Camisas temáticas no futebol, além de mais baratas, fazem sucesso junto ao torcedor muitas vezes por causa da provocação estampada no algodão…
Os clubes até moderam o tom nos lançamentos. Veja um post sobre isso aqui.
Já as torcidas organizadas (de fato e de direito) costumam adotar um tom ácido.
Nem sempre, porém, a mensagem cai bem…
Neste ano, o Recife teve dois exemplos de festa antes da hora, com rubro-negros, no Estadual, e alvirrubros, agora na Série B.
Alguma facção do Santa Cruz pode até ter confeccionado uma camisa de “campeão brasileiro da Série D”, mas, sabiamente, não deixou o produto vazar na web…
As duas camisas desse post certamente ficarão encalhadas nos próximos dias…
Há exatamente seis anos, uma camisa coral precisou ser abortada, após a recuada no título da Série B, já com 15 minutos de festa. Faz parte.
Arruda, palco da maior média de público do país entre todos os 100 clubes que disputaram as quatro divisões do Campeonato Brasileiro desta temporada.
Foram nada menos que 40.592 torcedores por jogo.
Esse mérito do Santa Cruz poderá resultar em um último troféu em 2011. Inédito.
Durante a final da Série D, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, afirmou que o Santa é um “forte concorrente” ao Troféu Torcida de Ouro, criado em 2007 pela entidade para premiar a torcida de maior destaque no ano.
O Flamengo ganhou em 2007 e 2009, enquanto Corinthians e Bahia faturaram em 2008 e 2010, respectivamente. Clubes das quatro divisões podem disputar a honra (veja aqui).
O anúncio será feito na festa oficial do Brasileirão, em 5 de dezembro, em São Paulo.
Ao todo, o Tricolor levou 324.739 torcedores ao Arruda nos oito jogos da campanha na Série D. Confira abaixo todos os públicos da Cobra Coral no Nacional.
42.584 – Santa Cruz 0 x 0 Guarani/CE
35.020 – Santa Cruz 1 x 0 Santa Cruz/RN
27.746 – Santa Cruz 1 x 0 Porto/PE
33.099 – Santa Cruz 2 x 1 Alecrim/RN
44.642 – Santa Cruz 1 x 0 Coruripe/AL
59.966 – Santa Cruz 0 x 0 Treze/PB
26.867 – Santa Cruz 1 x 0 Cuiabá/MT
54.815 – Santa Cruz 0 x 2 Tupi/MG
Primeiro com Alan, aos 35 minutos do segundo tempo.
Depois com Henrique, logo depois, aos 37.
Gols que silenciaram.
Em um Arruda abarrotado, com mais de 54 mil tricolores, o Tupi voltou a derrotar o Santa Cruz, dessa vez por 2 x 0, e conquistou o título da terceira edição da Série D.
O time mineiro de Juiz de Fora foi realmente melhor em campo, como já havia sido no jogo de ida da final. Neste domingo, administrou a vantagem.
Contou, também, com a atuação afobada da Cobra Coral, que cansou de alçar bolas na área, sem sucesso. Só fez consagrar a defesa adversária.
O ataque foi novamente inoperante, como em boa parte da campanha no Nacional.
Enfim, uma vitória justa do Tupi, campeão brasileiro, com um Arrudazo daqueles.
Ao Tricolor, campeão pernambucano desta temporada, a lamentação pela perda do ainda inédito troféu nacional deve durar até a segunda-feira. E só.
Depois, é preciso mirar o futuro, uma vez que a caminhada será longa até um centenário em grande estilo, como desejam os torcedores, com o time na elite, em 2014.
Há muito trabalho pela frente, novos problemas para contornar e uma nova divisão a superar. Em 2011, as metas fora alcançadas, iniciando a reconstrução coral.
Sobre a Série D, é simples resumir…
O time foi vice-campeão brasileiro. A torcida, no entanto, foi campeã.
Neste domingo, o Arruda será o palco da decisão do Campeonato Brasileiro da Série D, envolvendo Santa Cruz e Tupi/MG.
Ao contrário do que muitos imaginam, esta não é a primeira final nacional no Mundão.
Há 30 anos, quando o estádio ainda não tinha sequer o anel superior, a torcida pernambucana foi para a arquibancada torcer pelo simpático Santo Amaro.
Fundado como Vovozinhas, o clube havia mudado de nome. Posteriormente, mudaria outras vezes, para Casa Caiada, Recife, Manchete…
Mas em 1981, o time alvirrubro disputou o título da primeira edição da terceira divisão nacional, hoje Série C, mas conhecida naquele tempo como “Taça de Bronze”.
Foram dois jogos contra o Olaria, do Rio de Janeiro. No jogo de ida, no subúrbio carioca, em Marechal Hermes, derrota pernambucana por 4 x 0.
Na volta, no feriado do Dia do Trabalhador, vitória do Santo Amaro.
No entanto, o 1 x 0 a favor do time treinado por Rubem Salim, gol de Derivaldo, foi insuficiente para ficar com o troféu. Perdeu a estrela de bronze e os 200 mil cruzeiros prometidos pela Prefeitura do Recife em caso de volta olímpica…
Aquele teria sido o primeiro título nacional do futebol do estado, que esperaria mais alguns anos para erguer a taça de campeão brasileiro…
Confira os links da versão digital do Diario de Pernambuco de reportagens da época:
Todos os troféus das competições organizadas pela CBF já haviam sido apresentados no blog em uma postagem neste ano (veja aqui).
Agora, porém, a taça da Série D já se encontra em solo pernambucano…
Por enquanto, a peça encontra-se guardado na sede da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), na Boa Vista.
Resta saber se ele vai mudar de endereço na cidade, passando a ficar de forma permanente no Arruda ou se irá embarcar em algum avião com destino a Juiz de Fora…
A resposta será dada na noite deste domingo, após o duelo entre Santa Cruz e Tupi.
Tecnicamente, não foi uma boa partida em Juiz de Fora.
Se diante da TV os tricolores não escondiam o nervosismo no primeiro jogo da final da Série D, em campo os jogadores corais também não conseguiram.
Nem os do Santa Cruz nem os do Tupi, diga-se.
Os 14.726 torcedores presentes no estádio mineiro assistiram a um duelo amarrado, de poucas oportunidades e muitos passes errados.
Em demasia… Poucas conclusões assustaram.
Ainda assim, o placar não saiu em branco. Infelizmente.
Aos 42 minutos do primeiro tempo, numa bobeira generalizada da zaga pernambucana, Ademilson marcou o gol solitário da vitória do Tupi, 1 x 0.
A defesa falhou no posicionamento, com a “linha burra”, e na marcação.
Com o revés a 2.000 quilômetros de distância do Recife, a equipe comandada por Zé Teodoro precisará vencer por dois gols de diferença no Arruda.
Sim, no Arruda, às 15h50 no próximo domingo.
Para terminar o ano com volta olímpica, o Santa terá que se despedir da torcida com uma grande apresentação, assim como o povão, que também deverá a fazer a sua parte nas arquibancadas, com a chance de quebrar o recorde de 2011, de 63.871 pessoas.
O título é mais que possível. Estamos falando do atual campeão pernambucano…
Um breve relato sobre a história do Santa Cruz em finais nacionais:
Em sua melhor campanha, passou muito perto em 1975.
Diante de 38 mil torcedores, num Arruda bem diferente – ainda sem o anel superior -, o Santa Cruz disputou a semifinal do Campeonato Brasileiro.
Da Série A, é bom lembrar. Contra o timaço do Cruzeiro, o Tricolor jogava pelo empate para chegar à decisão da competição.
O jogo seguia 2 x 2 até os 45 minutos do segundo tempo, quando Palhinha, em posição duvidosa, fez o gol da vitória mineira.
Não veio a classificação à finalíssima do Brasileirão e nem a vaga à Libertadores de 1976. Depois daquele dia fatídico na história coral, o clube ainda teve mais duas oportunidades claras de conquistar uma estrela.
Em vez do ouro, um metal menos nobre, a prata. Primeiro, em 1999.
No estádio Serra Dourada, o Santa Cruz jogava pelo empate com o Goiás para conseguir o acesso. Uma vitória, no entanto, daria o título da Série B.
Não foi uma final de direito, mas quase isso, de fato. Porém, naquela última rodada do campeonato, o empate sem gols não foi sequer ameaçado.
Portanto, Goiás campeão e Santa vice.
Depois, novamente ma Segundona, o título ficou ainda mais perto.
Na verdade, o título chegou a ser comemorado durante 15 minutos, após a vitória pro 2 x 1 sobre a Portuguesa, diante de 65 mil pessoas no Mundão.
A derrota do Náutico diante do Grêmio, aos 60 minutos (isso mesmo) do 2º tempo, brecou a volta olímpica tricolor, então com uma taça improvisada.
Veio, então, a derrocada que todos estão cansados de saber.
Mas o primeiro passo para a reconstrução de um gigante adormecido – como o próprio povão faz questão de dizer – está acontecendo.
Neste primeiro passo, a pioneira estreia numa decisão nacional. Neste domingo, o time treinado por Zé Teodoro venceu o Cuiabá/MT por 2 x 1, de virada e fora de casa.
Na Série D, a última divisão do país?! Pouco importa, hoje. Só por hoje.
Infelizmente, o Santa Cruz teve que disputá-la (três vezes). Está fazendo o seu papel e agora está a duas partidas de superar essa fase em sua história com uma conquista.
Pela lógica, seria uma estrela de cobre, “cor” instituída pela Conmebol nesta temporada. Valeria a pena bordar? A expectativa da torcida tricolor é a resposta.