Cambista, o estudante de “bigode”

Filme: A fantástica fábrica de chocolate

Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, a palavra cambista se originou do latim cambiar. Até o século XVI, significava trocar, mudar e substituir. No século XVII, já influenciado pelo italiano, o termo evoluiu para troca de dinheiro, sobretudo moedas.

Em pleno século XXI, a expressão é compreendida de uma só forma: criminoso.

No futebol, parece ser uma praga impossível de combater.

O “parece” empregado na frase anterior é justificado pela falta de ações corretivas dos organizadores. Se é possível controlar 50 mil pessoas em um jogo, então qual é o motivo para não conseguir organizar uma simples venda de ingressos?

A cena é clássica. Não só em Pernambuco mas em todo o país. A venda de bilhetes para o jogão que vai parar a cidade começará às 9h da manhã.

O guichê começa a fucionar com algum atraso… Estamos no Brasil, lembre-se.

Cerca de 15 minutos depois, o aviso: “não há mais ingressos para estudantes”.

Historicamente, apenas 10% da carga é destinada à meia entrada.

Eis que, instantes depois, homens de bigode, corrente de prata e fala desconfiada começam a se aproximar daqueles torcedores que seguem na fila, já impacientes com a eterna falta de estrutura e, naquele momento, de entradas.

“Ingresso de estudante a R$ 30! Sobrando eu compro”.

Como é possível? O preço era R$ 20. Na mão do cidadão – afinal, ele está livre -, dezenas de ingressos. De todos os tipos, inclusive de estudantes.

Quantas vezes ele passou na fila? Ele é mesmo estudante? Ele pode comprar tantos ingressos assim para um mesmo setor? Aliás… Ele realmente teve acesso ao guichê?

E, para a polícia, é algo tão difícil de identificar? Devem precisar de uma lupa.

As perguntas sempre ficam no ar.

Os clubes se mantêm omissos, há décadas. Alguns porque são incompetentes para acabar com a irregularidade e outros porque a ação deliberada dos cambistas, a tal palavra odiada, faz parte do ” jogo”, da circulação clandestina de dinheiro.

Mas de vez em quando aparece algum diretor anunciando um novo e moderno sistema de vendas, é bom não esquecer. Porém, o prazo sempre foge do habitual.

O jogo seguinte sempre chega antes. A confusão também.

Com os mesmos bigodes, as mesmas correntes de prata, a mesma fala desconfiada…

A atividade do cambista é definida como crime no artigo 2, inciso IX, da Lei 1251/51, sujeita a pena de detenção de seis meses a dois anos.

21ª final das multidões

Leão e Cobra Coral decidem o título estadual de 2011. Arte: Greg/Diario de Pernambuco

Historicamente, o clássico Sport x Santa Cruz sempre exalou um clima de decisão.

O primeiro Clássico das Multidões, aliás, foi logo em uma final do Pernambucano.

No antigo campo do British Club, diante de quase quatro mil recifenses, o Rubro-negro goleou o Tricolor por 4 x 1, em 24 de dezembro do longíquo ano de 1916.

Os gols de Mota, duas vezes, Asdrúbal e Vasconcelos deram, também, o primeiro título ao Leão – Pitota descontou. Desde então, muitas finais inesquecíveis. Ao todo, 20.

Abaixo, as conquistas de cada um nas finais. Até 1996, quando o Sport iniciou o seu primeiro pentacampeonato estadual, a vantagem era coral (8 x 7). Hoje, Sport 12 x 8.

Considerando apenas a era profissional do futebol local (pós-1937), o placar a favor do Leão fica em 9 x 8. Vale lembrar que 1990 marcou o último vice rubro-negro.

A finalíssima desta temporada será no Arruda. Lá, o Sport só ganhou em 1980.

Sport: 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006.

Santa Cruz: 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987 e 1990.

Curiosidade: o Leão conquistou 30,7% dos seus títulos locais sobre a Cobra Coral, que, por sua vez, ergueu 33,3% de suas taças sobre o rival da Ilha.

Se neste domingo teremos Cláudio Mercante na arbitragem do 380º clássico pelo Estadual, em 1916, na primeira final das multidões, o juiz foi “Mister Bold”.

Beca coral para a caminhada da glória

Inferno Coral organiza "invasão" na Ilha do Retiro. Foto: Inferno Coral/divulgação

Serão 6.500 tricolores na Ilha do Retiro.

Exatamente 20% da carga de 32.500 ingressos para o primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, como preza o regulamento formulado pela FPF.

A concentração já está marcada… Pela Inferno Coral (veja AQUI).

Ação com a escolta da Polícia Militar, novamente em grande número num clássico, com 1.154 soldados. Igualou o recorde, cuja marca será superada no Arruda, dia 15.

Na observação da imagem, a regra básica da torcida: beca.

Idolatria clubística

Pelé (Santos) e Garrincha (Botafogo). Foto: Fifa/divulgação

Ídolo no futebol.

Gênio? Não precisa ser um supercraque…

Não é regra que a idolatria pouse no artilheiro, ou no goleiro.

Pode ser um lateral, um meia. Por que não um volante?! Em alguns casos, até mesmo o reserva ganha tal status diante de uma apaixonada torcida.

Então, qual é o seu maior ídolo no clube do seu coração?

Essa é a pergunta feita pela Fifa para torcedores de todo o mundo (veja AQUI).

Comente e argumente…

Obrigações de clube e jogador. Leia antes de assinar

A resolução nº 3/2011 da Confederação Brasileira de Futebol trouxe uma grande mudança para a execução do Contrato Especial de Trabalho Desportivo (CETD).

A medida foi publicada nesta quarta-feira (veja AQUI).

O modelo substitui o agora antigo Contrato de Trabalho de Atleta Profissional. Porém, os contratos em vigor seguem válidos no antigo formato.

O CETD será colocado em prática a partir do dia 9 de maio.

A necessidade da mudança foi provocada pelo “direito de incluir cláusulas extras, amoldadas às peculiaridades de cada pacto jus-trabalhista-desportivo”.

Ao jogador de futebol, 13 obrigações. Abaixo, a letra I.

“Conduzir sua vida extraprofissional de modo a preservar suas condições físicas para as competições, abstendo-se de comportamentos que possam prejudicar o seu rendimento competitivo-desportivo”.

Ao clube, 5 obrigações, sendo quatro financeiras. Confira a letra C.

“Pagar-lhe o salário fixo ou variável, nos termos deste contrato e dentro dos prazos.”

Veja abaixo o novo documento necessário para a inscrição de um jogador de futebol.

O maior campeão de Santa e Sport

Givanildo Oliveira, jogador e técnico de Santa Cruz e Sport. Aida jogou na Seleção Brasileira

Givanildo Oliveira.

Este olindense, hoje com 63 anos, é o maior vencedor da história do Campeonato Pernambucano de futebol. Como jogador e treinador, são 16 faixas de campeão.

Marca quase imbatível.

As conquistas estão divididas entre dois clubes… Santa Cruz e Sport.

Pelo Tricolor, foram oito conquistas como volante, de muita classe e técnica. Pentacampeão de 1969 a 1973, além das glórias em 1976, 1978 e 1979.

Como técnico, comandou o Santinha em 2005, no último troféu do clube.

Pelo Rubro-negro, jogou nos últimos três anos da carreira, sendo tricampeão de 1980 a 1982. Na Ilha, virou técnico de futebol, em uma rápida transição com apenas 35 anos.

Na nova função ganhou os Estaduais de 1991, 1992, 1994 e 2010.

A história de Givanildo realmente está fortemente ligada aos dois rivais, finalistas do Estadual de 2011. No ano passado, aliás, ele treinou os dois clubes. Primeiro, o Leão, no Pernambucano, e depois a Cobra Coral, na Série D do Brasileiro.

Ele concedeu uma rápida entrevista por telefone, com o “tom” tradicional, direto.

Givanildo, quem é o favorito nesta final?
“Os dois! Não posso apostar em ninguém, nem falar que é um ou o outro. Está equilibrado, mas não posso te falar quem vai ganhar.”

Como você avalia a atual edição do Estadual?
“Está sendo um Campeonato Pernambucano muito bom. Foi um dos melhores que vi até agora. Estou acompanhando tudinho.”

O que o senhor achou da eliminação do Náutico na semifinal após o time ter feito a melhor campanha na primeira fase?
“Deixa eu te dizer uma coisa. Quando se trata dos três clubes do Recife, você não pode dizer o que vai acontecer. É complicado. O Sport, por exemplo, vinha lá embaixo. De repente, entrou entre os quatro primeiros e já está na final. Os três são fortes e são grandes, mesmo com algumas dificuldades. Veja o caso do Santa Cruz. O Santa está na Série D do Brasileiro, mas armou um time bom e está na final.”

Palavras de quem já ergueu o troféu local nada menos que 16 vezes…

O passado agita o presente das multidões

Bater ovos

José Neves Filho.

Mais conhecido como Zé Neves.

Presidente do Santa Cruz em três mandatos.

Conquistou o título pernambucano em 1986 e 1987.

Foram duas finais contra o Sport.

Duas voltas olímpicas na Ilha do Retiro. Época de Birigui, Marlon e Zé do Carmo.

Na primeira delas, Zé entrou no gramado com uma bandeira tricolor e a fincou no centro do campo. Cena histórica, para delírio do povão.

Sobre a final de 2011, o ex-mandatário agitou o confronto…

“Infelizmente, a final não será na Ilha do Retiro dessa vez. Foi lá onde conquistamos os nossos principais títulos. É a nossa Casa dos Festejos. Como ela vai ser demolida, não teremos outra chance para fincar a bandeira de campeão. Seria a despedida.”

A confiança em reconquistar o título pernambucano está bem elevada.

“Tudo bem. Já que o regulamento não permite decidir lá na Ilha, dessa vez vamos comemorar com o nosso torcedor no Arruda mesmo. O time está muito bem.”

E ainda comentou sobre o apoio da torcida alvirrubra, que não quer o hexa leonino.

“Será muito bem-vindo o apoio do torcedor do Náutico. Pode torcer, porque eles precisam mesmo. É a história deles que está em jogo, dependendo do Santa. Vai ter torcedor com a camisa do Náutico no Arruda. Pode entrar.”

Outro apoio timbu deve ser financeiro. Premiação ao Santa chegaria a R$ 500 mil!

Na Placar, pernambuquês nas páginas 38 e 39

Revista Placar de maio de 2011Em maio, a edição da revista Placar traz uma reportagem sobre o futuro incerto do meia Kaká. Nas páginas 38 e 39, no entanto, o detalhe pernambucano da publicação.

A Placar produziu uma matéria para a seção Aquecimento sobre o Campeonato Pernambucano de 2011, puxando pela média de público.

O texto, assinado por Jonas Oliveira, chega a chamar a competição de “o melhor Estadual do Brasil”.

Exagero à parte, foi uma visão interessante da competição, que, neste ano, realmente vem sendo animada. Dentro e fora do campo.

O site da FPF acabou disponibilizando as duas páginas para leitura. Leia clicando AQUI e AQUI.

Até o fechamento da reportagem, o público absoluto era de 1.039.363 pessoas em 130 jogos, com média de 7.995.

Este dado já subiu. Agora é de 1.137.983 em 141 jogos, com média de 8.070.

O nível técnico das partidas e a qualidade dos estádios, porém, não foram esquecidos…

Estadual já arrecadou mais de R$ 10 milhões

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

Total de torcedores no Pernambucano 2011: 1.137.983 em 141 jogos, com média de 8.070 torcedores, segundo atualização dos dados da FPF (veja AQUI).

Os dados levam em conta o borderô da esvaziada Taça do Interior.

Este já é o maior público absoluto da história. A renda líquida do PE2011 chegou a R$ 8.148.043, com média de R$ 57.787 por partida, incluindo o Todos com a Nota.

Vale lembrar que a FPF ficou com 6% da renda bruta, de R$ 10.659.148, totalizando até agora R$ 639.548. Bastante, né? Abaixo, as maiores médias dos clubes.

Após levar 32 mil pessoas contra o Porto, o Tricolor assumiu, também, a liderança da média de público apenas contra clubes intermediários.

1º) Santa (12 jogos)
FPFTotal: 273.659
Média: 22.804
Contra intermediários (10) – T: 194.830 / M: 19.483

2º) Sport (12 jogos)
Total: 251.433
Média: 20.953
Contra intermediários (9) – T: 172.243 / M: 19.138

3º) Náutico (12 jogos)
Total: 157.225
Média: 13.102
Contra intermediários (9) – T: 107.047 / M: 11.894

4º) Central (12 jogos)
Total: 93.519
Média: 7.793

Médias em 2010: Santa Cruz (17.986), Sport (16.628), Náutico (10.743) e Central (6.775). Médias dos grandes apenas contra intermediários em 2010: Sport (14.177), Santa Cruz (13.479) e Náutico (12.103). Saiba mais clicando AQUI.

Quem será o campeão pernambucano de 2011?

Final do Campeonato Pernambucano de 2011: Santa Cruz x Sport

Final à vista.

A decisão do Campeonato Pernambucano de 2011 vai envolver as duas maiores torcidas do estado em dois superclássicos.

Confira uma análise dos finalistas clicando AQUI.

Algum favorito? Vote na enquete desta semana!

8 de maio, Sport x Santa Cruz, às 16h, na Ilha do Retiro.

15 de maio, Santa Cruz x Sport, às 16h, no Arruda.

Quem será o campeão pernambucano de 2011?

  • Santa Cruz (55%, 2.313 Votes)
  • Sport (45%, 1.918 Votes)

Total Voters: 4.231

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