeonato de golfe…

Abaixo, um vídeo de dois minutos com uma apresentação de parte da equipe.

Pingo de verdade

Série de TV "Lie to me"

Há dez dias, o blog postou um vídeo um jovem que fazia jogadas incríveis.

Lançamentos no futebol americano, diga-se.

Com distâncias enormes, Johnny Mac demonstrou uma precisão incrível (veja AQUI).

Então, agora é a vez de um outro jovem, só que agora no nosso futebol mesmo, ou soccer, para eles. Mas tão surpreendente quanto o primeiro.

Lassi Hurskainen.

Ele é o  goleiro do time júnior da Universidade da Carolina do Norte (UNC Ashville).

Seria este vídeo abaixo mais um “fake” no Youtube?

São quase quatro minutos com lances dignos de um bom editor de vídeo…

Saiba mais sobre a série de televisão “Lie to me” clicando AQUI.

Negociações coletivas

Feira livre na Índia. Foto: Steve McCurry/National Geographic

Pelo triênio 2009-2011, a Rede Globo pagou a bagatela de R$ 1,4 bilhão pela transmissão do Brasileirão nas TVs aberta e fechada.

Muito? Para os próximos três anos a expectativa é que esse valor possa dobrar.

Daí, muita articulação nos bastidores, rachas, empréstimos e até decisões políticas para oficializar títulos brasileiros. Entre Taça Brasil, Robertão e Copa União já foram 15!

Como se sabe, Rede Globo e Record vêm travando uma disputa enorme.

Mas como será a distribuição dessa verba entre os clubes?

Abaixo, o modelo adotado por Inglaterra e Itália, chamado de “Negociações coletivas”. Curiosamente, são as duas ligas mais ricas do mundo (veja o ranking AQUI).

InglaterraPara a temporada atual, os 20 clubes da elite inglesa gastaram, apenas com transferências de jogadores, nada menos que R$ 2,3 bilhões! Não por acaso, os maiores contratos de patrocínio na TV também estão na terra da Rainha.

1º) 56% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 22% da receita é destinado à classificação da temporada anterior.
3º) 22% da verba varia segundo o número de partidas exibidas na TV.

ItáliaNa Itália, tetracampeã mundial, a soma dos gastos dos times chegou a R$ 1,7 bilhão. O modelo será adotado na temporada 2011/2012, numa tentativa de equilibrar uma liga marcada pelos gigantes Milan, Juventus e Internazionale.

1º) 40% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 30% da receita é pelo “mérito desportivo”, com a posição no torneio anterior.
3º) 30% é rateado de acordo com o tamanho da torcida de cada clube.

Em tempo: na Espanha, com Real Madrid e Barcelona, vale o modelo “Negociação individual”. Ideia costurada aqui por Corinthians e Flamengo…

O que você acha desse modelo de cotas? Qual deles ficaria melhor no Brasil?

Corrida de mascotes

Corrida de mascotes. Ilustrações: Paulo Pbrazil/Diario de Pernambuco

A Corrida de Bonecos Gigantes de Olinda chegou a sua sexta edição.

Já está no calendário oficial do carnaval pernambucano…

Não é nada fácil encarar uma corrida carregando bonecos de até 25 quilos.

A novidade em 2011, cuja prova foi neste sábado, foi a criação de uma nova categoria, reservada apenas para os mascotes dos times pernambucanos.

Cinco clubes da elite local mandaram representantes. Do interior, apenas o Central.

O boneco do Santa, o mais pesado de todos, foi o lanterna…

Vitória leonina e surpresa no vice-campeonato: Ameriquinha!

Ideia bacana. Que se repita em 2012. Saiba mais clicando AQUI.

Mascotes: Leão (Sport), Periquito (América), Timbu (Náutico), Patativa (Central) e Cobra Coral (Santa Cruz). Fotos: Diario de Pernambuco

Boxe, drogas e Hollywood

Filme "O Vencedor". Foto: divulgação

O boxe é o esporte predileto de Hollywood.

Volta e meia e o esporte se consagra nas telonas. Filmes sobre boxe com indicações ao Oscar: Rocky (1976), O campeão (1979), Touro Indomável (1980), Hurricane (1999), Ali (2001), Menina de Ouro (2004), A luta pela esperança (2005).

Para a premiação de 2011, a bola (luva) da vez é o ótimo O Vencedor, com sete indicações à estatueta, em mais uma tradução ruim no Brasil, pois a película chama-se The Fighter, ou, literalmente, “O lutador”.

Na trama, baseada em fatos reais, o ex-lutador Dicky Ecklund (Christian Bale) tenta lutar contra o vício no crack, a droga mais nociva no século XXI. Porém, a história começa em 1993… Já com uma fisionomia degradada.

Vivendo da fama do passado, quando conseguiu levar uma derrota certa por nocaute até o último round contra a lenda Sugar Ray, em 1978, Dicky treina o irmão mais novo, Micky Ward (Mark Wahlberg).

Com uma família problemática e a insegurança de uma carreira que não decola, Ward chega a desistir do boxe, ainda mais na prisão do irmão, a sua 27ª detenção…

O título mundial de Micky Ward vem de forma sofrida em 2000. Depois, mais três lutas antológicas contra Arturo Gatti, na categoria peso leve (uma vitória e duas derrotas).

O canadense Gatti, citado como um fenômeno do boxe no filme, foi encontrado morto em 11 de julho de 2009, em um flat no litoral sul de Pernambuco.

Outra curiosidade do filme O Vencedor é a presença do documentário da HBO, produzido em 1993 sobre o vício de Ecklund, que concordou com a gravação na cidade de Lowell.

Você pode assistir ao documentário de 1 hora, na íntegra, clicando AQUI.

Abaixo, Ecklund, hoje com 53 anos, simula um soco em Bale, merecidamente indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante.

Filme "O Vencedor". Foto: divulgação

Evasivo, político, instruído…

Lobby

Em visita a Pernambuco, a 6ª subsede do Mundial de 2014 a receber a cúpula do Ministério do Esporte, o titular da pasta, Orlando Silva, foi bastante evasivo ao comentar o presente e o futuro dos projetos locais…

Como a maioria dos políticos, “falou sem falar”. Confira.

Sobre o nº de partidas da Arena Pernambuco no Mundial, já que existe a especulação de que o estádio dispute uma partida das quartas de final com Salvador, ele comentou:

“Pernambuco será um dos protagonistas da Copa, por causa de sua posição geográfica, importância e pelo projeto da arena. Essa decisão ainda será discutida.”

Ele disse que a maior preocupação sobre o estádio local não é com a quantidade de jogos durante a Copa, mas com o número de partidas após o torneio…

“É um estádio moderno, seguro e que precisa contar com os três clubes de Pernambuco, que têm grandes torcidas. Isso precisa ser conversado.”

Questionado pelo blog sobre a sua participação nesta negociação, o ministro admitiu o início de um “lobby” junto a Náutico, Sport e Santa Cruz.

Será mesmo que alguém vai jogar lá a partir de 2015…?

Sobre a Copa das Confederações de 2013, uma vez que o governador Eduardo Campos sempre faz questão de ressaltar o interesse em receber a competição, Orlando também não “cravou” uma resposta definitiva. A escolha dos estádios será em junho deste ano.

“Pernambuco deixou uma boa impressão , com as obras do estádio em estado satisfatório. A maior preocupação é com a mobilidade urbana, mas essa decisão dos estádios cabe à Fifa. Creio que o Recife tem condições de participar. É preciso, sobretudo, cumprir o cronograma das obras.”

Pedalando no clássico

Campeonato Inglês 2010/2011: Manchester United 2 x 1 Manchester City. Foto: Fifa/divulgação

A disputa está ferrenha pelo título inglês da temporada 2010/2011.

Para completar, um duelo justamente contra o maior rival nesta reta final.

Manchester United x Manchester City, neste sábado.

Um milionário contra um novo milionário. Vermelho x Azul.

A partida seguia empatada em 1 x 1 até os 33 minutos do segundo tempo.

Aí, Wayne Rooney acertou uma bicicleta… Para explodir o estádio Old Trafford.

Leia sobre a vitória dos Diabos Vermelhos AQUI. Abaixo, o vídeo.

Saiba mais sobre a rivalidade United x City clicando AQUI.

Disparar na liderança ganhando um clássico? E com um gol de bicicleta?

Imagine se algo assim acontecer na Ilha do Retiro, no domingo…

Os destaques e os “não” destaques do PE2011

Estádio-privada... O futebol li não é dos melhores!No domingo, o Campeonato Pernambucano de 2011 chegará a 50% dos jogos da primeira fase, ou 66 partidas.

Tempo suficiente para uma avaliação prévia da competição, recheada com 12 clubes.

Qual é o melhor time até o momento?

E o craque da hora…?

Algum goleiro de destaque?

O G4 atual da classificação deverá se consolidar após 22 rodadas?

Qual foi a maior besteira que o seu time cometeu até aqui? É possível “limpar” a situação e seguir em frente?

Respostas do blog às quatro primeiras questões do post: Central, Thiago Cunha, Tiago Cardoso e não.