O gasto do Náutico com futebol em 2015

Folha de pagamento do Náutico em 2015

Um fato raro de ocorrer, em qualquer clube do país. O Náutico divulgou a planilha de gastos com o futebol do clube em 2015, com dados de maio. Geralmente, o acesso a números do tipo só acontece nos balanços financeiros do ano anterior, através da publicação obrigatória. No presente? Difícil.

Com um elenco composto por 30 atletas, o Timbu tem uma folha, incluindo encargos, de R$ 615 mil. Porém, o gasto com o futebol é bem maior. Somando aos atletas da base com passagem no profissional, jogadores emprestados e a comissão técnica formada por 44 pessoas, o número final é de R$ 902.918.

Esses dados se referem à Série B. O clube divulgou também qual foi o tamanho da folha durante o Campeonato Pernambucano, com R$ 444 mil (só o elenco). Ou seja, o aumento para o Brasileiro foi de 38%. Claro, no futebol há a dinâmica de contratações e dispensas, não garantindo esse dado até dezembro.

Folha do elenco no Estadual
R$ 444 mil(sem encargos, R$ 348 mil)

Folha do elenco na Série B
R$ 615 mil (sem encargos, R$ 503 mil)

Enfim, uma ação realmente transparente da gestão do Náutico, que teria nesse ponto o seu grande diferencial. A ação causou a curiosidade sobre uma atitude semelhante dos rivais…

Os 110 anos do Sport Club do Recife

Emblema oficial dos 110 anos do Sport, em 2015. Crédito: Sport/twitter

Sport Club do Recife, 110 anos de história neste 13 de maio de 2015.

A data marcante teve direito a um emblema especial criado clube, relembrando o primeiro escudo do Rubro-negro, juntamente ao novo layout do site oficial.

De 1905 até hoje, já com um leão presente no distintivo, o Sport escreveu a sua história no estado, no Nordeste e no Brasil. Inúmeros e emocionantes capítulos sobre os títulos, craques, Ilha do Retiro e, sobretudo, sobre a sua torcida.

São 110 anos sem parar de crescer….

Aos torcedores rubro-negros, parabéns.

Para festejar o aniversário no twittter, o clube lançou a tag #Sport110 anos.

Afinal, as redes sociais já influenciam bastante no futebol, centenário ou não.

Exposição dos troféus fora dos museus dos clubes, uma ação simples e eficiente

Santa Cruz apresenta o troféu de campeão pernambucano de 2015 ao governador do estado, Paulo Câmara. Foto: Santa Cruz/assessoria/facebook

Os troféus conquistados em um século estão bem guardados nos museus no Arruda, Aflitos e Ilha. Nem sempre, porém, abertos à visitação. Daí, a importância das ações pontuais realizadas pelos três clubes em uma mesma semana, coincidência pura. O primeiro foi o Santa, campeão pernambucano de 2015, que levou o troféu às redações dos jornais e ao Palácio do Campo das Princesas, em 7 de maio. Lá, a direção, contando com o zagueiro Alemão e o presidente da FPF, foi recebida pelo governador do estado, Paulo Câmara.

Tradicionalmente, o governador recebe o campeão da temporada. No embalo disso, a mídia espontânea (jornais, tevê, redes sociais etc) deve ter agradado aos parceiros tricolores. Dois dias depois, o Náutico fez uma promoção com o seu mascote e o volante William Magrão em um supermercado em Casa Forte. No estande, chamou a atenção uma relíquia prateada, a taça do hexa em 1968. O objetivo timbu era chamar a torcida para tirar foto e, consequentemente, conferir o painel de descontos da Ambev, patrocinadora do Alvirrubro.

Timbu e William Magrão com torcedor alvirrubro. Foto: Náutico/Instagram

Por fim, o Sport, que em sua estreia na Série A, contra o Figueirense, expôs quatro taças no saguão da sede. Como é restrito o acesso à sala de troféus cuidada pelo ex-jogador Baixa, a torcida teve a oportunidade de conferir de perto algumas peças raras, como a do Estadual de 1975, que deu fim ao jejum de doze anos sem títulos locais, o Nordestão de 1994, o primeiro do Leão, a Copa do Brasil de 2008, e o mais recente, a disputa amistosa da Taça Ariano Suassuna. Quem foi ao clube, inevitavelmente passou pela exposição.

Indiretamente, o trio apresentou possibilidades ao alcance de uma ação simples de marketing com apelo junto aos seguidores. O Rubro-negro já adiantou que deverá expor mais taças nos jogos do Brasileirão, assim como o Alvirrubro poderá montar estandes em outros mercados. Ou vice-versa. E o Tricolor, este mais do ninguém, precisa surfar na onda da conquista mais recente.

Museu inacessível? Basta um pouco de criatividade para resolver…

Sport expõe troféus na sede para os sócios. Foto: Sport/facebook

Os bastidores do título do Santa em 2015

Bastidores do título pernambucano de 2015 do Santa Cruz. Crédito: TV Cora/youtube

Bastidores da final, a preleção de Ricardinho, a ansiedade dos jogadores e o delírio do povão após a conquista. Através da TV Coral, o Santa Cruz lançou um vídeo de 22 minutos com imagens exclusivas sobre a decisão do Estadual de 2015, que consagrou o clube como campeão pernambucano pela 28ª vez. Da chegada do time no Arruda, no Expresso Coral, à volta olímpica com o troféu.

Assista à íntegra do especial.

O selfie tricolor para o título de 2015

Charge do Santa Cruz campeão pernambucano de 2015. Arte: Samuca/DP/D.A Press

Uma imagem marcante no Arruda, após a conquista coral sobre o Salgueiro, foi a quantidade de câmeras registrando o feito do Santa Cruz, com os flashes iluminando a arquibancada. Na base do selfie, rubro-negros e alvirrubros tiveram que aguentar a gozação sobre o título de 2015. E o Carcará também, claro.

A charge é de Samuca, do Diario de Pernambuco.

Betinho e Elber, os artilheiros de 2015, com 5 gols. À frente de Kiros, com 19

Betinho e Elber, artilheiros do Campeonato Pernambucano de 2015, com 5 gols. Foto: DP/D.A Press

Em 14 jogos disputados por Santa Cruz e Sport, os atacantes Betinho e Elber marcaram apenas 5 gols. Pouco? Pois ambos terminaram o campeonato estadual dividindo a artilharia, de forma histórica. A última vez que o goleador máximo marcara tão poucos gols havia sido em 1927, quando Chiquito e Piaba, ambos do extinto Torre, balançaram as redes 9 vezes em 12 rodadas.

O que torna a “artilharia” de 2015 ainda mais curiosa é o fato de que a federação anunciou a mudança de critério no último dia da competição, 3 de maio. Tão em cima da hora que a diretriz técnica da FPF ficou para o dia seguinte.

Até então, a entidade considerava os dois hexagonais e o mata-mata. Porém, a decisão no apagar das luzes retirou o hexagonal que definiu os dois rebaixados à segundona – o que, de certa forma, contemplou só a fase principal. Pior para o centroavante Kiros, do Porto, que terminou a competição geral com 19 gols, nenhum deles na lista final do Pernambucano. Isso porque fez 10 no primeiro turno (Taça Eduardo Campos) e outros 9 no hexagonal da permanência.

Respeitando a (nova) regra, Betinho e Elber escreveram seus nomes na artilharia, sendo o 31º do Tricolor e o 23º do Leão. Haja contraste em relação ao recorde em uma edição, de 40 gols, uma marca dividida entre o alvirrubro Baiano (1982 e 1983) e o rubro-negro Luís Carlos (1984). Oito vezes mais.

Obs. Segundo o pesquisador Carlos Celso Cordeiro, em 13 edições locais, entre 1915 e 1932, não há registro sobre o artilheiro.

Manchetes do campeão estadual de 2015

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes do dia 4 de maio e 2015, com o título estadual do Santa Cruz nas manchtes

Ao campeão, a festa, as manchetes e a versão da história.

No Santa Cruz, tem sido rotina nas últimas temporadas estampar as capas do Diario de Pernambuco com o troféu na mão. Foram quatro títulos pernambucanos em cinco anos. Daí, a manchete “O papão da década”, com a maioria dos títulos do futebol local na década vigente.

A conquista de 2015 valeu a capa do jornal e, claro, do caderno Superesportes. Nas bancas desta segunda-feira, mais um exemplar para guardar. Confira as capas numa resolução maior aqui e aqui.

Relembre as capas do tricampeonato, entre 2011 e 2013.

Podcast 45 (126º) – Especial Santa Cruz campeão, com Constantino Júnior

A conquista tricolor em 2015 veio sem grandes sustos, apesar da certa tensão no Arruda, como qualquer final demanda. O gol de Anderson Aquino garantiu o 4º título pernambucano do Santa Cruz em 5 anos, e, como não poderia deixar de ser, este é o tema do 45 minutos, com 1h30m de duração e um convidado especial, Constantino Júnior. O dirigente esteve diretamente ligado ao comando do futebol nos quatro últimos títulos dos corais. A conversa com Tininho passou pelo Tricolor, com Estadual, Série B, Copa do Nordeste, bastidores e economia.

Neste podcast, estou ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Tricolor campeão estadual no campo e nas arquibancadas em 2015

Pernambucano 2015, final: Santa Cruz 1x0 Salgueiro. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Os 46.370 torcedores presentes na finalíssima no Arruda credenciaram o Santa Cruz a mais uma liderança no campeonato das multidões. O clube terminou com uma média superior a 20 mil espectadores, mesma situação ocorrida durante o recente tricampeonato estadual. Por sinal, esta foi a sexta vez em onze anos que o Tricolor teve a maior presença de torcida no Campeonato Pernambucano, segundo os números do blog, desde 2005.

A média elevada, porém, não condiz com o restante da competição. Em 2º lugar no quesito assistência na arquibancada, o Sport teve um índice de 12 mil. Já o Náutico pela primeira vez ficou fora do pódio (completado pelo Salgueiro). Aliás, o time vermelho e branco ficou bem longe, na 5ª posição.

No geral, a 101ª edição do Estadual teve 555 mil espectadores computados no borderô, com uma média de 4.590 pessoas, a pior marca dos últimos oito anos. Este número foi puxado para baixo por causa da Taça Eduardo Campos e do hexagonal do rebaixamento. Na fase principal (hexagonal do título e mata-mata), passou de 10 mil – ainda assim, abaixo de 2014, quando ficou em 11.859.

Média de público dos grandes clubes no Campeonato Pernambucano de 2005 a 2015. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Em relação à arrecadação, a renda bruta após as 121 partidas “abertas” ao público foi de R$ 7,6 milhões. A FPF, como se sabe, fica com 8% da bilheteria. Logo, a federação pernambucana já abocanhou R$ 612.551.

Abaixo, os números dos principais clubes e os dados da competição de 2015:

1º) Santa Cruz (7 jogos como mandante, 6 no Arruda e 1 na Arena)
Total: 142.874 pessoas
Média: 20.410
Taxa de ocupação: 35,14%
Renda: R$ 2.682.552
Média: R$ 383.221
Presença contra intermediários (5): T: 104.017 / M: 20.80

2º) Sport (7 jogos como mandante, 4 na Ilha e 3 na Arena)
Total: 87.723 pessoas
Média: 12.531
Taxa de ocupação: 32,41%
Renda: R$ 1.704.797
Média: R$ 243.542
Presença contra intermediários (5):T: 56.189 / M: 11.237

3º) Salgueiro (7 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 51.168 pessoas 31.735
Média: 7.309
Taxa de ocupação: 59,42%
Renda: R$ 530.995
Média: R$ 75.856

4º) Central (14 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 85.715 pessoas
Média: 6.122
Taxa de ocupação: 31,43%
Renda: R$ 978.775
Média: R$ 69.912

5º) Náutico (5 jogos como mandante, na Arena)
Total: 23.082 pessoas
Média: 4.616
Taxa de ocupação: 9,98%
Renda: R$ 499.800
Média: R$ 99.960
Presença contra intermediários (3): T: 12.393 / M: 4.131

6º) Serra Talhada (12 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 44.316 pessoas
Média: 3.693
Taxa de ocupação: 73,86%
Renda: R$ 341.226
Média: R$ 28.435

Geral – 121 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 555.501
Média: 4.590 pessoas
Arrecadação: R$ 7.656.893
Média: R$ 63.280
* Foram realizadas 124 partidas, mas 3 jogos ocorreram de portões fechados.

Fase principal – 38 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 384.649
Média: 10.122 pessoas
Arrecadação total: R$ 6.343.719
Média: R$ 166.939

Média de público do Campeonato Pernambucano de 1990 a 2015. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Ranking pernambucano com 101 títulos, sendo 22 amadores e 79 profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2014). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

Organizado ininterruptamente desde 1915, do amadorismo ao profissionalismo, o Campeonato Pernambucano chegou ao fim de mais uma edição, a 101ª. No ranking histórico, o Santa Cruz, 28 vezes campeão, agora está a 12 títulos do Sport, o maior vencedor. Levando em conta apenas a era profissional, a partir de 1937, vantagem rubro-negra é de 9 taças. Então, como curiosidade, confira abaixo a divisão de campeões estaduais oficiais nas três vertentes.

Sobre a transição dos dois períodos do futebol local, basta notar que se neste ano o triunfo do Tricolor foi assistido in loco por 46 mil pessoas, no Arruda, no primeiro torneio o público não passou de três mil espectadores. Uma decisão de football no antigo campo do British Club, entre Flamengo e Torre.

Estádios e cifras distintas. Em vez de salários de R$ 100 mil, no passado, a caminho da profissionalização, alguns jogadores até pagavam para atuar, como mensalidades de 10 mil réis. Foi assim até a 23ª edição, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi o Central, que firmou um acordo com o Atlético Mineiro para trazer o zagueiro central Zago.

Até aquele ato, o esporte vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Acima disso, do football ao futebol a sede por novas conquistas se mantém.

Campeonato Pernambucano, 1915/2015 (101 edições)
40 – Sport (2014, o último título)
28 – Santa Cruz (2015)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2015 (79 edições)
33 – Sport (2014)
24 – Santa Cruz (2015)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)