Acelerando a Arena Pernambuco de 0 a 97%

Evolução da Arena Pernambuco via time-lapse. Crédito: Youtube/reprodução

Assista ao vídeo com a evolução da construção da Arena Pernambuco, da fase terraplenagem até a conclusão da etapa de concreto, alcançando 97%.

A compilação de imagens, com uma câmera fixa em uma torre no canteiro de obras, produziu um vídeo com qualidade em HD. São 32 meses em 46 segundos.

Os 3% restantes da obra se referem ao revestimento do estádio e acabamento.

Portões e gates na Arena Pernambuco

Acesso na Arena Pernambuco. Foto: Odebrecht/divulgação

A acessibilidade às arquibancadas da Arena Pernambuco, nos dois anéis, será feita por dezenove portões divididos em quatro setores, norte (verde), sul (amarelo), leste (laranja) e oeste (azul).

Ao todo, serão 46.214 lugares disponíveis.

Voltado inicialmente para os grandes torneios internacionais em 2013 e 2014, o estádio terá sinalização em português e inglês, uma exigência da Fifa.

As placas de orientação bilíngue para o público já estão instaladas.

Abrindo a Arena Pernambuco, quase 100%

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

A primeira movimentação no terreno em São Lourenço foi em julho de 2010. Agora, em abril de 2013, a Arena Pernambuco passa a ser integrada à cidade, ainda que de forma restrita. Durante um bom tempo a data “14 de abril” seria a abertura oficial do estádio neste ano. Marcaria o fim das obras, a entrega do milionário empreendimento a dezenove quilômetros do Marco Zero.

Chegamos a esta data, sem jogo algum. Em campo, apenas os gestores, do governo estadual e do consórcio responsável pela operação nas três próximas décadas. Oficialmente, a solenidade marcou a transição da construção civil para a operação. Contudo, restam ajustes no complexo de 52 hectares.

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

Segundo a Secopa, o cronograma aponta este domingo como a vista final do comitê de recebimento do COL, deixando 14 de maio como a nova data de fato e de direito, com um jogo de operários. No ato desta manhã foi possível conhecer um pouco mais do estádio, como os vestiários, o placar eletrônico já instalado e o banco de reservas. O moderno revestimento da fachada de 25 mil metros quadrados ainda está em processo de montagem (veja aqui).

Ou seja, o estado precisava mesmo ganhar tempo. Mais trinta dias…

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

Todos os voos da Copa do Mundo de 2014

Rota de voos nas 12 subsedes da Copa do Mundo 2014. Crédito: Fifa/divulgação

A última Copa do Mundo de futebol realizada em um país com dimensões continentais foi em 1994, nos Estados Unidos.

No Brasil, com doze capitais estaduais espalhadas nos 8.515.767 quilômetros quadrados de área da nação, serão 66 voos possíveis entre as subsedes.

A Fifa produziu uma tabela oficial com os tempos de cada viagem, considerando voos fretados (charter), em trajetos sem escala.

O mais rápido será entre Recife (Arena Pernambuco) e Natal (Arena das Dunas), com 23 minutos entre os Aeroportos dos Guararapes e Augusto Severo.

Já o mais o longo, o contrário do que se imaginava, não inclui Manaus, mas sim Fortaleza, até Porto Alegre. Ao todo, um voo direto de 4 horas e 56 minutos.

A movimentada ponte aérea Rio-São Paulo está estimada em 31 minutos.

Em 2014, a Fifa e o governo federal esperam 3 milhões de brasileiros e 500 mil estrangeiros rodando o país para assistir aos 64 jogos do Mundial.

Nem todos os voos disponíveis serão charter, obviamente. Ou seja, o público deverá ter bastante paciência em escalas, conexões e check-in…

A visitação pública, a abertura e o grande teste da arena

Arena Pernambuco em março de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Como aconteceu no Castelão, em Fortaleza, e na Fonte Nova, em Salvador, a abertura da Arena Pernambuco será simbólica. Nada de bola rolando ou casa cheia. Será uma solenidade simples, dando mais dias para o acabamento do empreendimento e realização dos testes finais com o sistema eletro-eletrônico.

Entre os dias 21 de abril e 14 maio, haverá uma visitação pública gratuita e guiada, nos fins de semana, com o objetivo de apresentar a arena à população, como informou ao blog o secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão.

A saída da visitação será na sede da Secopa, na Tamarineira, em ônibus fretados pelo governo do estado. Já a inscrição será pela internet (veja aqui).

À parte disso, confira o cronograma oficial da Arena Pernambuco.

14 de abril, a entrega da obra ao estado, numa visitação com público restrito. Sem jogos de futebol ou lotação. Apenas convidados na manhã de domingo.

14 de maio, um jogo festivo envolvendo operários que trabalharam na obra. Ao todo, mais de 4,7 mil homens trabalharam no empreendimento. Nesta data, já com uma solenidade oficial envolvendo autoridades, serão 15.000 pessoas.

22 de maio, o primeiro teste oficial do estádio, com a presença do Náutico num amistoso observado pela Fifa e com adversário a definir. Já comercializando ingressos, serão 30 mil entradas, ou 64,9% da capacidade total.

24 de maio, a “entrega das chaves” para a Fifa, que irá operar o estádio durante a Copa das Confederações, com três jogos no local.

28 de junho, a “devolução” da arena ao consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda, iniciando a operação da parceria público-privada de fato.

Reabertura da Fonte Nova com seis gols no Ba-Vi. Cinco do Vitória

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Crédito: Itaipava Arena Fonte Nova

Salvador – Nem as divas do axé baiano escaparam da rivalidade. A tricolor Cláudia Leitte ouviu poucas e boas da torcida do Vitória durante a sua apresentação antes do primeiro jogo oficial da Fonte Nova. Ecoou forte com a acústica da arena. Mas a cantora teve muito mais apoio, com a torcida do Baêa cantando de cor as letras da musa. Em seguida viria Ivete Sangalo, ainda mais popular na Baía de Todos os Santos. Talvez pelas vaias rubro-negras, os tricolores deram o troco, enquanto a turma do Vitória gastava a garganta cantando com a artista. Logo depois, Cláudia Leitte entrou novamente e as duas cantaram juntas. Aí sim, as duas torcidas, com mais de 40 mil presentes, foram em uníssono, ao ritmo de “A arena é nossa!”.

Era o fim da festa da abertura antes do Ba-Vi em seu “velho” palco. Na verdade, era o início da verdadeira festa. Eram 1920 dias desde o último clássico na antiga Fonte Nova, em 2007. Na ocasião, um histórico 6 x 5 para o Leão da Barra, com quatro gols de Índio. Tricolor convicto, o governador Jaques Wagner revelou o desejo à imprensa minutos antes. “Estou ‘invocado’ com eles (Vitória), mas hoje é festa. Quero um empate com muitos gols”.

Por mais que o governador tenha tentado agradar a todos com o empate, é bem provável que ele tenha ficado ainda mais “invocado”, pois o Vitória até atendeu ao pedido de muitos gols, mas só esse. Bem melhor em campo, o Leão abriu a estatística da nova arena com uma belíssima vitória. Deu sequência aos últimos anos nos quais consolidou vantagem nos clássicos no Barradão e em Pituaçu. O Tricolor de Aço foi derretido no domingo, 5 x 1. O interesse no Ba-Vi era enorme, com o jogo sendo transmitido para todo o país pelo SporTV. Sobre a imprensa, nada menos que 400 credenciados, incluindo profissionais da Al Jazeera da rede de tevê chinesa. Tudo para ver cada detalhe do novo estádio. Da infraestrutura, serviços e, obviamente, futebol.

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro tempo era um misto de faltas e discussões até os 41 minutos, com mais uma falta, na área. O primeiro pênalti assinalado, a favor do Vitória. O primeiro convertido? Sim. Na cobrança, o meia Renato Cajá bateu com tranquilidade, esperando a queda do goleiro. Era o primeiro gol da Fonte Nova, histórico, diante de um sem número de câmeras de vídeo nas mãos da torcida leonina e outras dezenas nas tribunas.

Sem atrações no intervalo, os torcedores, com a agenda cheia desde o início da tarde, circularam na arena, com funcionamento bem melhor que a estreia do Castelão – imprevistos à parte -, se refrescaram e voltaram para conferir in loco ao atropelamento. O Vitória passou como quis pela zaga do time de Jorginho, fritando o óleo do acarajé azedo. Mal começou o segundo tempo e Maxi Biancucchi, o primo do Messi, marcou um golaço por cobertura, aos cinco minutos. Obina teve um gol anulado num lampejo de esperança numa tarde destinada ao rival. Michel ampliou logo depois, num ato automático ao levante da torcida do Bahia, que começou a deixar o estádio.

Zé Roberto até diminuiu, só para dar o último fio de esperança. Logo dissipado num contragolpe de Vander, que acabara de entrar. No fim, Escudero escorou um cruzamento rasteiro. Era festa demais. Primeiro jogo na Fonte, triunfo do Vitória. O clube, dono do Barradão, tem contrato assinado para mais quatro jogos. Uma espécie de degustação para tentar firmar um acordo mais longo no futuro. Com a festa desta tarde será difícil convencer a torcida rubro-negra a voltar para o estádio Manoel Barradas.

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Crédito: Itaipava Arena Fonte Nova

Stewards da Fonte Nova aprendem com os erros dos stewards do Castelão

Stewards na Fonte Nova. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salvador – Uma novidade na operação das arenas de futebol no país é a função dos stewards, os seguranças particulares com a função atrelada à orientação do público nas arquibancadas.

Esse efetivo reduz a força policial na área interna. No Ba-Vi foram destacados 1.200 policiais militares, a maioria deles num raio de um quilômetro da Fonte Nova. Dentro da arena, 700 stewards.

Questionado pelo blog sobre o treinamento dos stewards (mordomo, em inglês), uma vez que no Castelão foram apenas dois dias, gerando muita desinformação na rodada de abertura, o presidente do consórcio Arena Fonte Nova, Frank Alcântra, afirmou que foram pelo menos dois meses.

“O tratamento precisa ser diferenciado. Não poderíamos abrir sem qualidade desse serviço. Estamos apresentando um produto novo ao torcedor baiano.”

A qualificação em Salvador resultou em categorias de stewards, que terão o papel de conduzir os torcedores nesse novo modelo de organizar o futebol. Duras horas antes do maior clássico do baiano, diversas “turmas” de stewards receberam as últimas dicas dos coordenadores, também recém-formados.

O trabalho deles e o comportamento do público irá ditar a necessidade de continuar ou não com policiais dentro dos estádios. Na Europa não há mais.

Bom humor de volta ao futebol no Dique do Tororó

Torcedores de Bahia e Vitória antes do primeiro clássico na Arena Fonte Nova. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salvador – O bom humor do torcedor baiano se faz presente novamente na Fonte Nova. Com policiamento ostensivo e ruas interditadas, reduzindo a presença de camelôs, as ruas ficaram livres para o colorido das camisas e bandeiras do Tricolor de Aço e do Leão da Barra, no clássico Ba-Vi.

Jailson Farias, 66 anos, Eduardo Farias, 37. Pai e filho, Bahia. Alexsandro Ribeiro, 37, e Bruno Cavcalcanti, 34. Amigos, Vitória. Chegaram juntos no Dique do Tororó. Caminhando um pouco, tiveram que se separar, cada um para sua entrada. O blog registrou a provocação antes da divisão, de fato e de direito.

“Pergunta se tem estrela, pergunta. Vá, pergunte”. 

Eduardo abre logo o berreiro apontando para a camisa de Alexsandro, cujo escudo rubro-negro não tem estrela alguma, ao contrário das duas douradas do Bahia.

“Vai se apegar ao passado de novo? Toda vez vai ser isso? Tem 30 anos o título já, irmão. Morreu junto com a antiga Fonte Nova. Aliás, quando derrubaram, o Bahia quis embargar a construção para ver se encontrava mais algum troféu ali. Está tudo enterrado.”

Protetor, o pai de Eduardo interveio.

“Passado? Pois é. Tem que ter passado, né. Aqui, só o Bahia.”

Até então quieto, Bruno parte o ataque, com as estatísticas.

“Quem tem mais vitórias no Barradão? A nossa casa. Quem tem mais vitórias em Pituaçu? Nossa casa de passeio. Adivinha quem terá mais vitórias nessa Fonte Nova. Já tem cara de parque de diversões”. 

“Tem jeito não. Foi tanta pancada que esqueceu as derrotas na Fonte Nova, onde quem mandava era o Baêa”, devolve Eduardo.

“Mas diz quem venceu o último Ba-Vi, em 2007. Eu lembro para você. Foi 6 x 5 para o Vitória, com quatro gols de Índio, para fechar o caixão do Bahia.”

Há exatamente 1920 dias. Os tricolores não responderam mais, mas continuaram rindo. Esperando que o próximo argumento seja escrito no domingo. A dupla do Vitória seguiu para o lado oposto da arena, sonhando com mais “estatísticas”, até que um dia apareça uma estrela dourada.

Próximo ao quarteto, o que dizer de um senhor completamente à parte do clássico, tratando tanto Vitória quanto Bahia como rivais. Um dos últimos seguidores do Ypiranga, outrora potência na Baía de Todos os Santos, Luís de Paula Costa, 69 anos, quis conhecer o novo estádio, até porque o último não deixou saudades

Com 106 anos, o “Canário” soma dez títulos estaduais. O último, em 1951, foi justamente no ano da inauguração da antiga Fonte Nova. Portanto, as recordações não são das melhores. Um novo cenário traz esperança ao combalido do torcedor do Ypiranga. Seu Luís economizou nas palavras.

“Estou sofrendo faz tempo pelo Ypiranga. Fazer o quê?”

Curtir o estádio…

Luís de Paula, torcedor do Ypiranga de Salvador. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Nova Fonte Nova antes do Ba-Vi dos velhos tempos

Arena Fonte Nova em 6 de abril de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salvador – Mais um estádio nordestino abre as portas com o mais alto padrão de infraestrutura no futebol. Repaginada, remodelada, reconstruída. Tanto faz a denominação. A verdade é que a arena soteropolitana tem tudo para fazer o festeiro torcedor baiano esquecer a antiga Fonte Nova, outrora o maior estádio da região. A capacidade de público foi superada pelo Castelão, com 64 mil. Na Bahia, a arena, que mantém a abertura na ala sul, associando a sua composição ao Dique do Tororó, foi erguida com 51 mil lugares.

Assim como ocorreu em Fortaleza, o blog esteve presente nos preparativos finais para a abertura de fato e de direito, com bola rolando, em vez de atos políticos. Como parece ser de praxe na organização brasileira para a Copa do Mundo, operários ainda davam os últimos ajustes a 24 horas do Ba-Vi, agendado para o domingo. Pequenos detalhes. Cadeiras, limpeza, iluminação, testes no placar eletrônico, som, para os shows de Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Tudo isso numa tarde de sábado.

Confira algumas imagens da rápida visita liberada para a imprensa. No clássico, com 41.500 ingressos liberados pela Fifa, serão 58% para os tricolores e 42% para os rubro-negros da Boa Terra. Será que na Arena Pernambuco também teremos uma divisão fora do padrão 80%/20% em vigor nos clássicos recifenses? Um bom desempenho na Fonte Nova pode viabilizar a ideia.

Saiba mais sobre a Arena Castelão e a Arena Pernambuco.

Arena Pernambuco na contagem regressiva, a doze dias da abertura

Arena Pernambuco em abril de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

A abertura oficial da Arena Pernambuco será em 14 de abril.

Sem um jogo de futebol oficial, mas com uma cerimônia pública.

A doze dias da entrega da obra, com os dados sobre o avanço físoco próximos a 100%, os operários correm para as última etapas do empreendimento.

Cobertura finalizada, gramado plantado, instalação de cadeiras na reta final, refletores e placar eletrônico sendo montados.

Resta, ainda, a moderna e milionária fachada. A estrutura metálica está pronta.

Falta colocar ao redor do estádio as membranas em formato de almofadas de etileno tetrafluoretileno combinadas com LED. Gasto de 12 milhões de euros.

Faltam menos de duas semanas para que o público conheça a versão definitiva do projeto. Hora de correr, mais do que nunca…

Arena Pernambuco em abril de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht