Hexagonal da permanência termina com 1 ponto entre a Série D e a 2ª divisão do PE

Paralelamente ao hexagonal envolvendo o Trio de Ferro, outro hexagonal foi disputado no Campeonato Pernambucano de 2017, reunindo os não classificados da fase preliminar. Objetivo: evitar o rebaixamento (os dois últimos) e brigar pela terceira vaga do estado à Série D de 2018 (ao líder, naturalmente). Após a última rodada, a classificação traz um cenário impressionante.

Primeiro, o aproveitamento do Atlético: 0%. Acima, cinco clubes separados por um mísero ponto. Do Flamengo de Arcoverde, o vencedor, ao Serra Talhada, rebaixado. Todos com saldo positivo e com mais vitórias que derrotas. E olhe que o Cangaceiro estava em 3º lugar antes de a bola rolar. Receberia o América, com a vitória podendo levá-lo ao Nacional. Torcia por um empate em Arcoverde, o que aconteceu (Fla 2 x 2 Afogados), mas… acabou derrotado. O gol do Mequinha, no fim, salvou o alviverde e empurrou o Serra, também ultrapassado pelo Vitória, que fez o dever de casa sobre o moribundo lanterna.

A classificação final do hexagonal da permanência do Pernambucano 2017. Crédito: Superesportes

A partir deste cenário bizarro, vale a curiosidade sobre os campeonatos mais equilibrados da história do futebol, segundo o banco de dados do site RSSSF, especializado em estatísticas do futebol. E é preciso ir bem longe, em distância, tempo e divisões, para achar algo realmente surpreendente.

O torneio mais parelho que se tem notícia foi o campeonato romeno da terceira divisão da temporada 1983/1984. Exceção feita ao campeão, sete pontos à frente do vice, os outros 15 times foram separados por três pontos após trinta rodadas! Nove equipes terminaram com 29 pontos, entre o 7º e o 15º, este rebaixado. E sem contar o fato de que oito times são chamados de “Minerul”.

Vitória valendo 2 pontos e empate 1 ponto.

Campeonato Romeno da 3ª divisão de 1983/1984. Fonte: RSSSF

O segundo caso de maior equilíbrio foi na África, na edição 1965/1966 do campeonato marroquino. Com 14 clubes, também no formato pontos corridos, a diferença entre o campeão (Wyad Casablanca) e o lanterna (Maghreb) foi de apenas oito pontos. O Kawkab, de Marrakech, terminou em 5º lugar, com 53 pontos, a quatro pontos do título e quatro pontos do rebaixamento.

Vitória valendo 3 pontos, empate 2 pontos e derrota 1 ponto (sim, derrota).

O campeonato marroquino de 1965/1966. Fonte: RSSSF

Primeira fase do Estadual registra média de 842 pessoas e R$ 170 mil, a pior renda

A média de público na 1ª fase do Campeonato Pernambucano. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2017 atraiu apenas 19.338 torcedores aos estádios. Dos 27 jogos realizados, quatro ocorreram de portões fechados, três em Carpina, onde o Atlético não conseguiu todos os laudos técnicos, e um em Paulista, na estreia do América, pelos mesmos motivos. Considerando, então, os jogos com borderô, a média foi de apenas 842 espectadores, quatro a mais que a temporada passada. Números quase idênticos e dentro de um mesmo contexto: a ausência do Todos com a Nota. Em 2015, na última edição com ingressos subsidiados, o TCN correspondeu a 92% do público. Antes, em 2013 e 2014, com números bem questionáveis (troca de ingresso sem presença efetiva), o índice chegou a 4 mil pessoas.

Na fase preliminar em 2017, o maior público foi na estreia do Salgueiro, com 2.264 torcedores no Cornélio de Barros, graças ao plano de sócios do clube sertanejo, com o associado adimplente pagando apenas R$ 1 pelo ingresso. Por sinal, a torcida salgueirense correspondeu a 33% do público absoluto. Já o pior borderô ocorreu no Nildo Pereira, num gramado inaceitável, com apenas 102 pessoas assistindo ao duelo de eliminados Serra Talhada x Afogados. Em relação à arrecadação, o valor bruto foi de R$ 170 mil, o menor na primeira fase, com a FPF tendo direito, segundo regras próprias, a uma taxa de 8% sobre a bilheteria de todas as partidas. Logo, a arrecadou R$ 13.608.

Público e renda na 1ª fase do Campeonato Pernambucano, com 1 jogo de portões fechados em 2016 e 4 em 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Salgueiro, Belo Jardim e Central foram os classificados ao hexagonal do título. O blog, então, continuará levantando as médias de público e renda na fase principal da competição, além do balanço geral, somando todas as fases.

1º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros
Público: 6.449 torcedores
Média de 2.149
Taxa de ocupação: 17,8%
Renda: R$ 26.729
Média de R$ 8.909

Pernambucano 2017, 1ª fase: Salgueiro 2x1 Flamengo de Arcoverde. Foto: @CarcaraNet (twitter)

2º) Central (3 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 1 no Antônio Inácio)
Público: 3.856 torcedores
Média de 1.285
Taxa de ocupação: 8,1%
Renda: R$ 51.730
Média de R$ 17.243

Pernambucano 2017, 1ª fase: Central 2x0 Belo Jardim. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

3º) Belo Jardim (3 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 590 torcedores
Média de 196

Taxa de ocupação: 2,6%
Renda: R$ 4.872
Média de R$ 1.624

Pernambucano 2017, 1ª fase: Belo Jardim 3x0 Vitória. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

A audiência das finais da Champions League no Brasil, segundo o Ibope

A audiência das finais da Liga dos Campeões na tevê aberta, em São Paulo, de 2010 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli, via Infogram

A decisão da Liga dos Campeões da Uefa voltou à transmissão aberta no Brasil, via Globo e Band, em 2010. Considerando o mercado da Grande São Paulo, o principal polo de audiência, o acompanhamento da finalíssima de 2016, entre Real Madrid e Atlético, chegou a 5,1 milhões de telespectadores, no terceiro aumento consecutivo na praça, que também conta com exibição na tevê por assinatura. Paga-se caro pelos direitos, mas o retorno parece consolidado.

O site Máquina do Esporte divulgou os dados do Ibope das últimas sete finais, somando os pontos dos dois canais. A partir disso, o blog calculou o peso de cada ponto, uma vez que o número é atualizado anualmente após as projeções lançadas pelo IBGE, cujo último censo data de 2010. Num breve resumo, um ponto do Ibope corresponde em cada região estudada a 1% das casas e 1% da população – que não necessariamente crescem na mesma ordem.

Várias regiões metropolitanas contam com o serviço, inclusive o Recife. Contudo, para o viés de patrocínios e alcance real de público, usa-se bastante o resultado da metrópole paulista, onde existem 750 casas com o aparelho Peoplemeter, que capta o canal sintonizado 24 horas por dia.

2010 – Internazionale 2 x 0 Bayern de Munique (20 pontos, 3.559.800)
2011 – Barcelona 3 x 1 Manchester United (21 pontos, 3.852.920)
2012 – Chelsea (4) 1 x 1 (2) Bayern de Munique (19 pontos, 3.515.026)
2013 – Bayern de Munique 2 x 1 Borussia Dortmund (18 pontos, 3.344.652)
2014 – Real Madrid 4 x 1 Atlético de Madri (23 pontos, 4.445.463)
2015 – Barcelona 3 x 1 Juventus (25 pontos, 4.954.050)
2016 – Real Madrid (5) 1 x 1 (3) Atlético de Madri (26 pontos, 5.143.164)

Após a decisão alemã de 2013, com 18 pontos, onde a Globo, com apenas 12, teve seu pior resultado, os números voltaram a subir. Em 2016, o crescimento da emissora, aliás, sufocou a concorrente Band. Em relação às maiores audiências, Real ou Barcelona aparecem sem surpresa entre os (quatro) maiores jogos. A influência de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar é real perante o público brasileiro. Até que ponto trata-se de entretenimento ou “paixão clubística”, aí já é outra questão. Que também vale ser mensurada…

A audiência das finais da Liga dos Campeões na tevê aberta, em São Paulo, de 2010 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli, via Infogram

O Ibope mensura audiência televisiva desde a década de 1950. Inicialmente, com visitas pessoas. No fim da década de 1960 surgiu o primeiro medidor, o Setmeters. Após várias versões, ampliando o relatório para todas as faixas horárias, veio o Peoplemeter, implementado em 1996. Considerando a volta da final da Champions League à televisão aberta, a medição do Ibope registrou na Grande São Paulo, de 2010 a 2016, um aumento de 9.553 casas (15,9%) e 19.824 telespectadores (11,1%) a cada ponto.

Evolução da medição da audiência televisiva, via Ibope na Grande São Paulo. Arte: Cassio Zirpoli, via Infogram

O maior clássico da história de Madri acontecerá em Lisboa. Vale a Europa

Final da Liga dos Campeões da Uefa 2014: Real Madrid x Atlético de Madri. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O maior clássico da capital espanhola… em Lisboa.

No dia 24 de maio, Real Madrid e Atlético de Madri disputarão o maior clássico da história do derby.

No Estádio da Luz, os rivais vão em busca do título da Liga dos Campeões.

O Real Madrid de Cristiano Ronaldo e sua obsessão, La Decima.

O time merengue já conquistou a Champions em 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1966, 1998, 2000 e 2002..

É disparado o maior campeão do continente, mas os doze anos longe do pódio vêm incomodando a torcida do Bernabéu…

Terá pela frente o valente Atlético de Diego Costa, de volta à decisão quarenta anos depois. Em 1974, os colchoneros perdeu a taça num jogo extra, dramático.

Agora, nova e merecida chance…

Na semifinal, o Real destruiu o Bayern em Munique, 4 x 0. No dia seguinte, foi a vez do Atlético viajar e fazer a festa, com o 3 x 1 sobre o Chelsea.

A final emblemática é em todos os sentidos. O deca ou o triunfo inédito.

Desde 1906 foram 264 partidas, com 143 vitórias do Real, 64 do Atlético e 57 empates.

Sem dúvida alguma, o 265º jogo será o maior, na primeira final do maior torneio do continente envolvendo clubes da mesma cidade…

Tudo isso a apenas 503 quilômetros de casa.

Estádio vazio e borderô cheio, agora na versão júnior

Pernambucano Sub 20 de 2014, nos Aflitos, Arruda, Ilha do Retiro e Salgueiro. Fotos: Site Oficial da FPF

Os estádios vazios acompanhados de bons públicos no borderô, através dos ingressos do Todos com a Nota, migraram para outra competição pernambucana. Do campeonato profissional para o júnior.

O programa estatal Todos com a Nota contempla oito competições oficiais, num acordo com a FPF. Em 2013, o governo injetou R$ 13 milhões no futebol local.

O Estadual Sub 20 segue com contrato válido para 2014.

No caso, cada partida tem uma carga de 1.000 ingressos subsidiados ao custo de R$ 3. Todos os bilhetes vêm sendo trocados, de acordo com os borderôs oficiais, disponíveis no site oficial da FPF. No mesmo endereço eletrônico é possível conferir imagens das partidas.

Aqui, oito exemplos, todos da segunda rodada. No papel, 8 mil pessoas foram aos jogos dos juniores, com dados já publicados, gerando uma arrecadação de R$ 24 mil, com verba integral via TCN. Nas fotografias, entretanto, só foi possível encontrar cinco torcedores, todos no Arruda.

Náutico 6 x 1 Chã Grande
Santa Cruz 1 x 1 Vitória
Sport 8 x 0 Ypiranga
Salgueiro 2 x 2 Pesqueira
América 3 x 0 Vera Cruz
Atlético 3 x 2 Central
Serra Talhada 1 x 0 Belo Jardim
Porto 4 x 0 Jaguar 

A secretaria da fazenda do governo do estado vem recebendo as notas fiscais das partidas. Só falta encontrar os torcedores que estão fazendo essas trocas…

Perambucano Sub 20 de 2014: jogos no Ademir Cunha, Camaragibe, Serra Talhada e Caruaru. Fotos: Site Oficial da FPF