Criatividade coral

Mágica coralA temporada de “apelidos” está aberta no futebol pernambucano.

Principalmente no Santa Cruz.

Tudo começou com o atacante Gaúcho, que marcou 12 gols na Copa Pernambuco de 2009. A artilharia do jogador de 37 anos na campanha que deu o bicampeonato ao Tricolor rendeu a alcunha de Gaushow

Agora, com o bom início de temporada da Cobra-Coral, a torcida tricolor se superou!

Joelson virou Goelson. Nada mais justo, tanto que ele marcou 6 gols nos 5 primeiros jogos do Estadual. Já o experiente meia Jackson, principal contratação coral em 2010, virou Mestre Jackson. Dono do meio campo.

Souza, artilheiro do Campeonato Baiano de 2008 (16 gols pelo Fluminense de Feira de Santanta), agora se chama Showza no Arruda. E o que dizer do meia Natan, prata (ouro) da casa, de apenas 19 anos…?

Mal começou a carreira no Santa e já foi batizado pela torcida de a Nata da Bola. 😎

Gaushow, Goelson, Mestre Jackson, Showza e Nata da Bola… As vitórias mudam o astral. Que o Santa Cruz continue neste caminho. Que o revés no Clássico das Emoções já tenha sido superado. Até porque o das Multidões já está chegando.

Patativa Reloaded

Pernambucano-2010: Central 1 x 0 Cabense

A péssima campanha do Central no Pernambucano é a maior decepção do Estadual até o momento. Afinal, a Patativa é o time conta com a maior folha de pagamento entre os times intermediários este ano, com cerca de R$ 130 mil.

O estádio Luiz Lacerda, em Caruaru, passou por uma ampla reforma, orçada em R$ 193 mil. Um valor considerável para os clubes do interior. Reforma do gramado, pintura das arquibancadas, novos bancos de reservas e até placar eletrônico (1º do interior)!

Mas nada disso adiantou…

O Central chegou na 6ª rodada do Pernambucano em penúltimo lugar. Nenhuma vitória. Frustrante. Ainda mais para a tradicional torcida alvinegra, que vem marcando ótima presença nas arquibancadas do Lacerdão.

Com 3 rodadas, o técnico Reginaldo Sousa já havia sido demitido. O substituto, Adelmo Soares, deixou claro a situação do elenco:

“Só se eu fizer um curso de mágica. Não quero leão de treino. Quero leão de jogo.”

Neste sábado, mesmo com a má fase no Estadual, o público diante da Cabense foi de 5.684 pessoas. E olhe que o time havia perdido nas últimas 3 rodadas!

Em 4 jogos como mandante, o Central levou 30.705 torcedores, com uma média de 7.676. Índice superior a 2 times do último Brasileirão e a outros 16 da Série B. 😯

Ao todo, o clube arrecadou R$ 240 mil com os borderôs das 4 partidas em casa. Bons números, mas sem respaldo algum no gramado. Uma hora cansa.

Nesta tarde, porém, um alento. Finalmente, Patativa. O Central venceu a embalada Cabense por 1 x 0, gol de pênalti de Rodrigo Santos (foto: Robson Nielson). O jogo foi até os 50 minutos do segundo tempo…

Central, Central, Central… Coração alvinegro fazendo carnaval!

Mistério da esfinge

Egito

Egito.

No ranking da Fifa, a seleção aparece em 24º lugar. No continente africano, o país ocupa a 4ª posição. Uma das seleções mais tradicionais da África. Tem nada menos que 6 títulos da Copa Africana. É o maior campeão. Ganhou as duas últimas edições…

E está na final do torneio de 2010, cuja final será no domingo, contra Gana, em Luanda, em Angola. Egípcios em busca do inédito tricampeonato.

Ok. Mas e daí…? O Egito está fora da Copa do Mundo. Aliás… O Egito é um verdadeiro fracasso no Mundial. Só esteve lá 2 vezes. A primeira em 1934 e a última em 1990. Um hiato de 20 anos. E que não acabará neste ano, na África do Sul.

Em 18 de novembro, o país disputou um jogo-desempate das Eliminatórias contra a Argélia, em campo neutro (Sudão), e acabou perdendo por 1 x 0. Diante do mesmo adversário, na semifinal da atual Copa Africana, os egípcios golearam por 4 x 0… 😯

Uma potência em casa e um fiasco fora dela.

É curioso, porém, perceber que outros países africanos vêm se firmando com participações efetivas na Copa do Mundo. Gana, adversária na decisão africana, irá para o seu 2º Mundial seguido. Mesma situação viviva pela seleção da Costa do Marfim. Em 2010, Camarões estará pela 6ª vez numa Copa!

Como é possível uma disparidade tão grande? Experiência, técnica, tradição?

É complicado avaliar, mas é possível afirmar que o time egípcio é basicamente formado por atletas que jogam no país, sem intercâmbio algum. No exterior, apenas os meias Shawky (Middlesborough, da Inglaterra) e Abd Rabo (Al-Ahli, dos Emirados Árabes), o goleiro El-Hadary (Sion, da Suíça) e o atacante Mohamed Zidan, o mais bem sucedido, no Borussia Dortmund.

Os adversários do continente, porém, exportam dezenas de atletas para a Europa. Abaixo, três grandes exemplos.

Camarões: Eto’o, na Internazionale (Itália)
Costa do Marfim: Drogba, no Chelsea (Inglaterra)
Gana: Essien, no Chelsea (Inglaterra)

Mas essa “explicação” acaba não sendo suficiente porque o Egito mantém uma hegemonia na África contra esses mesmos jogadores. Estaca zero.

O problema, então, seria a “Copa do Mundo“?

Quarteto de volta pra casa

Ronaldo, Adriano, Fred e Robinho, o ataque da Seleção no Mundial de 2006

Ronaldo (33 anos), no Corinthians.

Adriano (27), no Flamengo.

Fred (26), no Fluminense.

Robinho (26), no Santos.

Os 4 atacantes convocados por Parreira para a Copa do Mundo de 2006 estão de volta ao país 4 anos depois. Algo bem incomum, diante de um mercado estrangeiro forte (e que agora ainda conta os petrodólares do mundo árabe).

Em 2006, os clubes dos craques:

Ronaldo no Real Madrid (ESP).

Adriano na Internazionale (ITA).

Fred no Lyon (FRA).

Robinho no Real Madrid (ESP).

É mesmo uma tendência essa volta dos astros ao futebol brasileiro? Coincidência…?

Mas, de certa forma, é ótimo para o futebol brasileiro, que viu nos anos 90 (e em boa parte da década atual) um fluxo de jogadores apenas para o exterior. Mas nunca no sentido contrário. Muitos deles saíram ainda com idade Sub-20!

A chegada de Romário em 1995, após o título mundial de 1994, foi uma exceção, que contou com um pool de empresas para trazer o gênio da grande área para o Fla. As empresas voltaram a bancar a volta das estrelas. O nível dos jogos por aqui agradece.

Campeonato das Multidões

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

Ao todo, o Campeonato Pernambucano de 2010 terá 138 jogos, contabilizando a fase final. Até agora, 30 partidas foram realizadas em 5 rodadas.

O público registrado até o momento é de 225.635 pessoas, com uma média de 7.521 torcedores por jogo. Número muito bom. Para se ter uma ideia, esse dado deixaria a edição de 2010 como a 2ª maior média da história, desde 1990, quando a FPF começou a contabilizar os dados sobre o público da competição (veja o histórico AQUI).

Abaixo, a disputa do Campeonato das Multidões-2010.

1) Sport – 40.265 (2 jogos) = média de 20.132
2) Santa Cruz – 39.011 (2 j) = 19.505
3) Náutico – 34.460 (3 j) = 11.486

A expectativa é de que o público absoluto do Estadual deste ano chegue a 1.300.000 torcedores, segundo o vice-presidente da FPF, José Joaquim. A média seria de 9.420 pessoas. Enorme!

Esse número absoluto superaria em 300 mil o recorde atual, estabelecido em 1998, na primeira edição da campanha Todos com a Nota (naquele campeonato, todos os bilhetes eram do TCN).

Você acredita que o Estadual possa alcançar a marca de 1,3 milhão de torcedores?

Curiosidade: até agora, o campeonato gerou uma receita de R$ 1,69 milhão. Deste total, descontando todas as taxas possíveis, os 12 clubes dividiram R$ 1.310.002.

Um capítulo para nunca mais

Série-A: Sport 4 x 0 XV de Jaú-SP. Foto: Arquivo/DP7 de março de 1982.

Na Ilha do Retiro, o Sport enfrentava o XV de Jaú-SP pela segunda fase do Brasileirão, diante de 14.823 torcedores.

O Leão lutava pela vitória para ficar a um triz da vaga na fase seguinte.

Com apenas 28 minutos, o barbudo lateral-direito Carlos Alberto Barbosa, demonstrando um cansaço fora do normal, caminhou até a linha de fundo e caiu.

Naquele momento, apenas o zagueiro Marião havia percebido o mal estar do jogador rubro-negro.

O quadro era gravíssimo. Carlos Alberto – que jogou na Seleção Brasileira nos anos 70, quando atuava no Santa Cruz – havia sofrido uma parada cardíaca.

O médico rubro-negro, Romualdo Veras, tentou reanimar o lateral ali mesmo, no gramdo da Ilha, diante de uma multidão incrédula. Respiração boca a boca e massagem no coração. Nada adiantava. O desespero tomava conta do gramado.

A ambulância chegou e o jogador foi removido rapidamente para o Procárdio, uma clínica especializada localizada perto da Ilha. Lá, ele chegou às 17h05. A parada cardiorrespiratória havia ocorrido há 7 minutos.

O lateral Carlos Alberto Barbosa morre em 1982 após uma parada cardíaca na Ilha do Retiro. Foto: Arquivo/DPMas chegou a pior notícia possível. O morte do jogador foi confirmada às 18h40.

Pela primeira vez, um jogador de futebol morria em Pernambuco após uma parada cardíaca durante uma partida.

Carlos Alberto Barbosa foi enterrado no cemitério de Santo Amaro, bairro do nasceu e cresceu. A sua esposa estava grávida de 8 meses quando aconteceu a tragédia.

Na Ilha, o Sport venceu por 4 x 0, em um dos jogos mais tristes da história do velho estádio. Os dois gols de Nilson e os tentos de Merica e Antenor não foram comemorados. Na memória, ficou a imagem de um craque estendido no chão.

Fica a esperança de que o fim deste post seja muito diferente na história do zagueiro Edu Matos, do Araripina, que vive o mesmo drama, agora em 2010.

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (5)

Primeiro clássico, primeiro pênalti. Apesar do lance polêmico, a maior queixa contra o árbitro Cláudio Mercante foi a expulsão de Alex Xavier. A penalidade foi correta. Glédson ainda espalmou a cobrança de Joelson, mas o atacante coral pegou o rebote e marcou. Confira as atualizações dos rankings, nesta 5ª rodada.

Pênaltis a favor
2 pênaltis – Sport (2), Vitória e Central (1)
1 pênalti – Porto, Sete de Setembro, Vera Cruz e Santa Cruz
Nenhum pênalti – Araripina, Cabense, Ypiranga, Salgueiro e Náutico

Pênaltis cometidos
2 pênaltis – Vitória, Porto e Sport (2)
1 pênalti – Salgueiro, Sete de Setembro, Santa Cruz e Náutico
Nenhum pênalti – Araripina, Vera Cruz, Cabense, Ypiranga e Central (1)

Legenda
(1) O Central perdeu uma penalidade.
(2) O Sport defendeu uma cobrança.

  • Cartões vermelhos

1º) Santa Cruz – 3 adversários expulsos (2 jogadores do Santa receberam o vermelho)
2º) Náutico – 2 adversários expulsos (nenhum do Timbu)
3º) Sport – Nenhum adversário expulso Sport (nem do Sport)

Pernambucano em 2 linhas – 5ª/2010

Pernambucano-2010: 5a rodada

A 5ª rodada do Pernambucano marcou a realização do primeiro clássico do ano. Nos Aflitos, mais 15 mil pessoas viram que não importa a distância entre Série B e Série D. Com a rivalidade forte, o choque é inevitável. Apenas 1 empate na rodada. Para o Sport, ótimo. Manteve a liderança. Para o Salgueiro, uma sensação de “quase”.

Náutico 2 x 1 Santa Cruz – O Tricolor batalhou bastante para igualar a partida, mas a expulsão de Alex Xavier minou o time. Valeu pela luta dos dois rivais.

Salgueiro 1 x 1 Sport – O Carcará mostrou que pode sonhar no campeonato. Jogar no Cornélio de Barros não será nada fácil. “Espírito de Libertadores” por lá.

Cabense 2 x 1 Vitória – De virada, o time do Cabo chegou à 4ª vitória em 5 jogos e segue, disparado, como a maior surpresa de toda a competição. Clébson fez 2.

Porto 1 x 0 Araripina – Na vitória do Gavião, o ponto triste foi a parada cardíaca sofrida pelo zagueiro Edu Matos, do Bode, que segue internado em estado grave.

Vera Cruz 3 x 1 Central – A Patativa segue mal… Além de não ter vencido um jogo sequer, essa foi a 3ª derrota seguida! O Vera Cruz, porém, só perdeu uma vez.

Ypiranga 2 x 0 Sete de Setembro – Finalmente a Máquina fez uma graça no Estadual. Com 2 gols de Fágner, o time se recuperou logo na estreia do técnico Neco.

Veja a classificação do Estadual AQUI.

Por pouco, Carcará

Pernambucano-2010: Salgueiro 1 x 1 Sport

Os 4.822 torcedores que foram ao estádio Cornélio de Barros quase viram o fim de uma longa invencibilidade do Sport.

Desde 26 março de 2008, o Rubro-negro não perde um jogo no Campeonato Pernambucano. Aquele revés também aconteceu numa quarta-feira à noite. Também no Sertão. Serrano 1 x 0.

Desta vez, o Leão perdia do Carcará (time bem armado e raçudo) por 1 x 0, com um gol de um ex-prata da casa da Ilha (Heider). Aos 36, Ciro, nascido em Salgueiro, empatou, fechando o 1 x 1. No fim, o time da casa ainda teve a chance do desempate.

Um sufoco daqueles! Mas o Sport volta para o Recife como o único invicto do Estadual de 2010, e estende a sua marca geral para 32 partidas. Está longe do recorde ainda. Que pertence ao próprio clube: 49 jogos, entre as edições de 1997 e 1999.

Deixando a invencibilidade um pouco de lado, o Sport volta como líder isolado.

Mas foi por muito pouco…

O Carcará vai dar trabalho. Não venceu a partida, mas convenceu.

Aplausos para todos, 3 pontos para o Timbu

Pernambucano-2010: Náutico 2 x 1 Santa Cruz. Foto: Helder Tavares/DP

O primeiro clássico pernambucano do ano.

Os tricolores passaram por cima do alto valor cobrado pelo Náutico no clássico e foram em peso aos Aflitos. Ainda bem. Não gosto nada da ideia de “torcida única”.

Os corais não saíram felizes, naturalmente. Mas aplaudiram o esforço do time.

O Tricolor jogou com um atleta a menos durante 85 minutos…

Com apenas 5 minutos, a empolgação do Santa Cruz começou a ir embora com a expulsão do zagueiro Alex Xavier. Dois cartões amarelos em tão pouco tempo é surreal.

O Náutico, que não tem nada a ver com isso, procurou se aproveitar da vantagem numérica no Clássico das Emoções. Mas teve bastante dificuldade, diga-se. Viu o Santa perder chances, mas teve a sua e mandou ver, com Dinda, numa bela conclusão.

No 2º tempo, o artilheiro Joelson mostrou que está mesmo no seu “ano”. Ele perdeu o pênalti? Perdeu. Mas foi lá no rebote e marcou o seu 6º gol, assumindo a artilharia isolada. Festa do Povão em Rosa e Silva.

Naquele momento, um empate seria justo? Sim.

Lembre-se: no futebol, a justiça passa longe dos gramados.

Ithamar que o diga. Já ouviu falar dele? Muitos alvirrubros sequer o conheciam. Pois o meia-atacante timbu concluiu um rápido ataque de pé em pé e foi pra galera.

Alvirrubro 2 x 1! E foi só o primeiro do ano…

Foto: Helder Tavares/DP