As classificações e objetivos de Náutico e Sport na Copa do Brasil foram analisados no 45 minutos por óticas distintas. No Alvirrubro, o resgate técnico e a necessidade das cotas. No Leão, uma campanha até a provável saída para a disputa da Sul-Americana. Por sinal, na vitória contra o Cene, a torcida protestou bastante contra o técnico Eduardo Batista. Era para tanto? O assunto também entrou na pauta, assim como as semifinais do Estadual – com a “volta” do Santa – e a expectativa para o duelo entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil.
Nesta 120ª edição, com 1h21min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Teoricamente, o título desta postagem até poderia parecer um tanto óbvio para a Copa do Nordeste desta temporada. Mas não é o caso.
Com a intensa movimentação de atletas profissionais pelo país, de norte a sul, chega a surpreender que os jogadores nascidos na região passem de 58% na relação de 388 jogadores inscritos nos 16 clubes da competição. Dos 226 nordestinos no dado geral, 37 (ou 16,3%) são pernambucanos.
Nos rivais das multidões, perfis bem distintos. No Tricolor, uma base formada na região, englobando 63% dos atletas, dos quais seis são pernambucanos. No Rubro-negro, somente 36%, com apenas quatro oriundos do próprio estado. Confira os dados completos de Santa Cruz, Sport e Salgueiro clicando aqui.
O estudo produzido pela Performance Projetos. Interessante constatar também que 1/4 dos atletas têm menos de 23 anos (veja aqui).
Revelar novos profissionais é preciso. E vale olhar bem no Nordeste…
Em um jogo truncado, na tarde deste sábado, o tento da vitória do Carcará saiu aos 32 minutos do segundo tempo.
Peri cruzou da esquerda e Yerien mandou de canhota para dentro da meta do ASA.
Era o primeiro gol do Salgueiro na história da Copa do Nordeste.
Era, na verdade, o primeiro gol da renascida competição regional, iniciada no mesmo dia da Copa Africana de Nações, do outro lado do Oceano Atlântico.
Para mostrar que não estamos tão distantes assim, e a nossa miscigenação comprova isso há cinco séculos, Yerien é nigeriano.
Por sinal, foi o único gol africano do dia, pois as duas partidas na disputa continental, África do Sul x Cabo Verde e Angola x Marrocos, terminaram em empates sem gols.
Aposta no Sertão, o atacante só entrou na etapa complementar. Vestindo a camisa 16, deu a primeira vitória a Pernambuco no regional desta temproada, 1 x 0.
Yerien Richmind Esukuriede, natural de Delta State, passou fome até começar a encarar uma carreira profissional no futebol brasileiro.
Aqui no Nordeste ainda perambulou de forma ilegal. Agora, aos 20 anos, arranha a língua portuguesa e enxerga um futuro melhor com a bola nos pés, na rede.
Em uma festa bem organizada, a Copa do Nordeste 2013 foi lançada oficialmente.
No evento em Fortaleza, a presença da cúpula da Confederação Brasileira de Futebol.
O presidente da entidade, José Maria Marin, o vice-presidente, Marco Polo Del Nero, e o diretor de competições, Virgílio Elísio. Uma prova do apoio da entidade ao regional.
Há a garantia de execução por cinco anos, com contratos firmados com patrocinadores e três emissoras de televisão, sob gerenciamento da Klefer Marketing Esportivo.
Nada menos que R$ 200 milhões.
A cada temporada, os dezesseis participantes vão dividir 40 milhões de reais…
Fora renda com bilheteria e demais receitas secundárias.
Sem dúvida alguma, recursos infinitamente maiores que os do campeonato estadual. Uma sobrevida às equipes de Pernambuco nas próximas temporadas.
No campo teórico, a Copa do Nordeste será o ponto alto do calendário local no primeiro semestre. Por cinco anos, certamente.
Vale lembrar, no entanto, que a própria CBF acabou com a competição em 2003.
O Nordestão vivia seu o auge, após a reformulação implantada em 2001. Foram duas edições de muito sucesso, de público, crítica e cash.
Basta lembrar que a média de público do regional realizado há dez anos foi de 11 mil pessoas. Naquele mesmo ano, a Série A teve um índice de 12.866 torcedores.
Estádios cheios, clássicos interestaduais e boas cotas. De R$ 600 mil em 2001 para R$ 750 mil em 2002. Em 2003 o número seria ainda maior.
Mas a CBF, perdendo o comando do calendário na ocasião, com outros regionais surgindo no embalo do Nordestão, riscou o torneio do mapa.
Começava uma longa batalha na justiça, pois a Liga do Nordeste tinha contratos milionários assinados para mais edições. Os clubes perderiam dinheiro. Perderam, aliás.
O imbróglio jurídico durou anos. Nesse meio tempo, forçada por liminares, a CBF ainda se viu obrigada a “engolir” o torneio em 2003 e 2010. Ambos foram esvaziados, encravados em brechas no calendário.
Em março deste ano a CBF recolocou a competição em seu calendário oficial.
Uma perguntinha… Por que só agora?
Simples. A ação judicial que começou em R$ 10 milhões havia pulado para R$ 15,2 milhões, para R$ 25 milhões e já batia na casa dos R$ 30 milhões!
Indenização sempre a favor da Liga do Nordeste. De mãos atadas, a CBF articulou um acordo com a Liga para evitar um rombo deste tamanho em seu caixa (polpudo).
Como há uma década, os patrocinadores chegaram com força novamente, até porque o produto é viável. Já testado e aprovado pelo torcedor da região.
Em relação aos estaduais, finaceira e tecnicamente superior.
Até 2017, a convicção de um torneio de sucesso. Fica a expectativa pós-justiça.
Em seu discurso no lançamento, Marin disse que quer voltar para a festa da 10ª edição consecutiva a partir de 2013. Que não seja apenas uma declaração meramente política…
Com uma campanha excelente, e surpreendente, o Atlético-MG lidera o Brasileirão sob o comando do sempre contestado Celso Roth. O Galo Doido é o único invicto na Série A de 2009, com 5 vitórias e 2 empates.
Uma campanha como há muito não se via pelas bandas do Atlético, que ostenta o maior jejum do país, já que o seu único título brasileiro foi logo na primeira edição, em 1971. Um jejum paralelo ao orgulho de ser o 1º campeão brasileiro.
O reflexo deste momento já é visto nas arquibancadas do Mineirão. A foto acima foi tirada em 14 de junho, na vitória por 3 x 0 sobre o Náutico. O público da partida foi de 40.820 pessoas, com a presença da “Massa”.
É possível achar alguem no meio dessa multidão…? É! 😀
Numa montagem bem legal, o torcedor atleticano Emmerson Maurilio tirou cerca de 1.600 fotos da partida.
Depois, ele processou as imagens, gerando uma foto final de 16 gigas (veja AQUI)! E o diferencial: você pode fazer um zoom na foto, achando qualquer torcedor.
Bem que alguem poderia fazer algo parecido aqui, na Ilha do Retiro, no Arruda e nos Aflitos…
Ps. O último título profissional do técnico Celso Roth foi em 2000, quando venceu a Copa do Nordeste comandando o Sport. 😯
Post com a colaboração do atleticano Gustavo Duffles (que se achou na foto, AQUI)