Recordes para 2011. Ou não

Campeões pernambucanos de 1915 a 2010. Crédito: Campeoesdofutebol.com.br

O aguardado Campeonato Pernambucano de 2011 começa na noite desta quinta-feira. Será a 97ª edição do Estadual, disputado pela primeira vez em 1915.

Nesse tempo todo, muitos recordes, como o hexa. Confira abaixo 10 marcas a serem quebradas ou igualadas. Em itálico, a opinião do blog sobre a chance para 2011…

Melhor campanha
Em 1932, ainda na era amadora, o Santa Cruz venceu todos os 12 jogos que disputou, com 100% de aproveitamento.

Quase impossível… Para ser campeão este ano, o clube o jogará 26 vezes, contra 11 adversários diferentes. Em 1932, o Santa jogou contra 6, todos do Recife.

Maior público
Na primeira versão da campanha Todos com a Nota, 80.203 pessoas assistiram ao clássico Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda, em 1998.

Oficialmente, é impossível. O recorde só poderia ser superado no Arruda, claro. Porém, a carga máxima de ingressos para o Mundão hoje em dia é de 60.044 pessoas.

Maior artilheiro absoluto
Com 203 gols, o meia-atacante Baiano brilhou na década de 1980, pelo Náutico (137 gols), Santa Cruz (53) e Central (13).

Essa marca vai durar um bom tempo ainda. O maior artilheiro do Estadual em atividade é Leonardo (ex-Sport, Santa e Salgueiro), com 86 gols e hoje com 37 anos.

Maior artilheiro em uma edição
Empate triplo. Baiano marcou 40 gols tanto em 1982 quanto em 1983, ambos pelo Náutico. No ano seguinte, Luís Carlos, do Sport, igualou a marca.

Para pelo menos empatar com os recordistas, o jogador teria que registrar uma média altíssima de gols (1,53), além de deixar a sua marca em todos os jogos.

Melhor ataque
Santa Cruz, em 1979, com 134 gols em 39 partidas. Poder de fogo com média de 3,4.

Para ser campeão no ano passado, o Sport fez 54 gols. Boa média de 2,07 por partida. Para superar o Santinha (135 gols), esse índice teria que subir para 5,19!

Maior série invicta
O Leão ficou 49 jogos sem perder entre 1997 e 1999, com 38 vitórias e 11 empates.

A marca esteve perto de ser superada em 2010. O Leão chegou a 48 jogos, mas perdeu do Timbu na última rodada da fase classificatória. Estaca zero.

Maior goleada
Acredite, mas o resultado foi esse mesmo: 21 x 3! Jogo realizado em 1º de julho de 1945, nos Aflitos. Massacre do Náutico sobre o Flamengo do Recife.

A última goleada com pelo menos 10 gols foi em 11/05/1995: Sport 10 x 0 América. Se há 15 anos ninguém faz nem 10, imagine 22…

Maior goleador em um jogo
O folclórico Dadá Maravilha balançou as redes 10 vezes na vitória do Sport sobre o Santo Amaro por 14 x 0, em 6 de abril de 1976, na Ilha.

Para ser o artilheiro de 2010 o atacante Ciro fez 13 gols. Só isso já mostra a distância. Mais: o recorde de Dadá não é só pernambucano, mas nacional.

Invencibilidade de um goleiro
Foram incríveis 1.636 minutos sem tomar gol, ou 18 jogos. Marca do camisa 1 do Naútico em 1974, Neneca.

Com novos goleiros no Estadual, apenas Magrão começa com um bônus. Como não levou gol na final do ano passado, ele larga com 90 minutos. Faltam 1.547.

Supercampeão invicto
No estado, 5 edições foram decididas em um triangular, o  “Supercampeonato”. O Tricolor é tri. Porém, apenas o Flamengo conseguiu isso invicto, já na estreia, em 1915.

Neste ano, com o formato de semifinal e final, o feito não será repetido, logicamente. O último supercampeonato foi realizado em 1983.

Tática de guerrilha inflacionada

Leilão

O “leilão” sempre foi algo presente de forma claríssima no mundo do futebol. Desde a década de 1930, nos primórdios do profissionalismo.

Um jogador sendo disputado por dois ou mais clubes. Muitos deles, rivais.

Por alguma sintonia ainda desconhecida, esse início de temporada está sendo marcado por seguidos leilões no país. Ronaldinho Gaúcho aparece como o exemplo.

O craque foi alvo dos tradicionais Flamengo, Grêmio e Palmeiras. No fim, acertou com o time carioca. Valores astronômicos: R$ 1 milhão de salário mais R$ 800 mil em contratos de imagem. Será um acordo longo, até 2014. Visa a Copa do Mundo.

Focando Pernambuco, já são 4 negociações deste nível para 2011, com valores mais modestos, claro. Porém, o estica e puxa acabou rendendo mais para os jogadores.

De acordo com informações extraoficiais, confira os valores dos salários do quatro jogadores envolvidos em leilões na rivalidade centenária entre Náutico e Sport.

  • Carlinhos Bala (atacante, Sport) – R$ 40 mil, mais luvas de R$ 100 mil.
  • Eduardo Ramos (meia, Náutico) – R$ 60 mil, sendo R$ 20 mil via empresários.
  • Bruno Meneghel (atacante, Náutico) – R$ 40 mil, mais luvas de R$ 100 mil.
  • Derley (volante, Náutico) – R$ 50 mil, sendo cinco meses adiantados.

Ainda que “involuntariamente”, a folha dos clubes foi inflacionada para o Estadual. Apenas de salários com esses jogadores, os dois clubes vão desembolsar R$ 170 mil.

Após um bom debate no Twitter, ficou uma trilha aberta para um questionamento…

Nessa guerra pelo hexa, o leilão é uma corrida desenfreada por reforços ou uma tática de guerrilha para minar a folha de pagamento do adversário…?

Sábado de Zé Pereira

PFC

Finalmente, os detalhes da transmissão em pay-per-view do Campeonato Pernambucano de 2011. O canal de TV por assinatura Premiere Futebol Clube (PFC) divulgou a lista dos Estaduais que serão exbidos nesta temporada.

Para Pernambuco, um horário reservado, exclusivo.

Sábado, 20h30. Partidas envolvendo Náutico, Sport e Santa Cruz.

Pacote extra para o “Sócio PFC”, o assinante do canal. Será um joguinho no meio de uma programação com 50 partidas por semana…

No pacote mais simples (Série B + outro Estadual), R$ 47,90 por mês.

De antemão, a tabela do Estadual deve ser modificada, pois o primeiro jogo num sábado está marcado para 19 de fevereiro, com Náutico x Araripina (veja AQUI).

Vale lembrar que os grandes não terão acréscimo na cota (de R$ 370 mil). Por outro lado, os três clubes vão ter direito a inserções na TV para campanha de sócios.

Estaduais no PFC: Paulista, Carioca, Gaúcho, Mineiro, Paranaense, Pernambucano, Baiano, Catarinense e Goiano. Saiba mais clicando AQUI.

Na prática, então, serão até três jogos do Pernambucano na TV por semana, pois a Rede Globo tem os direito de transmissão de partidas na quarta-feira e no domingo.

Confira a história das transmissões do Pernambucano na televisão clicando AQUI.

A volta do Ranking dos Pênaltis

Lecheva perde o pênalti na final do Pernambucano de 2006. Foto: Diario de Pernambuco

Foi ou não foi pênalti? O time de Fulano foi prejudicado, enquanto o de Cicrado foi beneficiado? Haja confusão na hora da penalidade. Por isso, desde 2009 o blog acompanha rodada a rodada todos os pênaltis marcados no Pernambucano.

Com o formato de turno e returno, em 2011 será mantido o modelo de 22 rodadas e 132 jogos na primeira fase. Em 2009 foram 48 pênaltis marcados (2,18 por rodada). O número subiu para 70 no ano passado (3,18). Nas duas edições do Estadual, o Náutico teve mais penalidades a favor, com 7 em 2009 e 11 em 2010.

O ranking também contabiliza quem mais cometeu infrações na grande área. Em 2009, o Ypiranga fez 11! A marca foi superada na temporada passada pelo Porto, com 12.

Confira todos os dados dos rankings dos campeonatos de 2009 e 2010.

Como bônus, o ranking também mostra quantos cartões vermelhos foram aplicados nos jogos de Sport, Náutico e Santa Cruz. Quem terá mais adversários expulsos?

Em 2009, o Sport viu 13 jogadores adversários com cartão vermelho. Ano passado, Santa e Náutico ficaram em vantagem, com 11 expulsões dos rivais.

Na foto, Lecheva desperdiça a sua cobrança na disputa de pênaltis na final de 2006. Essa cobrança não conta. Porém, o desfecho resultou no início do penta do Sport.

O preço da dependência

Dinheiro

Entre 1998 e 2010, nada menos que 12 edições do campeonato pernambucano foram subsidiadas pelo governo do estado, sempre com a compra de ingressos.

Apenas o torneio de 2007 ficou de fora, por causa da transição do Futebol Solidário para o Todos com a Nota. Saiba mais sobre a questão política dos programas AQUI.

Agora, os números de toda essa ajuda estatal apenas no Pernambucano da 1ª divisão. De acordo com o levantamento feito pelo blog, já foram repassados para os cofres dos nossos clubes desde então a bagatela de R$ 30.475.000.

PernambucoA resposta na arquibancada, é verdade, sempre foi forte, visível. Desde 1990, quando a Federação Pernambucana de Futebol passou a listar as médias de público do Estadual, 12.781.680 torcedores passaram pelas catracas em 2.538 jogos.

O público subsidiado corresponde a 66,1% de todos os bilhetes nos últimos 21 anos, com quase 8,5 milhões de torcedores e média de 6.186. Bem superior às 3.695 pessoas por jogo nas edições sem promoção, incluindo o torneio de 2007.

Para 2011, o governo deverá investir R$ 5.830.000 no Pernambucano. A verba etatal corresponde a 55% de toda a receita dos clubes. Algo considerável. Só resta saber até quando o estado vai incluir o futebol em seu orçamento anual.

Leia a reportagem do Diario de Pernambuco sobre a dependência dos clubes em relação aos programas governamentais clicando AQUI.

Ficaram babando

Charge de Samuca/Diario de Pernambuco

O chargista Samuca, do Diario de Pernambuco, mandou essa para o blog.

A presença de Viviane Araújo com a camisa de três times intermediários do estado nesta semana deixou os grandes do Recife no chinelo em relação ao marketing.

Em breve, Sport, Náutico e Santa vão lançar os uniformes oficiais de 2011, de fato. Que preparem uma festa pelo menos no mesmo nível…

Procura-se

Telemarketing

Não deixe para procurar emprego depois do carnaval!

Essa é nova. De forma curiosa, um clube está anunciando vagas.

E não é para o elenco de futebol!

O Sport publicou em seu site oficial que está contratando “reforços” para a área de vendas e telemarketing (veja AQUI). Abaixo, o texto original:

O Sport Club do Recife procura profissionais para os seguintes cargos: vendedor (de porta a porta) e atendentes de telemarketing. Os candidatos devem ter experiência de pelos menos um ano.

Os interessados devem enviar currículos para o e-mail emprego@sportrecife.com.br.

Nas entrelinhas, também, o início de uma nova campanha de marketing/sócios. Estaria agendado para o mês de abril, via internet. Porém, não ficou claro no texto se é necessário ser torcedor do clube para postular a vaga…

“Estaremos enviando em breve o seu ingresso para o jogo nos Aflitos. Ops, Ilha…”

Pernambucano fora de sintonia

Televisão fora do ar

Quanto vale a transmissão ao vivo na televisão do Campeonato Pernambucano?

Antes da resposta, um pouco de história. Antigamente, apenas jogos esporádicos do Estadual eram exibidos na TV. Negociações rápidas, valores enxutos.

Em 1995, por exemplo, apenas o segundo jogo da final entre alvirrubros e tricolores foi transmitido para o Recife, na Rede Globo. O anúncio da partida foi no mesmo dia.

Em 1996, a rodada dupla de abertura da competição na Ilha do Retiro, com Santa Cruz x Central e Sport x Náutico, passou ao vivo para todo o país pela Band.

Em 1997, nenhum joguinho sequer… De fato, o torneio não foi atrativo. Aquele ano marcou a pior média de público do Pernambucano desde 1990, quando a FPF passou a contar os dados, com apenas 2.080 pessoas por jogo.

A guinada começou em 1998, com a primeira venda do Estadual. A Globo pagou R$ 225 mil e repassou os direitos de transmissão ao Sportv, seu canal de TV a cabo.

Muito se fala das cotas do Brasileirão, “injustas”. Eu discordo. Acredito que cada clube tem um potencial de mercado bem distinto. Assim como aconteceu em Pernambuco…

As verbas em 1998 foram divididas em 5 cotas. E olhe que eram apenas 12 clubes!

Grupo 1 – Sport, Santa Cruz e Náutico: R$ 45 mil
Grupo 2 – Central: R$ 20 mil
Grupo 3 – Vitória: R$ 15 mil
Grupo 4 – Porto, Recife, Cabense e Flamengo de Arcoverde: R$ 10 mil
Grupo 5 – Ferroviário de Serra Talhada, 1º de Maio e Petrolândia: R$ 5 mil

Em 1999, o Pernambucano entrou numa nova (velha) era: a TV aberta. O locutor Luciano do Valle comprou os direitos de transmissão por R$ 500 mil, sendo R$ 90 mil para os grandes. Os jogos passavam ao vivo nas noites de segunda-feira, às 20h30, na TV Pernambuco. Os clássicos foram exclusivos no pay-per-view, pelo Sportv.

Com índices de audiência impressionantes, a Globo entrou na parada e comprou o pacote completo (TV aberta e fechada) em 2000, por R$ 850 mil.

A emissora, aliás, acabou negociando os direitos de todas as edições seguintes. Em 2001, com o horário no sábado à tarde, a cifra chegou a R$ 1 milhão.

Em 2010, com dois jogos transmitidos por semana, a cota do trio de ferro saltou para R$ 370 mil, num orçamento total de R$ 1,32 milhão – além de bônus para campeão (R$ 150 mil) e vice (R$ 100 mil). O valor em 2011, com a volta do pay-per-view, será o mesmo, apesar da reclamação dos clubes, com Gustavo Dubeux à frente.

Nota-se que a valorização do certame local sofreu uma freada brusca.

Como estamos em um blog, a divagação é liberada. Portanto, vamos comparar a cota da TV do Pernambucano com a do Brasileirão. Em 1998, o valor do Estadual foi 83 vezes menor que o do Nacional, orçado em R$ 18,67 milhões. Em 2000, ficou 105 vezes menor que a Série A, que já valia R$ 90 milhões. Em 2010, o abismo, com o nosso certame sendo 353 vezes menor que o Brasileiro, já na casa dos R$ 466 milhões…

Será que o nosso produto realmente não tem capacidade de se valorizar?

O contrato atual com a Globo vai até 2014.

Um novo campeão? Quando?

Campeões pernambucanos de 1915 a 2010. Crédito: Campeoesdofutebol.com.br

Um ano marcante no Estadual: 1936.

Esta temporada marcou o último campeão pernambucano inédito.

Com uma campanha arrasadora, o Tramways ganhou a derradeira competição amadora no estado. De forma invicta, com 11 vitórias e 2 empates.

Assim, chegamos a 75 anos sem um novo campeão. Uma lacuna enorme principalmente entre o clubes do interior, que nunca ergueram a taça.

Nesse tempo todo, apenas dois troféus saíram do trio de ferro: 1937, novamente com um invicto Tramways, e em 1944, com o renovado América. Nos últimos 50 anos, no máximo, três vice-campeonatos: 1997 e 1998 com o Porto e em 2007 com o Central.

Envolvidos numa disputa polarizada por causa do hexa, Náutico e Sport despontam com os principais favoritos. Buscando uma ascensão, o Santa Cruz corre por fora.

Mas por fora mesmo estão os oito clubes que nunca conquistaram o Campeonato Pernambucano. Será possível superar o mata-mata da fase final em 2011?

Entre os 8 principais Estaduais desde 2000 (segundo o ranking da CBF), apenas o Pernambucano e o Carioca não tiveram um novo campeão. Confira abaixo.

  • São Paulo (4 clubes grandes) – 2004, São Caetano
  • Rio de Janeiro (4 grandes) – 1933, Bangu
  • Rio Grande do Sul (2 grandes) – 2000, Caxias
  • Minas Gerais (3 grandes) – 2005, Ipatinga
  • Paraná (3 grandes) – 2007, Paranavaí
  • Bahia (2 grandes) – 2006, Colo-Colo
  • Goiás (3 grandes) – 2008, Itumbiara

Veja a lista de campeões e vices do Campeonato Pernambucano clicando AQUI.

Cronograma Cacareco

No dia 13 de janeiro vai começar oficialmente a temporada 2011 do futebol pernambucano. Abaixo, todo o calendário das competições no estado, mês a mês, considerando as categorias profissional e amadora, masculina e feminina.

Ao todo, são nove torneios organizados pela FPF, incluindo o Sub-13.

Apesar de o gráfico da Federação Pernambucana de Futebol ainda informar a abertura da 1ª divisão para o dia 16 deste mês, a data está mesmo confirmada para o dia 13, numa quinta-feira à noite… Afinal, o calendário da entidade não “segue” o da CBF, que liberou apenas 23 datas para o Estadual, contra 26 do nosso.

Para saber mais detalhes sobre o cronograma local das competições, clique AQUI.

Calendário do futebol pernambucano em 2011