A ciranda de técnicos na Ilha do Retiro na fase de repetição com Sérgio Guedes

Técnico Sérgio Guedes em ação no Sport no Brasileirão de 2012. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Geninho, Hélio dos Anjos, Paulo César Gusmão, Mazola Júnior, Vágner Mancini, Waldemar Lemos, Sérgio Guedes e Oswaldo Alvarez. Fora os interinos.

A lista de técnicos no Sport é extensa. A de insucessos é ainda maior. Salvo o acesso conquistado na bacia das almas, a vida rubro-negra tem sido difícil.

No âmbito estadual, perdeu a soberania nos últimos dois anos, mesmo com um orçamento muito superior ao dos rivais tradicionais.

No cenário nacional, uma coleção de frustrações, incluindo a perda do poder na Ilha do Retiro, outrora demolidor nessas campanhas.

Jogadores descompromissados, diretoria batendo cabeça, torcida em fúria. E os técnicos foram passando no Sport. Caindo um a um.

Ora pelo esquema tática travado, ora pela insistência em peças infrutíferas, ora pelo discurso afobado, trazendo para si uma pressão desnecessária. Etc. Etc.

Técnicos do Sport nos últimos dois anos: Sérgio Guedes, Hélio dos Anjos, Mancini, Waldemar Lemos, Mazola, PC Gusmão, Geninho e Vadão. Fotos: Diario de Pernambuco

Nesse embalo, a volta de Nelsinho Batista acabou se tornando no sonho de dias melhores. O campeão da Copa do Brasil de 2008 segue no Japão, sossegado.

Talvez consciente de que, neste momento, nem ele seja o nome certo.

A quantidade de nomes é tão grande que chega à repetição. Sérgio Guedes ganha agora outra chance após a frustrante passagem no XV de Piracicaba.

A sua última participação no Leão foi no jogo que culminou no rebaixamento leonino na temporada passada, nos Aflitos. Mesmo com poucos jogos e o histórico resultado final, o time evoluiu em suas mãos, por um momento.

Com mais calma (será mesmo?), Sérgio Guedes chega com o tom apaziguador no Leão. Com ele, algumas peças terão uma última chance. Sobretudo, Hugo.

Ao torcedor do Sport, a hora de recomeçar. De novo. Mais uma vez. Até quando? Caberá a Sérgio Guedes evitar a continuidade desta ciranda.

Técnico Sérgio Guedes em ação no Sport no Brasileirão de 2012. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Os modelos em vigor para a pré-temporada

Pré-temporada de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2013. Fotos: Daniel Leal/DP/D.A Press, Jamil Gomes/Santa Cruz e Lucas Liausu/Sport

No calendário da CBF a pré-temporada deste ano seria de 2 a 18 de janeiro.

Trata-se de um período válido para todos os clubes profissionais. Obviamente, várias equipes, sem jogos oficiais, iniciaram a preparação ainda no fim do ano passado.

Outras, priorizando as fases finais dos primeiros torneios de 2013, irão demorar um pouco mais, focando o condicionamento do grupo principal.

O contexto se aplica de norte a sul. Além do período, o próprio local da pré-temporada é visto como fator de destaque para um melhor rendimento de novas e velhas caras.

Com uma condição financeira melhor, há quem opte por realizar o trabalho fora do estado, isolando o elenco e usufruindo da estrutura.

Buscar um novo clima e integrar o plantel é questão prioritária no período.

Deixar a sede a uma curta distância também pode ser determinante. Sobretudo com o apoio de prefeituras de cidades pequenas, dispostas a gastar para ter durante duas semanas um clube tradicional em seu território, movimentando a região.

Por fim, a estrutura completa dentro de casa. Alguns clubes, mesmo com centros de treinamento bem equipados, optam pela viagem. Mas boa parte das agremiações acaba ficando no próprio CT, ainda mais se o tempo for maior que o plano básico do futebol.

Em quase todos os casos são disputadas partidas sem apelo, o chamado “jogo-treino”, para soltar mais a musculatura e desenvolver o ímpeto para a longa temporada.

Na sua opinião, qual é o melhor modelo para uma pré-temporada, levando em consideração o tempo e a relação custo/benefício?

Entre os grandes clubes do estado, um ponto positivo. Bons gramados nos três casos.

Náutico
Local: Centro de Treinamento da Guabiraba, na região metropolitana
Distância dos Aflitos: 15 quilômetros
Período: 25 dias, de 4 a 28 de janeiro

Santa Cruz
Local: Estádio Municipal de Sairé, no Agreste de Pernambuco
Distância do Arruda: 141 quilômetros
Período: 10 dias, de 7 a 16 de janeiro

Sport
Local: Centro de Treinamento do Corinthians Alagoano, em Maceió
Distância da Ilha do Retiro: 265 quilômetros
Período: 12 dias, de 6 a 17 de janeiro

O profissionalismo reticente nos dirigentes em Pernambuco

Diretor remunerado do Náutico em 2013, Daniel Freitas. Foto: Yuri Lira/DP/D.A Press

Superintendente, diretor executivo ou gerente de futebol.

Tanto faz a nomenclatura oficial, uma vez que a função na prática é quase a mesma.

Em comum, a remuneração para o dirigente profissional, um método tratado ainda como tabu no futebol pernambucano, sempre reticente a esse modelo de gestão.

Antes do novo nome no “mercado” local, um breve histórico.

No contracheque, o salário equivale ao de um diretor de uma grande empresa. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe R$ 100 mil.

A estrutura recifense viu o primeiro diretor remunerado em 1999, no Sport, com a chegada de Rudy Machado. O dirigente paulista ficou menos de um ano.

Trabalhou no Brasileirão, trazendo dois reforços que sequer foram titulares. Com o Leão na lanterna, a direção optou por enxugar a folha. Rudy encabeçou a lista.

De agosto de 2011 a 6 de dezembro de 2012, a segunda tentativa, com Cícero Souza. Consciente de que era um estranho no ninho, o gaúcho também acabou dispensado.

Cícero Souza, diretor remunerado do Sport de 2011 a 2012. Foto: Sport/divulgação

No Arruda, o Santa Cruz já contou com um dos maiores nomes do país, José Carlos Brunoro, protagonista da vitoriosa co-gestão Palmeiras/Parmalat de 1992 a 1997.

Além de Brunoro, com rápida passagem no Tricolor em 2001, o clube teve Joel Zanata, Galante, Antônio Capella e Raimundo Queiroz, sempre com períodos curtos.

A saída de Queiroz, o último nome no Arruda, aconteceu após uma eliminação na Série D, em 13 de setembro de 2010. Nota-se que o resultado de um torneio acaba sendo primordial para a continuidade do diretor profissional na mesa de articulações.

Por outro lado, o Náutico é o clube da capital com o histórico mais recente, quase sempre com um gestor profissional ligado ao presidente, com Sangaletti (2008), Gustavo Mendes (2011), Carlos Kila (2012) e agora Daniel Freitas (2013), que estava no Vasco.

Ao todo, 5 tricolores, 4 alvirrubros e 2 rubro-negros. Onze nomes em quinze anos.

Em quase todos os casos os dirigentes tradicionais justificaram o fiasco da ação por causa da “falta de experiência” no futebol pernambucano. Qual é a sua opinião?

Raimundo Queiroz, diretor de futebol remunerado do Santa Cruz em 2010. Foto: Nando Chiappetta/Esp.DP/D.A Press

O início da preparação para a nova e puxada temporada

Calendário de 2013

Com quatro competições marcadas, o trio do Recife terá uma agenda apertada em 2013.

Vários jogadores chegarão e outros tantos vão sair até o fim do ano. Considerando o planejamento executado até o momento, opine sobre o trabalho no seu clube.

O calendário dos grandes clubes do estado irá de 41 a 82 partidas oficiais no ano. A montagem do elenco atual será definitiva, com reforços pontuais, ou haverá reviravolta antes do Brasileiro, focado no segundo semestre? Planejamente, antes de tudo.

Náutico – Pernambucano, Copa do Brasil, Série A e Copa Sul-americana (a confirmar).
Mínimo: 65 jogos. Máximo: 80 jogos

Santa Cruz – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série C.
Mínimo: 41 jogos. Máximo: 68 jogos

Sport – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série B*
Mínimo: 61 jogos. Máximo: 82 jogos

No Estadual jogará mais quem disputar a fase do descenso. Pois é. Se for o Náutico, seriam 26 jogos. Se for às finais, 24. Com Santa e Sport, 18 e 15, respectivamente.

Nordestão: 20 de janeiro a 17 de março – de 6 a 12 datas
Pernambucano: 20 de janeiro a 19 de maio – de 15 a 26 datas
Copa do Brasil: 3 de abril a 27 de novembro – de 2 a 14 datas
Série A: 26 de maio a 8 de dezembro – 38 datas
Série B: 25 de maio a 30 de novembro – 38 datas
Série C: 02 de junho a 24 de novembro – de 18 a 24 datas
Copa Sul-americana: 14 de agosto a 11 de dezembro – de 2 a 10 datas

* O Sport tem chance de participar da Sul-americana. A princípio, irrisória.

O que você está achando da preparação do seu time para o início da temporada 2013?

  • Sport - Bom (27%, 257 Votes)
  • Náutico - Bom (24%, 234 Votes)
  • Sport - Regular (16%, 152 Votes)
  • Santa Cruz - Regular (8%, 80 Votes)
  • Santa Cruz - Bom (8%, 77 Votes)
  • Sport - Ruim (7%, 65 Votes)
  • Santa Cruz - Ruim (5%, 51 Votes)
  • Náutico - Regular (3%, 32 Votes)
  • Náutico - Ruim (2%, 18 Votes)

Total Voters: 965

Carregando ... Carregando ...

 

Pela continuidade da fama dos acessos na Ilha do Retiro

Técnico Oswaldo Alvarez assina contra com o Sport para a temporada 2013. Foto: Sport/divulgação

Oswaldo Alvarez.

Há tempos no mercado, perambulando no futebol paulista desde 1992, sobretudo no interior, e com inserções em outros centros.

Ainda não viveu dias de grandes conquistas nacionais. No entanto, há duas décacas disputa com outros nomes no futebol brasileiro o rótulo de “rei do acesso”.

Tanto no nível estadual quanto no âmbito nacional.

Aos 56 anos, esse paulista de Monte Azul trabalhará pela primeira vez em Pernambuco.

No Sport, chega para reafirmar a velha fama. Não encontrará o clube em seu melhor momento, como em boa parte dos times em que trabalhou.

Em 2013, Vadão terá uma série de competições na Ilha do Retiro.

Copa do Nordeste, Campeonato Pernambucano, Copa do Brasil e… Série B.

Comandar o quarto retorno do time é a sua principal missão na próxima temporada. Anteriormente rebaixado em 1989, 2001 e 2009, o Leão voltou em 1990, 2006 e 2011.

O início do trabalho no Sport está marcado para o dia 3 de janeiro (veja aqui).

Até lá, uma análise criteriosa, espera-se, na montagem do elenco. Ao lado de Vadão, o vice-presidente de futebol Milton Bivar, de volta ao clube após um longo retiro.

Em 2008, a chegada de Nelsinho, via Milton, não foi bem vista num primeiro olhar pela torcida. Essa mesma torcida, novamente desconfiada, torce por sucesso semelhante…

É certo que a vida de Oswaldo Alvarez no Recife será cercada de pressão.

Nenhum acesso nunca veio sem ser desta forma…

Torcedor rubro-negro, o que você achou da contratação do técnico Vadão?

Uma vida que se confunde com o Sport e seus altos e baixos

Luciano Bivar, presidente do Sport no biênio 2013/2014. Foto: Bernardo Dantas/ DP/D.A Press

Nascido em 1944, viu aos oito o pai, Milton Lyra Bivar, ser eleito presidente.

Aos 12 anos, tornou-se atleta do clube.

A história de Luciano Bivar no Sport começou há muito tempo. Ainda sem fim.

Até o ápice, a sua biografia teve muitas páginas. Conselheiro em 1975, assumiu o primeiro cargo no clube, como diretor do departamento de tênis. Não surpreendeu a indicação, pois sua passagem como atleta foi justamente nas quadras de saibro.

No futebol, passou a se envolver de forma direta apenas em 1983, ainda com 38 anos.

Em 1987, vice-presidente executivo. À frente, curiosamente, Homero Lacerda, um amigo por longas temporadas. No biênio 1989/1990, enfim o cargo máximo na Ilha do Retiro.

Aquela gestão seria a primeira muitas, consolidando seu nome como grande liderança.

No carro-chefe da instituição, “Luciano Bivar” passou a ser associado a altos e baixos. Momentos inesquecíveis e outros que a torcida gostaria de esquecer.

A verdadeira gangorra em que o time acabou se transformando nas últimas décadas. Em um pleito concorrido no Leão, nesta segunda, a vitória para o sexto mandato.

1989/1990, 1997/1998, 1999/2000, 2001 (renunciou), 2005/2006 e 2013/2014.

Quando encerrar a sua nova gestão na Ilha do Retiro, em 2014, ele terá comandado o Leão em 10% de sua mais que centenária história. Em seu primeiro mandato, tinha 45 anos. Bivar terminará o biênio com 70 anos. Histórias cruzadas, sem dúvida.

Desta vez, receberá o maior orçamento que o Sport já teve, com R$ 120 milhões em dois anos. Dinheiro acompanhando de um sem número de responsabilidades.

Empresário de sucesso e com vertentes na política, Luciano levou o Sport à disputa de títulos nacionais, errou em momentos cruciais culminando em campanhas vexatórias, encampou o ingresso no Clube dos 13, renunciou após intensa pressão da torcida…

Focando apenas os resultados da equipe de futebol, eis os prós e contras.

A favor
Campeão pernambucano em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006.
Campeão brasileiro da Série B em 1990 e vice em 2006, com acesso.
Campeão da Copa do Nordeste em 2000
Vice-campeão da Copa do Brasil (1989) e da Copa dos Campeões (2000).
5º (2000) e 7º (1998) lugares no Campeonato Brasileiro.

Contra
Rebaixado à segunda divisão nacional em 1989 e 2001.*
Lanterna da Série A em 1999 e 2001*
Perda do hexacampeonato estadual em 2001.
Perda do título estadual do centenário leonino em 2005.

* Havia renunciado no meio ano, sendo substituído pelo vice, Fernando Pessoa.

Ao vencer nas urnas o ex-aliado Homero Lacerda, por 1.971 x 1.470, Bivar irá assumir o clube num momento delicado em relação ao rendimento nos gramados.

A sua presença, literal, será importante neste novo processo.

Tem na sua bandeira a necessidadade de tirar do chão a arena e o time do limbo…

Chapas da eleição presidencial do Sport em 2012. Foto: Robero Ramos/DP/D.A Press

Nas urnas, o maior orçamento da história do Sport

Candidatos a presidente do Sport em 2013/2014: Luciano Bivar (situação) e Homero Lacerda (oposição). Fotos: Bernardo Dantas e Júlio Jacobina, ambos do DP/D.A Press

Uma gestão de dois anos.

No período, um orçamento de aproximadamente R$ 120 milhões.

Líquido, de saída, uma verba de R$ 9 milhões.

Como contrapartida, uma folha de pagamento de R$ 2 milhões mensais.

Além de débitos fiscais e trabalhistas para apaziguar.

Ainda assim, amplo espaço para investimentos. Em estrutura e novos profissionais.

Sobretudo, há o negócio avaliado em R$ 750 milhões, com durabilidade de 30 anos. Trata-se de uma proposta para redefinir todo o território. Pedra sobre pedra.

No pleito, duas chapas. Ao vencedor, todas as diretrizes.

Ex-presidentes históricos. Nomes fortíssimos diante de um público acima de 2 milhões.

Aptos ao voto, 13 mil. Nas onze horas em que as urnas ficarão abertas, a expectativa é de 4 mil eleitores, um recorde na instituição.

Estamos falando, obviamente, de um clube de futebol, encravado em 14 hectares.

Apesar do descenso ao segundo degrau nacional, as finanças do Sport foram reajustadas nas últimas temporadas de tal forma que o clube tornou-se viável.

Contrato com a TV estendido até 2017, negociação com novo patrocinador master em 2013 e sondagem de uma nova fabricante de material esportivo para 2014.

Há dinheiro em caixa, ao contrário de outras épocas, nas quais as receitas foram construídas basicamente através da antecipação das cotas de transmissão.

Resultados adversos no campo acabaram trilhando uma eleição histórica.

Luciano Bivar e Homero Lacerda, outrora partidários, estão em lados opostos.

As propostas são bem distintas sobre temas específicos (veja aqui).

Em um clube conhecido pelas grandes feridas na política interna, o Leão viverá nesta segunda-feira uma votação na qual os primeiros arranhões já foram dados.

Abocanhar a presidência executiva tornou-se uma obsessão poucas vezes vista.

Desarmar todo esse palanque após a apuração surge como meta primordial, por mais impróvavel que o contexto indique.

Pois os olhos estão realmente voltados para o maior orçamento da história do clube.

E ao novo estádio e sua complexidade, no primeiro tópico em qualquer plano de gestão.

Amizade e rubro-negridade à parte…

O valor das marcas dos grandes clubes brasileiros

Os 17 clubes mais valiosos do Brasil em 2012. Crédito: Futebol Finance

Como analisar a marca de um clube de futebol?

Títulos, estrutura, torcida, audiência, desempenho recente, saúde financeira?

São inúmeras variáveis, mas há quem consiga mensurar. A consultoria BDO vem fazendo um estudo anual sobre o valor de 17 clubes do país. Do Nordeste, constam três equipes, com Bahia, Vitória e Sport, segundo o Futebol Finance (veja aqui).

Enquanto o Corinthians tem uma marca estipulada em R$ 1 bilhão, o rubro-negro pernambucano valeria R$ 41 milhões. Em 2010, o Leão aparecia em 15º lugar, como o melhor nordestino. Acabou ultrapassado pela dupla baiana na nova rodada do estudo.

Os maiores clubes do Paraná, que englobam o mesmo patamar nas cotas de transmissão na televisão, apresentam o dobro, numa relação direta com a economia do estado.

A pesquisa considera dezoito tópicos com base em dados financeiros, análises dos perfis geográfico, econômico e social dos torcedores e dos seus hábitos de consumo, informações de marketing e dados econômicos e sociais do mercado brasileiro.

Não são consideradas as receitas com transferências de atletas, baseando-se apenas em receitas de marketing, estádio, associados e media geradas entre 2003 e 2011.

Rivalidade pernambucana na casa dos R$ 100 milhões

Ouro

Há muito tempo o Sport ostenta um orçamento bem acima dos rivais.

A partir de 9 de junho de 1997, quando entrou oficialmente no Clube dos 13, o Leão teve um aumento substancial na receita, por mais que já tivesse um faturamento maior que os tradicionais adversários na época. Os seguidos contratos de transmissão na televisão, todos no Plano Real, aumentaram a disparidade sobre Santa Cruz e Náutico.

Em 2012, uma das maiores diferenças já registradas no estado, com R$ 14 milhões entre rubro-negros e alvirrubros, então na mesma divisão nacional.

Mesmo rebaixado, o Sport não deverá ter um grande impacto negativo na sua receita operacional. Sofrerá uma queda de 9%, mas com menos dívidas fiscais para pagar.

Já o Náutico deverá registrar um crescimento turbinado por uma nova cota de TV – em negociação -, a verba da construtora Odebrecht pelo acordo para jogar na Arena Pernambuco e o patrocínio master, uma lacuna neste ano.

Desta forma, o hiato financeiro deverá cair em 2013 para R$ 10 milhões, um dos menores dos últimos tempos. Os dados foram repassados ao blog pelos presidentes da Ilha do Retiro, Gustavo Dubeux, e dos Aflitos, Paulo Wanderley.

Enquanto isso, o Santa segue com um valor bem abaixo dos rivais. O presidente Antônio Luiz Neto alega que o balanço está em produção e preferiu não adiantar 2013.

No entanto, considerando os últimos anos, os corais poderão registrar cerca de 10% de aumento. O incremento neste ano considerou o salto econômico da Série D para a Série C – o que não foi visto no balanço. Na hipotética projeção, o futuro dado não passaria de R$ 15,7 milhões.

Apesar do considerável aumento das cifras entre 2010 e 2013, os clubes pernambucanos estão num ritmo mais lento que os grandes clubes do país. Só com patrocínios, o Corinthians receberá R$ 72,5 milhões em 2013. Da TV, mais R$ 90 milhões.

Para competir, o gasto da turma recifense precisa ser pra lá de certeiro…

Sport
2010 – R$ 28,1 milhões (Série B)
2011 – R$ 46,8 milhões (Série B)
2012 – R$ 55 milhões (Série A)
2013 – R$ 50 milhões (Série B), projeção

Náutico
2010 – R$ 12,6 milhões (Série B)
2011 – R$ 22,4 milhões (Série B)
2012 – R$ 41 milhões (Série A)
2013 – R$ 40 milhões (Série A), projeção

Santa Cruz
2010 – R$ 6,1 milhões (Série D)
2011 – R$ 17,1 milhões (Série D)
2012 – R$ 13,1 milhões (Série C)
2013 – Em estudo (Série C)

Antônio Luiz Neto, o popular presidente do centenário coral

Eleição de Antônio Luiz Neto no Santa Cruz em 2012. Foto: Rafael Brasileiro/DP/D.A Press

Centenário em 2014, Santa Cruz viverá um momento especial no próximo biênio.

Como ocorreu com os rivais, ao completarem um século de história, a temporada coral deverá ser marcada por festividades de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Mas sobretudo em 3 de fevereiro de 2014, uma data aguardada desde já.

Reeleito presidente nesta sexta, Antônio Luiz Neto parte para o segundo mandato com o desafio de devolver o Tricolor a uma estrutura mais digna no futebol nacional.

Com o insucesso na Série C deste ano, em 2013 os corais completarão seis anos seguidos fora das duas primeiras divisões. A Série B é a primeira grande meta.

Este acesso foi a única lacuna na gestão de ALN, que surpreendeu com o bicampeonato pernambucano, com a força da base. O feito não era alcançado há 25 anos.

Sobrinho do famoso ex-presidente coral Aristófanes de Andrade e conselheiro desde os 18 anos, Antônio Luiz Neto, que vem conseguindo separar seu trabalho como vereador do comando do clube, alimentava há tempos o sonho presidir o time do povão.

Em 2002 foi convencido pelo então presidente José Mendonça a não disputar com José Neves, nome de consenso. Em 2004, não teve jeito. Foi às urnas. Saiu derrotado contra Romerito Jatobá. Contudo, não abalou o seu desejo de repetir o feito do tio.

Em 2010, com uma votação arrebatadora sobre o candidato Sérigio Murilho, com 79% da preferência dos sócios, o primeiro mandato legitimado pela torcida.

Agora, a afirmação. A má campanha no Brasileiro não apagou o respaldo dos troféus estaduais sobre o maior rival. No pleito tricolor com mais votos neste século, com 1.808, ALN venceu Joaquim Bezerra (1.636 x 151), seu ex-vice. Confira as propostas aqui.

Com o palanque desarmado, Antônio Luiz Neto deve corrigir os erros, sobretudo no segundo ano, quando inflacionou a folha, acima do lastro financeiro do clube.

Gerir de forma responsável o Santa deveria ser uma obrigação sempre, considerando a miscelânea de dívidas milionárias e força comprovada na bilheteria. Aos poucos, que isso se torne uma constante. Tudo para fomentar um clube forte em seu centenário.

O apelo popular, que já impressiona, tende a ser gigante em 2014. Boa sorte, ALN.

Antônio Luiz Neto é reeleito presidente o Santa Cruz para o biênio 2013-2014. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press