Um treinador que aspirava o comando profissional de uma equipe. Trabalhou durante um bom tempo como auxiliar de grandes nomes. Aprendeu.
O curso natural da história indicava o seu momento, a sua chance. Ela veio.
Pegou um time de futebol escasso tecnicamente. Montou às pressas. Contou com um grande goleiro e um atacante em grande fase, artilheiro.
Surpreendeu os rivais, ambos em divisões nacionais mais elevadas. Obviamente, esse contexto significava um orçamento bem mais enxuto.
Mas o técnico ganhou a confiança da torcida aos poucos, estruturou o time taticamente, passou a jogar bem, ganhar clássicos e terminou com a taça.
A volta olímpica foi na casa do rival, com duas vitórias na decisão. Lá e lô.
Algum tempo depois, vitorioso, ganhou o mercado, atraindo o interesse de outras equipes. Inclusive do mesmo rival derrotado na final estadual.
O salário maior, bem maior, o seduziu, assim com a oportunidade de trabalhar numa divisão mais nobre no Campeonato Brasileiro, num projeto maior.
Ao grupo campeão pernambucano, conversas, entendimento com os atletas. Com a diretoria, após várias tratativas, idem. E tomou o seu novo rumo…
Este poderia ser o roteiro de Marcelo Martelotte em 2013. Ele acertou a sua transferência do Santa Cruz ao Sport, para a disputa da Série B.
No entanto, todo o relato apresentado foi o da passagem de Muricy Ramalho do Náutico para Santa Cruz em 24 de setembro de 2001, da B para a A.
É raro, mas de vez em quando algumas negociações entre os bairros do Arruda, dos Aflitos e do Ilha do Retiro mexem profundamente no futebol do estado…