O cerco está se fechando para novos campeões nacionais

Arame farpado

Coritiba x Palmeiras, a final da 24ª Copa do Brasil, que afirma um contexto preocupante.

Está ficando cada vez mais difícil o surgimento de um novo campeão nacional.

Desde a Taça Brasil de 1959, a primeira competição nacional oficial do país, o maior período sem que fosse consagrado um novo campeão de elite foi entre 1991 e 1999, do Criciúma ao Juventude, ambos na Copa do Brasil.

O chamado “G12”, bloco não escrito com os principais times do Brasil, possui títulos deste porte. Outras dez equipes fora do bolo também já ganharam.

Com a decisão do mata-mata desta temporada,  o jejum atual, desde a volta olímpica do Paulista de Jundiaí, em 2005, só não será igualado se a vigente Série A for vencida por Náutico, Ponte Preta, Portuguesa, Figueirense ou Atlético-GO.

Caso não ocorra alguma zebra no campeonato brasileiro, portanto, o futebol brasileiro poderá entrar num ciclo quase fechado de campeões nacionais.

A opinião é fundamentada em uma Série A enxuta e elitizada e agora com a reformulação da Copa do Brasil a partir de 2013, contando com todas as forças, inclusive as agremiações que disputam simultaneamente a Taça Libertadores da América.

Levando em consideração a Taça Brasil (1959-1968), Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), Série A (1971-2012) e Copa dos Campeões (2000-2002), confira abaixo quantos anos se passaram até que um novo clube pudesse bordar uma estrela dourada.

Com a estrutura atual, o 23º campeão nacional deverá surgir em quanto tempo?

Jejum de campeões nacionais

Cazá Cazá, direto do telão

Não adianta só um placar moderno. É preciso utilizar os recursos à disposição.

No caso do Sport, a mudança foi no grito de guerra do clube, o cazá-cazá.

No jogo contra o Palmeiras, o papel coube ao técnico Vágner Mancini, que gravou um vídeo antes da partida. No telão, a imagem do técnico e as palavras para a torcida.

Confira a íntegra do vídeo, que deverá ter várias versões ao longo desta Série A.

Veja também o vídeo dos bastidores da vitória leonina aqui.

Estupidez duplamente qualificada do torcedor

Homer Simpson

Costume de casa vai à praça. Um ditado antigo, mas que se aplica ao comportamento de alguns torcedores (?) pernambucanos, alheios à evolução do futebol.

No Estadual, o mau comportamento é punido, sim. Quase sempre de forma branda. Vira multa, que depois é reduzida e na prática acaba se tornando em uma advertência.

Fato que não colabora muito para o fim do clima hostil nos estádios…

São atos clássicos. Invasão de torcedor, objetos arremessados e até pedras de gelo. Mas aí chega a esfera nacional e a situação muda.

Na verdade, muda para o que diz a lei. Bem severa neste tipo de ato.

De acordo com o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o clube mandante que deixar de tomar providências capazes de prevenir a desordem pode receber uma multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil. Fora a perda de até três manos de campo.

Vamos, então, ao exemplo claro, mais recente.

Sport 2 x 1 Palmeiras. Em sua segunda partida em casa no Brasileirão, houve arremesso de objeto no gramado e invasão de torcedor. Dois casos (veja aqui)!

Julgamento à parte, pois caberá ao clube arrumar uma boa defesa, fica aqui o questionamento sobre esse tipo de comportamento.

Há mais de 15 anos o Superior Tribunal de Justiça Desportiva é implacável neste tipo de ação, quase sempre punida com a perda de mando de campo. A qualquer time.

Na Série A de 1997, por exemplo, o Leão perdeu dois mandos e teve que jogar em João Pessoa. Em 2009, um torcedor do Náutico jogou uma garrafa plástica no campo dos Aflitos e o Timbu precisou atuar uma vez em Caruaru.

Ou seja, o passado pernambucano parece não ter ensinado…

Em caso de punição, a alternativa obrigatória será jogar a 100 quilômetros de distância do Recife e em estádios com pelo menos 15 mil lugares.

Lacerdão, em Caruau, ou Almeidão, em João Pessoa?

O ônus desta escolha ficará com o torcedor de bem. Educado e conscientizado.

Toró trouxe a 250ª vitória rubro-negra no Brasileirão

Série A 2012: Sport 2 x 1 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Muita chuva, drama, pouca técnica e muita disposição. A receita dos três pontos.

Em um gramado que surpreendentemente aguentou a tromba d’água no Recife, a Ilha do Retiro viu na noite desta quarta a primeira vitória do Sport na Série A.

Sim, a primeira nesta temporada, mas o 2 x 1 sobre o Palmeiras foi também o 250º triunfo na história do clube pernambucano na competição, unificada a partir de 1959.

Curiosamente, para alcançar o resultado foram poucas inserções rubro-negras no ataque. O duelo começou com dois times com muita raça no gramado molhado.

Coube ao Leão abrir o placar, aos 15 minutos, em um dos poucos arremates. No lance, dois atletas contestados na Ilha. O atacante Jheimy batalhou pelo lado esquerdo e deixou o meia Marquinhos Paraná livre para marcar, tocando com categoria.

No fim do primeiro tempo, aos 38, a zaga falhou duas vezes, no posicionamento e no bote, e Barcos, numa lance de muita classe, marcou um golaço.

Naquele momento, com o justo empate, o Verdão tinha 56% da posse de bola. Pela terceira vez nesta Série A o Leão tinha uma posse menor que a do adversário.

Apesar da empolgação, o Sport se apresentava sem criatividade no meio. Mal pegava na bola. Thiaguinho não vem exercendo bem a função. Não há como negar isso.

Com seis volantes de origem no time, o papel de destruir jogadas ficou nítido, em uma atuação bem limitada. O Verdão, por sinal, perdeu três boas chances no primeiro tempo.

Na etapa complementar,  o Rubro-negro voltou com mais vontade. Faltava, contudo, objetividade… E qualidade no passe. A missão parecia quase impossível.

Na defesa, o time pernambucano teve bastante trabalho do lado direito. Por ali, o Palmeiras cansou de articular jogadas. Uma avenida.

O Sport só conseguiu finalizar no segundo tempo aos 25 minutos! Um chute de fora da área, aos 25 minutos. O suficiente. Felipe Azevedo certeiro, 2 x 1.

No finzinho, para mostrar que nada é fácil de ser conquistado na elite, o Palmeiras até mandou para as redes, com Barcos. Estava impedido. Alívio entre os 21 mil torcedores.

Ao Sport, uma importantíssima vitória nesta longa caminhada no Brasileirão, mas falta muito ainda. Não dá para viver só de disposição. Precisa melhorar tecnicamente…

Série A 2012: Sport 2 x 1 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Os últimos copeiros do Brasil

Semifinalistas da Copa do Brasil de 2012: Grêmio x Palmeiras e Coritiba x São Paulo

Entre a tradição dourada e a segunda chance de erguer a taça de campeão.

As semifinais da Copa do Brasil desta temporada apresentam perfis bem distintos em relação ao desempenho histórico no mata-mata.

Palmeiras e Grêmio eliminaram Atlético-PR e Bahia, respectivamente. São ex-campeões, mas ambos estão há mais de uma década no ostracismo de conquistas nacionais.

Tetra, o time gaúcho ganhou a sua última copa em 2001. O Verdão de Luiz Felipe Scolari, caminhando na somba dos rivais paulistas, tenta dar um novo ânimo ao clube.

A última semifinal alviverde no torneio havia sido em 1999! Um ano antes, a única conquista na Copa do Brasil, curiosamente sob a tutela de Felipão.

No tradicional confronto, um festival de gringos em campo, comandando as ações no ataque. No Grêmio, os atacantes Miralles (argentino) e Marcelo Moreno (boliviano). No Palmeiras, o centroavante argentino Barcos e o meia chileno Valdívia.

Também será interessante reviver o duelo de treinadores, Luxemburgo x Felipão. Nos confrontos históricos, a ordem dos clubes da dupla era invertida.

Se é possível apontar um favorito em 2012, esse time está na outra chave. Sem titubear, mas com apenas 25% de chance de acertar, o São Paulo é o time a ser batido.

Também pudera. Vem com Lucas e Luís Fabiano, ambos em fase ascendente. Como participou bastante da Libertadores, o Tricolor Paulista, que tirou o Goiás, está apenas em sua 5ª Copa do Brasil na década. Sua melhor colocação foi o vice em 2000.

Focando a campanha, o time de Leão quer dar a volta olímpica para viabilizar logo a volta à Libertadores, onde chegou a competir sete vezes seguidas, de 2004 a 2010.

No Coritiba, que despachou o Vitória, um retrospecto de respeito. Três semifinais nos últimos quatro anos, apesar do cartaz mais modesto em relação aos demais adversários. Com um rendimento alto no Couto Pereira, o time quer parar de bater na trave…

Qual deverá ser a final da Copa do Brasil de 2012? Comente!

A sorte na Copa do Brasil ainda paira sobre oito clubes

Sorteio na CBF. Foto: CBF/divulgação

Os clubes à parte do chamado “G12”, que reúne os mais tradicionais times do país, aproveitaram a última chance sem a presença das equipes que disputam a Libertadores e cravaram cinco vagas nas quartas de final da Copa do Brasil de 2012.

E olhe que três desses times fora da gama de maior mídia estão na Série B. Por sinal, eliminaram justamente os representantes do G12. Entre os oito finalistas, destaque para os estados da Bahia e do Paraná, que emplacaram dois times cada um.

Com apenas dois ex-campeões, a chance de um campeão inédito, o 15º, é enorme…

Grêmio (4 títulos, 19ª participação) x Bahia (4 quartas de final, 21ª part.)
Com seu exército estrangeiro, o Tricolor Gaúcho luta pelo pentacampeonato, o que seria um recorde. Com sete finais na bagagem, o Grêmio quer usar o Olímpico, em seu último ano, diante do Bahia, que jamais ficou entre o quatro melhores da competição. A final do campeonato baiano poderá ser um termômetro para o time.

Palmeiras (1 título, 17ª part.) x Atlético-PR (6 quartas de final, 16ª part.)
Com os estádios em reforma, ambos tiveram que optar por soluções menores, como a Arena Barueri e a Vila Capanema. Mesmo com a queda, o Furacão vem contando com os gols de Bruno Mineiro e a força do equatoriano Guerrón. Já Felipão tenta levar o Verdão à sua primeira final desde que voltou ao clube, em 2010. O elenco não colabora muito.

Goiás (1 vice, 20ª part.) x São Paulo (1 vice, 13ª part.)
Enquanto o Goiás surpreendeu o Atlético-MG em Belo Horizonte, o São Paulo passou um sufoco danado para chegar às quartas, com a última vaga. O 3 x 1 sobre a Ponte Preta deixou claro que o time, apesar do status de maior vencedor do país, não tem uma defesa confiável. O trabalho de Leão está sendo sustentado pelo meia Lucas.

Coritiba (1 vice, 18ª part.) x Vitória (1 vice, 23ª part.)
Confronto interessante, com os vice-campeões de 2011 e 2010. Paranaenses e baianos ganham mais uma chance de mirar a decisão. Vantagem para o Coxa-Branca, em boa fase há quase dois anos, com uma base consolidada. O Vitória, refeito com atletas experientes, mostrou contra o Botafogo um volume de jogo para impor respeito.

Qual é a sua expectativa sobre os semifinalistas da Copa do Brasil? Comente!

Inesquecível para Marcos e 3,3 milhões de rubro-negros

Libertadores 2009: Sport 1 (1) x (3) 0 Palmeiras. Foto: Diario de Pernambuco

Nesta quinta, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma longa entrevista com o goleiro Marcos, que anunciou a sua aposentadoria do futebol após 530 jogos pelo Palmeiras.

Abaixo, a penúltima das 29 perguntas ao campeão mundial de 2002 com a Seleção.

Qual o jogo inesquecível da sua carreira?

“O jogo inesquecível da minha vida recente foi contra o Sport Recife, na Libertadores de 2009. Foram os três pênaltis, peguei pra caramba no jogo. Foram muitas bolas, eu fui bem. Também tem jogo inesquecível de tudo quanto é tipo. Tem o jogo contra o Atlético-GO que eu peguei três pênaltis e a gente errou quatro e foi desclassificado. Tem aquele que todo mundo fala do Marcelinho, mas esse aí já faz muito tempo.”

Em 12 de maio de 2009, o Sport venceu o Palmeiras por 1 x 0. Contudo, o Alviverde avançou às quartas de final da Libertadores no pênaltis, por 3 x 1.

Marcos teve, de fato, uma atuação soberba naquela partida na Ilha do Retiro. Por sinal, a festa do camisa 12 após o triunfo é a capa da sua biografia (veja aqui).

Confira a íntegra da entrevista com o goleiro clicando aqui.

A história de São Marcos também foi escrita na Ilha

Livro "São Marcos de Palestra Itália"Em 16 de maio de 1992, em um amistoso contra a extinta Esportiva Guaratinguetá, o goleiro Marcos fez a sua estreia pelo time profissional do Palmeiras.

Tinha apenas 18 anos, era o 3º goleiro, mas a sua a estrela brilhou já naquele dia. Goleada por 4 x 0 e um pênalti defendido…

Depois, foram mais 531 partidas pelo Alviverde de São Paulo, com títulos estaduais, nacionais, Libertadores e o auge, em 2002, com a Seleção Brasileira.

Tornou-se campeão mundial, como titular da Canarinha. Resumindo: São Marcos. Carismático, respeitado pelas torcidas rivais e ídolo nacional, sem dúvida.

Fora a opinião marcante. Essa história merecia ser mesmo contada em um livro. Com 304 páginas, o livro São Marcos de Palestra Itália relata a carreira do goleiro, contada pelo jornalista Celso Campos Júnior.

Na gama de documentos, 100 fotos históricas. Começando pela capa, com uma imagem do dia 12 de maio de 2009, quando o Palmeiras eliminou o Sport na Taça Libertadores.

De fato, aquela noite na Ilha do Retiro marcou uma das grandes atuações desse craque, no tempo normal e na disputa de pênaltis, uma das especialidades do camisa 12.

Libertadores 2009: Sport 1 (1) x (3) 0 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

80 estrelas douradas nacionais

Ranking de títulos nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2011

Durou apenas seis dias a última versão do ranking de títulos nacionais de elite no Brasil, elaborado pelo blog. Como a CBF revogou a divisão do Brasileirão de 1987, neste 15 de junho, através da resolução 6/2011, então o Flamengo volta a figurar com oito taças.

Ao todo, existem 22 clubes campeões nacionais em 80 torneios realizados.

10 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993 e 1994; R: 1967 e 1969; CB: 1998; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
8 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990 e 2006; C: 2001)
7 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999 e 2005; CB: 1995, 2002 e 2009)
6 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997 e 2001)
6 – Cruzeiro (A: 2003; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
4 – Fluminense (A: 1984 e 2010; R: 1970; CB: 2007)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
1 – Atlético-MG (A: 1971)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Os títulos foram somados sem distinção. O blog sabe que as competições têm pesos bem diferentes, é claro. Já a diferença nas posições com clubes com o mesmo número de taças foi estabelecida pelo último título, com vantagem para o mais antigo.

Obs. As competições de elite levadas em consideração foram a Taça Brasil (1959/1968), Robertão (1967/1970), a Série A (1971/2010), a Copa do Brasil (1989/2011) e a Copa dos Campeões (2000/2002). O que todos esses campeonatos têm em comum? Todas eles classificaram os vencedores à Libertadores.

O prazer de ser Anti-Corinthians

Estádio da Fazendinha, do Corinthians. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

São Paulo – Foram mais de 30 minutos durante o traslado do bairro do Novo Brooklin até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, nesta quarta, através de vias expressas.

Ao volante, o paulistano Jorge Abud Arossa, 57 anos, descendente de libaneses e italianos. Os sobrenomes já indicavam o seu passado.

A veia italiana da família resultou na paixão clubística, pelo Palmeiras, amor da colônia do País da Bota. Aliás, são duas paixões. O Palmeiras e o Anti-Corinthianismo.

Durante a bem humorada conversa sobre futebol (99% do tempo), Seu Jorge não escondia a felicidade em lembrar os fiascos alvinegros na Libertadores – o Timão é o único dos grandes clubes do estado que jamais conquistou a competição.

Na última participação, este ano, queda ainda na Pré-Libertadores, diante do Tolima.

Não basta secar o time. É preciso secar toda a estrutura. Ou falta dela, no caso.

“Você não faz ideia do que é essa torcida (do Corinthians). São muito chatos, em qualquer fase e qualquer horário. Se o Palmeiras perde qualquer jogo eu recebo um caminhão de e-mails de dois amigos querendo fazer graça. Ou então telefonam. Passam dois meses sem ligar, mas aí se lembram de mim pra isso. Não importa a situação, mas eles sempre pensam que são os maiores em tudo, só por causa do torcida. Mas eles não têm nem estádio. Quer dizer… Têm. A Fazendinha, desativada e que não cabe ninguém. Aquilo é a cara do Corinthians.”

Jorge Arasso, motorista palmeirense. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

No trajeto, a tal Fazendinha surgiu ainda na via da Marginal Tietê. Trata-se de um estádio acanhado, utilizado pelo Timão apenas como campo de treinamento.

Oito quilômetros depois, já na Avenida Ayrton Senna, apareceu, na mesma margem direita da pista, o terreno da futura Arena Corinthians, em Itaquera. Projeto visando a Copa do Mundo de 2014 e orçado em R$ 700 milhões, lotado de incentivos fiscais.

Por enquanto, apenas a limpeza do terreno, com pouca movimentação. Atraso puro!

Segundo Seu Jorge – contente com o descaso alheio -, isso não deverá mudar muito.

“Esse estádio não sai. Nunca saiu. Na década de 1980 teve o ‘Corintião’. Lançaram outros depois. É sempre a placa com um ‘em breve’. O estádio do Palmeiras está sendo reformado. Para São Paulo não ficar fora da Copa, acho que vão acabar levando para lá. Aí quero ver os meus amigos me mandarem e-mail se acontecer.”

No fim, ele lembrou de um episódio triste, para o lado alviverde.

“Em 2002, quando o Palmeiras caiu para a segunda divisão (nacional), apareceu corintiano em todo lugar para fazer gozação. Quando eles caíram (em 2007), foi uma alegria que eu nunca vi nessa cidade. A maioria ficou feliz (somando as torcidas de Palmeiras, São Paulo e Santos). Será que acontece isso no Recife?”

Com a palavra, os internautas…

Em tempo: Jorge também falou do Sport (“Tivemos uma animosidade na Copa do Brasil e na Libertadores”), que teve a sua torcida na final da Copa do Brasil de 2008.

“Torcer pelo futebol do estado na final? Meu filho, ver o Corinthians perder aquele título para o Sport Recife não tem preço. Não apareceu um na manhã seguinte.”

Terreno da futura Arena Corinthians. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco