As histórias de Santa Cruz e Paris Saint-Germain se cruzaram duas vezes em 1979, em capítulos marcantes para os dois clubes. Jogos sem vencedores, separados por 5.432 quilômetros. Em Paris, em 1º de abril, o tricolor entrou em campo para manter a escrita da excursão. Após onze jogos, com uma vitoriosa passagem no Oriente Médio, bastava evitar a derrota no último compromisso para se tornar o nono brasileiro a receber a Fita Azul, o título honorário dado pelo antiga CBD aos invictos no exterior. Enfrentaria o PSG, ainda em ascensão, só com um título da segunda divisão. Superior em campo, o clube pernambucano marcou duas vezes com Volnei, mas cedeu o empate em 2 x 2, suficiente para garantir o feito internacional, exclusivo no Recife.
Por causa da Fita Azul, a última da história, a delegação, curiosamente vestida com ternos azuis, foi recebida com muita festa no Aeroporto dos Guararapes, com atestou o Diario de Pernambuco: Povão consagra o Santa Cruz. Veio o Estadual, com os corais voando. Antes do título, com 134 gols em 39 jogos, o clube conseguiu junto à FPF uma pausa de onze dias em julho. Aceitou o convite para disputar um torneio no Gabão, numa inédita presença na África. O quadrangular contou com duas equipes locais e um convidado francês, se alinhando à história da ex-colônia. Quem? O PSG, de novo. Já sem o artilheiro argentino Carlos Bianchi e visando o início da temporada 1979/1980.
No estádio Omar Bongo, na capital Libreville, os favoritos superara os gaboneses. O Santa fez 2 x 1 no Chemanaux e o Paris goleou o Anges Blancs por 7 x 2. Em 15 julho, 35 mil pessoas viram um empate na final do Torneio de Libreville. O tricolor do capitão Givanildo Oliveira marcou com Joãozinho, mas do outro lado havia o atacante Boubacar, que evitou o revés parisiense e nos pênaltis definiu o 4 x 3. Foi a primeira primeira taça internacional do PSG. Apesar da festa, os franceses deixaram o Gabão chateados pelo descaso do embaixador do país, Charles Talar. Por não gostar de futebol, ele não compareceu aos jogos, mesmo com os ministros do Gabão presentes. Política à parte, a taça foi para Paris. Ao Recife, já havia ido a Fita Azul.