A Copa do Mundo é uma marca pulsante no mercado. A concorrência para associar produtos ao maior torneio de futebol, de forma oficial, é enorme.
Não por acaso, os contratos costumam ser exclusivos junto à Fifa. Assim, as prateleiras a cada esquina recebem a cerveja oficial, o refrigerante oficial, a camisa oficial, a bola oficial, o boneco oficial… E até o chocolate oficial.
Pois é. A Garoto é uma das patrocinadoras da edição de 2014, no Brasil. Aproveitando o “direito adquirido”, a empresa, com previsão de investimento de R$ 200 milhões em ações de marketing até o evento, lançou uma réplica do troféu inteiramente de chocolate ao leite.
O produto embrulhado de dourado terá 25 centímetros de altura, pesando 300 gramas e com preço sugerido de R$ 50. Já a taça original, criada há quatro décadas, tem 36,8 centímetros e 6,175 quilos. O valor da peça oficial, com cinco quilos de ouro dezoito quilates, até hoje não foi calculado…
O Recife viveu um dia inesquecível em 19 de julho de 1994. Há vinte anos aconteceu na Avenida Boa Viagem a carreata do tetracampeonato mundial, com a Taça Fifa. Mais de 1,5 milhão de pernambucanos tomaram conta da orla no desfile dos campeões, na primeira parada no país.
Era uma ensolarada terça-feira, com ponto facultativo em toda a cidade. Na frente do carro do Corpo de Bombeiros, no desfile, estavam Ricardo Rocha e Romário, exibindo a taça. A festa durou o dia todo. Para se ter ideia, o Galo da Madrugada daquele ano teve um milhão de pessoas.
A tradição da filatelia em eventos esportivos no país ganhou mais um capítulo através dos Correios. A companhia lançou os primeiros selos da Copa do Mundo de 2014. No caso, a reprodução dos cartazes oficiais das doze subsedes, incluindo, claro, o Recife. Foram apresentadas cartelas com 24 imagens, com 600 mil cópias ao todo. Em caso de compra por unidade, o selo sai por R$ 1,20.
Com 351 anos de história, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos já utilizou bastante o conceito em competições de grande porte no Brasil, como Mundial, Copa das Confederações e Jogos Pan-americanos, além de clubes de futebol, em aniversários ou títulos expressivos.
Em 1950 a Copa do Mundo teve como destaque o Maracanã, construído na época e cuja capacidade era de 200 mil pessoas. Há 64 anos os selos básico foram vendidos por menos de 1 cruzeiro. Curiosamente, o principal foi vendido por Cr$ 1,20.
Voltando ao presente, outros selos do Mundial de 2014 devem chegar ao mercado, com a devida autorização da Fifa. Seria interessante ver o principal selo de 1950, com o estádio Mário Filho, repaginado.
O padrão tradicional da Seleção Brasileira, com camisa amarela e detalhes verdes, calção azul e meias brancas, foi instituído em 1954.
Antes, o Brasil atuava nos gramados de branco, dos pés à cabeça. No máximo, alguns detalhes azuis na gola. O Maracanazo sepultou o uniforme. Desde então, a Canarinha ainda atuou algumas partidas com um segundo uniforme, azul.
Nos tempos atuais, com inúmeros padrões lançados por ano, para alavancar as vendas, é comum a utilização de um terceiro uniforme nos clubes – alguns contam com até quatro, cinco modelos, completamente alternativos.
Agora, uma versão extra na Seleção. Primeira primeira vez, a Nike – fornecedora da CBF desde 1996 – lançou uma versão completa do terceiro padrão. Anteriormente, já havia sido criada uma camisa preta. Agora é a vez do tom verde escuro, incluindo calção e meias, e um distintivo que brilha no escuro.
A Copa do Mundo de 2014 será a vigésima edição da história.
Disputado desde 1930, o maior torneio do futebol agrega, hoje, mais filiados que a ONU, passando de 200 nações reconhecidas pela Fifa.
Contudo, as mudanças geopolíticas ao longo dos anos mostram que o Mundial sempre esteve entre inúmeros conflitos políticos, militares, econômicos etc. Uma breve análise nos mapas da edição pioneira, no Uruguai, e da segunda competição realizada no Brasil já é suficiente para compreender a confusão.
As maiores transformações foram nos continentes europeu e africano.
Da enorme União Soviética, dissolvida em 1991 e resultando em 15 países, à Iugoslávia, cuja capital Belgrado já foi sede de cinco nações (e seleções) distintas em Mundiais, fora as bandeiras dissidentes, como Croácia e Eslovênia.
E o que dizer da Tchecoslováquia? Duas vezes vice-campeão mundial, o país acabou dividida ao meio, entre República Tcheca e Eslováquia.
Na África, a enorme colônia francesa, no oeste africano, deu lugar oito nacionalidades independentes. Já na Ásia não havia divisão na Coreia – posteriormente, tanto o Norte quanto o Sul foram à Copa. Outros tantos países mudaram de nome, bandeira, regime…
A situação é bem parecida… Misturando trabalho, apreensão, política e pressão.
Com as seguidas declarações da Fifa, pondo em xeque a presença no torneio, vem novos cronogramas e soluções emergenciais para a conclusão.
A Arena Pernambuco foi escolhida para a Copa das Confederações após uma articulação política. Para bancar a ideia do governo do estado, foi preciso criar um novo roteiro para a obra, com mais funcionários e metas de execução, do tipo de material à forma de instalação.
Em janeiro de 2013, a construção, a última entre os seis palcos do evento, estava em 90%. A principais pendências eram a cobertura, cadeiras, gramado e acabamento.
Um ano depois, outra competição da Fifa em junho pela frente. Desta vez, a Copa do Mundo. Em janeiro de 2014, a lanterna da vez, sob ameaça de exclusão, é a Arena da Baixada, em Curitiba, cujo percentual é bem semelhante àquele do estádio em São Lourenço: 88,8%.
Curiosamente, as pendências são as mesmas. Aliás, os estádios terão capacidades semelhantes, com 46.214 lugares em Pernambuco e 42.372 no Paraná.
No entanto, há uma enorme diferença na realização: a mão de obra empregada.
Na reta final dos trabalhos na Arena Pernambuco eram nada menos que 4.462 operários ligados à Odebrecht. No estádio do Atlético-PR, tocado pela CAP S/A, o número é de 1.084.
A diferença de funcionários e máquinas é bem visível nas imagens de divulgação das parcerias.
No caso público-privado, o aumento no efetivo foi justificado pela participação local no evento-teste. A obra acelerou e cumpriu a sua meta, incluindo um jogo teste em 22 de maio, no amistoso entre Náutico e Sporting, diante de 26.903 pessoas.
Ou seja, em relação à engenharia civil, o quadro curitibano é possível.
Só não será uma missão barata.
Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa em Pernambuco, a Secopa, a ordem de grandeza do empreendimento subiu R$ 118 milhões no processo de aceleração, chegando a R$ 650 milhões.
E assim como a Copa das Confederações não teve apenas cinco subsedes, o Mundial também não deverá ter apenas onze. Custe o que custar…
Os centros de treinamento de Náutico e Sport, alvos de investimentos milionários, receberão oito seleções na primeira fase da Copa do Mundo de 2014.
Como ocorreu na Copa das Confederações, os locais devem ser utilizados por dois dias pelos países antes dos jogos agendados na Arena Pernambuco. A definição dos treinos já está feita, com informações apuradas pelo blog junto a membros do Comitê Organizador Local (COL).
CT Wilson Campos (Náutico): Costa do Marfim, Itália, Croácia, EUA e 1D.
CT José de Andrade Médicis (Sport): Japão, Costa Rica, México, Alemanha e 2C.
Em vez de teorias mirabolantes como patrocinadores das equipes, fornecedores de material esportivo ou política, a divisão foi mais simples do que se imagina.
A partir da tabela oficial da Fifa para o Mundial, os países à esquerda foram destinados ao centro de treinamento avirrubro, na Guabiraba, enquanto os da direita irão à estrutura rubro-negra, em Paratibe. O mesmo deve ser aplicado para a partida pelas oitavas de final, encerrando a participação do estado na Copa.
14/06 – Costa do Marfim x Japão
20/06 – Itália x Costa Rica
23/06 – Croácia x México
26/06 – Estados Unidos x Alemanha
29/06 – 1D x 2C
Os dois centros de treinamento também passarão por reformas no acesso até junho, em obras bancadas pela Prefeitura do Recife, já licitadas. No Timbu, haverá uma pavimentação de 200 metros até a entrada lateral, enquanto no Leão serão 1.900 metros de estrada até o portão principal.
Para entender melhor a escolha do IFPE, o antigo Cefet, é preciso voltar um pouco no tempo, até a Copa das Confederações de 2013. O estado foi uma das seis subsedes do torneio preparatório. Na ocasião, dois locais ganharam a alcunha de Campo Oficial de Treinamento (COT,) o CT Wilson Campos e o Arruda.
O centro alvirrubro foi mantido, enquanto o Arruda acabou fora do evento. As chuvas de junho castigaram o gramado. Além disso, o acesso de jogadores e imprensa foi bastante criticado pela Fifa.
Então, entrou em ação plano B vigente, o CT rubro-negro, em Paratibe.
Com o centro de treinamento do Leão “efetivado” para 2014 e o Mundão descartado, o Comitê Organizador Local (COL) precisou correr para encontrar outro campo. Afinal, é preciso de uma estrutura reserva, ainda mais com o período do Mundial novamente no inverno recifense.
A decisão foi conjunta, entre COL e Prefeitura do Recife.
O campo do IFPE, próximo à Cidade Universitária, terá um novo gramado no Padrão Fifa. Ou seja, grama do tipo bermuda e campo de jogo com as dimensões 105m x 68m, numa obra custeada pela prefeitura da capital, como contrapartida.
Pode ser que o novo campo nem seja usado na Copa. Depois do Mundial, no entanto, o futebol pernambucano terá uma boa opção para treinamentos…
A Copa do Mundo de 2014 irá trazer inúmeras estrelas do futebol ao Brasil.
A maioria brilhando no futebol europeu, nos grandes clubes do planeta. Outros craques do passado virão como comentaristas de televisão ou convidados de patrocinadores do evento. Entre essas estrelas do passado, há quem tenha seguido a carreira no próprio futebol. Como técnico. Nas 32 seleções existem vários.
O alemão Jürgen Klinsmann, hoje aos 49 anos e treinador da seleção dos Estados Unidos, é um desses grandes nomes do futebol. Campeão do mundo em 1990, marcando três gols, o atacante também brilhou na Internazionale e no Bayern de Munique.
Após treinar a seleção alemã na Copa de 2006, quando o país sendo o anfitrião, Klinsmann volta ao Mundial com os EUA. Uma das partidas na primeira fase em 2014 será na Arena Pernambuco, em 26 de junho. Para conhecer melhor as cidades onde irá jogar, o técnico realizou uma viagem de dez dias ao Brasil.
Neste domingo, no Recife, conheceu o centro de treinamento do Náutico, onde fará a sua preparação. Foi recepcionado pelo novo presidente timbu, Glauber Vasconcelos, que ganhou uma camisa. De lá, seguiu para a Arena Pernambuco, com Kléber Medeiros, gerente geral no Recife do Comitê Organizador Local (COL). Elogiou as duas estruturas.
Quis o destino que o adversário de seu time fosse justamente a Alemanha…
Entre janeiro e junho, outros nomes deverão fazer o mesmo percurso de Klinsmann no estado. Oportunidade única para receber a nata do futebol.
Nem mesmo o status de maior competição de futebol do planeta torna simples o agendamento de uma Copa do Mundo. Adequar a competição, tradicionalmente com um mês de duração, aos calendários, sobretudo ao europeu e suas ligas nacionais riquíssimas, dá bastante trabalho à Fifa.
Em 2022, duas copas depois do Brasil, o Catar receberá a 22ª edição da história. Na pequena península no Oriente Médio, a temperatura entre junho e julho, os meses viáveis da Copa do Mundo, chega a 50º C. O clima inviabilizou a data e a Fifa anunciou que o torneio deverá começar só em novembro.
Há até a possibilidade de a final no Catar ser disputada somente no ano seguinte, fato jamais ocorrido na história da competição. Confira as datas de todos os Mundiais da Fifa e as estações em que foram realizados.
Os torneios costumam ser divididos em duas estações. Apenas dois Mundiais aconteceram no inverno, ambos no hemisfério sul, e apenas um foi realizado integralmente no verão, no hemisfério norte.
1930 Uruguai – 13/07 a 30/07 (inverno)
1934 Itália – 27/05 a 10/06 (primavera)
1938 França – 04/06 a 19/06 (primavera)
1950 Brasil – 24/06 a 16/07 (inverno)
1954 Suíça – 16/06 a 04/07 (primavera/verão)
1958 Suécia – 08/06 a 26/06 (primavera)
1962 Chile – 30/05 a 17/06 (outono)
1966 Inglaterra – 11/07 a 30/07 (verão)
1970 México – 31/05 a 21/06 (primavera)
1974 Alemanha – 13/06 a 07/07 (primavera/verão)
1978 Argentina – 01/06 a 25/06 (outono/inverno)
1982 Espanha – 13/06 a 11/07 (primavera/verão)
1986 México – 31/05 a 29/06 (primavera/verão)
1990 Itália – 08/06 a 08/07 (primavera/verão)
1994 Estados Unidos – 17/06 a 17/07 (primavera/verão)
1998 França – 10/06 a 12/07 (primavera/verão)
2002 Coreia do Sul e Japão – 31/05 a 30/06 (primavera/verão)
2006 Alemanha – 09/06 a 09/07 (primavera/verão)
2010 África do Sul – 11/06 a 11/07 (outono/inverno)
2014 Brasil – 12/06 a 13/07 (outono/inverno)
2018 Rússia – 08/06 a 08/07 (primavera/verão)
2022 Catar – 15/11 a 15/01/2023 (projeção, outono/inverno)
Hemisfério Norte
Primavera – 21/03 a 21/06
Verão – 21/06 a 23/09
Outono – 23/09 a 21/12
Inverno – 21/12 a 21/03
Hemisfério Sul
Verão – 21/12 a 21/03
Outono – 21/03 a 21/06
Inverno – 21/06 a 23/09
Primavera – 23/09 a 21/12