O jogo entre Chivas e São Paulo, pelas oitavas-de-final da Libertadores, ainda segue suspenso, pois a Conmebol não encontrou um local para receber a abertura do mata-mata (veja AQUI). A partida deveria ser jogada no Méxicos, em Guadalajara, mas o surto de gripe suína no país vetou a realização do duelo.
Inicialmente, o jogo seria disputado então em Bogotá, mas a prefeitura da cidade colombiana recusou a proposta. O Chile, outro país sondado, seguiu o mesmo caminho.
Mas agora surgiu uma ideia inusitada. O jogo de idade entre Chivas e São Paulo, que será disputado no dia 13, poderá acontecer no Brasil! E isso não tem relação alguma com inversão de mando de campo…
O mando continuaria sendo do clube mexicano, que recebeu um convite do Coritiba para jogar no Couto Pereira. A mensagem foi publicada no site oficial do Chivas.
Curiosamente, o Atlético-PR solicitou o estádio ao Coritiba para disputar a primeira partida da final da Libertadores de 2005. Contra o São Paulo.
Mas, na época, a diretoria do Coxa reavaliou a capacidade do maior estádio do Paraná, reduzindo para 37.182 lugares. Abaixo dos 40 mil, o mínimo exigido pela Conmebol para a decisão… 😯
E assim, o Furacão precisou enfrentar o São Paulo no Beira-Rio, em Porto Alegre-RS, a 711 quilômetros de distância de Curitiba…
Obs. Outro confronto das oitavas desta Libertadores tem o mesmo problema, pois envolve o Nacional, de Montevidéu, e o San Luís, da cidade de San Luís Potosí, um dos focos da epidemia de gripe suína.
A campanha foi horrível. Em 30 jogos, a equipe venceu apenas 6 vezes. Foram 16 derrotas e 62 gols sofridos, deixando o time em 16º e último lugar da competição. Rebaixamento? Impossível. Não dá mais, não na 4ª divisão da Bristol Downs League. A denominação anterior já mostra que a parada é lá embaixo, mas ainda camufla bastante a realidade, que é muito mais profunda.
O lanterninha em questão foi o Severnside, que conseguiu nesse ano a proeza de ficar no nível mais baixo do futebol mundial, pois a sua divisão é, na verdade, a 24ª divisãodo Campeonato Inglês. Pode ser até difícil de compreender, e é para ser mesmo, pois existem 7 mil clubes por lá. E todos poderão se enfrentar um dia, mesmo que demore 24 anos.
O futebol inglês é o mais organizado do mundo. E o mais rico também. Muito disso se deve à fidelidade do torcedor local, tanto de um time grande quanto de um pequeno. Lá estão clubes poderosos, como o Manchester United e o Chelsea, respectivamente campeão e vice da última Liga dos Campeões da UEFA. Mas lá também estão clubes como Cotham Old Boys, Sneyd Park e Hydez, todos integrantes da liga de Bristol, que é uma cidade localizada no sudoeste do país, e com uma população estimada em 410 mil habitantes.
Ao todo, 58 times disputam os quatro níveis da Downs League. Mas engana-se quem pensa que os times são arremedos. Algumas agremiações já são centenárias. É claro que trata-se de uma disputa semi-amadora (ou 100% amadora mesmo), cujos jogadores têm outros empregos durante a semana e o futebol segue apenas como um prazer no sábado e no domingo. Todos os jogos do porão do futebol acontecem em um grande sítio no subúrbio da cidade, conhecido como Bristol Downs. Campo em situação precária, poucos torcedores, mas nem por isso a disputa deixa de ser acirrada.
Apesar de passar longe do profissionalismo, qualquer clube dessa liga – inclusive a máquina Severnside – poderá disputar um dia a elite nacional (Premier League), uma vez que todas as divisões estão interligadas e possuem acesso e descenso todos os anos. As cinco primeiras divisões da Inglaterra são competições únicas, e reúnem os 116 maiores clubes do país.
A partir da 6ª divisão, porém, começa uma verdadeira rede de campeonatos, com torneios com o mesmo peso, mas regionalizados. O recorde (absurdo) está na 14ª divisão, onde existem 73 campeonatos paralelos. Somando todas as subligas (muitas delas restritas a uma cidade, como a de Bristol), o número da campeoantos nacionais chega a 483 por ano.
Comparando com o futebol brasileiro (até mesmo para tentar deixar mais claro), seria como se os campeonatos estaduais também fossem considerados divisões inferiores. E de certa forma são. O Pernambucano de 2009, por exemplo, classificará 2 times para a recém-criada Série D do Brasileiro. Se fosse no Reino Unido, o nosso Estadual seria 5ª divisão nacional, enquanto a Série A-2 seria a 6ª. Assim, a divisão mais “baixa” do Brasil é a 8ª (a 4ª do Campeonato Paulista).
Estrutura do futebol inglês
24 divisões
140 ligas
483 competições
7.000 clubes
1889, o ano do 1º campeonato inglês
Mais (BEM MAIS) sobre o complicado (e interessante) sistema de futebol da Inglaterra pode ser visto AQUI.
Fotos: Partidas da 24ª divisão da temporada 2007/2008, com crédito da rede britânica BBC, que cobre a menor liga inglesa justamente por ela ser a menor. Além da visível falta de preparo físico dos atletas, alguém reparou na trave de madeira (mal conservada)?
Caso alguém tenha coragem de ver um aperitivo da ruindade futebolística da Bristol Downs League, aqui vai um vídeo com o “clássico” Ashley x Retainers, em 2007:
Sobre o vídeo: é impossível convencer alguém de que essa partida não é igual a uma pelada jogada no campo do Parque Memorial Arcoverde, em Olinda.
Obs. Agora, a Série D nem parece tão longe assim. É quase a elite perto da Série X…