O que você faria na Ilha?

Toninho Cerezo, durante a partida Sport 1 x 2 Duque de Caxias, pela Série B de 2010. Foto: Juliana Leitão/Diario de Pernambuco

22/05  – O Sport perde de forma vergonhosa para o ASA, em Arapiraca. Não foi uma derrota qualquer, mas um fumo de 4 x 1. Um vexame histórico.

No fim, o técnico Givanildo Oliveira – que já sofria uma pressão incrível da torcida – entregou o cargo. O presidente Silvio Guimarães bancou a permanência.

25/05 – Jogando na Ilha do Retiro, um Sport pra lá de apático perdeu para um estreante no Brasileiro da Série B. O modesto Icasa saiu da terra de Padre Cícero e ganhou por 2 x 1. Depois, não teve jeito. Givanildo caiu.

27/07 – O Leão perde de virada com um a mais durante parte do 2º tempo para o fraco Duque de Caxias. Jogo em plena Ilha. No fim, Toninho Cerezo escuta as primeiras vaias e gritos de “burro” e entrega o cargo durante a longa entrevista coletiva.

“Eu sou guerreiro. Saí de uma Copa (1982) com todo mundo me massacrando e 15 dias depois eu fui o melhor da partida. Isso é futebol. O Sport precisa de alguém para dar um choque no grupo. Deixo o presidente à vontade para decidir.”

O blog entrou em contato por telefone com o presidente do Sport, Silvio Guimarães. Apesar do nervosimo pelo resultado, ele afirmou que a resposta sai na quarta.

“Não atendo a imprensa. Não é hora de falar. Essa decisão será repassada pela assessoria de imprensa amanhã.”

28/07 – Silvio Guimarães deve dar a resposta sobre a permanência do técnico. O que fazer? Segurar o técnico e repetir a aposta feita em maio ou cair em campo para contratar o terceiro treinador para a Segundona com apenas 11 jogos? De fato, podia mesmo piorar (veja AQUI).

Na minha opinião, o treinador que renuncia ao cargo já mostra uma certa distância do clube. Não tem como bancar… Ao mesmo tempo, o que Cerezo deve estar pensando sobre um grupo que não reage em campo? É difícil ficar lutando com uma equipe que não condiz com o pesado investimento. Sem desculpa de salários atrasados ou falta de tempo para a preparação física e tática.

E Silvio Guimarães, que já vem numa gestão conturbada desde 2009, acaba tendo mais uma prova de pressão ao dirigir um clube com cerca de 3,3 milhões de torcedores. Isolado ou não, a missão de subir para a elite em 2011 começa a virar desespero.

Pegar um clube na Libertadores e deixá-lo com apenas 25% da receita do Clube dos 13 (por causa dos dois anos longe da elite) seria surreal. O caldeirão ferve.

Você concorda com a análise? Comente!

Atualização às 10h30: Toninho Cerezo fica. Assim como Givanildo, ele também teve o apoio da diretoria. Quanto ao time, este está de folga nesta quarta…

Ainda pode piorar

Série B-2010: Sport 1 x 2 Duque de Caxias. Leão dá vexame na Ilha. Foto: Juliana Leitão/Diario de Pernambuco

O adversário era fraco. Muito fraco.

A necessidade de vitória era enorme…

O fato de jogar em casa era a vantagem.

Um tempo com um jogador a mais.

E com a vitória parcial por 1 x 0. Com gols perdidos nos erros primários nas finalizações. Filme antigo.

Agora, esqueça isso tudo.

O Sport perdeu de virada para o Duque de Caxias, com um 1 x 2 surreal no placar eletrônico da Ilha do Retiro. Não, o adversário não fez uma grande apresentação.

O time fluminense sequer precisou disso. Quase não chutou a gol.

Mas o futebol apresentado pelo Leão foi impressionante.

No pior sentido possível, tecnicamente.

O complemento desta 11ª rodada só não vai deixar o Sport na zona de rebaixamento porque Bragantino e Ponte Preta vão se enfrentar e a matemática “ajudou”.

Mas se nada for feito, isso é questão de tempo.

E na próxima rodada tem o clássico contra o Náutico, nos Aflitos…

Missão Recife

Marco Zero do Recife

Faltam nove jogos para o fim do primeiro turno da Série B.

Perdido na zona intermediária da tabela, o Sport terá uma sequência generosa de jogos no Recife. Serão 6 partidas na capital pernambucana.

Cinco jogos na Ilha do Retiro e o clássico contra o Náutico, nos Aflitos.

Jogos sem viagens, traslado e desgaste. Tudo isso num período de 36 dias. O primeiro deles nesta noite, contra o Duque, ainda pior que o Leão na classificação.

No Rubro-negro, as conversas nos bastidores confirmam a tese de que somente um bom desempenho em casa nestas partidas vai manter o clube na briga pelo acesso.

Na 13ª colocação do Brasileiro, o time está a sete pontos do G4 (18 x 11). Distante.

Ao Sport, então, é a chance de realmente ligar o motor. Afinal, o Leão chegou a ser chamado, antes do início da competição, de “carro-chefe da Segundona” pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira (veja AQUI). Está faltando gasolina até aqui.

Marco Zero, hora de partir.

27/07 – Sport x Duque de Caxias
07/08 – Sport x Náutico (Aflitos)
10/08 – Sport x Figueirense
17/08 – Sport x São Caetano
24/08 – Sport x Vila Nova
31/08 – Sport x América/MG

Guerra do Vale do Aço

Estádio da Cidadania, o novo nome do Raulino de Oliveira, após a sua modernização. Fica no Vale do Aço, a 124 quilômetros do Rio de Janeiro.

Neste cenário, no sábado, apenas 54 pagantes. Testemunhas, na verdade. O público total foi um pouco melhor. Incríveis 258 torcedores. Fidelidade pura…

Duque de CaxiasE a maioria era vermelha e branca… O exército timbu, com o mantra “Vamos vencer, Náutico!”.

No interior fluminense, o Náutico jogava em um campo neutro contra o patrono do exército brasileiro, disposto a assumir a liderança.

Guerra em campo, apesar de “fria”. 😎

Jogando bem, o Timbu fez 1 x 0. Em vantagem e superior em campo. Mas logo depois começou o martírio dos jogos na Série B. Em um minuto, o gol de empate e Tinga expulso.

Contragolpe rápido do Duque de Caxias, conhecido por ser um estadista pacificador.

Seriam 70 minutos com um a menos… Clima nada pacífico, mas com a defesa bem postada nos flancos, o Timbu conseguiu suportar a frente de batalha do adversário.

Mais do que um ponto… Três! Com um gol espírita do atacante Geílson (e como vale), o time pernambucano fez 2 x 1 e assumiu a liderança do Brasileiro, ganhando a Guerra do Vale do Aço. Ganhou a sua primeira batalha longe do Recife.

Dois jogos e duas vitórias. Na próxima sexta-feira, o time receberá o Bragantino.

O estádio dos Aflitos não poderá ter um público inferior a 15 mil pessoas. Após a vitória, o time precisa ser recebido nos braços do povo.

Saiba mais sobre o marechal do exército Duque de Caxias AQUI.

Cabe em um ônibus

Duque de Caxias

O município de Duque de Caxias faz parte da região metropolitana do Rio de Janeiro. Localizada na Baixada Fluminense, a cidade tem cerca de 860 mil habitantes.

Sede do Duque de Caxias Futebol Clube, fundado em 8 de março de 2005.

Apesar de ter apenas 4 anos de história, o time já está na Série B do Brasileiro, numa ascensão meteórica e sortuda.

Em 2008, o time fez uma campanha fraca na Copa Rio, a copinha dos cariocas (não confundir com a Taça Rio, que é o 2º turno do Estadual). Acabou em 6º lugar. O campeão teria direito a uma vaga na Série C do mesmo ano. Ninguém quis participar… E o Duque aproveitou a chance.

E como! Disputou a Terceirona, acabando em 4º lugar e com o acesso à Série B. Na Segundona/2009, o time faz até uma campanha razoável, no meio da tabela (veja AQUI), mas a torcida não está nem aí… Veja abaixo alguns públicos do time na competição. Sim, dados do borderô.

Acredite se quiser nos números, segundo a CBF

22 – Duque de Caxias 0 x 0 Brasiliense
22 – Duque de Caxias 3 x 1 Ipatinga
25 – Duque de Caxias 4 x 3 Fortaleza
125 – Duque de Caxias 2 x 3 Figueirense
172 – Duque de Caxias 1 x 2 Vila Nova
175 – Duque de Caxias 0 x 1 Bragantino
186 – Duque de Caxias 4 x 1 América/RN
201 – Duque de Caxias 4 x 2 Juventude

Os dois primeiros públicos ocorreram na 28ª e 29ª rodadas. Impossível não pensar que foram as mesmas pessoas no Marrentão. 😯

Precisa mais do que um ônibus para levar a torcida do Duque ao estádio!?

Em 23 de outubro, postei a ideia sobre a “cota de público” na Série A. Pois já acho que deveria haver o mesmo na Série B (veja o post AQUI).