Um britânico enfim reina na grama de Wimbledon, na volta dos tenistas caseiros

Últimos campeões caseiros no Grand Slam: Andy Murray em Wimbledon, 2013 (alto, esquerda); Andy Roddick no US Open, em 2003 (alto, direita); Yannick Noah em Roland Garros, em 1983 (baixo, esquerdo); Mark Edmondson no Australian Open, 1976 (baixo, direita)

As grandes histórias do tênis são escritas no Grand Slam. No piso rápido, no saibro, na grama. Os maiores jogos, os desfechos mais impressionantes…

Tudo lá, na nata do circuito.

Este domingo marcou mais um dia histórico para este contexto, com um título caseiro, com o calor do público. Mais raro do que se imagina.

O escocês Andy Murray arrasou o sérvio Novak Djokovic na final de Wimbledon. Foi o primeiro título britânico no tradicionalíssimo torneio depois de 77 anos.

3 sets a 0. Na grama do All England Club, o mérito coube a um escocês, que cansou de ouvir uma certa piadinha…

“Britânico quando vence, escocês quando perde”.

Chega disso. Tem que respeitar esse Murray. Se bem que também será difícil alguém lembrar do apelido em Londres a partir de agora…

Na era moderna do tênis, iniciada em 1968, este foi apenas o primeiro triunfo de um britânico no mais tradicional torneio do Grand Slam.

Há dez anos um “tenista caseiro” não vencia um Grand Slam…

Australian Open, desde 1905
6 títulos profissionais – Rod Laver (1969), Ken Rosewall (1971 e 1972), John Newcombe (1973 e 1975) e Mark Edmondson (1976)
44 títulos na era amadora

Roland Garros, desde 1891
1 título profissional – Yannick Noah (1983)
37 títulos na era amadora

Wimbledon, desde 1877
1 título profissional – Andy Murray (2013)
35 títulos na era amadora

US Open, desde 1881
19 títulos profissionais – Arthur Ashe (1968), Stan Smith (1971), Jimmy Connors (1974, 1976, 1978, 1982 e 1983), John McEnroe (1979, 1980, 1981 e 1984), Pete Sampras (1990, 1993, 1995, 1996 e 2002, André Agassi (1994 e 1999) e Andy Roddick (2003)
66 títulos na era amadora

Roger Federer, eterno number 1 por 286 semanas

Wimbledon 2012, final: Roger Federer 3 x 1 Andy Murray. Foto: ATP/divulgação

Criado em agosto de 1973, o ranking de tenistas profissionais, cuja complexa atualização sempre foi semanal, já teve 24 atletas no topo.

Lendas como o romeno e pioneiro Ilie Nastase, o sueco Bjorn Borg, o norte-americano Andre Agassi e o brasileiro Gustavo Kuerten já ocuparam o number 1.

Até este domingo, ninguém havia ficado tantas semanas na primeira colocação como o americano Pete Sampras, com incríveis 286, distribuídas entre 12 de abril de 1993 e 19 de novembro de 2000. Insuperável? Parecia.

A próxima lista com mais de 1.500 nomes a ser divulgada pela associação de tenistas profissionais, a ATP, nesta segunda-feira, mudará a história.

Ao vencer o representante da casa em Wimbledon, Andy Murray, por 3 sets a 1, o suíço Roger Federer, há tempos alçado ao status de melhor de todos os tempos devido ao enorme cartel de raquetadas, conquistou o hepta na grama sagrada (veja aqui).

Não só igualou o número de semanas como número 1, com 2.002 dias na liderança, como atingiu o número de troféus conquistados por Sampras no All England Club, que já dividia o recorde com o britânico William Renshaw, ainda na era amadora.

William Renshaw: 1881, 1882, 1883, 1884, 1885, 1886 e 1889

Pete Sampras: 1993, 1994, 1995, 1997, 1998, 1999 e 2000

Roger Federer: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2012

Semanas na liderança à parte, o genial Federer, de 30 anos, ganhou o seu 17º título de grand slam, um recorde absoluto no tênis. Exclusivo.

Como em breve também deverá ser a marca em Wimbledon… Lenda viva e nas quadras.

Wimbledon 2012, final: Roger Federer 3 x 1 Andy Murray. Foto: ATP/divulgação