Campeões mundiais, Medina e Mineirinho impõem a ordem brasileira do surfe

Gabriel Medina e Mineirinho no Pipe Master em 2015. Crédito: World Surf League/twitter

O circuito mundial de surfe foi unificado em 1976. Durante quase quatro décadas, americanos, incluindo havaianos, e australianos se revezaram na coroa de flores, tendo como exceção Shaun Tomson da África do Sul, em 1977, e Martin Potter da Inglaterra, em 1989. Ao que parece, a maré virou.

Nos últimos dois anos vimos uma tempestade de campeões mundiais nascidos no Brasil. Em 2014, a inédita glória de Gabriel Medina, expoente do vibrante momento da modalidade no país, e agora, em 2015, Adriano de Souza, o experiente Mineirinho, numa reviravolta incrível contra o tricampeão Mick Fanning, o australiano que buscava retomar a “ordem”. Ficou para a próxima.

Confira a lista completa campeões mundiais de surfe aqui.

É fato. As melhores ondas estão sendo surfadas por brasileiros. Quem sabe, também, nas praias brasileiras, num litoral com 7.367 quilômetros. O que não falta é praia para essa nova ordem se manter por um bom tempo…

Tricampeão mundial de surfe atacado por tubarão na África do Sul. Realidade recifense

Mick Fanning atacado por um tubarão na África do Sul

Um dos astros do circuito mundial de surfe, o tricampeão Mick Fanning, passou um enorme susto durante a final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul. Enquanto se preparava para surfar a sua primeira onda na bateria, o australiano foi atacado por dois tubarões brancos. A sua reação e o rápido trabalho da equipe de resgate evitaram uma tragédia, ao vivo, com transmissão mundial. Fanning saiu apenas com arranhões.

O litoral sul-africano é conhecido como um dos locais com mais registros de ataques de tubarão no mundo, com quatro praias de alto risco. O outro? Adivinha… Recife. À parte dos praticantes nas praias de Maracaípe, Cupe e Serrambi, na capital pernambucana há a séria questão dos ataques de tubarão (cabeça chata e tigre). São 59 registros desde o início da contagem, em 1992, sendo 31 surfistas. De todas essas vítimas, 24 não resistiram aos ferimentos.

Havia a expectativa de liberar uma faixa sem arrecifes, algo proibido em Boa Viagem desde 1995. Contudo, seria preciso colocar uma tela de 200 metros de largura no mar, em frente ao Castelinho, mas o projeto foi deixado de lado. Sem proteção, o risco segue enorme. Aqui ou em Jeffreys Bay…

A onda de Medina deve tomar conta do Brasil, menos em Boa Viagem

Proibição de surfe na praia de Boa Viagem. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Aos 20 anos, o brasileiro Gabriel Medina conquistou o inédito título mundial de surfe para o país. Uma vitória espetacular, numa espera longa, desde 1976. O surfista de Maresias também quebrou uma barreira histórica no circuito mundial, se tornando o primeiro campeão sem ter o inglês como língua oficial.

A conquista de Medina deve alavancar o esporte no Brasil. Foi assim como outras modalidades, como vôlei e tênis. A onda virá.

Uma prancha e uma praia movimentada, ponto.

No Recife, por motivos óbvios, essa nova onda talvez seja uma marola.

À parte dos praticantes em outras praias, como Maracaípe, Cupe e Serrambi, na capital há a séria questão dos ataques de tubarão.

São 59 registros desde o início da contagem, em 1992, sendo 31 surfistas.

De todas essas vítimas, 24 não resistiram aos ferimentos.

E o combate a esse problema é lento, lento…

Surfe proibido em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A. Press

Só em 2012 o governo do estado apresentou a ideia de colocar uma tela de 200 metros de largura no mar, em frente ao Castelinho. Era a nova tentativa das autoridades para evitar a aproximação e/ou ataques dos tubarões.

Depois, mais dois anos de muita conversa e pouca prática.

Em julho de 2014, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) enfim aprovou o teste com a rede, que poderá ter até 400 metro numa área sem arrecifes.

No entanto, a novidade veio acompanhada de uma má notícia ao esporte.

Proibido desde 1995, o surfe continuará ausente da praia mais famosa da capital, mesmo com as redes de proteção, segundo a presidente do Cemit, Rosângela Lessa.

“Não há mais essa perspectiva, porque não há segurança para isso”. 

Assim, continuaremos vendo as famosas plaquinhas em português e inglês.

Há dois anos, os dirigentes locais chagram a sonhar com a realização de um campeonato em Boa Viagem. Porém, o circuito estadual continuará afastado, com ou sem a empolgação da glória alcançada por Medina…

Praia de Boa Viagem, no Recife. Foto: Fifa/divulgação

Um drone eleva o patamar visual do surfe

Pipeline filma através de um drone. Crédito: Eric Sterman/youtube

O surfe costuma proporcionar vídeos espetaculares, com cinegrafistas dentro do mar, na própria onda, algumas delas gigantes, captando in loco todas as manobras. Enquanto isso, imagens aéreas, rasantes, são mais raras.

Sobretudo pela dificuldade logística, como a aproximação de um helicóptero, por exemplo, sem atrapalhar os surfistas. Agora, o fotógrafo Eric Sterman foi além.

Usando uma câmera GoPro e um drone, um mini-helicóptero de quatro hélices, Sterman captou um vídeo espetacular na praia de Pipeline, no Havaí. O equipamento em questão foi o drone DJI Phantom, que já vem sendo utilizado em outros esportes, em estádios e ginásios.

A novidade chegou ao surfe pernambucano. O drone foi utilizado na Praia da Conceição, em Fernando de Noronha, em 2014, e em breve deve ser lançado.

Antes, assista ao vídeo havaiano e tire as suas próprias conclusões…

A maior onda da história, surfada por um pernambucano

Carlos Burle surfa onda de 30 metros em Portugal. Crédito: Youtube/reprodução

O surfista pernambucano Carlos Burle, de 45 anos, teve durante um bom tempo a marca de maior onda surfada no mundo. Perdeu o status em 2011. Para recuperá-lo, ele foi ao mesmo local do recorde atual, estabelecido por Garrett Mcnamara, com uma montanha de água de 30 metros de altura.

Na Praia da Nazaré, na região central de Portugal, Burle encarou uma onda gigante, como pode ser visto nos últimos 25 segundos do vídeo abaixo.

Dia de recorde? Provavelmente, mas a altura da onda só será confirmada em 2014. Além disso, Burle ainda teve um dia de herói, ao resgatar a brasileira Maya Gabeira, que também tentou surfar uma onda gigante…

Assista ao impressionante salvamento clicando aqui.

Boa Viagem, uma praia para surfistas. Ano 2012

Praia de Boa Viagem, no Recife. Foto: Fifa/divulgação

Apenas uma foto ilustra o Recife como subsede da Copa do Mundo no site da Fifa.

Por sinal, é a foto deste post. Nada de Recife Antigo, pontes, rios ou edifícios altíssimos por toda parte. Como destaque, apenas a praia de Boa Viagem (veja aqui).

Não importa se a praia ficou mundialmente conhecida pelos ataques de tubarão, sendo 54 nos últimos 20 anos.

Por mais que o banho de mar seja restrito à faixa protegida pelos arrecifes, o local segue forte na agenda de agências de turismo. Inclusive para 2014.

Nos próximos dois meses, porém, a praia vai passar por um grande teste.

O Diario de Pernambuco adianta na edição desta sexta-feira que uma tela de 200 metros de largura será colocada no mar, em frente ao Castelinho. É uma nova tentativa das autoridades para evitar a aproximação/ataques dos tubarões (veja aqui).

O objetivo do governo do estado é liberar parcialmente a faixa sem os arrecifes. Retirar o veto oficial em vigor desde 1995. O fim das plaquinhas em português e inglês?

Empolgados, dirigentes locais projetam até a realização de um campeonato de surfe em Boa Viagem, nesta tela especial, no fim do semestre.

Torneios na área caíram em desuso na década de 1990, quando as principais competições migraram para as praias de Gaibu e Maracaípe, sem incidentes.

É preciso ter muita calma com a execução desse projeto…

A liberação da praia de Boa Viagem é algo que mexe com a saúde de milhares de banhistas e com a imagem já desgastada da orla, tida como perigosíssima.

Campeonato de surfe, apressado, é o que menos importa neste momento. Estudos detalhados talvez coloquem Boa Viagem nesta rota novamente. Lá no futuro.

A foto acima ainda é uma referência, desde que a estatística siga estática…

Surfista ou não, vote em Noronha

Campanha "Eu voto Noronha"O arquipélago de Fernando de Noronha segue na disputa para ser eleita como uma das 7 maravilhas naturais do mundo.

A ilha precisa do seu voto para estar entre 77 classificadas até o próximo dia 7 de julho.

Depois, um júri técnico, com membros da Unesco, irá escolher as 21 finalistas.

Para votar na ilha, que realmente é fantástica, clique AQUI. E mais… Entre no site e complete a frase “Eu voto em Noronha porque…” O autor da melhor frase vai ganhar uma viagem até a ilha com direito a acompanhante. 😎

Abaixo, um vídeo com campeonatos de surfe em Noronha. Só por causa das ondas de lá, muita gente deve estar cansando de tanto votar…

Ela não é invisível não… 😀

Tirando onda

Kelly Slater, o maior surfista da história. Esse já 'tirou onda'...Milionário ele já é. Melhor do mundo também. Por isso, deve vir uma barbada por aí… Comenta-se que o surfista norte-americano Kelly Slater poderá ganhar até US$ 10 milhões da Quicksilver, a sua patrocinadora, caso conquiste o decacampeonato mundial em 2009. Nada mal, hein… Um prêmio de R$ 19,6 milhões para ele fazer o que sabe melhor: ser campeão.

Slater conquistou, na sexta, o seu 9º título no World Championship Tour (WCT), a elite do surfe mundial, ao ficar em 9º lugar na etapa de Billabong Pro Mundaka, na Espanha. “Nunca pensei nisso, nunca nem passou pela minha cabeça que poderia conseguir isso. É tudo muito louco!”, afirmou Slater, após o eneacampeonato.

Alguns recordes de Slater

Maior numero de títulos mundiais (9): 1992, 1994/1995/1996/1997/1998, 2005/2006 e 2008
Mais vitórias em etapas: 39
Campeão mundial mais jovem: 20 anos, em 1992
Campeão mundial mais velho: 36 anos, em 2008
Maior placar em baterias: 20 pontos com duas notas 10 na final do Tahiti, em 2005
Maior número de vitórias na mesma temporada: 7 etapas, em 1996

Você pode ver a lista completa das etapas conquistadas por Slater clicando AQUI.

Curiosidades

  • Começou a competir aos 6 anos de idade, em 1978, no Salick Brothers Surf Contest, e venceu.
  • Entre os títulos, Kelly Slater ganhou duas etapas brasileiras do WCT em sua carreira: Kaiser Summer Surf, em 1997, e o Nova Schin Festival, em 2003.
  • Já namorou Gisele Bundchen, Pamela Anderson e Cameron Diaz.
  • Participou da série de TV Baywatch (transmitida no Brasil nos anos 90 como “S.O.S. Malibu”), como o personagem Jimmy Slade.
  • Uma de suas paixões é tocar violão. Slater chegou a formar, nos anos 90, uma banda de surf music chamada The Surfers. Lançou o álbum “Songs form the Pipe“.
  • Foi produzido, em 2002, um video-game sobre o próprio surfista: Kelly Slater’s Pro Surf.
  • O 7º título mundial do surfista foi conquistado no Brasil, em 2005, durante a etapa de Ibituba, em Santa Catarina.

Mais novo e mais velho campeão.Ficha técnica

Nome completo: Robert Kelly Slater
Nascimento: 11 de fevereiro de 1972
Local: Cocoa Beach, Florida (EUA)
Altura: 1,75m
Peso: 72 quilos
Posição na prancha: regular (com o pé esquerdo)
Apelidos: Hell, Slats, K-Fin
Melhor onda: Pipeline, no Havaí, e Kirra, na Austrália
Manobras preferidas: aéreos e tubos
Hobby: música e golf

Post com a colaboração de Roberta Aureliano