Campeón del Torneo Apertura

Sem respeitar a idade do já centenário Atlético-MG, o Grêmio foi ontem até o Mineirão e goleou por 4 x 0. O massacre não só deu mais 3 pontos ao Tricolor Gaúcho (que agora soma 41), mas também o simbólico Troféu Osmar Santos, oferecido pelo diário Lance! ao “campeão do primeiro turno”. Se fosse na vizinha Argentina, os tricolores teriam faturado um campeonato nacional. Na terra dos hermanos, a competição também é disputada por 20 clubes, em turno e returno. A diferença (“singela”) é que cada metade equivale a uma taça. Os dois títulos são chamados de Apertura e Clausura, e o calendário segue o modelo europeu, iniciando a temporada apenas no segundo semeste.

Como aqui no Brasil ainda não inventaram essa moda (moda sim, pois vem se espalhando na América do Sul, onde quase todos os campeonatos são dobrados), o Grêmio tem pelo menos um grande motivo para ficar otimista (além da liderença, é claro). Desde 2003, quando o sistema de pontos corridos foi implantado no Campeonato Brasileiro da Série A, todos os times que terminaram o 1° turno na liderança acabaram vencendo o campeonato.

Como diz o lema do Grêmio: Nada pode ser maior. É verdade, pelo menos por enquanto.

Campeões do Torneo Apertura do Brasileirão:

2003 – Cruzeiro
2004 – Santos
2005 – Corinthians
2006 – São Paulo
2007 – São Paulo
2008 – Grêmio

Lá vem o Timbu descendo a ladeira…

Estamos entrando na época olímpica, recheada de quebra de recordes. O Náutico parece estar querendo seguir o espírito, mas na contramão. O Alvirrubro perdeu do Atlético-PR por 2 x 0 e chegou à sua 5ª derrota seguida. Já são 8 partidas de jejum. Nas duas situações o Timbu está a apenas um jogo de igualar os seus recordes, ambos negativos. Espero que o Náutico não alcance marca alguma contra o Santos, no próximo domingo, nos Aflitos.

Tem mais (é claro que tem…). O Furacão era o time que estava há mais tempo sem vencer o Náutico em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Eram três partidas de tabu. Antes da vitória na Arena da Baixada, na noite desta quarta, o último triunfo paranaense havia sido em 3 de abril de 1991, por 3 x 0.

“Recordes” alvirrubros na Série A

Maiores jejuns
9 partidas
1992, com os técnicos Zé Mario (5 partidas) e Charles Muniz (4)
1994, com os técnicos Osires Paiva (3) e Mário Juliato (6)

Maior série de derrotas
6 partidas
1975, com o técnico Orlando Fantoni

Ilha precisa voltar a ferver

Após perder 3 posições na classificação do Brasileiro (agora é o 10° lugar), o Sport tentará voltar vencer na Ilha do Retiro nesta quarta-feira, diante da Portuguesa. Para este jogo, os torcedores já preparam a volta do “espírito da Copa do Brasil”, com sinalizadores nas arquibancadas. Um colorido especial, que deixa o estádio com uma cara de ‘caldeirão’ mesmo, e a pressão acaba aumentando. Mas essa aura precisa ser assimilada pelo time rubro-negro também. Se na Copa do Brasil foram 6 vitórias avassaladoras em 6 jogos, o desempenho no Brasileiro vem deixando a desejar.

O Leão é apenas o 11° melhor mandante, com 17 pontos conquistados no estádio Adelmar da Costa Carvalho. Posição abaixo da média histórica do time, que sempre conquistou a grande maioria dos seus pontos em casa. Com 70,8% de aproveitamento (até razoável), o Sport está bem atrás do líder Palmeiras, que tem 91,7%. Mas para manter o time no pelotão da cima, a torcida rubro-negra deverá se apresentar mais um vez, com muito barulho e energia positiva. Já a situação do Náutico preocupa ainda mais, pois o Timbu está em 15° neste quesito, com 51,9% (um índice que seria aceitável na competição apenas somando os jogos como mandante e visitante). O Alvirrubro, aliás, perdeu os dois últimos jogos nos Aflitos, ambos por 2 x 1, para Coritiba e Figueirense.

Classificação dos mandantes na Série A

1° Palmeiras – 22 pontos / 8 jogos – (91,7%)
2° Cruzeiro – 22 / 9 (81,5%)
3° Vitória – 21 / 9 (77,8%)
4° Grêmio – 21 / 9 (77,8%)
5° São Paulo – 20 / 9 (74,1%)
6° Botafogo – 19 (79.2%)
7° Internacional – 19 / 8 (79,2%)
8° Atlético-MG – 18 / 8 (75%)
9° Vasco – 17 / 8 (70,8%)
10° Coritiba – 17 / 8 (70,8%)
11° Sport – 17 / 8 (70,8%)
12° Flamengo – 16 / 9 (59,3%)
13° Portuguesa – 16 / 9 (59,3%)
14° Figueirense – 15 / 8 (62,5%)
15° Náutico – 14 / 9 (51,9%)
16° Atlético-PR – 14 / 9 (51,9%)
17° Santos – 12 / 8 (50%)
18° Goiás – 12 / 8 (50%)
19° Ipatinga – 11 / 9 (40,7%)
20° Fluminense – 11 / 9 (40,7%)

É confronto direto, Timbu

O Náutico pode estar vivendo uma crise neste Brasileiro, mas vale lembrar que em 17 rodadas o time ainda não entrou na zona de rebaixamento. Mas agora corre um sério risco. Com 18 pontos, o Alvirrubro soma apenas um a mais que o Atlético-PR, o primeiro na zona de degola e justamente o próximo adversário. O jogo será em Curitiba, e, quem sabe, pode ser mais um vez o ponta-pé inicial para uma reviravolta do Timbu. Em 4 de julho do ano passado, o time estava afundado na Série A. Havia perdido o clássico contra o Sport por 4 x 1 e demitido o técnico PC Gusmão, e também jogou na rodada seguinte contra o Furacão, na Arena da Baixada. Aquela partida marcou a estréia do técnico Roberto Fernandes no comando do Náutico.

No final, um importante empate por 1 x 1, com o goleiro Rodolpho operando um milagre no finzinho da partida. Depois disso veio a sensacional arrancada que manteve o time de Rosa e Silva na elite. Nesta quarta, Roberto Fernandes curiosamente seria o adversário, mas em 15 jogos como treinador do time paranaense o ex-técnico do Timbu sofreu oito derrotas e foi demitido ontem com um aproveitamento de apenas 28,8%, um dos piores do clube nesta década. Roberto teve um desempenho abaixo do alcançado por Givanildo Oliveira, outro pernambucano que dirigiu o Atlético-PR recentemente (e que ganhou apenas 38% dos pontos em 2006).

Como visitante, o Náutico conseguiu apenas uma vitória, na segunda rodada, diante do Fluminense (0 x 2). O time ainda empatou uma vez (0 x 0 com o Ipatinga) e perdeu seis vezes. No total, apenas 16,7% de aproveitamento. Mas, como se diz, esses números são apenas estatísticas. E não devem interferir no jogo. O pensamento é outro. Esse é um momento de superação, até porque o Náutico terá um adversário numa fase tão complicada quanto a sua, no popular “jogo de 6 pontos”. E quem sabe não sai a primeira vitória de Pintado…

Classificação dos visitantes na Série A

1° Grêmio 14 pontos / 8 jogos (58,3%)
2° Flamengo 12 / 8 (50%)
3° Cruzeiro 11 / 8 (45,8%)
4° São Paulo 10 / 8 (41,7%)
5° Coritiba 9 / 9 (33,3%)
6° Palmeiras 9 / 9 (33,3%)
7° Figueirense 9 / 9 (33,3%)
8° Vitória 8 / 8 (33,3%)
9° Goiás 8 / 9 (29,6%)
10° Sport 7 / 9 (25,9%)
11° Internacional 6 / 9 (22,2%)
12° Botafogo 6 / 9 (22,2%)
13° Santos 5 / 9 (18,5%)
14° Náutico 4 / 8 (16,7%)
15° Atlético-PR 3 / 8 (12,5%)
16° Portuguesa 3 / 8 (12,5%)
17° Atlético-MG 3 / 9 (11,1%)
18° Fluminense 2 / 8 (8,3%)
19° Vasco 2 / 9 7,4%)
20° Ipatinga 2 / 8 (8,3%)

Tem alguém sorrindo hoje no Recife?

Se até torcedor do Barcelona chora...
Se até torcedor do Barcelona chora...

Rodada pífia para o trio de ferro do Recife. No sábado, o Náutico deu seqüência à sua péssima fase ao perder para o Figueirense por 2 x 1, em um daqueles jogos que na época do técnico Roberto Fernandes eram chamados de “confronto direto”. E era mesmo. Mas não deu. Paciência… Pelo menos é o que pede diretoria, jogadores e comissão técnica. E é também o que a torcida alvirrubra não tem mais. O Náutico precisa reagir logo, até porque faltam apenas duas rodadas para o final do primeiro turno.

Jajá aquela desculpa que ‘ainda restam muitos jogos’ não adiantará de nada, pois o temor poderá virar realidade. No momento em que o goleiro Eduardo diz que “financeiramente o Náutico vive o seu melhor momento nos últimos dois anos” (e acredito na sinceridade do goleiro), é porque ainda há luz no fim do túnel alvirrubro. Mas é visível que a questão é puramente técnica. Assim, o Náutico chega a um jejum de 7 partidas sem vencer. Seis derrotas e um empate. Precisa dizer mais?

No Mineirão, já no domingo, o Sport deixou escapar uma vitória que parecia certa. E nem estou falando isso por causa da crise do Atlético-MG (que somente no ano do seu centenário já foi goleado por 6 x 1, 5 x 0, 5 x 1 e 4 x 0 – por Vasco, Cruzeiro, São Paulo e Botafogo, respectivamente). Mas sim por causa do volume de jogo do Leão, que voltou a fazer uma boa partida fora de casa. Não se acovardou nem ficou lá atrás, esperando a hora certa de atacar (hora certa que, para o time da Ilha, de vez em quando sequer chega). No final, os dois gols perdidos por Roger fizeram uma enorme diferença, e o Sport acabou ressuscitando mais um defunto na Série A, ao tomar a virada por 2 x 1. É cabalístico.

E com a derrota, o Sport não conseguiu chegar à 4ª vitória seguida, que igualaria a marca de 2000, quando o Sport conseguiu o feito duas vezes. Muito se falou sobre essa série de vitórias, mas a maior do Rubro-negro na 1ª divisão do Brasileiro foi em 1985, quando conseguiu cinco. As vítimas: ABC (3 x 0), Sergipe (4 x 0), Ceará (1 x 0), CSA ( 2 x 0) e Nacional (1 x 0).

Já no Arruda, o Santa Cruz parecia que largaria com tudo na segunda fase da Série C. Mas o que os mais de 20 mil torcedores corais viram mesmo foi a virada do bravo Salgueiro. No finalzinho, o atacante Edmundo – sempre ele – empatou (2 x 2), salvando o Santa de um resultado ainda mais complicado do que já foi essa primeira rodada. Foi o 3º empate seguido do Tricolor sob o comando do gaúcho Bagé. Preocupa o fato de dois desses empates terem sido no Arruda, que é o maior trunfo coral nesta Terceirona.

A semana começa com as três torcidas cabisbaixas. Mas a chance de mudar o humor pode vir já nesta quarta-feira, quando os três jogarão às 20h30.

Série A
Atlético-PR x Náutico
Sport x Portuguesa

Série C
Campinense x Santa Cruz