O “susto” da primeira vistoria do Pernambucano 2012

Estádio Lacerdão, em Caruaru. Foto: Leonardo Cruz/FPF

Começou nesta segunda-feira o processo de vistoria nos estádios do Campeonato Pernambucano de 2012. De cara, uma surpresa daquelas…

Eis o “gramado” do estádio Luiz Lacerda, do Central, durante a visita do diretor de futebol da FPF, Leonardo Cruz, iniciando o giro pelo Agreste.

Apesar de parecer mais um palco de beach soccer, o gramado está, na verdade, passando pela maior reforma dos últimos anos. O trabalho começou há dois meses.

O antigo piso foi completamente removido e dezenas de caminhões de areia fizeram a reposição do solo. Agora, começa a fase para o crescimento da grama.

Parte da ação (R$ 50 mil) foi bancada pela federação. Que essa grama cresça até 11 de janeiro, na abertura do Estadual. Outro locais também devem apresentar novidades.

Uma delas é a volta do município de Belo Jardim, pois mesmo que o time local, o Belo Jardim, seja eliminado na justiça desportiva, o Porto vai mandar os seus jogos por lá.

Além, é claro, do novo Cornélio de Barros, com capacidade para 10.300 pessoas.

Mas que a primeira visita já rendeu um baita susto… Rendeu!

O seguidores dos clubes no Twitter

Uma interessante pesquisa englobando 1.066 clubes pelo mundo apontou os perfis oficiais no Twitter com mais seguidores. Liderança do Real Madrid, com 2,2 milhões.

O site Folos.im também separa a pesquisa por país. Abaixo, então os 15 mais populares no Brasil, tendo o Sport na surpreendente 11ª posição, com 36 mil followers.

Outros pernambucanos estão na lista nacional, como Náutico (25º), Santa Cruz (28º), Central (95º), América (100º) e Salgueiro (107º). Confira o ranking brasileiro aqui.

Ranking do Twitter

Prefeitura Futebol Clube

Prefeitura municipal

Confusa, a segunda divisão do Pernambucano* deste ano já está em sua reta final.

Os dois classificados da Série A2 podem sair, inclusive, neste fim de semana.

Em casa, o Belo Jardim joga por um simples empate com o Timbaúba, na chave 1, para assegurar a sua volta após a queda como lanterna em 2007.

No grupo 2, o Serra Talhada vai até o estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho, em busca de uma vitória que daria um acesso histórico.

Informações sobre a elite do Pernambucano de 2012 à parte, o post também chama a atenção para um fenômeno clubístico que vem se espalhando pelo estado.

Cada vez mais, os times estão do interior estão ligados às respectivas prefeituras.

Além do Belo Jardim e do recém-criado Serra Talhada, também estão no segundo escalão local Timbaúba, Chã Grande e Olinda.

Na primeira divisão, é bom lembrar, conta com Salgueiro, Araripina e Petrolina.

Dos oito clubes citados, sete foram profissionalizados na última década, com exceção do Petrolina, fundado em 1998, no início dessa onda.

Várias dessas cidades já contavam com representantes tradicionais, como Serrano e Ferroviário, em Serra Talhada, Estudantes, em Timbaúba, e 1º de Maio, em Petrolina.

Aos poucos, os antigos clubes foram perdendo apoio, sendo escanteados.

Entre os inúmeros motivos para o enxugamento dos times tradicionais paralelamente ao surgimento dos “braços” municipais está, obviamente, a receita.

Os municípios ganham em visibilidade, com o nome aparecendo durante todo o Estadual. No mapa do futebol, ganham cobertura da TV com a transmissão dos jogos ao vivo. Espaço para propaganda política, claro.

Em contrapartida, as prefeituras fornecem estrutura – como o custo quase irrisório dos estádios – e patrocínio, ou, no mínimo, facilitam a busca de investidores.

Não é incomum o presidente de um clube responder diretamente ao prefeito. Em alguns casos, como em Olinda, o prefeito (Renildo Calheiros, no caso) também é o presidente.

Outros políticos preferem utilizar o lampejo de experiência futebolística já existente. Basta ver a parceria de Chã Grande com a formação do Decisão, filiado da FPF.

Naturalmente, este tipo de ligação é bem mais difícil diante de times com mais história e torcida, como o Central de Caruaru, por exemplo.

Ainda que receba uma ajuda da Capital do Forró, a Patativa jamais cogitou a possibilidade de mudar o nome para “Caruaru FC”. Sequer as cores da camisa alvinegra.

Vale destacar ainda os clubes que flertam com o lado parasita, indo de prefeitura para prefeitura, como ocorre em São Paulo, tendo Barueri e Americana como exemplos. Aqui, o Porto já jogou em Caruaru, Brejo da Madre de Deus e Belo Jardim. Pagou, levou?

* O torneio deste ano apenas nove clubes, sendo que oito deles se classificaram para a fase final. O único eliminado, o Centro Limoeirense, perdeu todos os jogos por WO. Além disso, o Belo Jardim ainda foi julgado pelo TJD, com 15 pontos de punição.

Prefeitura municipal

O interior que faz falta em Pernambuco

Central, 92 anos de história. Crédito: Caetao Neto/divulgaçãoCerta vez, você abriu espaço no blog para uma imagem que eu fiz do Central, campeão brasileiro da Série B, e a publicou numa materia no Diario. Agora, estou enviando uma imagem lembrando o aniversário de 92 anos da Patativa. Gostaria que você fizesse uma matéria sobre o Central, forte que é mesmo sem títulos, e com sua torcida que espera ver o clube ainda campeão pernambucano. Hoje, o Central é um clube de potencial que parou por conta de muitos presidentes irresponsáveis do passado, mas está se levantando aos poucos. Valeu, Cassio.

Caetano Neto, torcedor do Central, o clube mais tradicional do interior de Pernambuco e que já merecia, sim, ter um título da primeira divisão estadual.

Após um primeiro turno bilhante no último Estadual, o Alvinegro acumulou derrotas seguidas e sequer se classificou à semifinal. Ficou fora até da Série D. Com o Porto em Belo Jardim, será mesmo um semestre vazio no Lacerdão. Em Caruaru…

Amadores e profissionais em Pernambuco

Praia de Boa Viagem, década de 1930. Foto: Mascate, Skyscrapercity/divulgação

Nas duas fotos desse post, a praia de Boa Viagem. Em 1930 e 2010.

Duas eras completamente distintas… Sobretudo no futebol.

Segundo o Futebol Finance, o português Cristiano Ronaldo tem o maior salário no futebol em 2011, com R$ 2,3 milhões mensais! Segundo a mesma publicação:

“O futebol deixou de ser apenas um jogo, transformando-se numa indústria global que envolve pessoas e empresas das mais variadas áreas de negócio”.

Agora, volte 75 anos no tempo. A uma época sem internet, de comunicação rasa, infraestrutura praticamente inexistente, comportamento bem diferente etc.

Nessa sociedade vista em registros em preto e branco, os jogadores pagavam para jogar. Isso mesmo. Na era do amadorismo, base de toda a paixão que o futebol desperta até hoje. O football era restrito aos sócios.

Aos poucos, esse tempo vai ficando apenas nos livros. As lembranças estão partindo. A morte de Haroldo Praça, há uma semana, aos 95 anos, deixou isso claro.

O rubro-negro jogou justamente no período da transição no futebol do estado, que se profissionalizou em 1937. Antes, nos velhos campos murados, só quitando a mensalidade de 10 mil réis. Muitos compravam os próprios uniformes. Como não aceitou a profissionalização, Haroldo abandonou os gramados. Muitos seguiram o caminho.

Naquele ano, a Federação Pernambucaa de Futebol registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro não foi do Recife, mas sim de Caruaru. O Central foi buscar no Atlético-MG o zagueiro central Zago.

Aquele ato marcou para sempre o nosso futebol, que já vivia uma amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como América, Sport e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

No caso do Sport, o primeiro episódio foi ainda em 1916, com o zagueiro Paulino, do América do Rio de Janeiro. Legalmente, não havia problema algum. Mas, para evitar arestas com os rivais, a diretoria leonina publicou um telegrama do jornal carioca Correio da Manhã, no qual Paulino exercia a função de linotipista.

Em todo o país, o processo transcorreu durante toda a década de 1930. Em vários estados, como Rio e São Paulo, ligas paralelas (amadoras e profissionais) realizaram campeonatos estaduais oficiais. Na contramão – ainda bem -, Pernambuco conseguiu evitar o desmembramento do certame.

Aquele afinco dos pioneiros, hoje presente nas torcidas, só vai evoluir com gestões responsáveis, atentas às constantes mudanças do futebol. E não são poucas…

Abaixo, os campeões estaduais nas duas eras. Entre parênteses, o último título.

Amador – De 1915 a 1936, com 22 edições.
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915)
1 – Náutico (1934)
1 – Tramways (1936)

Profissional – De 1937 de 2011, com 75 edições.
32 – Sport (2010)
21 – Santa Cruz (2011)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937)
1 – América (1944)

Confira a lista completa de campeões pernambucanos AQUI.

Praia de Boa Viagem, década de 2010.

Campeão das multidões

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

Conquista no campo e nas arquibancadas. Além do título pernambucano, o Santa Cruz também venceu o campeonato das multidões contra o Sport, em uma prova de fogo.

O Tricolor, que já liderava a média de público, deu um salto impressionante na final após registrar o maior público do Brasil neste ano, com 62.243 pessoas no Arruda. A ótima média coral passou de 22.804 torcedores por jogo para 25.838.

Número digno do Campeonato Brasileiro da Série A. O Leão, por sinal, também terminou o Estadual em um patamar acima de 20 mil pessoas, o que não ocorria desde 2006.

Com média de público de 8.548, o PE2011 cravou o segundo melhor índice da história, de acordo com a FPF. Ficou atrás apenas do PE1998, com 10.985 (veja AQUI).

1º) Santa (13 jogos)
FPFTotal: 335.902
Média: 25.838
Contra intermediários (10) – T: 194.830 / M: 19.483

2º) Sport (13 jogos)
Total: 281.602
Média: 21.662
Contra intermediários (9) – T: 172.243 / M: 19.138

3º) Náutico (12 jogos)
Total: 157.225
Média: 13.102
Contra intermediários (9) – T: 107.047 / M: 11.894

4º) Central (12 jogos)
Total: 93.519
Média: 7.793

Médias em 2010: Santa Cruz (17.986), Sport (16.628), Náutico (10.743) e Central (6.775). Médias dos grandes apenas contra intermediários em 2010: Sport (14.177), Santa Cruz (13.479) e Náutico (8.888). Saiba mais clicando AQUI.

Série B, por Pernambuco

Campeonato Brasileiro. Crédito: CBF/divulgação

Confira alguns números das participações pernambucanas na Série B.

A pesquisa inclui todas as competições a partir de 1971. Em relação aos acessos e descensos, a conta começa em 1988, quando o sistema foi implantado. Antes, as participações eram definidas através das campanhas nos campeonatos estaduais.

Participações (1971-2011)
17 – Santa Cruz e Central
16 – Náutico
10 – Sport
4 – América
2 – Ferroviário do Recife
1 – Estudantes e Salgueiro

Acessos à Série A
3 – Santa Cruz (1992, 1999 e 2005)
2 – Sport (1990 e 2006) e Náutico (1988 e 2006)

Rebaixamentos à Série C
2 – Central (1996* e 1997)
1 – Náutico (1998), Santa Cruz (2007) e Estudantes (1991)

Título: Sport (1990)

Vice: Santa Cruz (1999 e 2005), Náutico (1988) e Sport (2006)

* A Patativa acabou ficando na competição após uma virada de mesa.

Araripina x Salgueiro, a final secreta

Filme: Arquivo X

Taça do Interior. Acredite, a edição de 2011 já está na reta final.

Após perder em pleno Chapadão, o Araripina goleou o Central em Caruaru, por 3 x 0, e se garantiu na decisão. Na outra chave, o Salgueiro, derrotado no primeiro jogo por 1 x 0, venceu o Petrolina por 2 x 0 e também avançou, mesmo focado apenas na Série B.

Os quatro clubes, é bom lembrar, acabaram logo abaixo dos semifinalistas do Estadual.

Você não lembrava desta competição?

Não se sinta culpado Quase ninguém lembra, na verdade…

Não há atrativo algum, incentivo algum, classificação alguma. Nem premiação.

Em tempo: o Salgueiro luta pelo bicampeonato.

Apesar de obscura, a competição tem uma relação direta com a continuidade do Estadual, pois a lista de artilheiros leva em conta os gols na Taça do Interior.

Assim como a média de público. Neste caso, quem sai perdendo é o próprio PE2011, pois os públicos chegam no máximo a 4 mil pessoas, metade da média do certame.

Confira a tabela da Taça do Interior clicando AQUI.

132 jogos e R$ 6,9 milhões de renda. Muito ou pouco?

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

Total de torcedores no Pernambucano 2011 após 22 rodadas: 1.039.365 em 132 jogos, com média de 7.873 torcedores, segundo atualização dos dados da FPF (veja AQUI).

É o maior público absoluto da história. A renda líquida do PE2011 chegou a R$ R$ 6.938.849, com média de R$ 52.567 por partida, incluindo o Todos com a Nota.

O que você achou dessa renda do PE2011, apenas com a bilheteria?

Vale lembrar que a FPF ficou com 6% da renda bruta, de R$ 9,0 milhões, totalizando até agora R$ 545.521. Bastante, né? Abaixo, as maiores médias dos clubes.

Tricolores e rubro-negros ainda disputam para saber quem tem a maior média. Por enquanto, um dado favorável para cada um. Veja.

1º) Santa (11 jogos)
FPFTotal: 241.473
Média: 21.952
Contra intermediários (9) – T: 162.644 / M: 18.071

2º) Sport (11 jogos)
Total: 227.832
Média: 20.712
Contra intermediários (9) – T: 172.243 / M: 19.138

3º) Náutico (11 jogos)
Total: 137.446
Média: 12.495
Contra intermediários (9) – T: 107.047 / M: 11.894

4º) Central (11 jogos)
Total: 92.966
Média: 8.451

Médias em 2010: Santa Cruz (17.986), Sport (16.628), Náutico (10.743) e Central (6.775). Médias dos grandes apenas contra intermediários em 2010: Sport (14.177), Santa Cruz (13.479) e Náutico (12.103). Saiba mais clicando AQUI.

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (22)

Números finais! Considerando apenas a primeira fase, com um total de 132 jogos, foram apenas 46 pênaltis no #PE2011, o número mais baixo desde que o blog passou a contabilizar as infrações marcadas na grande área, em 2009.

Há dois anos foram 48 pênaltis marcados (2,18 por rodada). O número subiu para 70 no ano passado (3,18). Agora, com 46, média de 2,09.

Pelo terceiro ano seguido, liderança do… Náutico, tri. Desta vez, ao lado do Araripina. O Timbu teve 7 em 2009 e 11 em 2010. Agora foram 7.

Já entre os vacilões, outro primeiro lugar duplo, com Petrolina e América, 7 cada. Em 2009 o Ypiranga fez 11, enquanto no ano passado o Porto cometeu 12.

Veja os rankings anteriores: 2009 e 2010.

Já na lista de cartões vermelhos, o Leão não recebeu nenhum após 22 rodadas.

Pênaltis a favor (46)
7 pênaltis – Araripina e Náutico
6 pênaltis – Santa Cruz, Central e Porto
5 pênaltis – Cabense
3 pênaltis – Sport
2 pênaltis – Vitória e Petrolina
1 pênalti – América e Ypiranga
Nenhum pênalti – Salgueiro

Pênaltis cometidos
7 pênaltis – Petrolina e América
5 pênaltis – Central e Porto
4 pênaltis – Náutico, Vitória e Cabense
3 pênaltis – Araripina
2 pênaltis – Santa Cruz, Ypiranga e Sport
1 pênalti – Salgueiro

Observações
Santa Cruz desperdiçou 1 pênalti
Porto perdeu 1 penalidade e defendeu 1 cobrança
Araripina perdeu 4 penalidades
Cabense perdeu 2 penalidade
Central perdeu 1 penalidade e defendeu 2 cobranças
América defendeu 2 cobranças
Vitória defendeu 2  cobranças
Ypiranga defendeu 1 cobrança
Petrolina defendeu 2 cobranças
Náutico desperdiçou 2 cobranças e defendeu 1 cobrança

Cartões vermelhos (só para os grandes)

1º) Santa Cruz – 8 adversários expulsos e 4 jogadores expulsos
1º) Náutico – 8 adversários expulsos e 4 jogadores expulsos
3º) Sport – 3 adversários expulsos e nenhum jogador expulso