Com 11 clubes, Pernambucano de 2018 terá turno único, quartas, semi e final

FPF

O conselho arbitral na FPF, envolvendo os clubes e a direção da entidade, resultou numa mudança drástica para o Campeonato Pernambucano em 2018. De fato, era preciso fazer algo após três torneios desinteressantes, tendo como expoente a esvaziada (e problemática) edição de 2017, com média de 2.402 pessoasPelo acordo, nada de fase classificatória sem o Trio de Ferro, que só vinha entrando no hexagonal. Agora, todos os clubes voltam a se enfrentar, o que não acontecia desde 2013 – a ideia é, também, que os grandes do futebol local voltem a atuar no interior, o que quase não vinha ocorrendo devido à regra diferenciada sobre o tipo de gramado para “clubes das Séries A e B”. Tem mais. Agora, serão três fases de mata-mata.

Para isso, segundo a federação, valeu em parte o relatório Voz do Torcedor, que colheu a opinião de 4.040 torcedores, com o mata-mata à frente dos pontos corridos (52,87% x 47,13%). Considerando o formato dos jogos eliminatórios, a ordem foi a seguinte: semi+final 51%, quartas+semi+final 43% e apenas final 5%. Apesar deste segundo indicativo, os clubes optaram por implantar as quartas de final. No mata-mata, uma maior exigência estrutural só virá a partir da semifinal, com estádios com ao menos 10 mil lugares.

Lembrando que o Estadual não terá doze participantes após dez anos. Iniciando um processo de redução – caindo dois e subindo apenas um -, o campeonato terá onze times em 2018, cuja regra será novamente aplicada, chegando a dez em 2019. Vamos aos detalhes do novo regulamento…

Obs. A proposta 2 foi aprovada com 44 x 31 em pontos qualitativos. Os grandes clubes optaram pela proposta 1, sem quartas, mas foram derrotados.

Proposta para o Campeonato Pernambucano de 2018 

Nº de participantes: 11 clubes
Os dez melhores de 2017 (Sport, Salgueiro, Santa Cruz, Náutico, Belo Jardim, Central, Flamengo de Arcoverde, Afogados, América e Vitória) e o campeão da Série A2 (em disputa) 

1ª fase: turno único
Todos os clubes se enfrentam em jogos de ida, se classificando os oito melhores colocados. Os dois últimos serão rebaixados. A etapa prevê 55 partidas ao longo de onze rodadas, com cada clube jogando dez vezes (cinco como mandante e cinco como visitante) e folgando em uma rodada.

2ª fase: quartas de final
Pela primeira vez o Estadual conta com esta disputa. Devido ao calendário enxuto, a definição ocorre em jogos únicos, com mando de campo para quatro melhores colocados (1 x 8, 2 x 7, 3 x 6 e 4 x 5). Persistindo o empate, pênaltis.

3ª fase: semifinal
Esta fase foi implantada em 2010, mudando apenas o critério de desempate desde então (melhor campanha, saldo de gols, gol qualificado etc). Desta vez, definição apenas no jogo de “ida”, nos mesmos moldes das quartas. 

4ª fase – final
Enfim, um mata-mata em ida e volta. Em relação ao desempate, após a igualdade da pontuação na fase, adotou-se o saldo. Seguindo o empate, pênaltis. Ao todo, o campeão pernambucano entra em campo 14 vezes. Lembrando que, com o novo formato do Nordestão, apenas o campeão estadual vai ao regional – no caso, à edição de 2019. As outras duas são designadas aos times locais mais bem colocados no Ranking da CBF.

Total de jogos: 63, ou 32 a menos em relação a 2017.

O conselho arbitral do Pernambucano 2018. Foto: FPF/twitter

Após 20 anos, Fla de Arcoverde ganha vaga no Brasileiro. E vai esperar mais 1

Pernambucano 2017, hexagonal da permanência: Flamengo de Arcoverde 2 x 2 Afogados. Foto: Flamengo/facebook (@Flamengodearcoverde)

Com o apoio de 672 torcedores no acanhado estádio Aureo Bradley, o Flamengo de Arcoverde empatou com o Afogados e terminou como líder do hexagonal da permanência do Estadual 2017. Precisou virar o jogo e depois viu a situação facilitada após a expulsão de dois adversários. No fim, 2 x 2 e muita festa no gramado, a 255 quilômetros da capital. A permanência na elite local já estava assegurada, mas o resultado recolocou o clube no Campeonato Brasileiro.

Veja a comemoração da vaga no perfil oficial do clube no facebook clicando aqui.

Há vinte anos, o Tigre disputou a terceirona, que era o último degrau. Acabou ficando na última colocação do grupo 5, que também contou com ASA, Juazeiro-BA e Centro Limoeirense. Desta vez, vai à Série D, sendo o 10º clube do estado a disputar a competição. No entanto, a vaga é para a próxima temporada, devido à reorganização do calendário da CBF, visando o “planejamento dos clubes”. De fato, o rubro-negro sertanejo terá tempo. Serão 15 meses até junho de 2018.

Antes disso, a Série D de 2017, com Belo Jardim, Central e Serra Talhada, que curiosamente acabou rebaixado no Pernambucano. Ficou a um ponto da permanência e da própria vaga ao Nacional de 2018. Desde já, a lição ao Fla.

Todos os times pernambucanos na Série D (entre parênteses, a colocação)
2009 – Central (12º) e Santa Cruz (28º)
2010 – Santa Cruz (14º) e Central (32º)
2011 – Santa Cruz* (2º) e Porto (38º)
2012 – Ypiranga (28º), Petrolina (39º)
2013 – Salgueiro* (4º), Central (14º) e Ypiranga (23º)
2014 – Central (16º) e Porto (18º)
2015 – Central (14º) e Serra Talhada (25º)
2016 – América (26º), Central (36º) e Serra Talhada (67º)
2017 – Central, América e Serra Talhada
2018 – Belo Jardim, Central e Flamengo
* Os clubes que conseguiram o acesso

Nº de participações na Série D (2009-2018)
8 – Central
3 – Santa Cruz e Serra Talhada
2 – Ypiranga, Porto e América
1 – Petrolina, Salgueiro, Belo Jardim e Flamengo

Pernambucano 2017, hexagonal da permanência: Flamengo de Arcoverde 2 x 2 Afogados. Foto: Afogados/site oficial (afogadosfc.com.br)

Hexagonal da permanência termina com 1 ponto entre a Série D e a 2ª divisão do PE

Paralelamente ao hexagonal envolvendo o Trio de Ferro, outro hexagonal foi disputado no Campeonato Pernambucano de 2017, reunindo os não classificados da fase preliminar. Objetivo: evitar o rebaixamento (os dois últimos) e brigar pela terceira vaga do estado à Série D de 2018 (ao líder, naturalmente). Após a última rodada, a classificação traz um cenário impressionante.

Primeiro, o aproveitamento do Atlético: 0%. Acima, cinco clubes separados por um mísero ponto. Do Flamengo de Arcoverde, o vencedor, ao Serra Talhada, rebaixado. Todos com saldo positivo e com mais vitórias que derrotas. E olhe que o Cangaceiro estava em 3º lugar antes de a bola rolar. Receberia o América, com a vitória podendo levá-lo ao Nacional. Torcia por um empate em Arcoverde, o que aconteceu (Fla 2 x 2 Afogados), mas… acabou derrotado. O gol do Mequinha, no fim, salvou o alviverde e empurrou o Serra, também ultrapassado pelo Vitória, que fez o dever de casa sobre o moribundo lanterna.

A classificação final do hexagonal da permanência do Pernambucano 2017. Crédito: Superesportes

A partir deste cenário bizarro, vale a curiosidade sobre os campeonatos mais equilibrados da história do futebol, segundo o banco de dados do site RSSSF, especializado em estatísticas do futebol. E é preciso ir bem longe, em distância, tempo e divisões, para achar algo realmente surpreendente.

O torneio mais parelho que se tem notícia foi o campeonato romeno da terceira divisão da temporada 1983/1984. Exceção feita ao campeão, sete pontos à frente do vice, os outros 15 times foram separados por três pontos após trinta rodadas! Nove equipes terminaram com 29 pontos, entre o 7º e o 15º, este rebaixado. E sem contar o fato de que oito times são chamados de “Minerul”.

Vitória valendo 2 pontos e empate 1 ponto.

Campeonato Romeno da 3ª divisão de 1983/1984. Fonte: RSSSF

O segundo caso de maior equilíbrio foi na África, na edição 1965/1966 do campeonato marroquino. Com 14 clubes, também no formato pontos corridos, a diferença entre o campeão (Wyad Casablanca) e o lanterna (Maghreb) foi de apenas oito pontos. O Kawkab, de Marrakech, terminou em 5º lugar, com 53 pontos, a quatro pontos do título e quatro pontos do rebaixamento.

Vitória valendo 3 pontos, empate 2 pontos e derrota 1 ponto (sim, derrota).

O campeonato marroquino de 1965/1966. Fonte: RSSSF

Primeira fase do Estadual registra média de 842 pessoas e R$ 170 mil, a pior renda

A média de público na 1ª fase do Campeonato Pernambucano. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2017 atraiu apenas 19.338 torcedores aos estádios. Dos 27 jogos realizados, quatro ocorreram de portões fechados, três em Carpina, onde o Atlético não conseguiu todos os laudos técnicos, e um em Paulista, na estreia do América, pelos mesmos motivos. Considerando, então, os jogos com borderô, a média foi de apenas 842 espectadores, quatro a mais que a temporada passada. Números quase idênticos e dentro de um mesmo contexto: a ausência do Todos com a Nota. Em 2015, na última edição com ingressos subsidiados, o TCN correspondeu a 92% do público. Antes, em 2013 e 2014, com números bem questionáveis (troca de ingresso sem presença efetiva), o índice chegou a 4 mil pessoas.

Na fase preliminar em 2017, o maior público foi na estreia do Salgueiro, com 2.264 torcedores no Cornélio de Barros, graças ao plano de sócios do clube sertanejo, com o associado adimplente pagando apenas R$ 1 pelo ingresso. Por sinal, a torcida salgueirense correspondeu a 33% do público absoluto. Já o pior borderô ocorreu no Nildo Pereira, num gramado inaceitável, com apenas 102 pessoas assistindo ao duelo de eliminados Serra Talhada x Afogados. Em relação à arrecadação, o valor bruto foi de R$ 170 mil, o menor na primeira fase, com a FPF tendo direito, segundo regras próprias, a uma taxa de 8% sobre a bilheteria de todas as partidas. Logo, a arrecadou R$ 13.608.

Público e renda na 1ª fase do Campeonato Pernambucano, com 1 jogo de portões fechados em 2016 e 4 em 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Salgueiro, Belo Jardim e Central foram os classificados ao hexagonal do título. O blog, então, continuará levantando as médias de público e renda na fase principal da competição, além do balanço geral, somando todas as fases.

1º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros
Público: 6.449 torcedores
Média de 2.149
Taxa de ocupação: 17,8%
Renda: R$ 26.729
Média de R$ 8.909

Pernambucano 2017, 1ª fase: Salgueiro 2x1 Flamengo de Arcoverde. Foto: @CarcaraNet (twitter)

2º) Central (3 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 1 no Antônio Inácio)
Público: 3.856 torcedores
Média de 1.285
Taxa de ocupação: 8,1%
Renda: R$ 51.730
Média de R$ 17.243

Pernambucano 2017, 1ª fase: Central 2x0 Belo Jardim. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

3º) Belo Jardim (3 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 590 torcedores
Média de 196

Taxa de ocupação: 2,6%
Renda: R$ 4.872
Média de R$ 1.624

Pernambucano 2017, 1ª fase: Belo Jardim 3x0 Vitória. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

Quase sem água, os precários campos da primeira fase do Pernambucano de 2017 estão ameaçados de veto no hexagonal

Estádio Pereirão em 13/12/2016. Foto: Serra Talhada/twitter (@Serra_TalhadaFC)

A crise hídrica, com o Nordeste vivendo a maior seca em um século, age diretamente na qualidade dos gramados dos times intermediários, da região metropolitana ao sertão. Com receitas modestas e pouca ajuda das prefeituras para bancar seguidos caminhões-pipa (de uma forma geral), o quadro é dos piores já vistos no futebol pernambucano. Tanto que a fase principal, o hexagonal do título, pode não contar com os palcos hoje autorizados. É o que diz primeira circular do ano, publicada pela FPF, chamando a atenção dos nove intermediários sobre o estado dos gramados. Todos foram alertados sobre a possibilidade de veto. Ainda que não haja tal regra no regulamento do Estadual 2017 (que exige, apenas, uma capacidade mínima de 10 mil espectadores a partir do mata-mata), no regulamento geral de competições da FPF há um artigo que dá à entidade o poder de veto, independentemente dos laudos técnicos.

Em caráter preventivo, a federação lembrou um artigo presente no RGC (abaixo, em itálico) e também a diretriz operacional quando os locais são utilizados por equipes das Séries A e B, caso do Trio de Ferro. Uma nova vistoria (já surpreende a primeira) será feita entre os dias 21 e 24 de janeiro.

Artigo 5º – Incumbe à diretoria de competições da FPF, na qualidade de órgão gestor técnico das competições:
VI – “Validar os estádios ao termino de cada fase/turno das competições, independentemente da vigência dos Laudos Técnicos estabelecidos em Lei, objetivando a qualificação do evento, exigida em face dos contratos de televisionamento e da premissa do programa de Projetos de Gramado, implantado pela CBF, em 2016.”

Dos nove times, oito estão no interior. Um deles já não joga em seu município, o Belo Jardim. Com o Sec-Mendonção castigado (imagine a situação!), o Calango acabou acertando com a liga caruaruense o aluguel do Antônio Inácio. Abaixo, imagens recentes dos campos de cada clube, todas registradas em janeiro.

América – Estádio Ademir Cunha (Paulista, a 17 km do Recife)
Foto em 17/01, no treino do América

O Mequinha toma conta do estádio municipal desde 2010. No último ano, o local acabou sendo bastante usado por categorias de base de outros clubes, além de peladas de fim de ano e ações sociais. Devolvido em péssimo estado, o campo vem recebendo placas de grama, compradas pelo próprio alviverde.

Estádio Ademir Cunha em 17/01/2017. Foto: América/twitter (@america_pe)

Atlético Pernambucano – Estádio Paulo Petribú (Carpina, 45 km)
Foto em 15/01, Atlético 0 x 2 América

O acanhado estádio, que começou sendo utilizado sem torcida, por falta de laudos técnicos de segurança e bombeiros, tem inúmeros buracos, com um piso duro. Ao menos, tem uma grama verdinha acima da média.

Estádio Paulo Petribú em 15/01/2017. Foto: América/facebook (@americafcpe)

Acadêmica Vitória – Estádio Carneirão (Vitória de Santo Antão, 50 km) 
Foto em 04/01, Vitória 3 x 0 América

O campo do Severino Cândido Carneiro foi o primeiro a chamar atenção negativamente, por causa da inédita transmissão via internet, com o globo.com exibindo Vitória x América. A quantidade de buracos nas laterias gerou críticas da FPF. Apesar da capacidade de público apta ao hexagonal, está ameaçado.

Estádio Carneirão em 04/01/2017. Foto: Márcio Souza/A Voz da Vitória (avozdavitoria.com)

Central – Estádio Luiz Lacerda (Caruaru, 130 km) 
Foto em 15/01, Central 2 x 0 Belo Jardim

Vale lembrar que em 2016 a Patativa firmou um acordo para a reutilização da água da Compesa. Em um mês, na ocasião, a reutilização gerou 120 caminhões com 12 mil litros cada. Ou seja, 1,44 milhão de litros sem uso aparente deixaram o campo verde. Neste ano, nem esse tipo de água foi suficiente. Além de caminhões-pipa, o clube vem usando água do poluído Rio Ipojuca.

Estádio Lacerdão em 15/01/2017. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

Belo Jardim – Estádio Antônio Inácio (Caruaru, 130 km)
Foto em 08/01, Belo Jardim 3 x 0 Vitória

O estádio, também conhecido como Vera Cruz, apresenta remendos, mas conta com um campo melhor que o do outro estádio da cidade. Tende a receber o Central caso o Lacerdão seja vetado ou não seja melhorado a tempo. Quanto ao Belo Jardim, o time é mandante a 49 km de distância. Às moscas. Em Belo Jardim, já treinou no estádio do rival local, o campo sintético da “Gameleira”.

Estádio Antônio Inácio em 08/01/2017. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

Flamengo – Estádio Áureo Bradley (Arcoverde, 256 km) 
Foto em 04/01, Flamengo 2 x 1 Belo Jardim

Apontado pela FPF como o melhor campo no interior, neste ano, o gramado de Arcoverde é o único que vinha sendo cuidado pela prefeitura de maneira prévia, com acordo para fornecimento de água em níveis satisfatórios. O Fla só deixaria o local em caso de mata-mata (por falta de arquibancadas maiores).

Estádio Áureo Bradley em 04/01/2017. Crédito: Dárcio Rabêlo (darciorabelo.com.br) / Youtube (reprodução)

Afogados – Estádio Vianão (Afogados da Ingazeira, 386 km) 
Foto em 11/01, Afogados 1 x 3 Salgueiro

Utilizado pela primeira vez na primeira divisão estadual, o local tem um tom mais uniforme de grama, ainda que a irrigação também sofra com a estiagem.

Estádio Vianão, em Afogados, no dia 11/01/2017. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

Serra Talhada – Estádio Nildo Pereira (Serra Talhada, 415 km) 
Foto em 08/01, Serra Talhada 3 x 3 Atlético

Uma calamidade o cenário no Pereirão. Sem grama em diversos pontos, com o Cangaceiro precisando implantar, desde dezembro, placas de grama – ainda insuficientes para todo o campo, como a grande área, de areia.

Estádio Pereirão em 08/01/2017. Foto: Geovani / Serra Talhada (ascom)

Salgueiro – Estádio Cornélio de Barros (Salgueiro, 518 km) 
Foto em 02/01, treino do Salgueiro

A casa do Salgueiro seria a única, hoje, a atender tanto a capacidade mínima na semifinal quanto o gramado. Ainda assim, vem tentando melhorar desde dezembro, uma vez que o piso estava completamento seco. Alega-se à falta d’água e de manutenção a disputa eleitoral. O prefeito eleito acabou sendo Clebel Cordeiro, ex-mandatário do Carcará.

Estádio Cornélio de Barros em 02/01/2017. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

Pernambucano 2017 começa ignorando o artigo 19, sem ingresso a R$ 40. Esperado

Pernambucano 2017, 1ª fase: Salgueiro 2x0 Serra Talhada. Foto: @CarcaraNet (twitter)

A primeira rodada da primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2017 atraiu apenas 3.487 torcedores. Em três jogos, na verdade, pois o empate sem gols entre Atlético e Afogados ocorreu de portões fechados, por falta de laudos técnicos em Carpina. Do público presente, 76% pagou ingresso, totalizando 2.652 pagantes. Lembra daquela regra criada pela FPF, impondo um valor mínimo de R$ 40 (e meia de R$ 20) para os ingressos? Pois é, passou longe.

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2017

Pelos borderôs oficiais (registros abaixo), todos os bilhetes foram vendidos com preços abaixo do estipulado. No estádio Cornélio de Barros (foto), com 1.852 pagantes, destaque para a campanha de sócios, com 895 adimplentes pagando R$ 1 (sim, um real). Na visão do blog, a regra sobre o valor mínimo foi descabida, ainda que a entidade entenda o artigo como uma “orientação”.

Além de R$ 40 ser um valor bem acima da realidade econômica local (até mesmo para ingressos de arquibancada nos jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport), a exigência poderia retrair (o que não ocorreu) a criatividade dos clubes do interior para convocar os seus torcedores, distantes desde a suspensão da campanha promocional (e estatal) Todos com a Nota. No caso do Carcará, o plano de sócios com alguma eficiência é algo raríssimo no interior. Quanto ao descumprimento do artigo 19, o regulamento não prevê punição…

Salgueiro 2 x 0 Serra Talhada

Borderô de Salgueiro 2 x 0 Serra Talhada, na 1ª rodada da 1ª fase do Pernambucano 2017. Crédito: FPF/site oficiala

Acadêmica Vitória 3 x 0 América

Borderô de Vitória 3 x 0 América, na 1ª rodada da 1ª fase do Pernambucano 2017. Crédito: FPF/site oficiala

Flamengo 2 x 1 Belo Jardim

Borderô de Flamengo de Arcoverde 2 x 1 Belo Jardim, na 1ª rodada da 1ª fase do Pernambucano 2017. Crédito: FPF/site oficiala

No último jogo profissional de 2016, o Flamengo de Arcoverde é bi da Série A2

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/site oficial

No sertão pernambucano, no acanhado e lotado estádio Vianão, com dois mil espectadores, Afogados da Ingazeira e Flamengo de Arcoverde fizeram o último jogo profissional do Brasil em 2016. O confronto só aconteceu na tarde deste 18 de dezembro por causa do atraso da competição, com ações judiciais entre os participantes, alegando escalações irregulares nos adversários. Passado (e julgado) o imbróglio, a segunda divisão estadual avançou no mata-mata, até o acesso dos dois clubes. E em jogo único ambos decidiram o título.

Com a melhor campanha, a Coruja, como é conhecido o Afogados, tentava ser o 28º campeão do futebol pernambucano. Já o Fla, outrora rubro-negro e agora com escudo corintiano, buscava o bi na Série A2. Em 1996, fora de casa, levou a melhor diante do 1º de Maio. Vinte anos depois, também como visitante, o Tigre recebeu a segunda taça após a vitória por 2 x 1, com gols de Williams aos 43 e 46 do primeiro tempo. Após o intervalo, administrou a vantagem, tornando-se o quarto multicampeão da segundona. Está a um título do Vera Cruz. Contudo, com a primeira divisão pela frente, essa meta não tem pressa alguma…

Falando em elite, Fla e Afogados só vão ter 17 dias para descansar. A 1ª divisão de 2017 começa em 4 de janeiro, com o campeão da A2 jogando em casa, no Áureo Bradley, contra o Belo Jardim, e o vice indo a Carpina enfrentar o Atlético.

Os multicampeões da segunda divisão estadual
3 – Vera Cruz (2006, 2009, 2014)
2 – Petrolina (2001, 2010), Vitória (2008, 2013) e Flamengo (1996, 2016) 

1 – Maguari, Sete de Setembro, Ferroviário, Central, Unibol, Itacuruba, Porto, Ypiranga, Estudantes, Salgueiro, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/facebook

Sertão emplaca quatro dos doze clubes do Campeonato Pernambucano de 2017

Os 12 clubes do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Pernambucano de 2017 começa em 4 de janeiro, mas só agora, faltando 21 dias, todos os doze participantes foram definidos. Após o atraso judicial na segunda divisão local, com vários clubes alegando escalações irregulares em adversários, saíram os dois classificados à elite. E a festa foi toda no Sertão, que torceu de longe por seus representantes, com Afogados e Flamengo de Arcoverde conquistando a classificação nos estádios Ferreira Lima, em Timbaúba, e Gileno de Carli, no Cabo. Com a dupla classificação sertaneja, a região empata com o Grande Recife em número de participantes, o que não ocorria desde 2012. Substitui os agrestinos Porto e Pesqueira.

Número de clubes por mesorregião:
2017 – RMR 4, Sertão 4, Mata 2, Agreste 2
2016 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2015 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2014 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2013 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1
2012 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 4, Mata 0
2011 – RMR 5, Agreste 3, Sertão 3, Mata 1
2010 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2009 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 3, Mata 1
2008 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1

Os dois finalistas da Série A2 haviam empatado as semifinais em seus domínios, precisando vencer fora de casa. Numa chave que indicaria um participante inédito, Afogados e Timbaúba empataram outra vez em 1 x 1, com o acesso da Coruja arrancado nos pênaltis, 5 x 3. Em mais de um século de bola rolando, a cidade da medalhista olímpica Yane Marques, de 36 mil moradores, finalmente fará parte da 1ª divisão. Já na região metropolitana, a Cabense era a favorita, mas o Fla goleou por 4 x 1. O time, com escudo e uniformes diferentes hoje em dia, volta à elite após 18 anos! Agora, a despedida do futebol local em 2016 será com Afogados x Flamengo, valendo o título, em 18 de dezembro.

A distribuição dos participantes de 2017 por mesorregião:
Grande Recife (4) – 
América, Náutico, Santa Cruz e Sport
Zona da Mata (2) – Atlético (Carpina, a 45 km da capital) e Vitória (50 km)
Agreste (2) – Central (Caruaru, 130 km) e Belo Jardim (187 km)
Sertão (4) – Flamengo (Arcoverde, 256 km), Afogados da Ingazeira (386 km), Serra Talhada (415 km) e Salgueiro (518 km)

Participações (1915-2017):
103 – Santa Cruz (primeira em 1915)
102 – Náutico (1916)
101 – Sport (1916)
83 – América (1915)
54 – Central (1937)
11 – Salgueiro (2006)
6 – Acadêmica Vitória (2009) e Serra Talhada (2012)
5 – Belo Jardim (2007) e Flamengo (1994)
3 – Atlético Pernambucano (2015)
1 – Afogados (2017)

Confira a tabela da primeira fase do Campeonato Pernambucano clicando aqui.

Os 9 clubes na briga por duas vagas na primeira divisão pernambucana de 2017

Estádios da Série A2 de 2016: Vianão, Luiz de Brito, Gileno de Carli e José Vareda; Áureo Bradley, Paulo Petribu, Ferreira Lima e Carneirão

A segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2016 terá apenas 49 jogos, entre setembro e novembro. Valendo duas vagas para a elite local, o torneio terá a presença de nove clubes – seriam dez, mas o Ypiranga, sem a documentação necessária, desistiu. Entre os inscritos, apenas dois da Região Metropolitana do Recife, ambos do Cabo, com o restante espalhado no interior, incluindo o andarilho Íbis, outra vez em ação em Carpina. Quatro nunca jogaram na primeirona (Afogados, Barreiros, Ferrim e Timbaúba), enquanto o Vera Cruz (o maior campeão da segundona, tri) foi o último presente, em 2015.

Confira a tabela da segundona, a partir de 3 de setembro, clicando aqui.

A fórmula de disputa é simples, com turno único, avançando os oito melhores – ou seja, só o lanterna cai fora. Depois, quartas e semifinal com o critério da Copa do Brasil, qualificando o gol fora de casa. Já a decisão, com os dois times já assegurados, será em apenas uma partida. As melhores campanhas definem os mandos decisivos. Sobre a composição dos elencos, vale o estilo “olímpico”. Assim, a cada apresentação os times podem relacionar 22 atletas, com no máximo quatro acima de 23 anos. Entre os Sub 23, cinco podem ser amadores.

Em relação aos palcos, o regulamento determina uma capacidade mínima de 1.000 espectadores sentados. Entre os estádios liberados pela federação, dois não chegam a três mil lugares, a exigência mínima na elite. Portanto, em caso de acesso, os campos de Afogados e Barreiros precisariam de ampliações.

Clubes na Série A de 2016: Afogados, Barreiros, Cabense, Centro, Ferroviário, Flamengo, Íbis, Timbaúba e Vera Cruz

Algum favorito? Alguma preferência em relação ao acesso? Comente.

Lista de participantes, estádios e capacidade
Afogados Futebol Clube (Afogados) – Vianão, 1.735
Barreiros Futebol Clube (Barreiros) –  Luiz de Brito, 2.000
Associação Desportiva Cabense (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Centro Limoeirense de Futebol (Limoeiro) – José Vareda, 5.000
Ferroviário Esporte Clube do Cabo (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Flamengo Sport Club de Arcoverde (Arcoverde) –  Áureo Bradley, 3.000
Íbis Sport Club (Carpina) – Paulo Petribú, 3.600
Timbaúba Futebol Clube (Timbaúba) – Ferreira Lima, 3.750
Vera Cruz Futebol Clube (Vitória) – Carneirão, 10.911

Distâncias nas estradas a partir do Recife
35 km – Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife)
53 km – Vitória de Santo Antão (Zona da Mata)
65 km – Carpina (Zona da Mata)
82 km – Limoeiro (Agreste)
102 km – Timbaúba (Zona da Mata)
111 km – Barreiros (Zona da Mata)
255 km – Arcoverde (Sertão)
378 km – Afogados da Ingazeira (Sertão) 

Eis os classificados à elite nas últimas dez edições da Série A2*…

Campeões e vices da segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2006 a 2015

* Em 2007, numa virada de mesa da FPF, Centro e Petrolina também subiram, ampliando a primeira divisão de dez para doze participantes, dado ainda vigente.

Todas as 304 campanhas nacionais do futebol pernambucano de 1959 a 2016

Pernambuco

Devido a um ajuste no calendário da CBF, todos os campeonatos estaduais de 2016 classificaram os clubes duas edições seguidas da Série D, 2016 e 2017. A partir do próximo ano, a classificação valerá somente para o ano seguinte, a partir de 2018, claro. Assim, melhor para Central e América, que garantiram duas tentativas de ascender à Terceirona. Enquanto a Patativa chegou a 33 participações nacionais, sendo a sexta na quarta divisão, o Mequinha chegou a 6, sendo a primeira em 25 anos! Não disputava o Brasileiro desde a Série B de 1991, quando foi 59º lugar num torneio com 64 equipes.

Classificados ao hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2016, os dois times completaram o ciclo de participações nacionais do estado na temporada. Confira, então, a quantidade de campanhas de cada um nos torneios oficiais organizados pela CBD e pela CBF e as melhores colocações, respectivamente. Ao todo, os 20 times que já representaram o estado disputaram 304 edições de oito competições diferentes desde 1959, na criação da Taça Brasil.

Representantes em 2016
Série A – Sport e Santa
Série B – Náutico
Série C – Salgueiro
Série D – Central e América

Copa do Brasil – Santa, Salgueiro, Sport e Náutico

Náutico – 76 participações de 1961 a 2016
Brasileirão (34)
6 – Taça Brasil (vice em 1967)
1 – Robertão (17º em 1968)
27 – Série A (6º em 1984)

21 – Copa do Brasil (3º em 1990)
1 – Copa dos Campeões (12º em 2002)
19 – Série B (vice em 1988 e 2011)
1 – Série C (4º em 1999)

Sport – 73 participações de 1959 a 2016
Brasileirão (38)
3 – Taça Brasil (4º em 1962)
35 – Série A (campeão em 1987)

22 – Copa do Brasil (campeão em 2008)
2 – Copa dos Campeões (vice em 2000)
11 – Série B (campeão em 1990)

Santa Cruz – 71 participações de 1960 a 2016
Brasileirão (24)
1 – Taça Brasil (4º em 1960)
2 – Robertão (12º em 1970)
21 – Série A (4º em 1975)

22 – Copa do Brasil (11º em 1997)
19 – Série B (vice em 1999, 2005 e 2015)
3 – Série C (campeão em 2013)
3 – Série D (vice em 2011)

Central – 33 participações de 1972 a 2016
2 – Série A (36º em 1986)
2 – Copa do Brasil (26º em 2008)
17 – Série B (1º em 1986, não oficializado como título)
6 – Série C (8º em 2000)
6 – Série D (12º em 2009)

Salgueiro – 12 participações de 2008 a 2016
3 – Copa do Brasil (13º em 2013)
1 – Série B (19º em 2011)
7 – Série C (4º em 2010)
1 – Série D (4º em 2013)

Porto – 11 participações de 1994 a 2014
1 – Copa do Brasil (57º em 1999)
8 – Série C (4º em 1996)
2 – Série D (18º em 2014)

América – 6 participações de 1972 a 2016
4 – Série B (8º em 1972)
1 – Série C (26º em 1990)
1 – Série D (2016, a disputar)

Vitória – 5 participações de 1992 a 2005
5 – Série C (11º em 1992)

Ypiranga – 4 participações de 1995 a 2013
2 – Série C (64º m 2006)
2 – Série D (28º em 2012)

Estudantes – 2 participações de 1990 a 1991
1 – Série B (37º em 1991)
1 – Série C (11º em 1990)

Petrolina – 2 participações de 2008 a 2012
1 – Série C (58º em 2008)
1 – Série D (39º em 2012)

Santo Amaro – 1 participação em 1981
1 Série C (vice em 1981)

Paulistano – 1 participação em 1988
1 – Série C (19º em 1988)

Itacuruba – 1 participação em 2004
1 – Série C (23º em 2004)

Unibol – 1 participação em 1999
1 – Série C (28º em 1999)

Serrano – 1 participação em 2005
1 – Série C (43º em 2005)

Centro Limoeirense – 1 participação em 1997
1 – Série C (47º em 1997)

Flamengo de Arcoverde – 1 participação em 1997
1 – Série C (54º em 1997)

Vera Cruz – 1 participação em 2007
1 – Série C (58º em 2007)

Serra Talhada – 1 participação em 2015
1 – Série D (25º em 2015)