Inicialmente, a visita estava agendada para o dia 7 de março de 2012.
Seria a primeira passagem de Jérôme Valcke na Arena Pernambuco.
Um imbróglio diplomático, desencadeado pelo próprio dirigente francês, acabou a adiando a inspeção, que seria o primeiro evento com um nome de peso da Fifa.
Agora, 111 dias depois, o secretário-geral da entidade que comanda o futebol finalmente pisou no canteiro em São Lourenço da Mata.
Antes, teria encontrado 35% de avanço físico, 2.715 operários e tempo bom.
Encontrou neste 26 de junho de 2012 um empreendimento com 43% das obras executadas, 4.025 trabalhadores e clima cinzento.
Veio acompanhado dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto, membros do conselho do Comitê Organizador Local (COL), alicerces para contrastar com as duras opiniões do executivo.
Por mais que a equipe técnica da Fifa produza relatórios quinzenais, a palavra de Jérôme Valcke, que está completando cinco anos na função, será importante em novembro, na avaliação definitiva. Costumeiramente, seu tom é o mais crítico da Fifa (veja aqui).
“Sei que todos querem saber se Recife estará pronto. Deem um voto de confiança, porque as coisas vão acontecer. Quando as coisas devem ser ditas, mesmo que sejam negativas, sou capaz de dizer. Porém, tenho certeza que o Recife ficará pronto.”
Então, basta entregar a arena em fevereiro. Faltam oito meses para ir de 43% a 100%.
Pelé, o embaixador do governo federal para o Mundial. Ronaldo, integrante do Conselho Administrativo do COL (Comitê Organizador Local) da Copa 2014.
O maior nome da história do futebol, campeão mundial em 1958, 1962 e 1970, e o maior artilheiro das Copas, campeão mundial em 1994 e 2002.
Sem cobrar cachê, ambos são os protagonistas do novo comercial do Ministério do Esporte para divulgar a competição da Fifa que será realizada nessas bandas.
“Nós vamos fazer a melhor Copa de todos os tempos, porque de Copa a gente entende”.
Se a organização não correr (e muito), essa declaração não fará muito sentido.
Renúncia ou licença, o fato é que a saída de cena de um controverso personagem do futebol brasileiro nunca esteve tão próxima.
São 23 anos à frente da CBF, imune a duas CPI’s, denúncias de favorecimento de contratos, tráfico de influência, entre outras irregularidades.
Ricardo Teixeira fez da confederação uma entidade milionária. Para o bem e para o mal.
Transformou a Seleção Brasileira em algo quase inexistente para o país, uma vez que os amistosos são comercializados a peso de ouro basicamente para o exterior.
Conta com o apoio de todas as federações, a FPF inserida, obviamente, por mais que cultive uma antipatia de todas as torcidas.
A Copa do Mundo de 2014 parecia o auge de sua gestão, mirando um novo patamar, a presidência da Fifa. Parecia.
O Mundial de 70 bilhões de reais, o mais caro da história, tornou-se um estorvo.
Obras que encarecem a cada dia, soluções de última hora, com o popular jeitinho, e os prazos perdidos em sequência. Uma vexame até o momento.
Pressão interna e externa, com o rumor sobre a divulgação oficial de contratos escusos com a empresa ISL, como denunciou o jornalista inglês Andrew Jennings.
A única solução seria, então, deixar o país. Passar a curtir a tranquilidade de Miami Beach, com a orla estilizada e areia branquinha, branquinha.
É claro que o dirigente reluta em deixar o poder e as vantagens de ser recebido com toda pompa por governadores, senadores e prefeitos, tendo a Seleção como banquete para ofertar em qualquer farra.
A inércia dos órgãos reguladores do país só reforça o desejo de ficar, fincar raízes.
Mas e se ele sair? E se Ricardo Teixeira realmente deixar a presidência da CBF?
O que mudará de fato na composição do futebol brasileiro?
Num cenário um pouco melhor, bem otimista…
Liga nacional, com distribuição de cotas de transmissão através de plano de metas, como classificação anterior, audiência e valor de marca.
Calendário ajustado e cumprido à risca, sem espaço para exceções, que acabam virando regra, como em Pernambuco, por exemplo.
Uma Seleção Brasileira mais presente, com partidas no país. Jogar apenas em Londres não ajuda muito a cativar a velha a paixão nacional.
Mas, de forma imediata, seria preciso elaborar uma Copa do Mundo arrojada, sem negociatas para encobrir os inúmeros problemas burocráticos nas 12 obras.
Dos encontros a portas fechadas à prestação de contas, auditada, revisada e corrigida. Ingressos compatíveis para os brasileiros. O preço será diferenciado (para cima), claro. Mas de forma justa.
A lista de ajustes é enorme. Seria presunção enumerar todas as mazelas em um post.
Enquanto engravatados de Norte a Sul se articulam acerca do novo nome (mais do mesmo), Teixeira vai reforçando o escudo. Primeiro com Ronaldo. Agora com Bebeto.
O trio forma o conselho do Comitê Organizador Local da Copa 2014 (veja aqui).
Talvez o melhor conselho ao mandatário seja cochichar “Boas compras em Miami”.
Após o carnaval, claro, pois ninguém é de ferro…
Às 18h22, a CBF publicou um comunicado. Teixeira segue como presidente. Teria sido tudo isso uma armadilha política? Ou estaria tentando ganhar tempo? Veja aqui.
Após a passagem de cinco dias no Brasil neste mês de janeiro, indo ao Castelão, em Fortaleza, e Arena Fonte Nova, em Salvador, agora é a vez do Recife.
Do Recife e também de Brasília e Cuiabá. Em março.
Essa é a agenda do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, na próxima rodada de inspeção nos estádios da Copa do Mundo de 2014 (veja aqui).
O dirigente francês, responsável na entidade pela fiscalização e organização da competição, vem na companhia dos ídolos Pelé e Ronaldo.
Assim como Salvador praticamente se garantiu como uma das subsedes da Copa das Confederações de 2013, com os elogios do executivo após o “teste do helicóptero”, fica claro que a resposta ao Recife será dada dentro em 60 dias.
Apesar do anúncio oficial marcado para junho, a inspeção em março irá decidir de fato a presença da Arena Pernambuco no torneio-teste do Mundial.
Milhões de reais em jogo. Haja pressão, interna e externa.
Em alta, a empresa de marketing esportivo de Ronaldo, a 9ine, está em ação no Recife.
Diretamente envolvida com o futebol pernambucano…
A 9ine vem ganhando o mercado nacional desde 2011, gerenciando a imagem de vários craques, como Neymar e Anderson Silva, do MMA. O trabalho se estende aos clubes.
Neste caso, o principal foco em relação aos times é prospectar investidores.
Parceiros econômicos ou patrocínios de grande porte.
Obviamente, Ronaldo fica com um percentual da receita firmada através de sua agência. Em Pernambuco, o primeiro tentáculo da 9ine chegou na Ilha do Retiro.
Desde o fim do contrato com o banco BMG, em dezembro, o Sport passou a procurar um novo patrocinador-master, visando a Série A.
Dez empresas entraram na mesa de negociação. Duas já foram descartadas.
A 9ine vem tentando viabilizar novas propostas para o Leão, mirando o futuro. Em caso de sucesso, a empresa quer atrair a atenção dos rivais.
A expectativa do Sport é assinar um contrato de R$ 6 milhões por ano.
Receita bruta. Afinal, uma parte deverá ir para o bolso de Ronaldo.
Fenômeno também no marketing, Ronaldo segue desenvolvendo a 9nine, sua agência. Além de Neymar e Anderson Silva, outro grande craque “listado” é Falcão, do futsal.
Abaixo, um vídeo produzido durante uma visita do melhor jogador de futsal do mundo na sede da empresa, com direito a uma cesta antológica…
Na sua região, qual é o nome desse lance? Banho de letra? Carretilha…?
Festa para Ronaldo. Foram 15 minutos com uma torcida enorme. Todos os brasileiros queriam ver o Fenômeno marcar mais um gol pela Seleção. O último tento…
O “presidente” até teve três chances, mas esbarrou no goleiro e no já real fim de carreira. Sem problema algum. A noite no Pacaembu era apenas de reverência.
Reverência ao maior camisa 9 da história da Canarinha… Valeu, Ronaldo!
No fim da partida, com vitória magra sobre a Romênia por 1 x 0, a realidade do Brasil.
A equipe treinada por Mano Menezes está longe do padrão de jogo clássico do futebol verde e amarelo. O time de Dunga era defensivo, mas pelo menos era eficiente e quase letal nos contragolpes. Até agora, Mano não impôs qualquer estilo à Seleção.
A implantação de um padrão de jogo deve ser a prioridade no primeiro longo teste do técnico, na Copa América de 2011, em julho, na vizinha Argentina.
Terá tempo de preparação – começando em 22 de junho -, treinos táticos, observações in loco e diálogo com o grupo. Plantel, aliás, definido após o amistoso nesta terça.
Dos 22 convocados para a disputa continental, 9 estiveram na Copa do Mundo da África do Sul. Porém, quem entrou mesclou a idade do grupo, que caiu de 29 anos e 3 meses – o mais velho do Mundial de 2010 – para 25 anos e 8 meses. Lampejo de renovação.
Goleiros
Julio Cesar, 31 anos (Internazionale) e Victor, 28 (Grêmio)
Laterais
Daniel Alves, 28 (Barcelona); Maicon, 29 (Internazionale); André Santos, 28 (Fenerbahce) e Adriano Correia, 26 (Barcelona)
Zagueiros
Lucio, 33 (Inter); Thiago Silva, 26 (Milan); Luisão, 29 (Benfica) e David L., 23 (Chelsea)
Meio-campistas
Lucas Leiva, 24 (Liverpool); Ramires, 24 (Chelsea); Elias, 26 (Atlético de Madri); Elano, 29 (Santos); Sandro, 22 (Tottenham); Lucas, 18 (São Paulo); Paulo Henrique Ganso, 21 (Santos) e Jadson, 27 (Shakhtar Donetsk)
Um vídeo de “despedida” em um contrato vitalício. Pois é.
A Nike tem um contrato com esta “validade” junto ao ex-atacante Ronaldo (veja AQUI).
O valor: R$ 167 milhões. Até 1994, quando o negócio foi fechado, a fabricante de material esportivo não tinha produtos no futebol… Haja superexposição desde então!
Os investimentos em comerciais foram incessantes nos últimos 17 anos.
Abaixo, o último comercial da marca para um jogo de futebol oficial do Fenômeno – contra a Romênia, nesta terça-feira, em São Paulo -, com direito a música nova.
“Ô, ô, ô, Ronaldo é gol.”
Depois dos 15 minutos em campo no amistoso, só ações publicitárias com o empresário Ronaldo… O comercial, por sinal, foi gravado na agência do craque, a 9nine.